The Prince Wolf and the Desert Rose escrita por Sayuri


Capítulo 6
A Bastarda e o Príncipe


Notas iniciais do capítulo

Finalmente, mais um capítulo!
Agradeço imensamente à todas reviews que me mandaram, fico feliz que estão gostando da fic.

Agora... Mais um capítulo protagonizado por uma personagem esquecida até agora.

Espero que gostem.
Beijos!



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[Dyonne’s POV]

Dyonne entrou no pequeno alojamento que dividia com sua gêmea, estava cansada, suja e suada, Hanna já chegara há tempos e já preparava o jantar, era o mínimo que poderia fazer em sua folga. Dyonne cumprimentou a irmã com um sorriso, ultimamente a bastarda Targaryen vinha sorrindo demais, pelo menos, mais do que o costume. Se comparado a Hanna, Dyonne sempre fora menos séria, mas ainda assim, era famosa por ser muito custoso arrancar-lhe um sorriso, mesmo que pequeno, por isso, a forte suspeita de que algo que vinha acontecendo ultimamente. Assim que terminou de se limpar, voltou para a cozinha para ajudar sua irmã com um vestido qualquer, tecido simples e barato, nunca havia tomado conhecimento do toque da seda e sua pele havia sido criada nessas roupas baratas, plebeias, por elas endurecida desde pequena, ainda assim, continuava a usar àquele sorriso singelo nos lábios.

- Posso saber o que te leva a sorrir tanto hoje, irmã? - Hanna perguntou séria.

- Não estou sorrindo! - Dyonne se deu conta finalmente de sua expressão e rapidamente entrou na defensiva, endurecendo suas faces para ficar mais séria.

- Claro que estava. - rebateu a mais velha, ou melhor, minutos mais velha, ainda séria. - Tem sorrido muito estes dias, mais do que o de costume... Não acredito que os soldados da Guarda Real estejam lhe aceitando como um deles, finalmente, porque se não eu saberia e estaria sendo aceita também.

- Bom... Treinei com Príncipe Robb Stark hoje... Em minha próxima folga, iremos cavalgar pelos Bosques do Rei. - respondeu se dando por vencida e sorrindo inconscientemente. – Quer dizer, ele ainda não sabe, mas iremos.

- Interessante... - observou Hanna, provando a sopa ao fogo com uma grande colher de madeira. - Ultimamente, só ouço falar desse tal de Príncipe Robb Stark... Acho que tem de tomar cuidado com ele... Seria bom que se afastasse um pouco.

Dyonne Waters parou imediatamente de cortar as cebolas e fincou a faca no suporte de madeira com toda sua força, que não era nada se comparada a um soldado-homem, mas que era muito maior do que uma mulher comum, devido aos árduos treinos com as pesadas espadas de madeira, olhou para a irmã com raiva. Quem ela pensava que era para falar algo desse tipo? Ela nem se dignava a conversar com o Príncipe nortenho, somente e estritamente o necessário... Talvez se jugasse boa demais para falar com ele, ou, pior, talvez achasse que ele era exatamente igual aos outros nobres da Corte Real... Que ele era mais um dentre os imbecis que as menosprezavam e riam de seu posto como soldados! Nada além de nobres nojentos, arrogantes e tarados, que viam apenas seus belos corpos esculpidos pelos exercícios por debaixo do metal frio da armadura e não as guerreiras ali dentro, não as bastardas que lutaram para conseguir chegar aonde chegaram.

- Você não sabe nada sobre ele! - respondeu séria, contendo seu sentimento de raiva pela irmã. - Ele é diferente dos outros, Hanna...  Ele é tudo aquilo que um Príncipe deveria ser. Você iria gostar muito dele.

- Não digo isso por mal, irmã. - suspirou a mais velha, mexendo a sopa, estava inconrmada com a atitude da irmã, a que ponto chegaram... - Mas acho que deveria se colocar em seu lugar, no lugar que lhe é de direito. - Dyonne lhe lançou um olhar de desprezo puro. - Oras, não digo por mal... Vamos ser realistas, ele é, como você bem disse, um Príncipe e você não passa de uma plebeia bastarda, ainda por cima, uma tola.

