O Casamento e a Fuga de Mary escrita por OGuardiao


Capítulo 3
Capítulo 3 - O Casamento e A Fuga




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Capítulo 3 – O Casamento e a Fuga

Mary aceitou a proposta de Adam. Ela estava decidida. Depois de ouvir o Kappa, o Padre, e Ellen, estava decidida. Adam não estava surpreso, por algum motivo ele aparentava esperar aquela decisão. Os dois se olharam, mas não era um olhar entre noivos, parecia mais um olhar entre rivais. Por fim, Adam disse:

-Fico feliz que tenha aceitado a proposta. Eu prometo que farei de você uma rainha.

-Se você me fizer feliz será o suficiente. Noivo.

Adam sorriu para ela, e ela sorriu de volta. O clima era tenso, porém não aparentava ser. Adam ofereceu-se para levá-la até sua casa de cavalo. Já havia se passado uma hora desde que os dois ficaram se olhando, e acertando os detalhes práticos do casamento. O toque de recolher de Mineral Town era as oito em ponto. Apesar de tudo, Adam gostava de Mary. Verdadeiramente. E ela sabia disso, e isso estava dificultando o plano de Mary.

Ao chegar a casa, Adam e Mary contaram à decisão que tomaram aos pais de Mary. Eles ficaram eufóricos. Anna estava muito mais feliz do que Basil, e logo disse:

-Minha filha será a Rainha do Mel! Não é incrível Basil?

-Para mim, se ela estiver feliz, será o suficiente. Você está feliz, não está Mary?

Mary estava conformada, e não feliz, porém, percebendo o ar de preocupação de seu pai, Mary disse:

-Sim papai, eu estou, realmente, muito feliz.

Anna acertou os últimos detalhes com Basil e Adam, às nove da noite, Basil, Mary e Anna, levaram Adam até a porta. Adam voltou para sua casa. Basil e Anna foram se deitar, Mary, foi até seu quarto, e escreveu duas longas cartas. Logo depois, preparou a sua mala, afinal iria se unir ao seu amor, seu verdadeiro amor. Depois de ter arrumado as malas, Mary foi dormir.

Três dias depois.

Era a terceira manhã quente da Primavera, tudo estava perfeito, o Sol a brilhar, os pássaros cantando, as flores crescendo, e todos em Mineral Town estavam se arrumando para o grande evento, O Casamento do Rei do Mel, e a Bibliotecária. Manna, já havia espalhado pela cidade o boato de que Mary estaria se casando por estar grávida de Adam, mesmo Mary sendo sua sobrinha. Mary havia acordado cedo, estava se aprontando para o casamento. Adam também havia acordado cedo, e já estava pronto uma hora antes do casamento começar, que seria às 11 da manhã. Às 11 horas Mary havia terminado de se arrumar, antes de sair, pegou uma das duas cartas que escreveu três dias atrás, e pôs no bolso para ser entregue, a outra, jogou na lareira de seu quarto, para queimá-la.

Ás 11 horas e 20 minutos, Mary estava na entrada da Igreja, ela havia mandado Stu até a praia, para ele entregar a Gray a carta. Stu chegou correndo na praia e viu Gray ali, parado ao lado do barco, e então entregou a carta. Gray leu a carta que dizia:

“Querido Gray,

Quando você ler isso, provavelmente já estarei na entrada da Igreja, por isso, aconselho você, a não me procurar para se despedir, pois quando chegar será tarde demais. Eu já estarei sendo desposada por Adam, porém, saiba que eu sempre terei você e Adam em meu coração, com a mesma força, e mesma intensidade, um dia, estaremos próximos de novo. Eu não estou fingindo que não entendo nada, eu estou expressando que entendo seus sentimentos. Espero que você entenda os meus.

P.S.: Espero não estar sendo presunçosa na assinatura de meu nome.

Com amor e pesar,

Mary Tyler“

Gray leu a carta e então, saiu correndo da praia até a Igreja. Mineral Town tem sua Igreja, situada duas quadras depois da entrada da Praia, o que facilitou muito a corrida de Gray. Ao chegar próximo a Igreja, ele viu uma mulher sofisticada entrando na Igreja.

A cerimônia do casamento já havia acabado e todos os papéis já haviam sido assinados, e Mary agora era esposa de Adam.

De repente, ao entrar na Igreja, Gray ouviu gritos, e viu que a mulher carregava em sua mão uma arma. Ela não parecia nervosa, ela parecia indignada com tudo e com todos. Ela preparou o gatilho, e disse friamente:

-Adam, você teve coragem de levar uma caipira ao altar, mas e eu?

Adam reconheceu aquela mulher, era Alice, sua ex-noiva. Um mês antes do casamento, Adam a abandonou, e ela nunca o perdoou. Adam por fim disse:

-Alicia, não atire, por favor, não machuque Mary!

-Ah, meu querido, eu não vim machucar a sua “Mary”! Eu vim aqui salvá-la de VOCÊ!

-De mim? Quem está em posse de uma arma é você! Por favor, largue essa arma Alice!

