The Prince Wolf and the Desert Rose escrita por Sayuri


Capítulo 5
Sozinhos


Notas iniciais do capítulo

Olá,
Desculpem pela demora, sou uma autora meio relapsa e estava sem inspiração! =P
Primeiramente, gostaria de agradecer por todas as reviews que me enviaram. Muito obrigada, mesmo!
Mas está ai, mais um capítulo. Espero que gostem!
Beijos.



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Samyrah POV

O Jardim Sagrado era um local e paz e, ainda que fosse a noite, os muros do castelo protegiam o local fazendo com que fosse seguro ficar lá, sentada, observando a lua pálida que se erguia altiva no céu. A brisa suave e gelada vinda dos portos e do mar era contida pela capa fina de seda que usava sobre seu vestido de festa, sentia-se melhor agora que estava longe dos salões, longe do insuportável Lord Serret... Passara todas àquelas preciosas horas se vangloriando de suas vitórias e de sua técnica como cavaleiro e reforçando o quanto achava sua Rainha do Amor e da Beleza, bela e como ela era digna de ser comparada à Donzela ao invés de discutir temas de maior interesse... Seu mal estar era essencialmente Lord Serret, ninguém ou nada mais.

Era interessante ver como a luz da Lua conseguia ofuscar as belas estrelas que apareciam mais fortes nas noites em que a soberana dos céus se fazia ausente. A brisa gélida da capital era diferente da brisa de sua casa, o cheiro do mar tampouco era o mesmo, tudo parecia mais frio, tudo parecia mais sujo e ainda que não fosse de fato, sentia como se fosse... Talvez devesse pedir ao seu pai que a deixasse retornar para Sunspear junto de Oberyn, porque sabia que o irmão também não vinha sendo bem aceito na Corte, apesar de afirmar que não se importava com isso.

O som de passos a fizeram ficar atenta e voltar a realidade, olhou na direção da qual os sons vinham, quem iria a um lugar como aquela naquela hora? Principalmente com um grande baile acontecendo naquele exato momento... Talvez um bêbado errante, ou um servo do castelo... Um soldado que fazia sua guarda... Talvez.

- Quem vem lá?! – perguntou com a voz firme, cheia de autoridade, a voz da Princesa de Dorne.

- Perdão, não sabia que havia alguém aqui... – o desconhecido de voz familiar respondeu hesitante se aproximando, até que exclamou. – Minha Princesa! Pensei que havia se recolhido a seus aposentos. Sente-se bem? Posso acompanha-la até a Torre da Mão, não será incomodo algum.

Samyrah permaneceu com a postura firme e defensiva, não conseguia ver o rosto do estranho com clareza, mas sabia que não era Lord Serret, até que percebeu que ele sentiu seu incomodo e tirou o capuz que encobria seu rosto e os olhos azuis brilhantes e os cachos negros foram iluminados pela luz daquele satélite natural, revelando Príncipe Robb Stark. Assim que o viu, se permitiu relaxar e sentar-se de forma mais confortável.

- Estou bem, meu Príncipe... Apenas queria me afastar da celebração, receio que eu não esteja no melhor dos espíritos para civilidades e festejos nesta noite. – respondeu tranquila. – E o que o senhor faz aqui a essa hora? Parecia tão entretido nas festividades.

- Receio que eu também não esteja no espírito de ser civil, também. – sorriu. – Principalmente depois de ter sido tão humilhantemente derrotado ontem.

Ele alargou mais o sorriso e Samyrah permitiu-se rir da situação, sentando mais na ponta do banco de pedra para que o Príncipe pudesse se sentar também há uma distância respeitável. Diziam que Príncipe Robb era muitíssimo inteligente, cortês e as damas riam pelos cantos dizendo que era bonito e um verdadeiro cavalheiro, mas pudera concluir pelos resultados das justas que ele não era, definitivamente, uma das melhores lanças do continente.

- Queira se sentar, Vossa Alteza, por favor. – indicou o espaço vazio a seu lado.

- Talvez eu me sente se a Princesa aceitar pular as formalidades já descabidas a essa hora e me chamar apenas de Robb. – ele deu um sorriso de canto, um belo sorriso, parecia não se intimidar por ela.

- Receio, então, que você, Robb, só poderá se sentar se deixar as formalidades já descabidas a essa hora e me chamar apenas de Samy. – riu reproduzindo propositalmente a fala do nortenho.