- Exatamente isso que você não entende, Hanna! - exclamou Dyonne contrariada. - Ele não faz qualquer distinção! Ele não se importa se sou uma bastarda ou nobre, me trata da mesma forma que as jovens nobres e fúteis da Corte de Vossa Graça.

- Você que não está entendendo, Dyonne. - o tom da irmã ficou mais severo, assim como sua expressão. - Nós somos Bastardas. Isso é o que somos. Ele é um Príncipe e por melhor que ele seja como pessoa, nós sabemos que ele irá escolher uma das jovens fúteis da Corte para se casar, ter filhos e voltar para o Norte. E você será o que? A amante, uma prostituta particular dele e que nem ao menos tem algum ganho com isso? Ou vai ser o brinquedo dele, até que ele seja obrigado de um jeito ou de outro assumir seu destino e te largar?! Você está entrando em um caminho perigoso, irmã... Quer que seu filho tenha essa vida que levamos?

- De qualquer forma... Não sei se eu teria chances com ele. - respondeu desanimada, sentando-se sobre o banco rústico de madeira, desanimada, enquanto a mais velha tirava o pequeno caldeirão de sopa do fogo e servindo duas cumbucas generosas com legumes e dividindo igualmente os poucos pedaços de carne da sopa.

- Por que diz isso, irmã? É óbvio, porque há uma parede social que os separam. - andou até a mesa e sentou-se depositando uma colher e uma cumbuca com sopa a frente da irmã e deixando a sua logo a sua frente.

- Não por isso, mas ele só tem olhos para a tal Princesa Samyrah Martell, assim como praticamente todos os outros senhores nobres da Corte... Desde que a Mão do Rei a trouxe de Dorne. - falou provando da sopa da irmã.

- E o que eu te disse? - replicou Hanna comendo a sopa. - Uma boneca fútil, sem nada de interessante em sua vida perfeita na Corte e ganhando tudo de mãos beijadas por ter um rosto bonito. É disso que os Lords gostam e esperam em uma mulher. Eles não querem guerreiras, querem e desejam uma boneca vestida no linho e seda nobres.

- É que o Príncipe me pareceu diferente... Diferente para ver além dessa casca e desejar uma mulher forte como sua esposa e futura Rainha, pelo menos foi o que ele me disse. - falou e comeu mais um pouco.

- Minha querida irmã... – Hanna suspirou, tentava encontrar palavras para explicar aquilo e fazer a irmã entender; ela precisava abrir seus próprios olhos. - Forte para eles é saber ler e escrever, cantar, tocar instrumentos musicais, falar palavras bonitas e complicadas, sorrir e bordar vestidos. - Hanna respondeu ácida. - Essas são o que chamam de “qualidades” de uma mulher nobre e tenho plena certeza que a Princesa de Dorne possui todas estas qualidades estranhas que tornam àquelas mulheres tão superiores a nós... Se quiser saber, agradeço por sermos bastardas e não Nobres... Somos livres e felizes, temos conhecimento mais útil,  como a nos defender e como as coisas funcionam nas ruas de Westeros... Não somos jovens ingênuas confinadas em um paraíso artificial sonhando com o Cavaleiro galante que irá nos resgatar.

- Você está certa, minha irmã... - suspirou Dyonne visivelmente desiludida, apesar de seu caráter forte a impedir de derramar lágrimas. - Mas peço que não julgue o Príncipe sem conhecê-lo, Hanna... Juro que ele é diferente dos outros. De todos eles.

- Não se preocupe com isso. - Dyonne sabia que Hanna falava apenas para não postergar as discussões, ainda assim, fingiu que acreditou e continuou saboreando sua sopa.


