Forever Night escrita por Evelin


Capítulo 4
Caçadas


Notas iniciais do capítulo

Escrito ao som de radiohead - 15 step



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Caçadas

 Fiquei a me observar no espelho, enquanto Edward buscava roupas mais adequadas para mim. Afinal minhas vestes estavam imprestáveis. Meu vestido que antes era deslumbrante, agora não passava de um trapo rasgado em vários pontos e sujo de sangue. A barra da saia estava toda rasgada e desfiada, havia um enorme rasgo na altura da minha barriga, as costas do vestido também estavam rasgadas em vários locais, e grossas manchas de sangue cobriam o busto. Não era uma imagem nada agradável.

Edward voltou minutos depois com uma troca de roupas limpas e seu rosto levemente torcido em desculpa

-         Infelizmente so dispomos de roupas masculinas – ele se desculpou.

-         Não há problemas – disse pegando as roupas das mãos dele – tudo é melhor que isto – eu apontei para o que fora um vestido – onde me visto?

Edward me conduziu a um quarto não muito longe da sala, onde pude me trocar com privacidade.As roupas não ficara tão ruim assim, puxei as mangas da camisa na altura dos meus cotovelos, o único problema foi à calça que ficara larga demais na cintura.

-         Edward – o chamei insegura botando a cabeça para fora do quarto. Não levou nem dois segundos para ele aparecer na minha frente, o rosto despreocupado.

-         Algum problema? – perguntou

-         Poderia me emprestar um cinto?

Eu mal terminara a pergunta e ele já havia desaparecido, e instantes depois estava na minha frente, me estendendo um cinto de couro preto.

-         Obrigada – murmurei

Eu amarrei a calça a minha cintura firmemente de modo que ela não caísse. Ao voltar a sala, so Edward estava lá, sentado na poltrona a minha espera.

-         Não ficou tão mal - Eu entendi os braços e dei uma volta mostrando a ele o efeito todo.

-         Não mesmo – seus olhos me estudaram por um momento

Eu olhei ao redor, e não havia sinal de Carlisle, onde ele estaria?

-         Ele teve que sair para resolver uns assuntos. – disse Edward

Eu o encarei cautelosa, por fim deduzi que minha expressão tivesse denunciado meus pensamentos. Ele soltou um risinho.

Assuntos? Porem não estava tão curiosa a ponto de perguntar quais assuntos seriam estes, afinal minha sede era maior.

-         Espero que não se importe de caçar apenas comigo – comentou se levantando

-         Porque me importaria? – foi uma pergunta retórica, e ele pareceu entender isto. Algo raro.

Ele apenas sorriu e se dirigiu a janela aberta.  Subiu no batente e fez sinal para que eu o seguisse, logo em seguida se jogou.

 Eu deslizei até a janela, e olhei para baixo, era uma queda considerável, e ele estava lá me esperando.

-         Vamos! – me incentivou.

Eu hesitei. Se lançar de grandes alturas nunca me agradou. Principalmente por vários episódios que acabaram de modo humilhante e doloroso.

Mas agora eu era uma vampira, isto devia significar de algum modo, alem do fato de sentir sede por sangue. Eu era ágil não? Eu deveria ser capaz de cair alguns metros sem causar algum dano a mim ou a qualquer outra coisa.

Foi com este pensamento que eu me lancei da janela, e cai suavemente na ponta dos pés no frio chão do que me pareceu ser o jardim da casa. Eu me endireitei e o vi me encarando pensativo.

-         Foi tão ruim assim? – murmurei.

-         Foi ótima para uma primeira vez – disse com um sorriso torto, que por sinal era lindo – Será que consegue correr também?

Eu revirei os olhos.

-         Veremos, é so indicar para onde ir – disse friamente.

Eu mal terminara a frase ele já havia disparado. Meu corpo tremeu, ansioso para correr, para persegui-lo. E quando dei por mim, eu estava disparando pela floresta que se estendia do jardim da casa. A sensação era enervante, melhor do que qualquer coisa que eu já teria feito, eu acho, afinal minhas memórias ainda estavam embaçadas, de modo que eu não conseguia ter certeza. Mas eu sabia que nunca na vida eu tinha corrido de tal modo, em tal velocidade. E isto me pareceu tão natural, era tão simples desviar das arvores que vinham em minha direção, perigosamente, de modo que eu não me esforçava muito para prestar atenção. Em vez disso eu me ocupava em aproveitar esta sensação de total liberdade.

