The Prince Wolf and the Desert Rose escrita por Sayuri


Capítulo 3
O Grande Torneio


Notas iniciais do capítulo

Ai está, mais um capítulo narrado pela perspectiva de Robb Stark.
Agradeço muito por todas reviews que recebi! =]
Vocês me encorajam a continuar! Mais uma vez, obrigada!
Ao final, explicações equestres, curiosidades e conhecimento inútil, mas pode ajudar.
Espero que gostem do capítulo e, por favor, mandem reviews! Elas que me incentivam a continuar.
Divirtam-se!



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As pessoas poderiam falar de tudo, seus amados livros poderiam ser precisos e as histórias dos bardos poderiam ser riquíssima em detalhes, mas nada havia preparado Príncipe Robb para o que era Porto Real de fato e, se havia uma coisa que ele já tinha absoluta certeza, era de que ele detestava o cheiro daquela cidade. Já fazia duas semanas que estava lá, havia sido recebido pelo próprio Rei Targaryen com todas as honras e protocolos exigidos de seu ranking e ainda mais, o Rei Gerrick andava com duas belas jovens moças de cabelos louros platinados, vestidas em armaduras que exibiam seus corpos perfeitos, eram Dianne e Hanna Waters, as filhas bastardas do rei com uma mulher comum e que o rei exibia como seus troféus e disse que Robb poderia ser escoltado por elas quando desejasse, só precisava pedir.

Mas no momento o jovem lobo inspecionava de perto todos os preparativos para o torneio em honra a Oberyn Martell, a nova Mão do Rei e de seu novo conselho; ainda que ele próprio, Robb Stark, assim como vários de seus homens estivessem inscritos para as justas, assim como milhares de cavaleiros, nobres e mercenários, entre outros tipos de Westeros, também fossem participar, naquelas últimas semanas muitas pessoas chegavam a Porto Real, simplesmente, para acompanhar de perto o grande Torneio e os festejos.

Naquela tarde viram o estandarte do Sol vermelho transpassado pela Lança dourada sobre o fundo laranja se aproximar sendo carregado por diversos soldados de uma comitiva de mais de 50 soldados e cavaleiros, muitos dos homens pararam seus afazeres para vê-los passar com seus vagões de cargas e cavalos pela estrada, o Príncipe Lobo foi ver do que se tratava a paralisação no trabalho, o torneio seria em dois dias e tudo tinha de estar perfeito.

– O que está acontecendo? – perguntou ao Lord Comandante Trystan Dayne, o capitão da Guarda Real e que acompanhava Príncipe Viserys que supervisionava montagem de sua tenda.

– É a comitiva que vem de Dorne trazendo Princesa Samyrah Martell, a herdeira de Dorne. – respondeu o cavaleiro. – Todos tem a esperança de ver o que os bardos querem dizer quando cantam que a Princesa Samyrah é algo assustador de se olhar.

Passaram alguns minutos olhando a comitiva, uma senhora de pele morena pelo sol e calor, altiva em seus mais de 40 anos vinha montada em um cavalo de Dorne, tinha porte e postura nobres, profundos olhos negros e um rosto que permanecia bonito, mesmo com a idade, pelos traços fortes das mulheres dornesas e as vestes nobres, Robb só poderia deduzir que aquela era Arlessa Sand, amante oficial, ou melhor, concubina da Mão do Rei. Mas além dela, apenas soldados, algumas servas e damas de companhia de outras casas nobres de Dorne, a maioria com capas e capuzes encobrindo seus rostos e protegendo-os do forte calor que fizera o dia inteiro. A comitiva passou e adentrou pelos portões da cidade deixando muitos trabalhadores e cavaleiros presentes ali decepcionados.

– Parece que o Príncipe Oberyn preferiu deixar sua herdeira em Dorne... – comentou Ser Jon, com um suspiro contaminado com um fundo de decepção, Robb apenas olhou-o curioso, instigando-o a completar o pensamento. – Eu queria ver como a jovem Princesa cresceu, da última vez que a vi era uma adorável pequena de quatro anos.