---//---

Já fazia alguns dias que o Príncipe Lobo não dava o ar de sua graça no pátio de treinamentos junto com os outros lordezinhos e cavaleiros do Rei, e Dyonne não tinha mais ninguém além de Hanna com quem treinar... Já que os soldados da Corte se recusavam a treinar com ela, temiam pegar a fraqueza feminina delas, como algum boato ridículo havia espalhado logo que as duas ingressaram na guarda. A vantagem do Príncipe era que ele, diferentemente de sua gêmea, tinha estratégias desconhecidas e tinha um estilo de luta próprio e desconhecido pela Waters, afinal, se precisasse algum dia entrar em batalha, ninguém lutaria como Hanna, além de Hanna, que provavelmente estaria guardando suas costas. Outro fator importante era a imprevisibilidade e a força de seus golpes. Com Hanna, já estava acostumada, o Príncipe tomava cuidado para não desferir golpes muito pesados, contudo, por vezes se empolgava e esquecia que ali, no pátio, digladiando contra ele estava uma jovem bastarda de 16 anos e não um homem. Ele também possuía um estilo de luta fino e cheio de classe, ainda que não fosse o melhor espadachim dos Reinos, ao contrário de si mesma que não havia tido aulas... Lutava para proteger os bens de seu pai, foi obrigada a aprender a lutar sozinha e com a irmã para proteger-se e a família dos criminosos e elementos mal-intencionados de Porto Real, havia aprendido vendo o pai enfrenta-los cheio de valentia e sem nenhuma classe ou técnica.


Sorriu sozinha, sem motivo enquanto limpava a lâmina prateada de sua espada, sabia que o Príncipe a deixava vencer, propositalmente, porque ainda que não fosse o melhor entre os cavaleiros de Westeros, tinha uma técnica eficiente, refinada e boa, era mais forte e mais habilidoso tecnicamente que Dyonne que, em vantagem, só possuía sua agilidade, mas lutava feito uma selvagem. Logo viu que Hanna a olhava daquela maneira séria, a censurando, e voltou a ficar séria e tratou de afastar àqueles pensamentos de sua mente... Oras, ele era um Príncipe afinal, não era? Se ele não punha limites à seu comportamento e tratamento para com ela, era justamente ela que deveria lembra-lo desses limites; pelo menos, fora isso que Hanna a mandara fazer: se ele não lembra da hierarquia e das cortesias, Dyonne estaria sendo uma grande tola por esquecer-se também.

Ainda assim, o Príncipe treinava quase que diariamente com seu escudeiro, pelo menos por uma breve hora para manter-se em forma e já faziam dias que sequer aparecia para, sei lá, caminhar pelo pátio e observar os treinos dos soldados, por isso, a única solução era fazer uma visita a ele em seus aposentos. E foi isso que Dyonne fez, avisou a irmã que verificaria se o Rei ou o Príncipe Herdeiro precisavam de algo, manteve o tom solene e a expressão séria de seu comprometimento com o dever, o que fez com que Hanna concordasse quase que imediatamente, sem deixar de golpear o boneco cheio de palha do pátio.

---//---

Os aposentos do Príncipe eram enormes e só não eram mais suntuosos ou ocupavam maior parte do castelo do que os aposentos da família real e os da Mão do Rei, mas ainda assim, ocupavam uma torre quase que inteira. Os soldados e servos Stark e de seus vassalos circulavam pela estrutura e Dyonne podia sentir os olhares desconfiados recaírem sobre si, ainda assim, mantinha a postura firme sem se deixar intimidar por àqueles olhos. Subia pela tortuosa escada espiral, passando por inúmeros cômodos, até parar a porta na qual se encontrava Sir Bandon Cerwyn, Capitão da Guarda do Príncipe.

- Em que posso ajuda-la, milady Waters? – perguntou polidamente, analisando-a rapidamente, afinal, a segurança de seu senhor dependia de si.

- Sir Brandon, eu gostaria muito de falar Vosso Príncipe, é um assunto de grande importância. – respondeu mantendo algumas das cortesias que aprendera naqueles poucos anos no castelo.

- Posso saber o que seria esse assunto de tamanha importância? – o veterano perguntou.

- Acredito que isso diga respeito apenas ao Príncipe, Sir. – Dyonne tentava se manter absolutamente calma, querendo ou não, suas bases eram humildes e toda àquela cerimonia e cortesias a irritavam profundamente... Não poderiam ser mais práticos?

O cavaleiro pareceu ponderar alguns minutos, ainda analisando-a de cima a baixo para ter certeza que ela não carregava nenhum elemento que poderia por em risco a vida do Príncipe Herdeiro do Norte. Mesmo assim, ele deveria saber que a jovem de madeixas platinadas era teimosa, porém, não ingênua, havia deixado suas armas guardadas antes de subir àquela que chamavam de Torre do Príncipe, pois tinha certeza que não a deixariam chegar tão longe em sua jornada com espadas e adagas presas ao saiote.