Ele balançou a cabeça de um lado para o outro e sentou-se no espaço que fora reservado a ele, suspirou, voltando a mirar a Lua, tão bela e tão distante... A invejava em algumas ocasiões, como aquela:

- Me permite perguntar os motivos de sua indisposição essa noite, milady Samyrah? – perguntou, ela sentia que ele a observava.

- Em Sunspear era tudo tão mais simples... Aqui ao Norte todo parece muito mais complicado. – suspirou cansada, precisava desabafar com alguém e, por algum motivo, Robb a fez se sentir confortável o suficiente para isso. – Meu pai era o Príncipe governante, eu estudava e o acompanhava... Era apenas a Herdeira do Trono de Sunspear e era respeitada por isso, por minha capacidade... Claro que havia os rumores e boatos correndo pela Corte, mas nada como aqui ao Norte.

- Não quer dizer Sul? – perguntou.

- Tudo depende de seu ponto de referência, milord Robb. – rebateu com um sorriso traquina.

- Bom... Nesse caso, mais ao Norte, no Norte de fato de onde vim, não é tão complicado. – ele abriu um sorriso para ela. – Sempre ouvi dizer que aqui é onde estão as maiores cobras de Westeros... Creio que seja verdade. Mas ainda não entendo ao certo o que faço aqui.

Aquela afirmação a surpreendeu e, cansada demais para jogar jogos do poder e por confiar que o Príncipe Lobo era tão honrado quanto diziam por ai, deixou sua surpresa ficar claramente estampada em suas faces, os olhos castanhos-esverdeados se arregalando deixando a emoção ainda mais evidente:

- Como não sabe o que está fazendo aqui?

- Digo... – ele pareceu meio desconcertado com a reação de Samyrah, sempre tão contida, mas logo se recompôs. – Eu sou o único herdeiro do Reino do Norte, nunca administrei algo. Assim como você eu acompanhava meu pai em seus compromissos e estudava para sucedê-lo. Parece-me muito estranho eu estar aqui.

- Talvez...  – levou a mão ao queixo pensativa, elaborando uma hipótese qu parecesse plausível. – Talvez o Rei do Norte tenha lhe enviado aqui para aprender a administrar algo por conta própria... Eu desejava e muito que meu pai tivesse feito o mesmo por mim.

- Duvido que seja a única herdeira dele... Aliás, eu daria um belo refém. – pensou um pouco e voltou a si rindo. – Quero dizer, hipoteticamente, claro!

- Refém? – perguntou intrigada, por aquilo ser inconcebível para si, afinal, significava a quebra de um acordo de um século e uma grande guerra. – Acredito que Sua Graça, o Rei Gerrick, jamais faria algo do gênero. Mas, respondendo a sua questão, não sou a única herdeira... Tenho outros 12 irmãos e irmãs para assumir meu posto caso algo aconteça comigo, sem contar os bastardos, claro.

- E por que o Príncipe mandaria seus melhores soldados tão longe buscar sua herdeira? – perguntou intrigado, porque até então, os motivos da Princesa ter ido a Corte Real não eram nem um pouco claros.

- Aparentemente, foi um pedido do Rei devido à fama que me precede... Mas acredito que também seja pelo fato de meu pai me pressionar na escolha de... –hesitou por um momento. – De uma pessoa que seja digna de meu rank para estar ao meu lado, por assim dizer.

Aquilo a incomodava muito e demonstrou que estava incomodada, havia visto várias de suas primas e até algumas de suas meio-irmãs se casarem e irem embora com seus maridos, eventualmente, deixando Dorne e não queria isso. Robb ainda a olhava, mas parecia pensativo por um momento... Logo abriu um sorriso de canto encantador:

- Bem, se me permite a ousadia, Princesa Samyrah... Acho que com sua inteligência, perspicácia e beleza, acredito que não será difícil encontrar alguém digno de seu rank. – estava sendo cortês, até que emendou educadamente. – E tem muita sorte! Quase nenhuma mulher de Westeros tem o poder de escolher seus maridos.

- De fato, Príncipe Robb, tenho muita sorte. – admitiu com um sorriso era a primeira vez que alguém elogiava outra qualidade além de sua beleza, desviando daqueles olhos azuis penetrantes. – E essa é apenas uma das pequenas vantagens que possuo por ser Princesa de Dorne.

