Youll Just Have To Trust Me escrita por Achele


Capítulo 9
Capítulo 11




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Quinn enterrou a cabeça entre a quantidade absurda de travesseiros que ela tinha em cima da cama tão eficientemente que um avestruz teria ficado impressionado. Não era culpa dela que a luz que estava entrando pela janela do quarto estava determinada em cega-la ou que seu cérebro estivesse praticamente explodindo dentro do seu crânio.

Grunhindo, a loira levantou a cabeça apenas o suficiente para que ela pudesse olhar o despertador que ficava na sua cabeceira. Quando os números vermelhos finalmente pararam de se mexer ― eles estavam conspirando contra ela, Quinn tinha certeza ―, ela deixou outro grunhido escapar. Já tinha passado de meio-dia e sua mãe provavelmente estava a esperando no andar de baixo com uma arma, aguardando apenas o momento certo para mata-la.

Ela tinha prometido acompanhar sua mãe para o café-da-manhã comunitário que aconteceria depois da missa na Igreja que os Fabray frequentavam por mais de dez anos. Desde a gravidez e a separação, todos olhavam para elas com olhos arregalados e bocas abertas, aparentemente surpresos com o fato de que as duas tinham coragem o suficiente para aparecer depois de tanto escândalo. Judy e Quinn tinham feito um acordo, jurando estar sempre uma ao lado da outra para oferecer suporte, ignorando os olhares que elas recebiam.

"Droga," Quinn murmurou para si mesma e tentou levantar, mas parou de se mover quando o quarto girou rapidamente. "Eu nunca vou beber de novo."

Espera... Como ela tinha acabado bêbada mesmo? Ela só se lembrava de ter saído de casa na manhã anterior e― Brittany! Claro que tinha sido a Brittany; a loira sempre parecia ter uma garrafa de vodca por perto nas horas mais inapropriadas. E a maldita vodca sempre parecia encontrar uma maneira de terminar dentro do copo dela!

"Maldita vodca..." Sentando na cama, ela olhou ao redor do quarto e encontrou tudo em ordem, menos a bolsa que ela tinha levado no dia anterior, a qual estava jogada no chão perto da cama.

Parando para se concentrar, a loira franziu. Okay, Brittany a deixou bêbada; legal. Nenhuma novidade ali. Depois... Oh, elas tinham ido para a casa da Santana. Yeah, ela se lembrava da Latina gritando e algo sobre plantas mortas. Britt e Santana estavam discutindo alguma coisa, mas então―.

Rachel.

Um tom rosa claro cobriu as bochechas da loira e, mesmo sabendo que não havia ninguém por perto para vê-la, ela sentiu a necessidade de cobrir seu rosto com um dos seus milhares de travesseiros. Ela se lembrava, perfeitamente, da roupa que a pequena diva tinha estado vestindo. E pernas... Yeah, ela se lembrava disso, também.

"Oh, Deus," ela grunhiu contra o travesseiro.

O Shopping, elas tinham ido para o Shopping. Ela se lembrava de roupas, provadores, massacres em fazendas, malucos pervertidos e Karen― quem diabos era Karen? Sorvete... Tinha sorvete envolvido naquela bagunça, também. Espera! Ela e Rachel tinham conversado sobre alguma coisa perto da fonte... Finn! Elas tinham falado sobre o filhote de gigante e―.

Oh.

Quinn acabou se lembrando da conversa, afinal.

-x-

Santana estava ocupada sorrindo para seu próprio reflexo no espelho do seu armário quando ela sentiu uma cutucada particularmente dolorosa na costela. Virando-se com seu melhor olhar assassino no rosto, a Latina encontrou Quinn se encolhendo contra uma fileira de armários com seus olhos cor de avelã arregalados.

"Q?" ela chamou.

A loira pareceu se encolher mais contra os armários.