Edward estava logo a minha frente, eu acelerei de modo a ficar a seu lado. Eu queria ultrapassa-lo, mas não sabia para onde estávamos indo, então precisei que ele me guiasse.

Ele pareceu perceber isto, pois eu notara aquele sorriso torto tomar seus lábios novamente.

Corremos para o norte, por uns dez minutos, até que Edward desacelerou. Eu não estava com a mínima vontade de parar, se pudesse eu correria por alguns dias sem parar, pois parecia que eu não me cansava disto. Contrariando minha vontade, me forcei parar, e quando o fiz um cheiro intrigante me chamou a atenção.

-         Estamos perto – disse Edward – sente o cheiro?

Confirmei com a cabeça. Este cheiro não era tão doce, quanto eu queria, de fato não me parecia muito saboroso. Era disto que eu iria me alimentar? De repente a caçada não me pareceu tão encantadora quando antes.

Edward me conduziu entre algumas arvores, suavemente, até que pude ver um bando de cervos pastando numa clareira um pouco adiante.

O cheiro ali era mais concentrado, ainda não era tão saboroso quando eu teria desejado, porem me parecia comestível...

Edward me encarou pacientemente por um tempo

-         Então? – perguntei. Afinal eu não fazia idéia do que fazer.

-         É so atacar – disse displicente

-         Como? – perguntei me sentindo uma idiota.

Pela expressão de Edward isto parecia à coisa mais natural do mundo, e que eu deveria saber o que fazer em seguida. Imagino que eu já deveria estar em cima de algum daqueles animais sugando sua vida. Mas nada me vinha a mente, como agir, ou o que sentir.

-         Acho melhor eu mostrar – comentou, sua testa se vincando.

-         Seria melhor mesmo – murmurei.

Ele se agachou minimamente e deu um salto em direção aos animais, agarrando um cervo pelo pescoço e cravando seus dentes. Ele era tão elegante enquanto fazia aquilo...

Num instante minha mente compreendeu o que fazer, e meu corpo tremeu em desejo por fazer aquilo, principalmente pelo cheiro do sangue do animal que invadiu o ar, atiçando minha sede. 

Eu disparei atrás do bando que havia fugido ao ataque de Edward, não demorei nem ao menos um minuto para agarrar um enorme cervo pelo pescoço, o animal caiu e nos rolamos alguns metros, até que eu estava em cima dele com os dentes cravados em sua jugular.

Assim que meus dentes rasgaram sua pele, um líquido quente e viscoso desceu por minha garganta, era quente, mas de algum modo apagava a queimação em minha garganta. O gosto não era tão ruim, de fato até que era saboroso, e me trazia uma sensação agradável, quase que um frenesi.

Assim que eu havia sugado todo o sangue do pobre animal eu me afastei rapidamente da carcaça, sentindo um leve nojo de mim mesma.

Eu me virei e vi Edward encostado em uma arvore me observando.

-         Não se preocupe, você acaba se acostumando com isto – disse seriamente.

-         Com o que? – perguntei

-         Com tudo – disse vagamente.

Eu abri minha boca para contestar suas palavras, mas meus olhos vagaram para suas vestes, impecáveis, e dispararam rapidamente para as minhas, sujas de terra, pêlos e algumas gotas de sangue. E minha pergunta mudou de rumo e sentido

-         Como consegue? – eu indiquei suas roupas limpas.

-         Questão de pratica – disse presunçoso.  O sorriso torto reaparecendo.

Eu voltei a olhar a carcaça do animal.

-         Compreendo o que carlisle quis dizer – comentei

-         Sobre?

-         Sobre decidir quando uma vida acaba – eu me virei e percebi com pequeno sobressalto que ele estava a menos de um metro de distancia me olhando intensamente.