- Achei que havíamos acordado em deixar as formalidades de lado por esta noite, Samyrah... – ela sentiu a doçura com que pronunciou seu nome.

- Bom... Robb... Seria muito incômodo perguntar como é o Norte? Ouvi dizer que até nos verões mais quentes vocês possuem neve... Acho Porto Real bem mais gelada que Sunspear, não consigo imaginar como possa ser uma neve de verão. – sorriu, mudando de assunto, assim era melhor por enquanto.

- Sim, são frios. E devem ser mais ainda para aqueles que não estão habituados. – concordou sério e logo amenizando a expressão. – Porém Winterfell sempre está aquecida com a água da fonte, então é um lugar bem confortável para se viver... Ainda assim, temos sempre de estar preparados, afinal, Winter is Coming. – sorriu ao citar as palavras de sua casa. – Me conte um pouco sobre Dorne... Desde sempre ouço falar que é quente demais, seco, mas sempre ouço falar muito bem das mulheres Dornesas... E posso ver agora que isso se prova como uma verdade. – sorriu de canto olhando nos olhos da Princesa.

Samyrah tentava fugir dos belos olhos azuis e sentia-se nervosa na presença dele... Como podia baixar tanto sua guarda para um estranho? Sentia-se impotente, mas ainda tentava resistir, ainda que nesse momento apertasse suas mãos em sinal de nervosismo.

- O que falar de Dorne? – falou comtemplativa, se recordando de sua casa e suas terras e sorrindo diante das lembranças. – Temos de fato um tempo quente, temos um grande deserto e muitas montanhas, nossa terra é árida e tão seca quanto contam em todos os cantos de Westeros... Mas, ainda assim, meu pai costuma dizer que o deserto, o calor e o Sol no fim são generosos com tudo que é forte e sobrevive para ser cultivado em nossa terra... Produzindo os melhores frutos e vinhos, mas meu pai usa essa teoria para todos outros aspectos da vida e para o aspecto físico de nós mulheres, apesar de eu discordar com ele. – pausou e ajeitou a saia do vestido, saudosa. – Sinto falta da brisa vinda do Mar do Verão, de sentir o Sol cálido e o cheiro do deserto.

- Perdoe-me, mas terei de concordar plenamente com seu pai, Samyrah... Já comprovo com meus olhos que o que dizem ser bom de sua terra é verdade... Espero ter a honra de um dia conhecer Dorne e ver Sunspear com meus próprios olhos. – sorriu cortês e logo complementou também saudoso. – Também sinto falta do frio do Norte e da neve caindo a noite.

- Receio que eu tenha de ir. – Samyrah respondeu de forma singela.

- Mas já? – perguntou Robb, parecendo acordar de um devaneio.

- A Lua já vai alta e tenho de chegar a meus aposentos antes de meus pais. – sorriu de canto de um jeito meigo. – Foi ótimo poder conversar com você, Robb.

- Eu que agradeço a ótima companhia, Rosa do Deserto. – respondeu ajudando-a a se levantar, como um perfeito cavalheiro.

- Então, acredito que nos vemos na Corte... – falou retirando a mão da dele, embaraçada, logo se afastando em direção ao seu caminho e lançando um último olhar, um último sorriso àquele que chamavam de Príncipe Lobo.

---//---

Já fazia algumas semanas desde o baile e desde o encontro com o Príncipe Lobo. Desde então, não haviam mais tido a oportunidade de estar a sós com ele, não com tantos olhos vigiando cada um de seus passos, assim como os dele. Havia sido valorizada por qualidades outras além de sua beleza e, bom, havia algo nele diferente dos outros Lords, algo nas suas feições típicas do Norte que fazia com que tudo fosse diferente. Mergulhou a cabeça mais uma vez naquela água para afastar aqueles pensamentos de sua mente, o banho era um bálsamo para seu corpo e espírito, relaxante e ela poderia passar o dia inteiro mergulhada naquela banheira e seria melhor do que ficar na corte dando aqueles sorrisos que cansavam seu rosto e ouvindo os muxoxos e sussurros cruéis assim que virava as costas. Para piorar, seu pai praticamente não tinha mais tempo para ela, já que Rei Gerrick não gostava muito de comparecer às audiências, só comparecia às reuniões do Pequeno Conselho, mas preferia se divertir a ficar ouvindo e prostrando-se como árbitro dos conflitos e problemas de lords e do povo, sobrando para a Mão do Rei cuidar dessas pequenas tarefas, além de auxiliar nos problemas do Pequeno Conselho. E o pior que esse último mês havia passado tão lentamente que mais pareciam anos.

