Depois de uma longa discução com meu pai, falando que não queria ir para esse tal acampamento, fui para meu quarto e adormeci.

Tudo estava difícil de uns tempos pra cá. Depois que minha mãe morreu, eu estava tentando voltar a uma vida normal. Meu pai bem que tentou, mas eu via que ele lamentava mais por mim do que por ele. Devia ser por isso que ele estava me mandando pra esse tal acampamento ''NEW MOON''. Ele queria o meu bem, eu entendia, mas não era pra ficarmos unidos nesse momento? Eu ainda me sentia vazia por dentro. Era incrível como meu coração ainda estava batendo. Acho que eu entendo meu pai, por um momento, ele não queria que eu o visse sofrer, ele queria sofrer sozinho... Ele queria que eu superasse aquilo tudo.

Me acordei ás 6:30. E ví um bilhete do meu pai ensima da minha escrivaninha:

"Filha, fui trabalhar. O onibus do acampamento chega ás 8 horas, se divirta lá, assim que puder ligo. Beijos te amo!"

Os senhor Marcos era um ótimo pai pra mim, apesar de estar sempre trabalhando. Deixei o bilhete em cima da escrivaninha e fui tomar banho. Me despi, e entrei no chuveiro deixando aquela água cair sobre meu corpo. Estaria tudo melhor se 'ela' estivesse aqui, minha mãe. Como ela me faz falta! Sai do banheiro enrolada numa toalha entrei no closet e coloquei uma

roupa

 simples, mas bonita.

. Peguei minha bolsa e desci para tomar café, mas me lemvrei que meu pai não estava lá, então decidir não comer nada.

Logo o ônibus do acampamento chegou. Me sentei sozinha, Não tava afim de puxar papo com ninguém hoje, coloquei em um playlist qualquer, e biquei observando a paisagem pela janela do ônibus.

Quando o ônibus chegou ao acampamento, esperei que todos saíssem. Eu não queria bancar a isolada, eu era a isolada, tem uma diferença nisso. Vi muita gente lá quando sai, uma inspetora onde ficavam os quartos das meninas, eu as segui. Eram pequenas casas de madeira, onde havia várias camas e várias garotas felizes. Eu comecei a pensar que meu pai queria me matar, mas desisti, eu estava me precipitando. Eu não queria bancar a garotinha frágil que perdeu a mãe, eu era forte e tinha que superar. Um nó se formou em minha garganta e eu engoli em seco. Achei uma cama vazia perto de uma garota loira, e de uma garota japonesa. Elas pareciam legais. Coloquei minha mala em cima da cama e a abri. Comecei a desfazê-la, coloquei todas as minhas roupas na pequena cômoda que havia ali. Cada garota tinha uma cômoda para guardar seus pertences. A inspetora entrou no quarto e começou a falar as regras. As regras eram básicas. Tínhamos que manter a ordem onde dormíamos, não podíamos ter nenhum contato com internet,computador,celular ou qualquer meio de comunicação, tínhamos que obedecer os honorários para acordar, almoçar, jantar e dormir e não podíamos nos aproximar da casa onde os meninos dormiam e a regra principal era sem namoro. As regras estavam ótimas pra mim, eu cumpriria todas, ia ser fácil. A garota loira se apresentou pra mim, seu nome era Júlia, ela era da Inglaterra, a garota japonesa também se apresentou, ela se chamava Sarah, era descendente de japonês, mas morava em NY. O sinal para o almoço bateu.
–Quer se sentar com agente no almoço? - perguntou Júlia.
–Pode ser. - eu não conhecia ninguém ali, acho que fazer amigos era um bom começo. Fomos para o refeitório. Havia muitos adolescentes lá. Os meninos andavam em grupos. Alguns nem davam bola para as meninas. Sentei-me com Júlia e Sarah em uma mesa, logo duas garotas, e 3 meninos se sentaram com agente. Eu me senti um pouco deslocada. Sarah se apressou em apresentar todos para mim.
–Anelise, estes são Amanda, Luiza, Chaz, Ryan e Justin.- eu os olhei , eles sorriam pra mim.-E gente essa é a Anne, é o primeiro dia dela no acampamento .
–Aqui é ótimo Anne, você vai gostar.- Chaz sorriu pra mim.
–Não é o primeiro dia de vocês aqui ? - eu estava confusa.
–Não, agente sempre veem aqui, todo verão...
–Ahh...
–De onde você é Anne? - perguntou Ryan.
– Do Brasil, mas moro nos Estados Unidos á alguns meses.
–Por isso que é tão bonita. - eu corei e ouvi um garoto que se não me engano se chama Justin, rir. Eu o olhei e encontrei seu olhar. Senti um frio estranho por minha espinha. Ele desviou o olhar e pegou o celular.
–Celular não é proibido aqui? - ele me fuzilou com os olhos.
–E desde quando o Justin segue regras? - disse Ryan, rindo. Eu sorri, mas não intendia, se ele estava ali, ele tinha que seguir as regras como todo mundo. Bom, o problema seria dele se um dos instrutores pegasse seu celular.
–Estou com fome, vou pegar minha comida. Todos assentiram e se levantaram. Fomos até a comida e nos servimos, depois voltamos á mesa. e começamos a comer. Ryan e Chaz pareciam ser gentis, ficavam conversando comigo já Justin nem olhava na minha cara. Talvez ele estivesse ali por isso, por ser tão rebelde. Depois que comemos fomos caminhar lá fora, o dia estava lindo, o sol batia em meu rosto e eu sorria. Fazia tempo que eu não sentia aquilo. Sentei-me na grama, um pouco longe de onde as meninas estavam. Elas estavam falando sobre um grupo de meninos que estava ali perto. Eu não queria atrapalhar. Encostei minha cabeça para trás e fechei os olhos, sentindo o sol em meu rosto.

Bem vinda nova vida, bem vindo novo mundo!