"Você viu Rachel?" ela sussurrou e olhou para os dois lados do corredor, rapidamente, pronta para correr caso a diva estivesse passando por ali naquele momento.

A Latina assentiu com a cabeça. "Dobby foi para o banheiro," ela explicou quando os olhos da loira quase pularam para fora de tão arregalados. "Eu já joguei a slushie do primeiro horário."

Aliviada com a informação, Quinn agarrou a Latina pelo braço e começou a arrasta-la corredor abaixo, ignorando as ameaças de morte que a outra garota estava jogando em cima dela. Depois de achar uma sala de aula vazia, ela jogou a morena lá dentro e entrou atrás dela, fechando a porta atrás de si.

"Que merda é essa, Quinn?" Santana ainda estava gritando, indignada. "Que― que merda é essa, Quinn?!" repetiu aparentemente incapaz de encontrar outra coisa para gritar. "Fabray, que merda―."

"Já ouvi!" A loira abriu um pouco a porta e olhou para fora, procurando qualquer sinal de que a pequena diva que tinha estado constantemente em sua cabeça durante o resto do fim de semana estava por perto. Satisfeita ao ver que Rachel não estava no corredor, ela fechou a porta mais uma vez e se virou para encarar Santana. "San, eu preciso de ajuda."

Santana bufou. "Você não poderia ter pedido isso antes de me arrastar pelo corredor como um maldito homem das cavernas?"

"Mas eu não te arrastei pelo cabelo..."

"Você sabe o que eu quis dizer!" A Latina rolou os olhos. "Bem, tanto faz. O que é que você quer?"

Os olhos da loira pareceram arregalar, imediatamente.

"Rachel!"

Aquele sorriso diabólico apareceu mais uma vez no rosto da Latina. "Eu sabia!"

Quinn parou para pensar e sentiu suas bochechas corarem. Mas é claro que ela faria alguma coisa embaraçosa para piorar sua situação enquanto ela tivesse falando com Santana. Deus, por que ela sempre fazia isso? E, Deus, por que ela ainda perdia tempo falando com Santana, em primeiro lugar?

"Não desse jeito, Santana," ela grunhiu. Parando para pensar mais uma vez, ela sentiu suas bochechas corarem ainda mais. "Quero dizer,desse jeito, mas não desse jeito."

Aquilo fez algum sentido? Ela achava que não.

Santana ainda tinha aquele sorrisinho idiota no rosto.

"Oh, eu sei exatamente de que jeito você quer a Berry, Q." Ela assentiu com a cabeça e piscou para a loira, quem ainda estava tão vermelha que sua cabeça parecia ser uma continuação do uniforme que ela estava vestindo. "Confie em mim, eu sei."

O que ela queria dizer com aquilo?

"Então!" a loira exclamou. "Eu preciso de ajuda, urgentemente. Eu preciso que você distraia Rachel até eu descobrir de onde eu vou arranjar coragem para poder falar com ela de novo."

Quinn só esperava que ela encontrasse essa fonte milagrosa dentre os próximos cinquenta anos.

A Latina rolou os olhos. "Você está falando sério?"

"É claro que eu estou falando sério!" Quinn jogou as mãos para o alto e teve que resistir ao impulso de bater o pé petulantemente no chão. Ela estava definitivamente passando tempo demais com a pequena diva. "Eu praticamente abri meu coração para ela, Santana. Bêbada! Eu disse coisas que eu não estava pronta para dizer. Oh, e eu culpo você por isso!"

"Eu? Brittany te embebedou," a Latina apontou.

"Mas o plano veio da sua cabeça, eu tenho certeza disso." Quinn atirou um olhar venenoso em direção à Latina, quem apenas assentiu com a cabeça e encolheu os ombros. Sentindo-se cansada de repente, a loira deixou seus ombros caírem e suspirou. "Olha, eu sei que vocês duas estavam tentando ajudar, mas eu não estava pronta para me abrir daquele jeito."