Sentia-se uma inútil e isso a frustrava, querendo ou não, em Dorne tudo era diferente: as mulheres eram mais independentes, podiam herdar os títulos e posses de sua família, eram bem mais livres para traçar seus destinos. Lá, ela tinha poderes, tinha sua honra, recebia exatamente o mesmo tratamento que seus irmãos e que qualquer filho de lord receberia no resto de Westeros e sua palavra tinha valor, as pessoas se importavam com o que ela tinha a dizer. Porém, agora em Porto Real, sentia-se como uma bonequinha, uma bela boneca, um objeto sem opinião, porque era uma mulher, um objeto inofensivo do qual se esperava belos vestidos, palavras bonitinhas de sua boca e um sorriso agradável no rosto. Se exibindo como uma prostituta de luxo, esperando um Lord querer compra-la, fazer dela sua bela esposa destinada a criar seus filhos legítimos e nada mais.

Àquele dia, em particular, havia sido demasiado exaustivo...

[Flash-Back]

Estava na companhia da Rainha e suas Ladies em um dos jardins do palácio. Apreciava só um livro sobre a história do Reino do Norte, depois de sua conversa com o Príncipe, havia ficado intrigada e com vontade de saber mais sobre aquelas terras longínquas e das quais o Príncipe falara com tanto amor. Sua leitura estava muito interessante, apesar do volume ser pesado e velho.

- Princesa Samyrah! – a voz fina, risonha e musical soou nos ouvidos da dornesa e, respirando fundo, vestiu um de seus melhores sorrisos e olhou para cima. – Desculpe-nos por te interromper em sua leitura.

Lá estava Mykhaela Tyrell, uma de suas inúmeras primas por parte de mãe... Primas muito distantes, aliás, já que Mykhaela não era uma Tyrell de Highgarden. Era uma bela jovem de belos cachos dourados, olhos azuis cristalinos, face delicada e angelical, muito risonha e reconhecida por suas grandes habilidades em música, além de bordar muito bem. Junto dela, ria Lana Chyterring, uma jovem de grandes olhos chocolate, cabelos igualmente castanhos, lisos e rosto juvenil em seus ainda 14 anos, que era prima em algum grau da rainha, além de fazer parte de uma família nobre importante das Terras da Coroa.

- Não é incomodo algum, miladies. – sorriu, fechando o volume na página marcada. – O que desejam de uma simples dornesa como eu.

- Gostaríamos de cantar uma peça e precisamos de mais alguém para cantar conosco ou para nos ajudar com a lira. – sorriu Lana.

- Sinto desapontá-las, então, minhas caras amigas. – respondeu ainda com um sorriso sereno e iluminado no belo rosto. – Mas receio que eu não seja uma boa cantora, muito menos tenha qualquer tipo de habilidade para tocar algum tipo de instrumento musical. Contudo, se bem me recordo, Karima Arryn, minha prima querida, casada com Sir Lukas, tem uma voz incrível, era conhecida por ser a melhor cantora da família.

- Não há problemas, Princesa... Nesse caso podemos sentar e bordar algo juntas enquanto falamos sobre aquele belo Príncipe do Norte! – ruborizou Mykhaela. – Acredito que ele tenha afeição por mim, pois é tão cavalheiro comigo e cortês.

“Não, ele é assim como todos, querida prima.”, pensou automaticamente a Princesa irônica, algo queimava dentro dela por ver que havia alguma possibilidade da prima estar cortejando o Príncipe. Ainda assim, manteve sua expressão imutada e respondeu com seu melhor sorriso:

- Receio que bordar também não seja meu forte... Nunca fui capaz de acertar os pontos!

As duas se entreolharam, sem saber ao certo o que dizer, ou melhor, se deveriam dizer algo, ficaram em silêncio por algum tempo, parecia que confabulavam algo pelos olhares que trocavam entre perguntar ou não preguntar, falar ou não falar... Afinal, Samyrah ainda era a filha do Segundo Homem mais poderoso de todos Seis Reinos e tudo indicava que ela seria a Princesa que comandaria Dorne no futuro. Até que Lana tomou coragem e perguntou:

- Em geral aprende-se isso com as Septas, faz parte da educação de uma dama... Não há Septas em Sunspear?

