Justin P.O.V

Alice fechou os olhos e sua respiração foi parando aos poucos.

–ALLIE! NÃO ME DEIXA, POR FAVOR! – Gritei e senti uma lagrima cair.

Ouvi a porta do quarto ser aberta mas não me importei em olhar quem era. Não sabia o que fazer, estava aflito, ver Alice daquele jeito me deixou nervoso. Senti braços me segurarem, me arrastando para longe de Alice.

–ME DEIXA! EU QUERO FICAR COM ELA! – Gritei tentando me soltar.

–Justin, o Jason vai cuidar dela. – James me segurou mais forte.

Grunhi e consegui me soltar de James e Andrew. Os olhei negando.

–EU QUERO FICAR AQUI CARAMBA! – Gritei nervoso.

–Justin, é melhor você ir para seu quarto. Você está nervoso.

Sarah tentou colocar a mão no meu ombro mas eu me afastei bruscamente, negando e indo para o meu quarto. Fechei a porta com força, e pude sentir o cheiro da Alice o que me fez ficar mais aflito e nervoso. Respirei fundo e fui até a sacada do quarto. Não havia muitas estrelas no céu de Londres e fazia frio.

–Porcaria de vida. – Resmunguei baixo, olhando para o céu.

Minhas pequenas poderiam morrer, por um seguidor idiota da Nancy, que entrou em nossa casa e que em uma hora dessas deveria estar no lugar mais fundo inferno.

Não iria conseguir ficar dentro do quarto, sabendo que Alice não estaria lá olhando para sua barriga com um sorriso bobo nos lábios, os mesmo que me deixavam louco quando os tocava. Respirei fundo e me sentei no chão esperando por alguma noticia.

–Jason está cuidando dela. – Eliza entrou no quarto.

Dei de ombros e voltei a olhar para o céu. Eliza respirou fundo e se aproximou.

–Ela vai ficar bem, os riscos dela morrer são poucos.

–Mas minha pequena pode.. – Mordi o lábio inferior, olhando para baixo.

–Elas vão ficar bem. Alice só precisa de sangue e ficara bem.. A sua filha só ira morrer se Alice ficar muito tempo sem receber sangue ou respirar.

Assenti e meu celular começou a tocar, tirei o mesmo do bolso e olhei no visor onde se encontrava escrito “mãe”.

–Oi mãe. – Falei assim que atendi, e Eliza sorriu de lado saindo do quarto.

–Oi filho! Como estão as coisas por ai? Você não me ligou mais...

–Desculpa mãe. As coisas por aqui não estão muito boa. – Me lembrei que ainda não havia contado que seria pai. – Tenho uma noticia para a senhora. – Sorri de lado.

–Então me diga! – Falou animada me fazendo rir abafado.

–A senhora será avó.

Meu sorriso aumentou ao terminar de falar, e minha mãe ficou em silencio.

–Mãe.. A-a senhora está..

–AAH! EU NÃO ACREDITO! – Gritou do outro lado, me interrompendo. – Você será pai?

–É.. – Ri abafado.

–O meu Deus! Parabéns querido! Já sabe o que é?

–Uma pequena menininha. – Sorri de lado ao lembrar de Alice se chamando de gorda.

–Parabéns Justin! Quando ela nascer,me manda uma foto ok?

–Ok mãe..

–Justin! – Sarah apareceu no quarto me chamando.

–Olha mãe, vou ter que desligar. Te amo ok?

–Também te amo querido! Se cuida, e cuida das duas também!

Desliguei o celular e olhei para Sarah.

–Já pode ir vê-las. – Olhei confuso para Sarah. – Você entendeu!

Ri abafado me levantando do chão e indo até o quarto ao lado. Bati duas vezes na porte e ouvi um “entra” baixinho e rouco, e abrir a porta. Alice estava com um curativo no pescoço e com um copo com sangue em uma das mãos.

–Oi pequena.. – Fechei a porta atrás de mim e me aproximei de Alice beijando sua testa.