Santana sentiu sua própria postura relaxar quando Quinn desviou o olhar. A Latina tinha visto o olhar confuso no rosto da HBIC. Merda, ela mesma tinha tido aquele olhar nos próprios olhos durante tanto tempo. Ela ainda se lembrava de todas as dúvidas que tinham se passado pela sua cabeça e de todas as vezes que essas dúvidas fizeram os olhos azuis que nunca falhavam em fazer seu coração acelerar se encherem de lágrimas.

Ela tinha cometido muitos erros e agora estava tendo que correr atrás do prejuízo. Quinn já tinha passado por tantas dificuldades e doía admitir que ela nem sempre esteve ao lado da loira para ajuda-la. Mas agora ela tinha a chance de estar lá e guiar a loira pelo caminho certo; ela não deixaria Quinn cometer os mesmos erros que ela tinha cometido com Brittany.

"Hey, olha para mim." Ela deu um passo para frente e pegou o queixo da loira gentilmente, fazendo com que a garota não tivesse nenhuma outra opção além de fazer o que ela pediu. "Você não pode ter medo de correr atrás do que você quer, Quinn."

A loira suspirou mais uma vez. "Não é assim tão simples..."

"Eu seu que não é," Santana disse. "Confie em mim, eu sei exatamente o quanto é difícil ignorar todas as dúvidas que estão na sua cabeça e seguir o que o seu coração quer. Eu deixei essas dúvidas entrarem no meu caminho e olha onde eu estou agora: olhando Brittany desfilar na minha frente nos braços de outra pessoa. E você quer saber? Dói para cacete."

Quinn parecia estar ainda mais confusa, seus olhos cor de avelã olhavam para a morena quase como se ela estivesse suplicando.

"Minha mãe," a loira tentou.

"Mama Fabray amou Rachel, Quinn," a Latina replicou. "Talvez ela não se sinta confortável por um tempo, mas eu tenho certeza de que ela não vai te abandonar mais uma vez. Ela passou por um divórcio para te ter de volta, Quinn, e eu não acho que ela vá deixar você ir tão facilmente."

"A escola..."

"Foda-se esse buraco, Quinn. Você não pode deixar que o que as pessoas vão pensar de você te impeça de fazer o que você quer fazer." Santana suspirou. "Eu não vou mentir e dizer que vai ser tudo perfeito, okay? Eles vão falar e nós duas sabemos disso. Mas me responde uma pergunta: Rachel vale a pena?"

Quinn nem mesmo hesitou. "Sim."

"Então esqueça o que aqueles idiotas vão falar porque você vai ter Rachel ao seu lado." Um sorriso gentil apareceu no rosto da Latina. "Na verdade, Dobby vai falar tanto no seu ouvido que você provavelmente nem vai conseguir ouvir o que as outras pessoas vão falar sobre você."

Aquilo fez com que a loira risse de leve.

"Você tem um pouco mais de um ano para fazer tudo dar certo, Q," ela continuou. "Rachel vai ser uma das poucas que vai conseguir sair desse lugar. Um dia, ela vai para Nova York e vai conquistar todo mundo com aquele sorriso gigante e discurso eternos, todo mundo sabe disso. O que a gente ainda vai ter que descobrir é se você vai estar ao lado dela quando esse dia chegar."

Um pequeno sorriso apareceu no rosto da loira e Santana observou com satisfação aquele olhar confuso evaporar, deixando apenas pura determinação nos olhos dourados da loira. "Eu quero estar," Quinn disse.

"Então, pare de se preocupar com idiotices e vá atrás da sua anã, Q."

Quinn assentiu com a cabeça e se virou para sair da sala, seu sorriso tão grande que quase não cabia no rosto. Parando antes que ela pudesse abrir a porta, ela se virou de volta e praticamente se atirou contra a morena, pegando-a desprevenida.

"Obrigado, Santana," ela murmurou e apertou a Latina com mais força.

