No dia seguinte levantei de minha cama sem precisar ser acordada, estava bem melhor que ontem, como se uma energia positiva se passara sobre meu corpo, o que era uma ótima sensação.

Tomei um banho rápido e vesti-me com uma roupa simples, sem muito exagero. Prendi meus cabelos em um coque frouxo no alto da cabeça e fui até o refeitório, cumprimentando todas as pessoas que eu conhecia.

Assim que cheguei ao refeitório, peguei um lanche e me sentei na mesma mesa que Hanna, cumprimentando-a também.

– Você está feliz? – Ela perguntou-me.

– Não tecnicamente, estou apenas disposta. – Sorri de canto.

– Isso é bom. – Ela sorriu de volta, mordendo sua maçã. – Ah, você não acredita o que aconteceu! – Hanna perguntou animada; fiz um sinal para a mesma prosseguir. – Meus pais vão vir aqui hoje, e eles vão me levar para algum lugar à tarde.

– Não brinca! – Disse surpresa. Os pais de Hanna eram como os meus, ela dizia que eles não se importavam muito com ela. – Estou feliz por você. – Dei um sorriso sincero, a mesma retribuiu.

– Seus pais um dia irão fazer o mesmo por você, pode acreditar. – Ela passou os braços por meus ombros. Sorri em uma forma de agradecimento.

– Eu sonho com isso. – Disse um pouco entristecida.

– É só você acreditar, nunca desista do que você quer. – Hanna falou, em seguida jogando seus cabelos para trás, por causa da sua filosofia que acabara de falar.

– Ei, essa frase é do... – Parei de abruptamente quando me vi pensando nele. – Justin. – Completei dando um longo suspiro.

– Porque falou o nome dele assim? – Ela disse confusa.

– Longa história. – Dei um sorriso torto, ela não deveria saber ainda que terminamos.

Assim que acabei, fui até a sala de Morgan, como toda a manhã; lá fizemos toda a nossa rotina, ou seja, basicamente mais um dia de terapia. Passei algumas horas no mesmo e depois fui para o meu quarto, sem saber o que fazer em seguida.

Decidi ver um filme, faz tempo que não o fazia. Liguei a TV e observei a pasta de filme que eu levara comigo; não tinha ideia de qual filme ver. Vasculhei a pequena pasta e achei um que eu realmente gostava: Harry Potter e a Pedra Filosofal. Eu amava todos os filmes de Harry Potter, mas esse em especial eu realmente me encantava mais, pelo fato de ser o primeiro.

Quando eu ia colocar o filme, vi Justin e Selena na televisão, em um programa de TV. Parei instantaneamente e observei os dois, de mãos dadas e um sorriso estampado no rosto:

Eu percebo que vocês estão muito felizes juntos. – O apresentador disse.

– Nós estamos realmente muito felizes, a cada dia eu sinto que me apaixono mais ainda. – Justin falou olhando nos olhos de Selena, que sorriu instantaneamente. – Eu a amo, como nunca amei outra garota. – Ele finalizou selando os lábios na pequena garota, que sorria abertamente.

Desliguei a TV apertando o botão com uma força incrível, disparando o controle no chão com o mesmo jeito.

Me joguei – literalmente – na cama, cobrindo meu rosto com as mãos. Eu não queria chorar novamente, mas não tive escolha, as lágrimas escorriam ligeiramente de meus olhos, fazendo um percurso até a cama. Já estava soluçando quando me sentei na cama, os olhos começando a ficar vermelhos.

Levantei meu corpo subitamente e joguei todas as coisas que tinham no criado mudo para o chão, fazendo um estrondo.

Já estava realmente descontrolada, quando dois homens altos passaram pela porta e me seguraram fortemente. Sentia meu corpo resistir, se rebatendo, mas eles eram forte demais para eu conseguir me soltar. Logo senti aquela agulha furando minha pele, contendo como liquido um sedativo forte.

Justin POV...

Estava deitado na minha antiga cama, onde minha mãe mora, sem fazer absolutamente nada; o tédio estava me consumindo, e mesmo assim minha cabeça mantinha os pensamentos em Demi. Ela era como um ima, eu sempre pensava nela, mesmo quando estava com Selena. Era duro fazer isso, mas eu não tinha opção.

– Filho. – Minha mãe entrou. – O jantar está pronto. – Ela disse docilmente.

– Eu não quero mãe. – Disse de súbito, olhando para o teto. Pattie se sentou na cama em minha frente.

– Você não comeu nada hoje, Justin. Tem certeza que quer continuar assim? – Ela disse cautelosa. Assenti. Minha mãe suspirou, diria que tentando se acalmar. – Olha Justin, não é porque você se separou de Demi por um namoro falso que você vai ficar assim. Levante a cabeça e siga em frente, Scooter disse que vão ser só por algumas semanas, ate Demi sair da clínica e vocês dois ficam juntos de novo. – Ela disse irritada.

– Não é tão fácil assim mãe. – Me irritei também. – Acha que Demi vai querer voltar comigo depois de tudo que eu fiz? Ela tem um bom coração, mas não há esse ponto, eu a magoei! – Disse um pouco mais alto, mas não estava gritando.

– Se ela realmente te ama, ela vai voltar para você. – Dito isso, ela saiu do quarto apressada e bateu a porta.

Narração em 3° pessoa...

Demi acordara um pouco sonolenta, sentia sua cabeça rodar em meio a todos os pensamentos. Ouvia algumas vozes, mas nenhuma que pudesse reconhecer. Seu corpo estava doendo em algumas partes, mas nada muito forte. Abriu seus olhos lentamente, percebendo que a visão também estava embaçada.

A garota ficou por um tempo observando o local; estava em uma cama parecida com a de um hospital, paredes brancas e alguns aparelhos também estavam no cômodo, um pouco longe dela. Em frente tinham uma mulher e dois homens conversando algo inaudível por a mesma; e por fim, ao lado da cama, havia um criado mudo contendo algumas coisas em cima e uma seringa com algum liquido dentro.

– Ela acordou, disse um dos homens que estavam no local, ao mesmo tempo fazendo todos a olharem e se aproximarem um pouco. Em um movimento rápido Demi pegou a seringa que vira ao seu lado e precipitou-se em colocar a mesma frente ao seu coração, ameaçando apunhalá-la no local.

– Não chega perto de mim. – Ela disse com uma voz de desespero.

Notas Finais!