-         Compreende agora por que vivemos de sangue animal?

-         Sim, mas ainda não concordo, plenamente – disse displicente.

Ele me olhou confuso;

-         Não concorda?

-         Não. – disse passando a frente dele, indo em direção a clareira, agora fazia.

-         Poderia saber o motivo? – disse. Notei um alto teor de curiosidade em sua voz

-         Em primeiro lugar este é o meu ponto de vista, esta bem? – ele concordou com a cabeça num movimento frenético – mas...A meu ver, as vidas de alguns humanos não valem mais que a de animais. De fato alguns são exatamente como animais. Então por que, poupar?

Ele me olhou hesitante, sua testa vincada e seus lábios apertados em uma linha severa.

Eu disse algo tão ruim assim?  “Devia ter ficado calada” disse minha consciência. Uma ânsia de ânimo me tomou ao ouvir aquela voz tão conhecida.

-         Perdão – disse por fim.

-         Não tudo bem – apressou-se a dizer. Pelo visto estava perdido em pensamentos – imagino que não deve ter tido boas experiências com as pessoas. 

-         Digamos que sim – eu dei um sorriso sombrio, o que atraiu sua atenção e curiosidade.

-         Fico imaginando o que você deve ter enfrentado – disse me encarando intensamente.

-         É melhor não imaginar tanto, se não quiser ter pesadelos – disse displicente.

Eu me virei e caminhei vagarosamente pela clareira, meus olhos vagando para o céu e para a lua que banhava o cenário com sua luz prateada, deixando tudo tão suave...

Então ele estava a meu lado, seguindo meu passo lento quebrando o silêncio com aquela voz suave e bela.

-         Ainda esta com sede? – perguntou.

Eu me avaliei por um curto momento. No geral, não havia mais queimação em minha garganta, e me sentia mais alerta.

-         Chega de sangue por hoje.

Eu ergui o rosto para sorrir para ele, e vislumbrei seus lindos olhos dourados me observando carinhosamente.

-         Porque seus olhos são dourados? – a pergunta saiu de meus lábios sem meu consentimento. Porem não me importei

-         É por causa do sangue animal. Com o tempo o seu também ficara assim, se decidir seguir esta dieta – esta ultima parte ele conclui de um modo mais sério.

Eu baixei os olhos para o chão, pensativa. Eu não via interesse em caçar humanos...E esta dieta de animais não me parecia tão horrível assim, de fato, não foi difícil me imaginar vivendo de animais.

-         Por enquanto não vejo problemas com esta dieta alternativa – conclui.

Ao voltar a encara-lo, vi que seu rosto estava tomado por um sorriso, suave porem contente.

Ficamos a nos observar por um certo tempo. Seu olhar era tão intenso...Quase hipnótico e não havia em mim vontade ou força para desviar os meus olhos dos dele.

Parecia que ele procurava algo em meus olhos, respostas talvez...

      Por fim ele quebrou o silêncio

-         Acho melhor irmos, já que não quer mais caçar. – disse em voz baixa.

-         E você? Não quer caçar mais? – perguntei, enquanto ele apressava o passo ficando a minha frente.

-         Não estou com sede – disse depois de um tempo.

De repente uma idéia tola me veio em mente

-         Você caçou apenas para me ensinar? – perguntei.

Ele me olhou de relance, por sobre o ombro, antes de responder.

-         Você parecia não saber o que fazer – disse descontraído

E de fato eu não sabia o que fazer. Eu não tinha idéia de como agir, até ele me mostrar. Uma pequena parte de mim ficou lisonjeada por aquele ato tão compreensivo dele, afinal eu não me lembrava de muitos que haviam me ajudado como ele fizera.

Já outra parte, esta bem maior e mais orgulhosa que a outra, se sentiu como uma criança tola, que precisava ser ensinada e isto não agradou. Eu não gostava de ser dependente...Eu detestava ser a criança tola.

Ele se virou para mim, parecendo um tanto confuso.

-         Esta brava comigo? – perguntou.

Eu não havia percebido que minha irritação tinha tomado minhas feições...Ele parecia ser muito perceptivo.

