2ªTemp.: 6º ano – Capítulo 8 – Momento para casais.

Dorcas andava saltitante pelos corredores do castelo. Acenava e sorria para todos na mais plena alegria. Seus lindos cabelos loiros encaracolados caiam em cascatas pelas suas costas e seu uniforme bem posto marcava seu corpo. Apertava seus livros contra o busto e olhava em volta com seus olhos azuis escuros.

Estava feliz. Era amiga de Remo. Amiga, por enquanto. Era tudo o que ela podia querer, só não estava plenamente satisfeita por Remo não ceder a suas investidas. Ela sabia que ele tinha um segredo, um segredo obscuro e completamente sigiloso, mas não fazia ideia do que seria. Ela queria descobrir, enfrentar o que precisasse somente para ficar ao seu lado, mas o loiro não deixava brechas. Ele não facilitava, nem um pouco. E ela se irritava com isso, ela queria seu maroto e ela o teria!

Ela sempre ia à enfermaria para o olhar de longe, todo machucado e aparentemente doente. Ela queria saber o que era. Ela queria chegar nele e perguntar o que lhe acontecera, mas não tinha coragem o suficiente. Mal ela sabia que Remo a observava também, com seus instintos lupinos mais aguçados.

Ele gostava dela. Era apaixonado desde seu terceiro ano. Mas não dava pra simplesmente começar a namorar quando se tem o probleminha peludo. Ele a queria, queria pedi-la em namoro e contar seu maior segredo, mas não podia. Ela ainda se lembrava com perfeição de seu passeio a Hogsmeade no ano passado, quando Katherine o ajudara a convidar.

Estavam na frente do Três vassouras. Haviam acabado de sair, deixando James, Katherine e Sirius sozinhos, mas logo James passou, indo em direção ao grupo de meninas em que uma ruiva que se destacava estava.

– James gosta meso da Lily, não é? – disse Dorcas para acabar com o constrangedor silêncio.

– Ele está apaixonadamente apaixonado – disse Remo, dando uma risadinha. Logo o silêncio recaiu sobre os dois novamente. Eles começaram a andarem direção á um bosque, lindo. Com vários bancos cheios de folhas secas e flores enfeitando o local, com crianças brincando e estudantes com seus respectivos namorados.

Avistaram Alice e Frank sentados num banco próximo. Não se falavam, mas se olhavam como se nada no mundo fosse mais importante. Dorcas suspirou, queria tanto um amor assim, com Remo.

Eles se sentaram em um banco próximo. O silêncio reinava e ficava cada vez mais desconfortável.

– Dorcas – disse Remo se virando para a loira – espera um minutinho, sim?

Ela assentiu sem entender muito bem a atitude do loiro, ele foi até uma mulher que tinha uma cesta, ele tirou alguns sicles do bolso e pegou algo da mão dela e escondendo a suas costas na hora em que virou. Estava corado.

Ele se aproximou novamente e lhe estendeu uma linda rosa azul, ela encostou-a no nariz sentiu seu ótimo cheiro.

– Obrigado Remo – disse feliz, e numa súbita coragem, abraçou o loiro que ficou estático por alguns segundos antes de retribuir com a mesma intensidade.

Não se sabia quanto tempo os dois haviam ficado assim, poderia ter passado dias, semanas, décadas ou séculos que eles nem notariam. Só queriam sentir a presença um do outro, porque sabiam que ali era seu lugar.

– Achei que combinavam com seus olhos – sussurrou Remo ao seu ouvido causando-lhe arrepios. E ao perceber isso ele sorriu.

Ela se separou do abraço, mas sem se distanciar muito. Com os olhos brilhando, selou suas bocas em um beijo apaixonado com todos os sentimentos não ditos em todo esse tempo de amor secreto.

Ela suspirou, queria ter um vira-tempo para voltar naquela hora e ficar lá para sempre. Fora uma sensação inexplicável. Uma sensação única que ela daria de tudo pra ter novamente.

Ainda andando pelos corredores, encontrou Remo lendo um livro despreocupadamente enquanto andava. Ela esbarrou nele, não tão sem querer assim.

– Desculpa – pediu enquanto se agachava para ajudar a pegar.

– Que nada, Dorcas – disse Remo encabulado. “Ele fica tão fofo assim...” Pensou Dorcas suspirando.

– Então, indo pra onde? – perguntou puxando conversa enquanto ele arrumava suas vestes de segunda mão e segurava os livros com a mão esquerda.

– Bem, eu estava indo pro salão comunal – disse sorrindo.