Recuperando-se do choque, a Latina abraçou a loira de volta e sorriu, satisfeita com seu próprio trabalho.

"De nada, Q." Ela soltou a outra garota e a empurrou de leve em direção à porta. "Chega dessa merda emotiva. É melhor você ir logo antes que descubram que tem um anão faltando e venham atrás da Berry para leva-la de volta pra Nárnia."

"Você é tão idiota," Quinn disse rindo.

"Yeah, mas você me ama do mesmo jeito."

Quinn concordou com a cabeça e sorriu mais uma vez antes de abrir a porta e desaparecer no corredor lotado de estudantes.

-x-

Rachel parou seus dedos sobre as teclas do piano quando ouviu a porta do auditório abrir. Ela pode ouvir brevemente o som das vozes que entrou junto com a loira que agora estava parada atrás da última fileira de poltronas. Quando a porta se fechou, as vozes sumiram, deixando as duas sozinhas.

"Hey," Quinn chamou e começou a descer em direção ao palco onde a pequena diva estava sentada. "Eu passei uns dez minutos te procurando."

Quando Quinn subiu no palco, Rachel chegou para o lado e esperou a loira vir se sentar ao seu lado. O banco do piano era pequeno, mas conseguiu acomodar as duas garotas. Nenhuma delas estava reclamando da proximidade.

"Eu esqueci minha terceira muda de roupa," a diva explicou com um sorriso bobo no rosto que fez o coração da loira dar um pulo. "Então, eu resolvi me esconder da Santana aqui dentro."

Quinn assentiu com a cabeça. "Bom plano. Nem um pouco previsível," ela acrescentou e riu quando a diva bateu no ombro dela de leve. "O quê? Rach, você praticamente mora aqui dentro."

"Fica quieta," ela disse sorrindo.

"Mas é verdade." A loira encolheu os ombros. "E você não tem que se preocupar. Eu vou falar com a San e pedir para ela segurar as slushies pelo resto do dia, okay?"

Rachel deitou sua cabeça no ombro da loira e deu um aperto carinhoso no braço dela.

"Obrigado, Quinn."

A loira viu naquele momento o quanto Santana estava certa. Tendo a diva tão perto, sentindo o calor dela contra si e o aquele perfume que nunca falhava em fazer com que sua cabeça girasse, Quinn sabia que ela faria qualquer coisa para poder ficar ali, exatamente onde ela estava ― ao lado da Rachel ―, nem que fosse por apenas mais um segundo.

"Sabe..." ela se viu dizendo, tão perdida na presença intoxicante da diva que as palavras estavam escapando sem que ela pensasse antes de dizê-las. "Eu não estou bêbada agora."

A diva se afastou apenas o suficiente para poder olhar a outra garota nos olhos, um sorriso entretido em seu rosto.

"Eu fico feliz em ouvir isso, Quinn," ela disse. "Seria extremamente irresponsável da sua parte aparecer para a escola nas condições que você estava durante o fim de semana."

Aquele comentário era tão Rachel que Quinn sentiu seu sorriso tomando conta de todo o seu rosto.

"Você não gostou de mim bêbada?" ela cutucou.

Rachel inclinou a cabeça para o lado. "Eu nunca disse isso," ela respondeu. "Foi interessante... Principalmente as conversas."

"Yeah, eu me lembro delas," Quinn disse.

Os olhos da diva brilharam.

"Você se lembra?" ela perguntou com um sorriso quase esperançoso no rosto. "De tudo?" acrescentou porque ela precisava ter certeza.

A loira apenas assentiu com a cabeça.

"Tudo?" ela repetiu quase em um sussurro.

"Sim, Rach. Tudo." Sentindo seu coração acelerar mais uma vez, ela respirou fundo antes de levantar sua mão e leva-la ao rosto da diva. Ela observou seus dedos traçarem delicadamente a bochecha da morena, sentindo a pele suave sob a ponta deles. "E se eu não estou enganada, você me deve um beijo."

