Forever Night escrita por Evelin


Capítulo 5
Curiosidades


Notas iniciais do capítulo

sem musica para este capitulo...T.T



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Curiosidades

 Segui Edward até a sala de estar, onde ele se acomodou em uma das poltronas. Eu fui me aninhar no batente da janela, o ar fresco da noite me acalmavam e apagava qualquer vestígio do aroma da garota que ainda podia estar em minha mente, esperando o momento certo de reaparecer.

-         Então quer saber, ou não? – disse Edward chamando minha atenção, afinal eu nada dissera desde que chegara da caçada.

-         Diga – murmurei sem tirar meus olhos da lua.

Ouve um momento de silencio, onde eu desviei minha atenção da lua para seus olhos. Ele me olhava de modo cético.Percebi de imediato que ele não falaria se eu não demonstrasse o interesse que ele desejava.

-         Por favor, conte, sacie minha curiosidade – pedi, mas minha voz não soou tão animada, quanto quis.

-         Boa tentativa – disse descontraído – Bem...A resposta é bem simples. Eu ouço seus pensamentos.

Levou alguns segundos até que consegui digerir a informação, e quando fiz isto, mina reação não foi tão composta quanto desejara.

-         Você o que?! – disse em voz alta, acabei me desequilibrando e caindo do batente da janela para o frio chão de madeira da sala.

Toda essa reação exagerada so provocou mais risos da parte dele. Era tão agradável ouvir o som de sua voz enquanto ria... “Não é hora de pensar nisto! Afinal ele pode ouvir!”.

DROGA!!

Eu me levantei num pulo, reorganizando minha mente, enquanto ele tentava reprimir seus risos.

-         Porque não me disse isso antes? – disse rispidamente, ele não pareceu se intimidar em nada, talvez porque sabia a confusão que se passava em meu interior.

-         Não houve um momento adequado para poder se dizer isto. – respondeu ainda descontraído.

-         Momento adequado?! – rosnei – não a momento adequado para se dizer isto, apenas se diz!

-         Desculpe-me, é que você me parecia tão confusa antes, não havia necessidade de dizer. Pensei em lhe contar quanto estivesse mais controlada – se desculpou estupidamente

-         Ah, e agora eu estou muito mais controlada – disse ironicamente me virando para a janela – eu quase ataquei uma garotinha antes.

-         Desculpe-me – sua voz soou atrás de mim, ele devia estar a uns trinta centímetros de distancia. Eu não quis me virar para encara-lo. Mas sua voz estava amargurada...Arrependida.

-         Então...Você houve meus pensamentos – disse me virando, percebi que ele havia se afastado de volta para a poltrona - como isso funciona, pra você?

-         Pra mim? – perguntou.

-         Eu...Bem, eu já conheci outros leitores de mentes antes, e cada um é diferente do outro, o dom nunca se repete, sempre varia – expliquei rapidamente – como funciona pra você?

-         Posso ouvir tudo que passa pela sua mente, o que você estiver pensando agora, eu estou ouvindo – disse ainda avaliando minhas palavras anteriores.

-         Imagino que não possa bloquear isto, não? – perguntei. Uma pequena esperança de que ele dissesse que sim, que poderia bloquear, pulsou em meu intimo.

-         Desculpe, mas eu não consigo – e a esperança afundou e se espatifou – embora eu quisesse muito poder fazer isso.

-         Deve ser bem desagradável ouvir aquilo que às vezes não deveria ou queria – comentei me sentando novamente ao batente da janela.

-         Digamos que às vezes é...Desconfortável – disse dando um sorriso tristonho.

-         Imagino.

Eu voltei a me sentar à janela, observando a lua, receosa de pensar o que não deveria, e percebendo o quanto ele deveria saber de mim, embora minhas lembranças das quais imagino ele tenha ouvido, não eram auto-explicativas e deviam tê-lo confundido, do que esclarecido algo.

-         Esta correta – disse me arrancando de meus pensamentos.Eu o encarei hesitante - estou confuso sobre varias coisas a seu respeito. E devo admitir, extremamente curioso.

Ele queria saber sobre mim? Há quanto tempo eu não conhecia alguém que queria saber sobre mim? De fato há quanto tempo eu não conhecia alguém?

Porem minha historia não era feliz ou interessante. Não era uma historia da qual eu ficasse animada em contar, embora houvesse seus momentos dourados.