– Ah, o dia está lindo – disse animada. – vamos no lago tomar um sol. Vai ser bom pra você pegar um sol, está muito pálido. Parece que viu um fantasma.

Pirraça passou sobre eles fazendo-os abaixarem, eles se olharam e começaram a gargalhar.

– No mundo dos bruxos ver fantasmas não é tão estranho assim – disse Remo, enquanto iam pela direção contrária de que ele vinha.

– Nada no mundo dos bruxos é normal pros Trouxas – disse Dorcas, ela era sangue-puro, mas em sua família havia um aborto que sempre lhe mostrava bugigangas trouxas.

Quando chegaram ao lado, sentaram-se a uma sombra de uma arvore.

– Faz tempo que não temos... Um momento só nosso. - disse Dorcas corando loucamente. Sempre que se encontravam estavam acompanhados dos amigos e nunca conseguiam um tempo a sós.

Remo teve suas bochechas tingidas de uma leve vermelhidão. Era a primeira vez que ficavam sozinhos desde Hogsmeade, ele era tímido e não sabia muito bem o que fazer.

– é – disse bobamente, sem saber o que fazer.

O silêncio reinou. Dorcas já estava cansada disso, cansada de esperar. E introduzida pela sua coragem grifinória, ficou de joelhos e olhando dentro dos olhos cor de mel de Remo disse:

– Por que você não me quer? – perguntou diretamente, sem hesitar.

Ele oscilou.

– Eu... Te quero – disse bobamente, sem se dar conta do que havia dito – mas não posso simplesmente te namorar assim.

– o que te impede? – perguntou Dorcas com a voz embargada.

– Muitas coisas, Dorcas, muitas – disse suspirando, seu rosto parecia ter envelhecido anos. – Quem sabe um dia...?

Mas ela não queria esperar. Não mais.

Ela pulou em cima do loiro, beijando-o com todo o calor, paixão e desespero que sentia. Ele seria dela. Não importava quanto tempo demorasse.

~*~

Havia uma ruiva saindo de uma das estufas das aulas de Herbologia. Havia ficado para aulas extras, como andara fazendo ultimamente. Era péssima em Herbologia, e todo mundo sabia que essa era sua única matéria que não conseguia executar com perfeição, ela simplesmente não entendia de plantas, para elas todas eram verdes e comuns e quem se importava com o efeito delas? Não é como se ela fosse sair comendo a primeira que visse no jardim.

James Potter viu um lampejo de cabelos ruivos e quase inconscientemente foi atrás, colocando-se a frente dela, encarou os olhos verdes que tanto lhe encantavam, sorrindo conquistador.

– Oi Lily – disse sorrindo e levando a mão aos cabelos, bagunçando-os ainda mais. E para Lily, o que era um gesto irritante estava virando charmoso.

– Ah – disse um pouco surpresa – Oi James – disse recomeçando a andar com o moreno a seu enlaço – Tudo bem?

– Tudo – disse simplesmente – e com você?

– Também – sorriu minimamente. Não parecia, nem de longe, aquela ruiva que se irritava pela simples presença do moreno e que berrava a plenos pulmões isso.

Só que James parou e ela o olhou confusa, ele se aproximou mais do que deveria, sem desconectar os olhares.

–Lily, por favor, me ouça – disse pegando suas mão gentilmente – Por favor, me ouça com atenção. Quer ir comigo a Hogsmeade semana que vem?

Ele lhe entregou um Lírio que brilhava intensamente.

Ela atingiu uma forte coloração de vermelho nas bochechas. Estava tudo tão bem, o Potter tinha que estragar tudo. Ele não conseguia ser um ser humano normal que aceita um não?

“Falou à ruiva que não é nem um pouquinho orgulhosa” disse uma voz irônica em sua cabeça. Ela sacudiu a cabeça espantando.

– Não, Potter, eu não quero. – disse já enfurecida – você ainda não colocou isso na sua cabeça?

James respirou fundo.

– Eu estou falando sério Lily. Você quer ir a Hogsmeade comigo? – disse mais sério do que qualquer um já tenha visto.

– NÃO – berrou perdendo o controle, o corredor estava vazio fazendo sua voz ecoar por toda sua extensão - Não vou ser somente mais uma vadia na sua lista.

James se enfureceu, largando bruscamente as mãos da ruiva, perdeu o controle.

– E o que você entende de amor, Evans? – disse, não queria gritar, por mais furioso que estava, nina conseguiria levantar a voz para a ruiva.

– Entendo o suficiente pra saber que você é um galinha egocêntrico que quer mais um nome em sua gigante lista – disse furiosamente largando os livros que segurava, fazendo-os cair com um baque surdo.

