Natural Born Killer escrita por AbyssinWonderdead


Capítulo 2
CAPITULO 2: CÃES NÃO SÃO LEGAIS…




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CAPITULO 2: CÃES NÃO SÃO LEGAIS...

A chuva caía forte nas ruas quase desertas de Manhattan, minha tia pisava fundo no acelerador enquanto Leena e Ryan olhavam para trás e para as janelas, preocupados. Ela tirou uma coisa metálica da mochila e deu para Ryan que começou a morder e comer a lata de metal.

O céu lá fora estava muito escuro por conta da tempestade e o tempo começava a ficar frio. Olhei para a janela e vi as pessoas que passavam na rua, calmas e despreocupadas (ou era o que pareciam) pela chuva com seus guarda-chuvas.

Vi Leena arregalar os olhos quando olhou para trás, olhei e vi, coisas voadoras e um cão seguindo a gente. Minha tia acelerou mais e costurou o movimento de carros que havia aumentado na rua.

E então as criaturas haviam sumido e a chuva parado repentinamente.

Já estávamos chegando a Long Island, com um caminho suspeitamente calmo, minha tia ainda dirigia o carro a toda velocidade sempre olhando para o retrovisor, para ver se estava sendo seguida. Olhei para trás, estava tudo claro, um céu azul com algumas nuvens escuras, mas sem indicio de mais chuva.

Ouvi um barulho e me virei para olhar, junto com Leena e Ryan. Dois vultos enormes passaram por nós. Meu corpo estremeceu e voltei a olhar para a frente.

–Tia… – chamei com a voz estranha. Rouca. – Tem alguma coisa atrás de nós…

– Não um, nem dois… – disse Leena – deve haver mais… Escondidos e virão ao seu encontro.

– Não demoraria muito, eu sabia! – ela bateu no volante e voltou a olhar para a frente.

– Por que você não me disse nada?

– Sua mãe queria que eu não te contasse, seria pior se você soubesse.

– Meu  pai me deixou por nada, não foi?

– Ele não queria te deixar, ele foi obriga...

– SRA. MARY CUIDADO! – Leena gritou de lá de trás.

Tentou desviar, algo havia parado na nossa frente. Era um lobo? Não… Um cachorro, enorme e preto. Os olhos pareciam fogo derretido, flamejantes, vermelhos

– Ah! – exclamei assim que vi a coisa.

– Saiam do carro! – minha tia disse rapidamente, e antes que pudesse dizer alguma coisa, minha tia voltou a dizer: – Saiam do carro!

Mais um cão enorme surgiu, eram dois, um já estava me preocupando, imagine dois! Ouvi os cães rosnarem, com os dentes enormes para fora.

– O que são aquelas coisas?!

– Cães infernais – olhei para Leena quando ela disse aquilo. Nas histórias, cães do Mundo Inferior, cães de Hades. – Vamos! O lugar não é muito longe daqui.

– Tome – minha tia me estendeu um bracelete aparentemente pesado e preto, agarrei-o e senti que era realmente pesado. – Vê o botão prateado? Aperte-o quando precisar. Agora VÁ!

Coloquei-o no braço e abri a porta do carro de trás, do meu lado. Olhei para Leena e ela tinha alguma coisa nas mãos, um punhal como o que Ryan matara a Fúria.

– Como vamos passar por ele?! Algum dos dois espertos aí tem um plano? – estava irritada, e com medo. Nada podia me deixar pior. – Hein?!

– Lute – Leena me deu uma adaga de bronze e olhou para os cães.

Os cães rosnaram e começaram a correr na nossa direção. Um sorriso veio em minha mente. Um sorriso branco e alegre, o ultimo sorriso que minha mãe me dera antes de morrer. Minha mãe me veio na cabeça, depois uma leve imagem do meu pai surgiu ao lado dela ou a imagem de como eu havia imaginado meu pai durante todos esses anos. Alguém me ajude! Pedi em minha mente.

Um dos cães vinha na minha direção e olhei para seus olhos vermelhos flamejantes. Por um pequeno momento o medo sumiu e me senti corajosa o suficiente para atacar aquela coisa negra.

– Nicole! Saia daí! Corra! – Leena e Ryan gritaram ao mesmo tempo.