Seu coração agora estava batendo tão forte que ela tinha quase certeza de que a outra garota podia ouvi-lo e ela estava sentindo sua cabeça cada vez mais leve, talvez pelo fato de que ela tinha se esquecido de momentaneamente como se respira. Mas respirar parecia algo supérfluo quando Rachel Berry estava tão perto dela, aquele sorriso perfeito no rosto fazendo com que arrepios descessem pelas costas dela.

Yep, ela definitivamente não precisava respirar.

Mas ela ficaria muito puta se ela morresse antes de conseguir aquele beijo.

"Eu devo?" Rachel perguntou com seu melhor tom de falsa inocência.

Quinn assentiu com a cabeça.

Chegando mais perto da loira, Rachel foi se inclinando para frente bem devagar para frente. Ela sentiu os dedos delicados da outra garota deslizarem pela sua bochecha mais uma vez, descendo até chegar ao seu pescoço e depois nuca, fazendo com que ela tremesse de leve.

"Você tem certeza?" a diva continuou provocando, adorando o jeito como as manchas verdes dos olhos da loira iam sumindo conforme a pupila dela ia dilatando. Era uma das coisas mais incríveis que ela já tinha visto. "Absoluta?"

A loira realmente não podia lidar com as provocações da diva naquele momento. Rachel estava tão perto que ela nem mesmo estava ouvindoo que ela estava falando, quanto mais entendendo. Todo o seu foco estava direcionado para o rosto que estava separado por apenas poucos centímetros do seu, aqueles olhos escuros e, principalmente, os lábios que estavam ligeiramente partidos e se movendo, formando palavras que ela não conseguia interpretar.

"Quinn," Rachel sussurrou, saboreando a reação da loira. "Eu te devo um beijo?"

Quinn não conseguia mais aguentar a tortura. Grunhindo, ela usou a mão que estava na nuca da morena e finalmente trouxe o rosto da diva para mais perto, pressionando seus lábios contra os dela. Talvez se ela não estivesse tão focada na sensação maravilhosa que era ter os lábios da diva se movendo contra os seus, a líder de torcida teria ficado envergonhada por causa do gemido particularmente alto que escapou sua garganta assim que Rachel começou a responder ao beijo.

O beijo foi longo e inocente da melhor maneira possível. A loira saboreou cada segundo, sentindo o calor da palma da mão da diva que estava pressionada contra sua coxa o perfume levemente doce que estava enchendo seus pulmões.

Quando elas se separaram, Rachel tinha o seu sorriso mais brilhante no rosto e seus olhos castanhos estavam dançando. "Eu tenho milhares de músicas românticas bregas tocando na minha cabeça nesse momento," ela sussurrou e deixou uma risada boba escapar. "E eu estou me segurando para não cantar nenhuma delas agora."

A loira balançou a cabeça gentilmente e puxou a morena para mais perto só porque ela podia. "Você sempre tem músicas românticas bregas tocando na sua cabeça, Rach."

"Quinn!" Ela bateu de leve no ombro da loira, fazendo com que ela risse. "Você conta mentiras, Quinn Fabray. Você deveria parar, não é um hábito muito saudável."

Rachel se inclinou e beijou a loira mais uma vez, apenas pressionando seus lábios contra os dela. Ela podia sentir Quinn sorrindo.

"Eu estou tão feliz por você ter lembrado," ela sussurrou.

Quinn assentiu com a cabeça e a abraçou.

"Eu também, Rach."

-x-

Sue estava apenas observando um aluno aleatório que ela tinha escolhido no corredor mais cedo polir seus troféus quando Quinn abriu a porta do seu escritório. O garoto olhou para cima e seus olhos brilharam quando ele viu a luz invadir a sala escura.

"Fora," Sue grunhiu e viu com satisfação o garoto rastejar para fora do seu escritório, batendo a porta atrás de si.