- Vou anuncia-la. – proferiu o cavaleiro de cabelos grisalhos, ordenando que um soldado entrasse e avisasse Lord Tully.

Nem um minuto se passou e o soldado retornou pela porta pesada de madeira, pedindo que Dyonne entrasse, pois o Príncipe e Lord Tully a aguardavam em sua pequena sala de estudos privativa. Ainda receosa, a bastarda entrou, observando tudo a sua volta, àquela ante sala possuía outras portas que, provavelmente, levavam aos aposentos pessoais do Príncipe, os de seu escudeiro, além da pequena biblioteca privativa e o solar no qual ele recebia nobres da Corte real para refeições. Ainda assim, o piso era caro e fino em duas cores, os móveis e tapeçarias igualmente finos e caros com o símbolo dos Targaryen, excetuando àquelas que haviam sido trazidas do Norte e traziam o Lobo Gigante dos Stark sobre o campo branco encoberto pela neve. Logo entrou por uma porta, sendo recebida por Lord Edmyn Tully, o escudeiro do Príncipe:

- Ouso dizer que é bom ver milady novamente. – sorriu simpático, oferecendo a mão para acompanha-la até a presença do Príncipe, gentileza prontamente recusada.

- Estou bem, agradeço o gesto, milord. – respondeu séria, aguardando que a conduzissem até a tal sala de estudos.

Assim que entrou viu que o Príncipe se encontrava ao fundo, próxima as amplas janelas sentado atrás de uma grande mesa de madeira maciça e muito antiga, escura e envelhecida pelo tempo tanto quanto pela moda, mas as enorme pilhas de pergaminhos e livros grossos eram o que mais se destacavam na mesa. As tapeçarias eram todas com motivos Nortenhos ou peles de caças, podia sentir o Lobo do Norte ali, naquela sala. Havia um grande móvel de prateleiras, repleto de livros e pergaminhos antigos, para os quais, Dyonne nunca havia visto qualquer utilidade em toda sua vida e, ali, naquele ambiente, via menos ainda, apenas para gerar bagunça e confusão.

- É uma honra receber vossa visita, Senhorita Waters. – o Príncipe falou com um sorriso leve no rosto, indicando que se sentasse na cadeira à frente de sua mesa.

- Vim apenas verificar se o Príncipe estava vivo, já que faz alguns dias que não sai a luz do Sol. – respondeu sentando-se o mais finamente que seus modos e etiqueta escassa permitiam.

- Os deveres nem sempre permitem que eu me dê ao luxo de aproveitar as manhãs de verão no pátio, milady. – ele respondeu fechando um grande volume e colocando os cotovelos sobre a mesa. – Achei que já havíamos passado da fase de citar títulos a todo o momento, Senhorita Dyonne.

- Não creio, Vossa Majestade. – Dyonne abriu um sorriso singelo. – Não sai a tanto tempo que sinto que trato com um desconhecido.

- Oh! Porque não pensei nisso! – agora ele depositou a pena sobre a mesa, abrindo um largo sorriso. – E o que posso fazer para compensar este grande deslize, minha senhora?

- Creio que o Príncipe possa se afastar apenas um dia de seus deveres para ir cavalgar ao redor da cidade. – não queria cerimônias, já havia respeitado cortesias demais e aquilo estava se tornando por demasiado exaustivo para uma simples bastarda como ela.

- Não sei se será possível, Dyonne. – Robb pareceu preocupado ao olhar àquela pilha.

- O senhor é um Príncipe... Tudo é possível. – rebateu imediatamente, sem nem pensar, até que decidiu alfinetar. – A não ser que esteja de luto pela partida de sua amada irreal... Afinal, ela pode ter quebrado uma unha estando no meio da mata.

- Infelizmente, a última pessoa que pode fazer o que bem desejar é o Príncipe. – o nortenho sorriu de canto e logo ficou sério. – Por que não acredita no que eu te disse?

