Essa decisão precisava ser feita, não poderia ficar com ela, então ficaria com eu pudesse, Sara Sidle. Estava indo ao seu encontro, ela me amava, e eu realmente gostava dela, tivemos ótimos momentos juntos, poderíamos construir uma vida, e eu aprenderia a amá-la.

Quando falei para todos da equipe, pareciam muito impressionados, e ela também, mas sua confissão mais tarde me fez pensar, ela disse essas exatas palavras: “Eu sabia, eu sabia antes de você saber.” Ai estava a prova de que ela me conhecia tão bem quanto eu mesmo, no pensamento dela eu amava Sara, mas na verdade eu a amava. A pessoa que eu mais admirava, a pessoa que eu mais me importava, a pessoa que eu conhecia como a palma da minha mão, mas neste exato momento já não sabia de mais nada. Pensar que não verei mais aqueles olhos torna tão difícil não chorar. Pensar que nunca mais verei aquele sorriso torna tão difícil de partir. Mas algumas decisões tem de ser feitas para o bem de todos.

Quando fui pegar meu taxi até o aeroporto, não quis despedidas, mas dela eu teria que me despedir. A procurei pelo laboratório, a encontrei sentada com Jim, vendo alguns papéis, parecia muito concentrada, fiquei na porta a observando, até que ela nota minha presença, sorri e pisca para mim, senti que aquilo foi sua forma de dizer adeus. Nesse momento passava milhões de coisas pela minha cabeça, sorri de volta, me virei, não queria que ela visse meus olhos vermelhos prontos para virarem uma cachoeira, parti para o meu táxi, após sair pela porta do laboratório senti que aquilo foi minha única chance de lhe falar a verdade, e agora essa chance, estava morta.

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