Olhei para os dois e corri, o cão foi mais rápido. Ele deu um pulo para me atacar, caiu em cima de mim, a lança tinha fugido de minhas mãos. Senti calafrios. Senti algo quente em meu braço esquerdo, gritei.

Virei o rosto e vi Leena lutando contra o outro cão, bloqueando as garras e atacando, o cão deu-lhe uma patada no braço e antes que caísse, desferiu um corte no peito do animal, que caiu e desapareceu.

Logo Leena caiu no chão, sem se mexer.

– Ei! – Ryan jogava pedras no bicho em cima de mim. O cão correu para ele e o arremessou para longe, caiu na grama, e não se mexeu. Agarrei a adaga e corri na direção do cão, e por um momento achei que estivesse em uma espécie de modo automático e lutei com o cão, desviando de suas garras e mordidas, até que vi uma brecha e enfiei a adaga na garganta do cão.

A lâmina penetrou em sua garganta e o cão caiu gemendo na minha frente. Me senti zonza, e algum lugar do meu corpo ardia e doía. Procurei, e encontrei, meu braço… Mas como? Aquela coisa tinha conseguido me morder sem eu perceber? Mas… Mas quando? Olhei de novo para o cão, ele se dissolvia em sombra e era absorvido pela terra até desaparecer. Dei um sorriso para o nada onde outrora estava o cão, a adaga no chão, limpa, sem sequer estar suja de sangue.

Peguei-a no chão e olhei em volta.

Olhei para um pouco longe, Ryan e Leena estavam na grama, cada um caído em um canto, corri até Ryan.

– Ryan! – caí ao lado dele. Ryan estava sentado mas gemia de dor – Você está bem?

– Não muito… – Ryan olhou para onde Leena estava, depois olhou para meu braço. – Está ferida…

Nos levantamos e fomos quase rastejando até Leena. Estava com enormes arranhões nos braços onde a pata a acertara e apertava os olhos.

– Você e Leena são complicadas… – ele começou a carregar Leena pelo ombro. – Temos que ir, a Colina Meio-Sangue é a poucos minutos daqui…

– Colina o quê? – não entendi.

– Depois eu te explico.

Encolhi os ombros e voltei ao carro de minha tia… Graças a deus ela estava bem.

– Tia… – chamei colocando a cabeça dentro da janela do carro. – Tia? – chamei de novo, ela estava agachada nos dois bancos de trás.

– Nicky… – ela me chamou pelo apelido que minha mãe me chamava, sorri. – Está tudo bem?

Confirmei com a cabeça.

– Você tem que ir… Vá com Ryan, ele te dirá. – ela foi para o banco do motorista e engatou a chave, o carro roncou baixo. – Tenho que voltar. Adeus Nicole.

Sorri novamente.

E a vi indo embora, de ré, depois deu uma manobra pelo meio da pista, e foi embora.

Voltei para onde Ryan seguia com Leena nos ombros, peguei um braço dela e ajudei Ryan a carregá-la até a Colina.

Ryan sorriu e apontou para o topo da colina, para um pinheiro.

– É lá? – eu perguntei.

– Sim. – ele respondeu com entusiasmo. – Vamos.

Parecia ser uma colina comum, achei que fosse fácil de caminhar, era alta e um pouco inclinada demais, e escorregadia. Leena ficava cada vez mais pesada a medida que avançávamos, me senti zonza de novo, meu braço mordido estava dormente, e ainda pingava gotas de sangue da manga da blusa destruída. Aguente mais um pouco. Pensei. Estamos chegando.

Minha visão estava ficando escura… Mas o dia estava claro! Tinha sido só uma mordida! Como era possível?

Ouvi um grito agudo, talvez como o de uma águia e vi três enormes coisas voando em nossa direção.

– Harpias! Vamos! Tente correr, Nicole! Corra!

Eu tentei, mas era uma difícil, me sentia fraca e Leena pesava.

Me vi caindo no chão lentamente quando chegamos no topo, nada mais vi, a vista ficou preta. Ouvi cascos rápidos no chão e muitos outros passos. Depois os gritos de agonia das harpias, e pressenti que haviam virado pó.

– Ryan… – tentei sussurrar, mas nada saiu, nada que eu tivesse conseguido ouvir.

E nada mais percebi daquele momento em diante.




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Notas finais do capítulo

Vale review????