O local estava cheio de comuns, gente do povo, que com revolta atiravam legumes e frutas podres nos nobres condenados que, no momento, não traziam nada além de calças comuns e uma camisa de algodão fina, a multidão gritava, amaldiçoava e vaiava aqueles nobres que, agora, eram ex-membros do Pequeno Conselho Real. Todos estavam ali condenados por traição e assassinato da Mão do Rei, o velho Rickard Tyrell, antigo senhor do Reach* que agora passava seu legado para Lorien, seu filho mais velho que exigira justiça e acompanhava de um palanque a execução.

O capitão da Guarda da Cidade, se prostrou diante da multidão com um papel em mãos, todos os condenados alinhados paralelamente com suas cabeças abaixadas, ele começou a falar em alto e bom tom para que todos ouvissem e a multidão silenciou:

- Xanos Greyjoy, herdeiro das Iron Islands e antigo Mestre dos Mares; Marrik Lannister, antigo Mestre das Moedas; Kaitus Baratheon, antigo Mestre dos Sussurros; Micka Tully, antigo Mestre das Leis... Todos os senhores, membros do Pequeno Conselho Real foram jugados e acusados de traição ao Rei Gerrick Targaryen. Vocês tem algum último dizer antes de serem sentenciados?

Todos os condenados olharam uns aos outros, até que Marrik bradou em alto e bom som:

- O Lord da Luz irá retomar Westeros que lhe foi arrancada! Curvem-se diante dele ou morram resistindo!

A multidão vaiou e jogou mais frutas e legumes podres diante dessas palavras, era quase uma profanação o que ocorria ali, cada dia parecia que aquela religião ganhava mais adeptos e todos se tornavam fanáticos tão logo se convertiam. O capitão olhou para o Rei que apenas acenou positivamente, assim que recebeu o sinal bradou:

- Vocês traíram o Vossa Graça e assassinaram a Mão do Rei, a sentença é morte! Que a justiça do rei seja feita! – assim que disse, soldados reais se aproximaram dos condenados e ergueram suas espadas, o capitão emendou com um tom mais baixo se retirando do local elevado de execução. - Que os deuses tenham piedade de suas almas.

Os cortes foram rápidos, limpos e certeiros com as lâminas afiadas e as cabeças rolaram pela madeira do palco improvisado. A multidão gritava aprovando o show, tanto que a expressão séria e pensativa do Rei passou despercebida por quase todos, menos por Rhaenys, a Rainha dos Seis Reinos. Ela colocou a mão gentilmente sobre o braço de seu marido e falou:

- O que lhe preocupa tanto, meu amor?

- Acabei de executar quase todo meu Pequeno Conselho, Lords respeitáveis e honrados corrompidos por essa maldita religião... Tenho alguns nomes que indicarei, mas não sei se isso irá melhorar ou piorar as coisas...  Acho que terei de pedir auxílio ao Reino do Norte. – respondeu preocupado olhando para sua rainha.

- Tenha fé nos Sete, não há como piorar. – ela respondeu. – Todos nossos filhos e seus bastardos lutarão por você se as coisas derem errado.

- Eu também espero, minha senhora. – foi a única coisa que respondeu, observando as cabeças no chão.