– Oh, veremos. - disse, debochada. A garota saiu correndo, com Leo logo atrás dela.

O vento batia no rosto dela, o sorriso bobo no rosto. Ela corria por entre as árvores se sentindo livre. Como se todo o peso de deixar Jason ir embora tivesse se esvaído.

Mãos envolveram seu quadril enquanto chegavam perto do bunker.

– Te peguei! - disse Leo, feliz. A porta do local a um metro de distância. Ela se virou para ele, sorrindo.

– Ok, eu me rendo. - disse Piper, andando de costas enquanto Leo avançava, calmamente.

Ela sentiu a porta de metal gélida encostar em seu corpo e ele continuava avançando sedutoramente. Um sorriso travesso brincava em seus lábios. Ele estava perto.

O garoto colocou cada uma de suas mãos de um lado da cabeça de Piper, prendendo-a contra o bunker. Ele se aproximou ainda mais, colando suas testas, seus narizes roçando. A respiração dela era ofegante e fazia cócegas na pele de Leo. Ela fechou os olhos, mas algo a impediu de o beijar. Piper colocou as mãos no peito do garoto e o pressionou.

– Me... me desculpe... - sussurrou ela o empurrando de leve.

De algum modo, Piper conseguiu sair dos braços de Leo e correr em direção aos chalés enquanto um garoto abobalhado olhava para o local que ela correu.

Ela entrou na casa de bonecas cor-de-rosa e se jogou na cama. Abraçou um travesseiro e enterrou o rosto nele. Fora tão bom sentir a respiração de Leo perto da sua. O hálito de menta fazendo cócegas em sua pele. O calor dele, o corpo dele, o abraço dele e... ah, Piper... Leo é tão bom.

– Eu estou me viciando em drogas. E ele é a minha. - sussurrou ela para o nada.

Leo cambaleou para trás, suas costas encontrando a porta do bunker. Ele havia entrado. Papéis e projetos estavam bagunçados pelo local. Fios e parafusos se estendiam pelas bancadas. O garoto deslizou pela porta, sentando no chão. Ele enterrou a cabeça nas mãos, os cotovelos apoiados no joelho. Como ele pudera ser tão estúpido a ponto de tentar beijar Piper? Claro que essa não era a intenção do passeio. Fora só para a deixar melhor. Para tirá-la do chalé de Afrodite. Mas aquilo fora um extinto. Eles estavam tão próximos um do outro... ela estava tão... tão... perto dele emocionalmente. Ela estava definitivamente ali, não voando como sempre esteve. Tudo que ele queria fazer era consolá-la e a única coisa que conseguira foi um belo fora – indireto, mas um fora.

– Porque? - a voz dele ecoou por todo o bunker 9. - Porque ela tinha que ser tão... minha?