-Não, eu vim aqui, matar você! Eu quero vingança! Eu quero justiça! Eu quero ver seu cadáver jogado no chão, apodrecendo, segundo por segundo! Eu te odeio Adam Tyler!

Gray estava agora do lado de dentro da Igreja, mas ainda assim, nada poderia fazer para salvar Mary. Alice estava com a arma apontada e preparada para acertar Adam. Mary avistou Gray no fundo da Igreja, e pensou na Fuga, a Fuga poderia acontecer caso a mulher atirasse em Adam, foi uma das muitas coisas que passarão pela cabeça de Mary. Então por fim Alice disse:

-EU SEMPRE TE AMEI, E VOCÊ ME ABANDONOU AGORA VOCÊ IRÁ PAGAR POR ISSO!

E então, Alice puxou o gatilho. Mary ouviu o barulho, e como que num despertar, jogou-se na frente de Adam. Alice estava horrorizada, ela não esperava isso, de repente, Alice jogou a arma no chão, e disse:

-NÃÃÃÃÃOOOOOO! VOCÊ ESTRAGOU TUDO, SUA VAQUINHA IMBECIL!  NÃO ERA PARA VOCÊ SE JOGAR NA FRENTE DELE! EU ESTAVA TE FAZENDO UM FAVOR! SUA IMBECIL! TODOS VOCÊS SÃO UNS IMBECIS! AGORA EU MATEI UMA PESSOA EM VÃO! SÃO TODOS UNS CAIPIRAS IMBECIS! IDIOTAS, IDIOTAS, IDIOTAS!

Alice fugiu da Igreja, e deixou o cadáver de Mary jogado no colo de Adam. Gray pegou a arma e verificou se tinha balas, viu que sim, e apontou para Adam. Gray disse:

-Eu vou terminar o que essa mulher começou.

Inesperadamente, Mary abriu os olhos lentamente, mesmo com uma bala em seu peito disse:

-Gray, não faça isso. Se você realmente me ama, deixe Adam viver. Eu sacrifiquei minha vida por ele, mas eu faria o mesmo por você. Vocês dois, sempre me amaram do mesmo jeito, e eu sempre amei os dois do mesmo jeito. A lembrança do sentimento de vocês me acompanhara pela eternidade. Eu sinto muito por ter estrago à vida de vocês. Eu os...

Mary fechou os olhos. Ela não tinha mais força, e nem vida para falar. Era o fim para ela. Era o fim para sua vida, e o começo para sua alma. Gray, com lágrimas nós olhos, aponto a arma contra o peito, e deu um tiro.

Dois meses depois

Era dia de festa em Mineral Town, era o dia do lançamento do livro “A Vida de um fazendeiro em Mineral Town”, da escritora Mary S. Tyler, todos estavam reunidos no Rose Square. O palco e as cadeiras já haviam sido armados. Depois que todos pegaram seus lugares, Adam subiu ao palco. Ele testou o microfone e logo depois disse:

-Eu agradeço a todos que vieram a esta homenagem a minha esposa Mary Tyler, e peço desculpa pelo tempo tomado. Um dos motivos dessa homenagem é não só por ela ter sido minha esposa, mas por ela ter sido uma excelente escritora. Nos últimos três anos ela vinha dedicando sua vida a seu livro “A Vida de um fazendeiro em Mineral Town”, e, perdão pela falsa-modéstia, nestes últimos dois anos, sua inspiração fui eu. Todos nós sabemos que Mary, planejou fugir com o Sr. Gray. Uma pequena nota, os médicos disseram que o Sr. Gray, está melhor, e que se conseguirem tratá-lo adequadamente em alguma clínica da capital do País, ele poderá sair do coma em menos de um ano. Bom, apesar, de ambos terem planejado fugir, eu não sinto receio por nenhum dos dois. Mary desistiu de fugir com Gray, para casar-se comigo, e isso, me bastou. Eu peço perdão a todos os familiares de Mary, por Alice ter atirado em Mary. Desde o meu primeiro dia em Mineral Town, em que vi Mary, eu me apaixonei perdidamente por ela, e percebi o mesmo da parte dela. Mary foi uma garota meiga, gentil, alegre, inteligente, e muito amorosa. Tantas qualidades, não mereciam ter acabado daquele jeito – a esta altura os olhos de Adam estavam navegando em meio às lágrimas – por mim, por amor a mim, ela se jogou na frente daquela bala. Eu estou aqui para inaugurar, não só o livro dela, mas a nova estátua do Rose Square de Mineral Town. Mary, onde quer que ela esteja ela esta nos vendo.

Ele puxou o pano que cobria a estátua de Mary e leu em voz alta às palavras da placa da estátua que diziam: “Os livros, são a entrada para outros mundos, por isso sempre devemos ter pelo menos um conosco, pois todos precisam, em algum momento, ir, não para outro lugar, mas para outro mundo, um mundo totalmente novo, e onde essa pessoa possa se sentir segura – Mary S. Tyler”.

 

Fim

 


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Notas finais do capítulo

E fim, espero que quem leu, deixe um review, e que tenha gostado õ/