Mas...Porque não contar? Afinal ele me salvara de virar uma assassina. Revelar um pouco do mistério que me formava, era o mínimo que podia fazer. Não?

-         O que quer saber? – perguntei cautelosa.

-         Que tal pelo seu sobrenome? – respondeu prontamente – você tem um?

-         Porque as pessoas se apegam tanto a sobrenomes? Afinal é só um nome – disse revirando os olhos.

-         Esta fugindo da pergunta – ele era esperto demais...Droga – tem ou não?

-         Claro que tenho – disse - Grings. Evelin Daman Grings.

-         Um belo nome – comentou

-         Já que tocou no assunto de nomes, e o seu? – perguntei

-         Porque quer saber? É só um nome afinal – brincou

-         Pois é, mas já que estamos trocando informações, por que não saber o seu? Mesmo que seja só um nome – disse com um sorriso nos lábios.

-         Bem, já que insiste –resmungou - Edward Anthony Masen Cullen.

-          Edward Cullen – avaliei a sonoridade de seu nome – é um belo nome...Mas não ficaria muito bem como autor de algum livro.

Ele me olhou curioso, eu apenas encolhi os ombros. Era melhor ele não tentar entender tudo que eu dissesse ou pensasse, afinal eu mesma não entendia metade do que passava por minha cabeça.

-         Mas alguma curiosidade a meu respeito senhor Cullen – perguntei formalmente, tentando imita-lo.

-         Só algumas dezenas – disse com um sorriso torto.

-         Dezenas? Então você esta indo muito bem.  Eu mesma tenho milhares de curiosidade a meu respeito – murmurei.

Ele deixou esta passar e foi logo fazendo outra pergunta

-         Qual a sua idade? Você parece bem jovem fisicamente, mas é bastante madura – disse.

Eu madura? Sempre achei que fosse maluca. Às vezes eu agia de modo maduro...Quando a situação exigia isto.

-         Tenho... 19 – hesitei vasculhando minha mente para saber se a informação estava correta. Eu havia perdido a noção do tempo a alguns meses atrás. 

-         19? – repetiu levemente impressionado. Eu o encarei curiosa por sua reação, e ele explicou assim que notou – parece ser bem mais jovem. Eu lhe daria uns 16 anos.

-         Bem, feiticeiras envelhecem com muita mais lentidão, embora nossa mente se desenvolva muito mais rápido que o normal.

-         Verdade? – disse interessado

-         Sim, eu, por exemplo, me lembro dos meus dois anos de idade com clareza, eu já sabia falar fluentemente, ler, eu...Já entendia varias conversas que crianças so iriam compreender aos cinco anos. – disse perdida em pensamentos

-         Fascinante – sua voz fascinada me arrancou de seus pensamentos.

Meus olhos vagaram para os seus, eles brilhavam a luz do luar, de um modo sereno...Embora irradiassem confiança. Era como um sol...

-         Você sempre pôde ouvir a mente das pessoas? – a pergunta saiu por meus lábios sem eu realmente prestar atenção – digo...Antes de se tornar um vampiro...Você conseguia...

-         Acho que sim. – “acho?”, ele notou este meu pensamento, e foi entre um sorriso que o respondeu – não me lembro da minha antiga vida tão claramente como você. É impressionante como você se lembra de sua vida, aposto que não se esquecera de nada.

Eu desviei meus olhos dele, e voltei a encarar a lua. Eu não deveria lembrar com tanta clareza? Fiquei tão aliviada de poder lembrar de tudo, tanto das alegrias e tristezas. Afinal era minha vida, por pior que fosse...

-         Você se agarrou tanto a elas enquanto se transformava – comentou casualmente

-         Elas são tudo que eu tenho, tudo que não podem ser arrancado de mim – murmurei, deixando que as palavras fluíssem sem repressões, afinal eu queria ser sincera desta vez – São meus tesouros, minha fonte de razão e força. Por pior que tenha sido, por mais alegre que foi, é a minha vida, é o que me faz ser esta pessoa. Eu...Não seria nada sem elas.

Ouve um minuto de silencio, em que me obriguei a olha-lo. Ele me observava pensativo. Digerindo cada palavra minha. A cada momento eu estava gostando mais dele. Pelo menos não era uma tortura falar com ele, era fácil e agradável. E pela primeira vez em anos, eu quis ser sincera.

-         Eu me agarrei a elas, num ato de desespero. Elas eram o único consolo em meio a tanta dor. – disse como se confessasse um crime.