- Claro que há! E muitas! Aprendi muitas coisas com Septa Maryah. – Riu Samy. – Apenas não fui educada como a maioria das damas destes reinos.

- Como foi? Com quem tomará suas lições enquanto estiver aqui? – insistiu Lana impaciente.

- Tive algumas lições da Septa Maryah, mas me ocupei por muito tempo com os estudos de nosso Maester...  – sentia saudades de casa, de sua mãe... Mal podia esperar para ver seu novo irmãozinho. – Ainda não foi definido, por isso não tomo lições com as senhoritas, miladies... Meu pai insiste em que devo tomar lições junto dos Príncipes e jovens lords desta Corte, mas a Rainha teme um escândalo...

- Com toda certeza! É um escândalo tomar lições com um Maester e não aprender os deveres de uma dama! – A Tyrell exclamou indignada, chamando a atenção de todos em volta.

- Para vocês, talvez... Mas as leis de Dorne são diferentes dos demais reinos, como bem sabe... De que adianta saber bordar se eu não souber governar? – perguntou com um pequeno e inocente sorriso nos lábios.

[Fim do FB]

Um rangido da porta fez a Princesa despertar de seus devaneios pessoais. Olhou em direção à porta quando ouviu um ruído, era Haya entrando, outra entre suas servas, a mais velha e que a acompanhava desde menina. Era uma dornesa de ar maduro, pele olíva, como a de Idril, cabelos negros sempre presos em um coque firme no alto da cabeça e severos olhos negros.

- Seu pai pediu que fosse a seu solar assim que a Princesa terminasse seu banho. – falou a serva.

- Eu já acabei, na verdade, só estava enrolando. – Idril levantou e saiu da banheira enquanto a serva pegava as finas toalhas de pano para ela. – Meu pai está com convidados?

- Não, minha Senhora, apenas sua mãe. – respondeu secando os fios negros.

---//---

Entrou no solar privado de seu pai, usando um vestido simples de seda, laranja, não fosse a seda poderia ter sido o vestido de uma mulher comum de Dorne, usava brincos pequenos e uma corrente simples de ouro com um pingente pequeno do Sol em rubi e a lança trespassando-o em ouro.

- Me chamou, papai? – perguntou doce, com um sorriso no rosto, era a primeira vez que via seu pai em três dias.

- Sim, Samy, seu irmão e Arlessa estavam aqui até agora pouco, mas já desceram para jantar. – ele virou de costas e contemplou a luz das chamas vindas das casas da cidade. – Sei que ando muito ausente e sua estadia tem sido difícil por conta das diferenças da cultura de nosso povo e dos povos ao Norte.

- De fato, não consigo entender as Ladies da Corte. – desabafou com um suspiro cansado, aquilo lhe estressava profundamente.

- E seu irmão também não tem lidado bem com os Lordzinhos daqui, eles o enxergam apenas como um bastardo sem valor. – comentou em um tom nem um pouco satisfeito, o que surpreendeu Samyrah, pois pensava que seu irmão estava lidando facilmente com aquilo. - Por isso, decidi que vou leva-los para caçar na próxima Lua cheia, já pedi ao Rei e ele queria vir junto, mas reforcei que planejava passar um tempo em família e ele concedeu que fossem apenas nós, Martell, e nossa casa. – o senhor sorriu virando-se para a filha.

- O senhor disse para o Rei que eu iria caçar? – perguntou incrédula.

- Eu disse que você nos acompanharia. – reforçou e assustou-se quando sentiu o peso da filha sobre seus braços, ainda assim, correspondeu o abraço ternamente, colocando-a no chão. – Você não é mais uma garotinha e não é mais tão leve quanto antes.

Samyrah ria, estava realmente feliz, porque a próxima Lua Cheia seria em menos de um mês e passariam alguns dias caçando, por alguns dias, seria livre de todo aquele peso da corte, não seria uma bonequinha perfeita... Seria apenas Samyrah junto de seu pai e seu irmão.

(Continua...)


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Notas finais do capítulo

Glossario:
Winter is Coming - O Inverno está chegando.