– Tira as mãos agora de cima do meu marido! – Ouvi uma voz doce, mais totalmente autoritária atrás de mim. Afastei Ria brutamente de perto de mim, e virei-me olhando totalmente assustado para Thalia.

– Desculpa? – Ria, encarava-a chegando mais perto dela. – Ah, vejamos sê não é a mais chifruda da Alemanha! – Deu uma gargalhada irónica, ficando frente a frente com Thalia.
– Ria, eu já mandei você ir embora! Some daqui! – Falei, autoritário, pegando-a brutamente pelo braço e a afastando de Thalia.
– Posso até ser a mais “chifruda” como você diz, mas vocês são passageiras, e quem esta com ele no final do dia, sou eu! – Retrucou Thalia segura de si. Fazendo Ria, voltar a incara-la.

“Meu Deus! Ria poderia ter evitado essa! “.

– Você acha mesmo que o casamento de vocês significa alguma coisa para ele? – Ria perguntou, dando uma gargalhada irónica.
– É você? Você acha que você significa alguma coisa para ele? – Rebateu Thalia, sem dar-se ao trabalho de responder a pergunta e continuou. – Acho que não... Ou melhor. Eu tenho CERTEZA que não! Porque sê você significasse, ele não estaria casado... – Fez uma pausa, sorrindo e chegou perto de mim. – Comigo. – Vamos lá Ria! Tanto eu quanto você sabemos perfeitamente bem que sê você, significasse alguma coisa para ele, não era comigo que ele estaria! Deixa de ser cega! Será que é tão difícil assim, você perceber que não é você e nem nunca será a dona do coração dele? A mulher a quem os filhos dele vão chamar de Mãe? – Questionou Thalia, olhando-a friamente. – Sê enxerga! Você...e essas outras que contribuíram para o adultério que Tom cometeu ou vem cometendo, vocês são um bando de destruidoras de lares, de mulheres que não têm auto-estima, que só sê sentem bem destruindo lares. Que não são boas que chegue para ser a única, e sê submetem a serem as outras, aquelas que nunca vão ser as únicas, as primeiras! Eu sei, eu sei perfeitamente que essa é a intenção de vocês, roubarem o meu lugar, o lugar de todas essas que estão em casa com um lar, com um bom marido. Destruidoras de lares, sem auto-estimas, escravas do pecado! Escravas da destruição! É isso que vocês são!! – Gritou Thalia, apontando para Ria, colocando para fora, tudo aquilo que a engasgava, sem poupar uma única palavra. – Mas, eu! – Bateu a mão no próprio peito. – Eu! Olha bem para mim Ria! Porque você ainda vai me ver muito, ainda vai ouvir muito falar de mim! E eu, eu Ria, eu sou uma mulher de verdade! Você não vai destruir o meu casamento Ria, não vai! Coloca isso na sua cabeça, coloca de uma vez por todas. – Ela aproximou-se de Ria, e foi como sê eu visse uma luz reluzente brilha sobre ela. - Porque eu, ele, e o meu casamento, estamos na palma da mão do Deus Altíssimo! É o sangue de Jesus que tem poder, vai repreender toda força do maligno, toda obra ao contrario, toda afronta de Satanás! – Falou com autoridade, a voz dela havia mudado completamente, de uma voz doce para uma voz com autoridade, uma voz. Estrondosa! Não pude evitar de me arrepiar, e sentir algo diferente. Vi, Ria cambalear, e olhar para Thalia com mais raiva ainda. O rosto totalmente tomado pela raiva, por um momento nem parecia ela.
– Cala sua boca, sua piranha, sua... – Começou a gritar Ria, totalmente nervosa, enquanto avançava sobre Thalia.

Chega! Ela havia ido longe demais!

– Ria! Eu vou repetir uma última vez! FICA LONGE DE MIM E DA MINHA ESPOSA! Fica longe da gente! – Interrompi-a, gritando alto com ela, nervoso. – SOME DA MINHA VIDA! SOME DA MINHA RETA! DESAPARECE! – Empurrei-a, sem medir as forças, e virei-me dando-lhe as costas. – Vamos amor, a noite já deu! – Falei, pegando Thalia pela mão e indo em direcção a saída do parque sem nem sequer olhar para trás ou dar atenção aos olhares curioso sobre nós.