-         Elas parecem lhe fazer bem – murmurou

-         Elas são o meu único bem – disse sem conter um suave sorriso.

E o sorriso torto apareceu em seus lábios.

-         E você? – perguntei – quantos anos tem?

Ele me olhou pensativo, antes e responder.

-         17 – disse displicente.

Eu o olhei presunçosa.

-         Eu sou mais velha que você. – disse satisfeita.

-          Dois anos, apenas – ele tentou amenizar minha satisfação, mas não conseguiu.

-         Nem que fosse um dia, ainda seria mais velha – disse provocando.

-         Porque essa necessidade em ser mais velha? – perguntou.

-         Bem, grande parte de minha vida estive ao lado de pessoas mais velhas, que pela idade se achavam mais sábias e experientes do que eu. A ponto de acharem no direito de mandarem – disse rapidamente

-         E o que isso tem haver com ser mais velha do que eu agora? É mais sabia e experiente do que eu?

-         Não, não é isso. É que me agrado com o fato de ser mais “madura” de algum modo. – disse entre risos – é que, minha mente acabou por relacionar idade a poder. De alguma forma os mais velhos mandavam nos mais jovens, tendo assim uma vida mais segura. Eles não fugiam...

-         Sentia inveja deles? – perguntou

-         Não, exatamente...Lógico que a vida sem fugas e mudanças constantes me era de muitas maneiras desejosa. Mas eu não consegui me adaptar a aquela vida. – balancei a cabeça categoricamente, com as lembranças – eu não gosto muito de seguir tantas ordens.

Fiquei em silencio, perdida em pensamentos, lembranças para ser mais exata. Sabia que Edward estava a me observar da poltrona, e a ver tudo que se passava em minha mente. Mas eu não consegui parar meus devaneios, de fato, não quis. A cada minuto queria que ele soubesse mais sobre mim, e não sabia exatamente o porque. Mas eu não estava certa se isso seria algo tão bom ou certo. Ele me parecia tão humanitário quanto Carlisle, e talvez ao tomar consciência de meus atos se afastaria horrorizado ou enojado.

E pior de tudo eu sabia que ele estava ouvindo esses exatos pensamentos.

-         Quer saber...-comentou casualmente – agora tenho milhares de curiosidades a seu respeito.

Ele abriu um sorriso torto, que não tocou seus olhos que permaneceram sérios.

-         Não mais do que o normal – brinquei.

Ele nada disse, apenas continuou a me observar intensamente. E isto foi desconfortável.Era como se ele visse meu intimo, minha alma, minhas verdades, e pecados...

-         Não sei se devo lhe contar minha historia – murmurei.

Ele me olhou com uma certa ânsia, ânsia por saciar suas perguntas. Afinal, alguém como ele, não deveria ser pego por tantas perguntas deste modo. Mas eu era um ser particular, capaz de confundir até mesmo alguém onde a mente de todos não era um mistério e sim um livro aberto.

-         E se eu prometer contar a minha? – propôs

Sua historia? Devia ser tão simples, normal e em grande parte feliz, que por ironia da vida terminara de um modo nada previsível.

-         Porque não quer me contar a sua? – perguntou

-         Porque eu não quero ver em seus olhos as emoções que vi em tantos outros depois que tomaram consciência de minha vida – disse em voz baixa.

-         Conte e veremos – disse por fim.

Eu olhei para a noite, a fresca brisa tocou minha face suavemente. A lua brilhava incansavelmente no céu.

Levaria um bom tempo para contar a minha historia, mas aquela noite, parecia que iria durar o tempo necessário.

Eu voltei minha atenção para Edward, que notei, ter se ajeitado na poltrona, para prestar total atenção em mim.

Eu me intimidei um pouco, não gostava de ter tanta atenção assim, no geral, eu preferia ser aquela que ninguém nota a presença. Era mais fácil assim para mim, ou pelo menos era...

Afastando essa sensação de vergonha, e esses pensamentos desnecessários, me concentrei em minha biografia.

-         Bem...Vamos lá então – suspirei, prestes a contar a minha vida para um desconhecido. Eu nunca fizera isso. E estranhamente eu estava ansiosa por fazer...

Ansiosa por pronunciar cada aventura minha em voz alta. Cada não...A maioria pelo menos, as mais essências.

De qualquer modo, ansiosa por ser sincera.

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

este capitulo está bem curto e admito que não foi o mais criativo...prometo que o proximo será de tirar o folego



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