-         Não, não é você – suspirei – é toda essa situação. É...Demais para mim. Eu sinto como se fosse enlouquecer.

-         Não se preocupe, logo você se acostumara – disse complacente.

-         Ai que está! – resmunguei – eu não quero me acostumar. Estou cansada de me acostumar...Cansada de mudar.

Então minhas lembranças vieram, à tona, de modo lento e suave...E fui me lembrando de tudo...De toda minha vida...Ainda havia memórias vagas e embaçadas...Mas eu tomei uma vasta consciência de minha vida antes daquela trágica noite. E notei o quão minha vida não fora agradável, e o quanto eu fui obrigada a mudar...

Edward ficou a me fitar, sem nada a dizer. Pela primeira vez ele não quebrou o silêncio.

-         É melhor irmos – murmurei.

Eu comecei a andar sem rumo, sempre em frente. Edward não me guiou, na verdade ele nada disse. Eu so podia ouvir seus passos atrás de mim, nada mais.

Não sei por quanto tempo andamos, não me importei em contá-lo. Afinal estava ocupada demais, refletindo sobre meu passado, este meu presente confuso, e o meu futuro mais do que incerto...

Eu não sabia o que fazer...Para onde ir. Pela primeira vez eu estava sem idéias, sem um plano.

Desejei que Loius estivesse aqui, que meu doce amigo, me guiasse desta vez. Pois ele sempre fizera isto, através de seus sábios conselhos, ele me indicava o caminho.

Desejei ouvir sua voz, ouvir suas frases absurdas capazes de dar esperanças a qualquer um.

Mas ele estava muito longe, e desta vez não poderia me ajudar.

Não pode depender dele para sempre” disse minha consciência. E essa verdade me irritou, eu não queria concordar, mas precisava.

Estamos sozinhas desta vez”, e isto me assustou. Desta vez eu não fazia idéia do que aconteceria comigo, não havia nada em minha mente que pudesse me auxiliar agora. Era tudo incrivelmente novo, o que me assustava.

Quando dei por mim estávamos à beira da floresta, e logo à frente galpões se estendiam, por um bairro pobre. O som de conversas escandalosas vieram até mim, e dezenas de aromas diferentes me atingiram.

Edward veio se postar a meu lado

-         Onde estamos? – perguntei confusa.

-         Bem longe de casa – murmurou. Eu me virei para vê-lo melhor, e notei seu rosto enrugado em desagrado – basicamente do outro lado da cidade.

-         Por que você não me disse que eu estava indo para a direção totalmente errada?!

-         Estava distraído – respondeu.

-         Com o que? – perguntei.

Ele nada disse, apenas encolhei os ombros. Esse Edward era de poucas palavras, o que o tornava um mistério. Eu não me agradava muito com mistérios...Embora fosse um.

-         É melhor ir na frente – disse por fim – afinal, se não percebeu, sou nova na cidade.

Ele soltou uma fria risada.

Nos disparamos pela noite, por sobre os prédios. Desta vez Edward à frente, afinal eu não fazia idéia de onde se localizava sua casa. Eu não fazia idéia de nada.

Desta vez fiquei mais interassada em sentir o aroma do ar e os diversos sons que chegavam a meu ouvido do que em refletir sobre minha vida. Teria muito tempo para decidir o que fazer. Uma eternidade...

Os sons eram conhecidos. Risos, choros, gritos, latidos, miados ou apenas o som do vento que soprava meu rosto enquanto eu corria. Mas os cheiros...Eu nunca tinha sentindo tantos tipos diferentes de aromas de uma so vez. Salgados, azedos, amargos... Suaves e fortes, agradáveis e desagradáveis.

Até que um em particular me chamou total atenção, me fazendo parar bruscamente. Edward parou segundos depois, me olhando hesitante, porem eu não prestei a mínima atenção nele.

Minha mente estava preocupada apenas com aquele doce aroma que me invadia, era tão doce...Tão saboroso...Era indescritível. Eu o farejei, seguindo seu rastro até o peitoral do prédio, onde vi uma praça se estender logo abaixo. Havia uma garotinha...Ela estava sentada em um dos balanços.Seus cabelos loiros balançavam ao vento, que vinha em minha direção, trazendo seu doce aroma, fazendo a queimação voltar, não tão forte como antes, apenas o bastante para acordar minha sede.