–--//---

A semana passou rápido como os pássaros que migravam do Norte ao Sul, o Torneio havia começado e, naquele dia, começariam as justas, o Rei sentava-se no melhor dos locais, bem ao centro da arena com uma visão privilegiada, à direita do assento reservado ao Rei o escudo do sol vermelho trespassado pela lança dourada no céu laranja era exibido imponentemente junto da insígnia da Mão do Rei, sentado ali estava Oberyn Martell que como sempre transparecia sua tranquilidade, à esquerda do Príncipe estava Boros Sand, seu filho bastardo mais velho e logo atrás de ambos sentava-se Karima Arryn, sobrinha da Mão do Rei e esposa de Ser Lukas Arryn que também competiria nas justas, mas à direita, o assento estava vazio.

Edmyn Tully com seus cabelos ruivos alaranjados, olhos verdes e expressivos, escudeiro de Robb, tinha seus 14 anos e seria o próximo Lord de Riverrun tão logo chegasse a idade, entregou-lhe o escudo com o lobo gigante cinzento e coroado dos Stark sobre o branco da neve, faltavam poucos minutos para a cerimônia antes das justas e o Príncipe estaria nelas defendendo a honra dos Reis do Norte. Os olhos azuis passeavam pelas arquibancadas quando notou uma inquietação, comentários, cochichos, todos comuns, homens, mulheres e crianças, olhavam para o mesmo ponto na arquibancada oposta, destinada às casas nobres e o Príncipe Lobo não resistiu e olhou também.

Não percebeu por quanto tempo prendeu a respiração até sentir o ar lhe faltar nos pulmões e a urgência de respirar, antes que caísse do cavalo desacordado. Sentada e altiva ao lado do Príncipe Oberyn estava a jovem mulher mais bela que ele havia tido o prazer de contemplar em toda sua vida, quebrando todos seus parâmetros de grande beleza que eram aqueles ditados por Bettany Bolton e sua irmã Wylla, no Reino do Norte, ou pela irmã de Edmyn. As joias e ornamentos não passavam meros coadjuvantes que só faziam era enaltecer uma beleza que não parecia ser humana, ser real.

Subitamente, o desejo pela vitória tornou-se quase incontrolável, porque o vencedor sempre escolhia a Rainha do Amor e da Beleza e por ela seria acompanhado no banquete em comemoração a sua vitória e essa seria uma excelente desculpa para estar com ela e conhecer a misteriosa Princesa de feições tão belas que só enalteciam seu sorriso. Contemplava a Princesa do Sul com tanta atenção que tomou um susto ao ouvir uma voz feminina próxima a si, mas disfarçou bem por estar de costas para a estranha:

– Acho bom você respirar... Não seria bom que caísse do cavalo sem nem ter entrado em uma justa. – a voz feminina era firme e decidida e fez Robb olhar para traz.

Logo atrás de seu cavalo, vestida com uma reluzente armadura prateada que enaltecia suas belas formas, com o escudo dos Targaryen gravado na capa negra, estava Dyonne Waters, afamada bastarda do rei Gerrik, com seus longos cabelos loiros platinados presos em uma trança firme e olhos azuis escuros atentos, passando toda sua determinação. Ela era muito bela, tanto quanto a irmã, não era à toa que o o Rei as exibia como troféus e ainda por cima fora ele que havia as feito, eram conhecidas como as mais belas de Porto Real e de Westeros, até o momento. Ela estava a pé.

– O que faz aqui, Lady Dyonne? – o Príncipe Lobo voltou sua atenção para a jovem que não deixava de ser uma Targaryen.

– Hah! Não sou nenhuma Lady, meu Príncipe, estou longe disso, ainda bem! – riu a jovem, mantendo um sorriso nos lábios rosados. – Vou participar do Torneio, mas não das justas... Meu pai nunca permitiria isso.

– Entendo... Mas chegou cedo. – respondeu tentando manter o assunto e para evitar olhar para a jovem Martell.

– Não precisa disfarçar... – ela rebateu, deixando Robb desconcertado. – Todos olham para ela, mais um rostinho bonito na multidão com uma cabecinha vazia... Os homens, principalmente, esquecem que a beleza passa, não é eterna! Mas isso não importa para vocês, não é? Querem apenas a égua mais bonita do bando dentro de seus estábulos.