– O que é que você entende do amor, huh? – repetiu - Você nunca parou pra pensar nos meus sentimentos. Você nunca parou pra me ouvir, nunca considerou um dos meus pedidos. EU estou mudando por você e a única coisa que você faz é esfregar na minha cara que eu sou um egocêntrico. Será que você não percebe que eu te amo?

– ME AMA AGORA, PRA DEPOIS SE AGARRAR COM QUALQUER UMA EM QUALQUER ARMARIO DE VASSOURAS – berrou com lágrimas caindo por seu rosto. – Me ama agora que estamos sozinhos, diz que mudou mais ainda se acha o gostosão só porque sabe montar numa vassoura.

– NUNCA ME GABEI POR ISSO – berrou também descontrolado – nunca me gabei por jogar quadribol. Eu queria a sua atenção, ruiva. Eu queria que você me notasse, que você visse que eu te amo, mas acho que isso é impossível, não é? – terminou num tom azedo – Lílian Evans, a monitora-chefe certinha não aguentaria de desgosto ficar com um maroto. Mas Lílian, eu posso estar brigando com você agora, mas eu sempre vou te esperar. Até o ultimo dia da minha vida.

E tacou o Lírio ao chão, saindo com passos pesados. Lílian pegou o lírio que brilhava intensamente e que era acompanhado de um bilhetinho, e agarrando-o leu:

“Toda vez que esse lírio brilhar, estarei pensando em você,

E no dia em que essa flor murchar, meu amor por você acabará,

Mas calma, meu amor, pois por você sempre esperarei,

E quando você finalmente perceber,

Estarei casando com você

Do seu James Potter.”

~*~

Katherine cantarolava baixinho uma música da banda recém-formada na Grã-Bretanha, As Esquisitonas enquanto fazia seu dever de Poções. Ela amava poções.

Escrevia despreocupadamente no pergaminho sem nem perceber que já tinha centímetros mais que o suficiente.

Sentiu o pergaminho ser arrancado de seu colo e olhou pra cima, vendo Sirius a olhando divertido.

– Você poderia fazer o meu dever se esta com tanta vontade de escrever – disse sorrindo enquanto ela ria. Ele se sentou ao seu lado.

– Não era você que sabia tudo no N.O.Ms? – perguntou divertida, guardando sua pena.

– Saber eu sei, só estou com preguiça de escrever – disse fechando os olhos. Katherine encostou sua cabeça em seu ombro e inalou seu cheiro amadeirado e que tinha um toque de sexo. Era simplesmente inebriante.

– Sabia que você cheira a sexo? – disse sem corar.

Sirius riu.

– Acho que metade a população feminina de Hogwarts concorda com isso – afirmou despreocupadamente. Katherine sorriu, não se deixaria afetar. Iria conquistar Sirius, custe o que custar.

– Elas contribuíram, não foi? – perguntou num tom de quem não sabia se estava correto. Ele sorriu maliciosamente.

– Até mesmo você – disse malicioso, Katherine não corou, apenas retribuiu o sorriso sem ser malicioso. Seus rostos estavam próximos demais, suas respirações já estavam se misturando, mas Katherine não se entregaria facilmente, tinha um plano. Um plano de Sarah, uma operação cupido para ela.

– Vou me encontrar com Luis – disse se levantando e cortando totalmente o clima. Se estivesse tocando uma música concerteza se ouviria aquele barulhinho de quando um CD risca.

Sirius ficou com uma expressão incrédula, furiosa e completa de ciúmes.

– Tudo bem, vai lá encontrar com seu namoradinho. – disse seco se levantando também. – Vou procurar pelo Pontas.

E resistindo a vontade de abraçar Sirius e dizer que o amava e o beijar loucamente, Katherine sorriu da forma mais verdadeira que conseguiu antes de seguir pelo lado direito do corredor vazio em busca de seu falso namorado.

~*~

Vocês poderiam passar na minha fic? é James/Lily e acabei de postar.

Apostando no Amor: http://fanfiction.com.br/historia/272434/Apostando_No_Amor/

Sinopse:

Lílian Evans sempre fora o exemplo de aluna exemplar. Nunca faltava, sempre cumpria suas obrigações como aluna. James Potter era o exemplo de aluno bagunceiro, não fazia nada e passava mais tempo fora do que dentro da escola.
Só que Lílian Evans, em uma de suas raras saídas para festas, bebeu um pouco demais e acabou fazendo apostas que não devia.
Porque ser namorada de James Potter por duas semanas não estava em seus planos. Muito menos se apaixonar por ele.