O que uma garotinha como aquela, tão frágil, fazia fora de casa à uma hora dessas? De fato, esta resposta não me importava, afinal ela não ficaria ali por muito tempo...Desta vez eu sabia o que fazer. Cada ato, cada movimento vinha a minha mente naturalmente. Nada me fazia hesitar...Era simples, e fácil.

Eu mal pensara em me mover e algo já segurava meu pulso, me mantendo no lugar.

Eu me virei bruscamente, os olhos hostis, e vi a mão de Edward segurar meu pulso firmemente. Eu o encarei duramente.

-         Isso não é certo Evelin – disse rispidamente

-         O que não é certo? – eu tinha muita pratica em bancar a inocente, embora desta vez meus olhos famintos me denunciassem.

-         Aquela garotinha não merece isso – disse.

Quem é você para dizer quem merece?” Me espantei com as palavras de minha consciência, até ela havia sucumbido ao desejo de sangue.

-         É apenas uma criança – continuou a dizer – não pode ataca-la.

Quem é você para dizer o que devo fazer?!” Eu detestava que mandassem em mim, que me dessem ordens. Eu seguia meus desejos, minha idéias, eu seguia sozinha...

-         Não esta sozinha desta vez – murmurou, seus olhos não desviavam um minuto dos meus, eram intensos e confiáveis – quer mesmo ser uma assassina?

Eu... não” e internamente eu encolhi a menção daquela palavra. Eu não queria ser aquilo...E desta vez eu tinha uma escolha. Desta vez eu podia escolher.

Eu soltei o ar pesadamente, baixando os olhos, envergonhada.

Até que minha mente avaliou o que havia acontecido. Era impressão minha ou Edward havia falado num modo sincronizado com meus pensamentos? Não, não era impressão minha. Ele havia respondido a meus pensamentos.

-         Como...- eu estava preste a perguntar quando uma rajada de vento trouxe aquele aroma proibido a mim novamente, muito mais puro e intenso.

Eu me virei ansiosa, o desejo de possuir aquele sabor entre meus lábios reanimado. Eu inspirei pela boca aquele aroma, como se fazendo isso pudesse sentir o gosto e me alimentar dele.

-         Eu lhe conto, mas precisa vir comigo – disse.

Eu não me virei para encara-lo, o aroma me hipnotizava, era tentador demais...Mas uma parte de mim queria ir, queria saber o segredo de Edward. Mas não havia em mim forças o bastante para quebrar o feitiço que o perfume da criança tinha sobre mim. Se não fosse Edward eu já estaria lá embaixo, saciando minha sede.

Uma nova rajada de ar vinda de outra direção golpeou meu rosto, limpando minha mente da sede, do desejo.

-         Tire-me daqui – disse num fôlego so. Não sabia se poderia pedir isto novamente.

Edward me envolveu em seus fortes braços, e me arrastou para longe da tentação. Eu não reagi, apenas fechei os olhos para não saber o caminho de volta para a criança.

Depois de alguns minutos, talvez vinte minutos. Edward me soltou, e quando abri os olhos estávamos diante de sua casa.

Eu me joguei de costas na grama da entrada, as mãos no rosto. Eu estava tão irritada e envergonhada de mim. Irritada por não ter conseguido o que eu desejava, e envergonhada por desejar aquilo, por ter sido fraca a ponto de deixar ser comandada pela sede.

Eu ouvi seus passos ao meu lado, eu não queria encarar aqueles olhos dourados e perfeitos. Ver meu erro através deles.

-         Não se torture deste modo – disse suavemente.

E suas palavras me lembraram de minha curiosidade. Eu afastei minhas mãos do rosto e o vi a minha frente.

- Pronta para saciar sua curiosidade? – disse com seu sorriso torto.

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

espero que estejam gostando. desculpas pelos erros de gramatica...as vezes alguns escapam...

comentem para fazer uma autora feliz.

Proximo capitulo, amanhã sem falta



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