Robb não soube o que responder diante de toda aquela... Ele poderia chamar de franqueza por parte da bastarda do rei, ela e a irmã eram boas pessoas e estavam constantemente acompanhando o rei, treinando junto dos soldados ou junto da população, até onde o nortenho sabia, fazia menos de cinco anos que haviam saído da vida de um plebeu comum, criadas por um modesto ferreiro e levadas para o castelo, onde Rei Gerrik reconheceu a paternidade que, na verdade, bastava vê-las de relance para cogitar sobre quem seria o pai. Dyonne era rápida, por isso, logo percebeu a ausência de respostas e completou com um sorriso:

– Sinto por meus modos rudes... Talvez a companhia de Lady Martell seja mais apropriada para você, já que falar sobre músicas e histórias bonitinhas e românticas ou de seus dotes na música, ou bordado, deve ser muito mais interessante para um homem. Muito mais interessante do tudo aquilo que realmente importa. – finalizou com um sorriso cínico.

– Oras... A senhorita tem um humor um tanto quanto ácido e, na verdade, é Princesa Martell, eles não são Lords e Ladys, são Príncipes e Princesas que comandam Dorne. – Robb corrigiu sem saber muito o que dizer sobre aquilo.

– Oh, me perdoe novamente, meu Príncipe, mas faltei a... – ela parecia pensativa. – todas aulas sobre etiqueta e reinos que o Maester dava quando era pequena.

Robb entendeu muito bem a ironia no tom da jovem e apenas riu, balançando a cabeça de um lado para outro, dando um meio sorriso em seguida quando Dyonne fez uma reverência um tanto quanto exagerada e jocosa e afastou-se. A cerimônia de abertura iria começar e ele mau percebera que o Rei havia terminado seu discurso e dado ínicio à cerimônia convocando os competidores em seus cavalos para a Arena. Apertando os calcanhares junto as costelas de seu garanhão branco como a neve do Reino do Norte, entrou na arena junto dos outros competidores.

Todos ficaram diante do rei da arquibancada dos nobres, os elmos debaixo do braço. Os olhares deveriam estar voltados para o rei, mas todos nobres, cavaleiros, mercenários contemplavam a Princesa de Dorne trajando as cores de sua casa. Se dissessem que ela possuía uma beleza exótica, era fato, porque para os demais reinos, havia algo de muito exótico nos Dorneses, possuía a pele bronzeada, morena, sua cor cultivada pelo calor do deserto.

A verdade é que ela não possuía belos cabelos ruivos como as chamas, ou grandes olhos azuis, não possuía nenhum atributo que a valorizasse, como os Targaryen e seus cabelos prateados e olhos lilases ou os Lannisters e seus belos cachos de ouro; não, o que a fazia se destacar das demais é porque tudo nela era perfeito, traços femininos e delicados, que criavam uma harmonia perfeita, sendo os olhos castanhos esverdeados um complemento, apenas, e era exatamente isso que tornava tudo tão espantoso e assombroso. Robb tomou um susto quando ouviu a voz grave do Rei iniciar seu discurso, contudo, conteve-se para não tornar aparente como outros em sua proximidade fizeram. Com algum custo focou nas palavras do Rei que eram divertidas, mas as de sempre: duelos limpos, pois todos eram cavaleiros honrados e tudo o mais que precede isso.

Depois todos saíram da arena, Robb competiria na primeira justa, seu escudeiro já o aguardava com o capacete e a primeira lança em mãos. Colocou o capacete, respirou fundo, abaixou a viseira, pegou a lança e entrou na arena, seu garanhão tordilho* de sangue quente sapateando, também sentido a atmosfera lhe contaminar. Ao fundo ouvia as vaias e sabia que eram para ele, afinal, ele era o Príncipe do Norte, o estrangeiro, e sua primeira luta seria contra Ser Gyles Upcliff, do Vale, um dos membros da Guarda Real. Diziam que era uma das melhores espadas do reino, vinha em sua égua castanha, com a capa branca esvoaçando às suas costas.

O intendente recuou após anunciar os combatentes. O Príncipe via seu combatente galopando em sua direção e roçou os calcanhares nas costelas de seu garanhão. A lança de Robb despedaçou contra o peitoral da armadura de Ser Gyles. O torneio havia relamente começado.

–--//---

Robb desceu do cavalo entregando-o para o cavalariço, retirou o elmo e o entregoujunto de suas luvas para Edmyn, que, aliás, também poderia vir à ser seu cunhado no futuro, porque não poderiam esquecer Alyssa Tully, uma bela ruiva de olhos verdes de 14 anos e tímida como uma donzela deveria ser. Claro que ela era de uma das famílias mais importantes do Reino do Norte, afinal, a mãe de seu avô havia sido uma Tully e o apoio de Lord Edmure Tully havia ajudado seu avô a conquistar sucessivas vitórias ao longo do Tridente que foram decisivas para a conquista das Terras Fluviais.