Quinn franziu. "Quem era aquele?"

"Eu não faço a mínima ideia," Sue respondeu. "Sente-se, Q! Eu te chamei aqui por um motivo e não para ficar vendo você enfeitar a minha porta. Depois de seis horas olhando aquele garoto patético polir meus valiosos troféus, considere Sue Sylvester entediada. E você sabe o que Sue Sylvester faz quando ela está entediada?"

A líder de torcida foi se sentar na maldita cadeira de plástico e balançou a cabeça de leve.

"Eu torturo pessoas inocentes para mostrar para os fracos que o mundo é um lugar cruel," ela respondeu com seu sorriso diabólico que era assustadoramente parecido com o da Santana. "Mas não foi para isso que eu te chamei aqui, também, Q. Você parece feliz, Fabray. E sua felicidade fede. Meu escritório está fedendo a felicidade agora. Eu espero que você esteja satisfeita."

Franzindo, Quinn abriu a boca. "Hmmm―"

Sue levantou uma mão para silenciar a loira. "Eu não quero ouvir suas desculpas, elas não me interessam. Sua felicidade não me interessa. Não foi para isso que eu te chamei aqui, Q. Mas você continua me distraindo com coisas inúteis e eu acabei esquecendo o verdadeiro motivo, então eu farei você correr dez voltas a mais no treino de hoje para compensar pelos segundos valiosos da minha vida que eu estou perdendo olhando para a sua cara e tendo que sentir a sua felicidade fedorenta. Isso e porque eu estou entediada, também."

"Treinadora!"

"Quieta. Eu acabei de lembrar o motivo para eu ter te chamado. Eu também lembrei que esqueci Bob trancado dentro do banheiro desde a semana passada e ele provavelmente deve ter morrido de fome."

"Quem é Bob?" Quinn perguntou, mesmo sabendo que provavelmente se arrependeria de ter feito a maldita pergunta.

"Meu cachorro."

A HBIC franziu novamente. "Você tem um cachorro?"

"Cinco, na verdade," Sue respondeu. "Mas eu sempre esqueço onde eu os prendi. Mês passado, encontrei Lili presa dentro do quarto de ferramentas da casa do vizinho. A maldita estava se alimentando de ratos e insetos, mas ela ainda estava viva. Você sabe qual a lição que aquela Pinscher caolha me ensinou, Q? Que ratos são uma fonte rica de vitaminas. Oh, e que apenas os fortes sobrevivem nesse mundo! Até os cachorros sabem disso."

Quinn não tinha nenhum comentário para aquilo.

"Mas não foi para isso que eu te chamei aqui. Pare de me distrair!"

"Eu não―"

"Quieta. Como eu disse no início dessa conversa, eu estou entediada." Sue suspirou e tirou os óculos do rosto, jogando-os em cima da mesa. "Já se passaram semanas desde que eu bolei meu plano perfeito e Schuester ainda está andando pelos corredores com aquele sorrisinho estúpido no rosto. Todo passo que aquele homem dá, eu ouço o som daquelas crianças desafinadas cantando no meu ouvido. E isso me deixa furiosa! Streisand ainda está naquele clube, Q. Explique-se!"

"Nós estamos tentando," Quinn exclamou.

Sue bufou. "Não é o suficiente!"

Sentindo um arrepio desagradável, a líder de torcida encarou a treinadora com sua melhor máscara de indiferença. Mas, por trás da máscara, ela podia sentir o desespero crescendo exponencialmente. Aquilo não fazia parte do plano; Sue já deveria estar desistindo daquela loucura, mas a loira podia ver a determinação brilhando nos olhos da treinadora.

Sue não ia desistir tão facilmente.

"O que você quer dizer?" Quinn murmurou.

Aquele mesmo sorriso diabólico apareceu no rosto da treinadora.

"Hora de abrir a temporada de caça, Q."


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