–Oi. – Falou baixo e eu ri abafado.

–Sua voz está estranha..

–O que você esperava de uma pessoa que teve o pescoço cortado?!

Alice cruzou os braços sobre a – enorme – barriga e fez bico. Dei risada e selei nossos lábios em um longo selinho.

–Como você está? – Perguntei segurando sua mão livre.

–Acho que estou bem, mas meu pescoço dói um pouco. – Alice puxou minha mão até sua barriga. – E nossa pequena está ótima!

Alice sorriu e senti um pequeno movimento em baixo de minha mão. Sorri e beijei o topo de sua cabeça.

[...]

Alice estava completando sete meses de gravidez hoje, passava a maioria do dia deitada com dor nas costas e reclamava que queria sair de casa para caçar.

–Justin, por favor!

–Allie, não vou deixar você ir caçar.. Ainda mas SOZINHA! – Dei ênfase no sozinha.

–Seu chato, idiota! Sem coração, feio..

Alice começou a me chamar de um monte de nomes. Dei risada e ataquei um travesseiro nela, que me olhou indignada.

–Você me atacou com um travesseiro? – Perguntou.

–Acho que.. Sim? – Falei tentando parecer com medo.

Alice se levantou da cama com dificuldade e eu sai correndo do quarto rindo. Desci as escadas encontrando James e Austin jogando vídeo game, dei de ombros e fui até a cozinha pegando um copo e colocando água.

–Água Justin? Serio? – Eliza falou da porta da cozinha.

Ri abafado terminando de tomar a água, e James entrou na cozinha aflito.

–O-onde está a A-Alice? – Sua mão estava tremendo.

–Está no quarto... Porque? – Perguntei com medo da resposta.

James arregalou os olhos e trincou os dentes.

–E-ela... Ela não está mais lá.

Neguei deixando copo cair e corri até o quarto. A porta estava trancada, então a chutei com força e a mesma abriu. O quarto estava vazio e a janela da sacada estava aberta, fazendo as cortinas balançarem com o forte que entrava. James entrou no quarto engolindo seco.

–O que foi que você fez? – Perguntei tentando ficar calmo.

–Na-não foi culpa minha...

Grunhi e acertei um soco em seu rosto.

–NA ONDE ESTÁ A ALICE? – Gritei me aproximando novamente de James.

–A-a Nan-Nancy que pegou ela. – Parei de andar e trinquei os dentes. – Ela.. Ela quer tirar o bebê da Alice.

–O QUE? – Gritei.

–Mas, se Alice resistir.. Nancy ira a deixar morrer depois que a criança nascer.

Neguei e fui em direção a James novamente.

–DESGRAÇADO! ISSO É TUDO CULPA SUA!

Gritei e acertei mais dois socos em seu rosto, não tive tempo de acerta mais porque Austin me segurou.

–ME SOLTA! – Tentei soltar meus braços.

–Não foi culpa minha.. – James falou, passando a mão no lugar do soco.

–DEPOIS QUE VOCÊ VOLTOU, AS COISAS SÓ PIORARAM! AGORA A MINHA ALICE FOI RAPTADA POR SUA CULPA! – Dei ênfase no minha. – VOCÊ DEVERIA ESTAR MORTO A MUITO TEMPO! EU MESMO DEVERIA TER TE MATADO!

Austin soltou meus braços e eu respirei fundo descendo as escadas correndo.

–Na onde você vai? – Sarah perguntou.

–James ajudou Nancy a raptar Alice. – Falei rápido abrindo a porta.

–O QUE? – Sarah gritou e segurou em meu braço me impedindo de continuar. – A-a Alice..

–Foi raptada pela Nancy e deve estar sendo torturada em uma hora dessas.

Soltei meus braços e voltei a andar.

–E VOCÊ SABE NA ONDE ELA ESTÁ? – Sarah gritou já que eu estava longe.