O Príncipe andava apressado, passando a mão pelos cabelos negros, nervoso, era o quarto dia e se ganhasse mais sua próxima luta conseguiria chegar à final que seria no dia seguinte. Precisava ganhar, não só porque poderia, dessa forma, dirigir a palavra à Princesa Samyrah Martell, mas porque toda vez que derrubava um de seus oponentes da sela, sentia um prazer imenso, quase como quando um lobo consegue abater sua presa. Lembrava que seu pai dizia que alguns dos Stark herdavam o traço do lobo, algo de rebelde e selvagem, muito atraente, mas que havia levado inúmeros membros de sua família à ruína. Ainda assim, o velho Rickard sempre falava que Robb não precisava se preocupar que ele era muito centrado, mas talvez o Rei do Norte estivesse errado e aquele era o indício de que ele poderia possuir isso.

Entrou em sua tenda e despejou água em sua bacia de prata, jogando água no rosto, a sensação da água fresca já acalmava seus ânimos, ainda mais, porque seu próximo embate seria contra Ser Lorien Tyrell, irmão caçula de Mina Martell, esposa da Mão do Rei. Lorien tinha apenas 21 anos, noivo de Desmera Florent, uma donzela de 16 anos. Ser Lorien era muito amado pelo povo, pelas mulheres comuns, donzelas, mas também pelos bordéis e prostitutas, pois diziam que o jovem gastava grandes quantias de seu ouro nas casas de prazer de Porto Real. Outro boato que corria era o de sua excepcional habilidade como cavaleiro e soldado e isso era o que mais preocupava Robb.

– Meu Príncipe, logo será sua luta. Acho bom se preparar. – Edmyn entrou correndo na tenda com o elmo de Robb ainda em mãos.

– Eu sei, Edmyn, só precisava de uma água... E talvez um pouco de vinho. – emendou assim que viu a jarra sobre a mesa.

Andou a passos largos até a mesa e serviu-se com uma taça cheia do bom vinho de Dorne, praticamente virando a taça por conta da pressa, sentia o calor do álcool descendo por sua garganta e a confiança voltar rapidamente, o que lhe acalmou bastante.

– Vamos Edmyn! Vamos para a final amanhã! – falou com determinação, fazendo o escudeiro sorrir confiante.

Pegou o capacete e as luvas e saiu andando a passos largos para fora de sua tenda e em direção àquele que seria o embate mais difícil do torneio.

Quando chegou à arena em seu garanhão, até conseguia ver-se entregando a coroa de flores, não, de rosas, rosas vermelhas, para Samyrah Martell e o sorriso dela tímido agradecendo pela honra, um sorriso dirigido apenas a ele. Mas tinha de se concentrar, porque do outro lado, vinha Lorien que entregou uma grande rosa amarela para sua noiva com um sorriso, antes de se posicionar para o combate, até parecia um cavaleiro honrado naquele momento. Será que ela estaria torcendo pelo tio? Sabia muito bem que Martells e Tyrells possuíam uma grande rivalidade há séculos, principalmente pelas inúmeras disputas por territórios, mas o casamento de Oberyn com a então Lady Mina Tyrell havia sido uma forma de apaziguar essas rivalidades.

Balançou a cabeça mais uma vez, precisava se concentrar, precisava vencer. O intendente anunciou o combate e recuou.

A sorte estava lançada.


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Notas finais do capítulo

- O que é um cavalo "Tordilho"?
Gente, odeio dizer isso pra vocês, mas cavalo branco não existe, só albino! Haahhaha! Agora todo mundo vai falar "como não? Já vi ao vivo, em filmes! Claro que existe!"
Pois é, eles existem, mas o nome da cor não é branco, é "tordilho". E não, não é frescura, o nome é esse, porque os cavalos não nascem brancos a não ser que sejam albinos. Na verdade, eles nascem pretos e conforme vão crescendo e ficando mais velhos e até pela troca de pelagem, vão ficando branquinhos como já vimos. Um cavalo branquinho tem 10 anos ou mais.
Mas nem todo cavalo que nasce preto fica branco, tem uns que continuam pretos, se não, não haveria as belezas de pelagem negra que vemos nos filmes, tv, etc.



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