Dyonne riu, abriu um largo sorriso e riu como nunca, o Príncipe havia contado em detalhes sobre a noite do baile e como sentara-se a sós com a Princesa de Dorne, aspirando seu inebriante perfume de rosas vermelhas enquanto conversavam amigavelmente sobre a luz do luar... Mas toda aquela história, simplesmente, não descia, era irreal demais, quase como um devaneio de um jovem apaixonado pela primeira vez, ou...

- Parecem mais ilusões e devaneios de um bêbado, meu Príncipe. – ela falou. – Ainda acho essa história surreal demais para ter qualquer proximidade com a verdade... Imagine que Lord Oberyn deixaria que sua joia mais preciosa perambulasse por ai, a noite e, mais importante do que isso, sozinha.

O Príncipe apenas bufou, já estava cansado de tentar fazer com que Dyonne acreditasse em si e naquele seu depoimento. É certo que havia tomado um pouco mais de vinho do que deveria, se estivesse completamente sóbrio não teria cometido àquela deliciosa imprudência de tocar na Princesa para ajuda-la a se levantar, mesmo assim, Dyonne fazia pouco caso e zombava de sua história e ela sabia que era exatamente assim que ele pensava, por isso, zombar dele parecia muito mais divertido agora:

- Contudo, conheço uma ótima solução para isso, Vossa Majestade. – sorriu esperta e confiante.

- E qual seria, milady? – os olhos azuis do nortenho pareciam penetrar em sua alma, pelo menos era o que sentia a bastarda, toda vez que ele a fitava daquela maneira tinha de respirar fundo e se conter.

- Amanhã, vamos para um passeio nos arredores da cidade e depois que voltarmos, o Príncipe pode se debruçar mais uma vez sobre seus deveres e essa humilde soldado não dirá mais nenhuma palavra sobre isso. – sugeriu. – Além disso, verá como espairecer pode ser mais produtivo do que pensas. Se aceitar, não digo mais uma palavra, caso contrário, continuarei atormentando-o diariamente.

- Eu desisto... – ele suspirou, fazendo um movimento de negação com a cabeça; - Eu já deveria saber que a Senhorita é por demais persistente, ou devo dizer teimosa? – provocou. – Tudo bem, então, amanhã logo após o desjejum nos encontramos nos protões do castelo e vamos cavalgar com meus homens. Satisfeita, agora, senhorita?

- Vossa Majestade nem imagina o quanto. – sorriu já se levantando e reverenciando o Príncipe, se despedindo.

Tão logo saiu da sala, se retirou da torre o mais rápido que pode, retornando para o pátio sentindo uma enorme alegria e satisfação. Ainda encontrou sua irmã e, junto dela, retomou a expressão mais solene que conseguia, viu quando ela a fitou com estranhamento e perguntou:

- Vossa Graça desejava algo? - perguntou a irmã dura, como costumava ser.

- Não... Nada, apenas amargo pela ausência de sua Mão e reclamando de ter de comparecer a todas as audiências. – falou a irmã a resposta padrão daqueles dias. Era de conhecimento geral que o Rei não andava muito feliz com a ausência do Príncipe Oberyn e seu séquito, afinal, tinha de resolver tudo sozinho.

- Me parece animada demais para quem tratou com Vossa Graça em um dia como hoje. – Hanna observou, mantendo-se séria e sustentando o olhar firme sobre a irmã, como que esperando pela verdade.

- Acabei por encontrar o Príncipe Robb Stark. – respondeu tentando conter o sorriso da melhor forma que conseguia. – Ele me convidou para cavalgar com ele amanhã. – mentiu temendo a censura da irmã.

- Ainda acho que você tem de colocar os limites hierárquicos de sua relação para com o Príncipe de forma mais clara. – ainda assim, Hanna a censurou. – Contudo, não pode negar um pedido do Príncipe, não é sábio e tão pouco faz parte das normas de etiqueta até onde sei.

- Sim, pensei o mesmo, minha irmã. – respondeu voltando a olhar soldados que treinavam no pátio.

No fundo, a verdade ali não importava verdadeiramente, o que importava é que o dia seguinte chegaria com a promessa de ser agradável com uma companhia mais agradável ainda e, a única coisa que deixava Dyonne insatisfeita, era não poder sorrir abertamente diante deste fato e exteriorizar a explosão de sensações que invadiam seu coração palpitante.

[Continua...]


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