Parei de andar – novamente – e me virei para Sarah mordendo o lábio inferior.

–Nancy conseguiu a esconder. – Austin falou andando até nos. Olhei para ele confuso. – Ela fez a mesma coisa, que fizeram com você quando foi raptado pelos caçadores.

–Quer dizer que.. – Neguei.

–Quer dizer que não iremos conseguir a achar, se ninguém ter alguma pista.

Respirei fundo. Minha Alice corria perigo e eu não poderia fazer nada.

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Alice estava bem longe dali, em uma casa abandonada pode se dizer. Estava em um quarto com pouca iluminação, presa em uma ‘roda’ pelas mãos e pés, não conseguia fazer nenhum movimento com os mesmos. Suas costas doíam e a cada cinco minutos sentia uma pontada na barriga cada vez mais forte. Nancy havia feito cortes seus braços e um corte, não muito profundo, acima de seu umbigo.

Alice respirou fundo, tentando fazer as lagrimas pararem e olhou a sua frente, vendo a porta ser aberta lentamente e Nancy entrando por ela com um olhar sombrio.

–Olá Alice! – Nancy sorriu vitoriosa.

–Por favor, me solta... – Alice pediu em um sussurro. – E-eu juro que não faço nada Nancy..

–PARA COM ISSO! EU SÓ VOU TE SOLTAR SE ESSA CRIANÇA ESTIVER MORTA! – Nancy gritou e logo respirou fundo se aproximando de Alice.

–Nancy, por favor.. – Alice soluçou e mordeu o lábio inferior impedindo um choro alto. – Deixa ela livre, deixa ela nascer e depois você pode me matar... – Falava negando.

–Não vou precisar matar você Alice. – Nancy encostou a sua mão na barriga de Alice e ficou a olhando em seus olhos. – Essa criança vai fazer esse trabalho por mim. – Alice soluçou. – Se você continuasse se cuidando como estava fazendo iria sair viva, mas..

Nancy negou se afastando e riu irônica. A esse ponto, Alice já havia desistido de tentar se livrar das cordas que a seguravam, a única coisa que conseguia fazer era chorar e pensar no desespero de Justin e em sua pequena, que talvez não tenha chances de ver.

–O Justin.. – Começou mas Nancy a interrompeu.

–O Justin.. – Riu irônica. – ESQUECE ESSE IDIOTA! VOCÊ NUNCA MAIS IRA VÊ-LO! E eles não iram conseguir a encontrar. Esqueceu que eu sei como não te acharem?

Alice pensou em responder, mas sentiu uma pontada e mordeu o lábio inferior evitando gritar devido a dor.

–Está sentido dores é? – Nancy se aproximou novamente. – É melhor ir se acostumando com isso.

Nancy deu um tapa no rosto de Alice e fez um corte em seu pescoço fazendo Alice gritar devido a dor.

–Não sabe como ouvir você gritar de dor e chorar me deixa feliz.

Nancy sorriu e foi em direção a porta mas estalou os dedos, voltando-se novamente para Alice e pegando a faca que havia em cima da mesa.

–Sabe, acho que posso mandar uma lembrança sua para o ex-humano. – Nancy se aproximou de Alice observando a faca em sua mão.

Alice estremeceu temendo o que Nancy iria fazer.

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–Como vamos acha-la? – Perguntei nervoso.

–Nervoso desse jeito pode ter certeza que não iremos conseguir nada. – Austin falou sarcástico.

–Temos que.. – Sarah começou mas foi interrompida por James.

–A-a Nancy mandou isso. – Se aproximou mostrando uma caixa preta. – Estava na sacada do quarto..

Peguei a caixa de sua mão e a abri. Dentro da caixa estava a camiseta branca que Alice usava, cheia de sangue e ao lado havia um bilhete.

“Uma pequena lembrança da Alice. Logo mando mais alguma coisa para vocês nunca a esquecerem, já que ela ira morrer logo.

Xoxo, Nancy”