~ Fim Tom’s POV ~


– Thalia... Eu.. – Tentou explicar-se Tom, mal entraram no carro. Mas parou quando viu-a encostar-se no banco do carro, com os olhos fechados e com a mão levantada pedindo silenciosamente para ele calar-se, para ele parar de falar.
– Por favor, Tom. – Ela falou, sem abrir os olhos, com uma voz pesada. Tom deu um soco no volante, que a fez pular, assustada. Ela olhou para ele de soslaio, e voltou a fechar os olhos.

O caminho do Parque até em casa foi feito silenciosamente pelos dois, nem mesmo a música que tocava no carro, foi capaz de preencher o silêncio que pairava no ar. Milhares de pensamentos passavam pela cabeça de Tom, ele imaginava vários tipos de reacção vindo da esposa, ele já conseguia ver a longa briga que os dois teriam, e o que deixava-o em pior estado não era o facto de saber que os dois iriam brigar, mais sim o facto de não saber sê ela continuaria com ele, depois de tudo o que ela ouviu. Depois que ela ouviu da boca da ex dele, que ela era a “mais chifruda” de toda a Alemanha. Ele pela primeira vez ficou com medo daquele casamento acabar. Dela ir embora. Abandona-lo.

Tom estacionou o carro na garagem, olhou para a esposa, e ficou alguns segundos a observando. Sentiu uma vontade de enorme de abraça-la, de segura-la em seus braços, protege-la de todas as verdades que o passado, que a vida dele podiam trazer a tona e magoá-la. Ele inclinou-se e estendeu os braços para abraça-la.
– Tom, por favor. – Ela afastou-o, suspirando pesadamente. – Eu... Eu, preciso pensar. Por favor, me dá... Me da um tempo, cinco minutos. – Completou olhando-o brevemente, e logo desviando o olhar. Ele afastou-se e voltou a encostar-se no banco do motorista, ele pode ver nos olhos dela, o quão magoada ela estava, o quão destroçado estava o coração dela.

E pela primeira vez... ele sentiu medo de estar sem ela.
Após longos minutos, ele decidiu deixa-la sozinha. Sê ela precisava de um tempo, alguns minutos, algumas horas, ele iria deixa-la essa tempo. Ele não queria piorar a situação. Saiu do carro, e caminhou até a porta para sair da garagem e olhou para trás e não viu ninguém saindo do carro, ela ainda continuava dentro do carro provavelmente, da mesma forma que quando anteriormente. O caminho da garagem até dentro de casa, nunca pareceu-lhe tão curto, as questões não paravam de inundar a sua cabeça.

“Ela vai ir embora? Vai desistir de mim? Do casamento? Céus, agora acho que perdi-a! Pela primeira vez, jogaram na cara dela o facto de eu não ser o melhor marido, o mais santo, o mais... Fiel. Eu nunca cheguei a pensar, como ela iria reagir caso isso algum dia acontecesse, eu nunca pensei.. Que um dia eu ficaria com medo desse casamento acabar! Logo agora, que eu estava gostando de estar com ela... Do facto de eu ser casado... De eu ter sempre alguém não importa os meus erros, não importa o dia de m*rda que eu tive, eu sempre tinha alguém para quem correr, é não precisava eu dizer nem uma palavra, ela estava sempre pronta para dar-me carinho, aconchego e amor. “

Subiu a escadas, sem nem sequer ver os degraus, e foi para o quarto sem dar-se conta de tal, quando saiu dos seus pensamentos, já se encontrava deitado de bruço na cama, com o rosto no travesseiro da esposa. O cheiro de morangos, inundava-lhe as narinas, o cheiro do shampoo dela. Ele nunca havia parado para pensar, mais ele adorava sentir o cheiro dos cabelos dela. Tudo nela fazia-o pensar em algo doce, algo extremamente delicioso e delicado.

Tom perdeu-se em seus pensamentos e em poucos minutos o sono o havia vencido, e o lavado para um mundo onde essa noite, que tinha tudo para ser perfeita não havia acabado num completo desastre.

" O Inimigo esta ao redor, somente esperando

a hora certa, para acusar-nos dos nossos erros

perante Deus. "