Querido Diário Desprezível. escrita por Alice


Capítulo 1
Capítulo Único - Querido diário desprezível.


Notas iniciais do capítulo

Essa fanfic contém Dramione vs Romione e se passa no 6º ano de Hogwarts.



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Querido diário desprezível


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"Bom... eu sou Draco e eu estou me sentindo um ridículo escrevendo nesse diário, já que estou entediado aqui no dormitório decidi começar a escrever nele. Depois da minha briga com o testa rachada e os pobretões dos Weasley no ano passado um amigo de meu pai aconselhou a ele que me desse um caderno para extravasar minha raiva, sério mesmo? Aquele velho idiota merecia um cocô bem grande de hipogrifo na cabeça aí eu ia dizer "Ah escreve num caderno a frustração que você ta sentindo" Gente inútil... que sono, prefiro ir dormir, amanhã quero assistir o jogo de quadribol entre Grifinória e Lufa-Lufa hahahahaha vai ser uma piada."

Draco na verdade não estava com sono e também não escrevia no diário por puro tédio, ele o fazia por respeito a seu pai que agora estava em azkaban e pensar nele... bom ele achou melhor ir dormir mesmo.

...

O jogo do dia seguinte não tinha sido nada bom, os novos batedores da Lufa-Lufa eram um tanto quanto violentos o que não resultou numa coisa boa para Harry e Rony.

"Hahahahahahahahahahahahaha eu não consigo parar de rir, o Potter e o pobretão se ferraram com aqueles novos batedores (mas a sonserina acaba com eles rapidinho). Acho que já é umas 2 horas da manhã e estou escrevendo nesse troço pra ver se eu consigo pegar no sono. O Weasley saiu de campo em uns 10 minutos de jogo com um balaço na cabeça e obrigado Merlin o testa rachada foi atingido algum tempinho depois, foi um jogo bastante divertido tirando o fato de que a Pansy ficou me enchendo o saco com aquela risadinha chata ¬¬ Acho que os dois vão ter que ficar umas 3 semanas na ala hospitalar, ou mais espero, vou ter paz por um tempo, só vai ter a sangue-ruim para encarar nas aulas mas isso não é problema é só eu ficar o mais longe possível."

Os dias foram passando e Draco estava cada dia mais de habituado a escrever no seu diário, ou melhor, "caderno" como ele preferira chamar. Todos os dias ele escrevia algo bem rápido de uma forma desleixada só para preencher as páginas e nem se importava com o que escrevia.

"Querido caderno desprezível hoje foi um dia pateticamente normal, mas ainda estou feliz com o fato de que fico em paz sem a dupla de paspalhões da grifinória, aquela garota da grifinória Lilá ou Lilú tanto faz é uma completa chata, indo para o jardim passei em frente à enfermaria e escutei esse ser falando algo do tipo "Meu uon uon vai ficar bem? Ai que saudades de você meu uon uon" Tenho pena do pobre coitado que for namorado dela. Enfim depois disso eu, Crabbe e Goyle ficamos jogando conversa fora até que um pelúcio pulou dentro das roupas do Goyle e ele caiu no lago, tenho que admitir que foi engraçado. O pelúcio veio, presumo, da aula de Trato de Criaturas mágicas do 5º ano, até que esses bichinhos não são tão ruins, eles criam situações... divertidas."

– Hey Draco - era a voz enjoada de Pansy, o garoto fechou o caderno rápido e escondeu atrás da almofada do sofá que estava sentado. - Que é isso que você estava escrevendo?

– Ah nada de importante, só ajeitando algumas anotações da ultima aula.

– Desde quando estuda?

– Desde que sou monitor, não quero perder os benefícios por notas baixas.

– Muito bem pensando, um pessoal do sétimo ano conseguiu cerveja amanteiga e whisky de fogo que ir tomar? Está todo mundo no dormitório deles.

– Tudo bem, só um minuto.

Draco, antes de ir festejar, guardou seu caderno bem escondido no malão que ficava embaixo da sua cama no dormitório afinal ninguém poderia descobrir que Draco Malfoy gostava de escrever em um diário de menininhas.

...

No dia seguinte a primeira aula de Draco era poções, o que o deixaria irritado se não estivesse tão feliz com o fato de Harry e Rony estarem numa cama de hospital. O garoto se dirigiu à mesa e ajeitou seus ingredientes, Pansy faltou nessa aula porque exagerou demais na noite anterior e não conseguiu acordar.

Hermione foi uma das primeiras alunas a chegar à sala aquela manhã mesmo que não quisesse, ela estava se sentindo meio sozinha nas aulas porque seus amigos estavam na ala hospitalar, mesmo que fosse visitá-los todos os dias.

– Muito bem alunos hoje eu tenho um desafio a vocês - começou o professor Slughorn - Vocês terão que fazer uma Poção da Paz e como ela é complicada de se preparar pode ser dupla, mas lembrem-se: tomem cuidado porque um errinho sequer e ela não vai funcionar corretamente.

Nesse momento várias carteiras começaram a se arrastar, Hermione estava perdida pois não sabia com quem faria dupla, assim como Draco.

– Professor sobrou alguém para fazer dupla? - perguntou Hermione com a mão erguida. Slughorn deu uma rápida olhada na sala e com um sorriso disse.

– Tem o jovem Malfoy bem ali senhorita Granger, foi o único que sobrou.

E tinha sido mesmo, eles se encararam por uns segundos e a garota concluiu que ele não mexeria nem um músculo para ficar ao lado dela então decidiu ir até lá.

...

Draco não escrevia no seu diário como das outras vezes, antes sua letra era rápida e despreocupada, hoje ele estava com o braço tenso em cima da escrivaninha do salão comunal, seu rosto estava perto do caderno, prestando atenção em cada palavra que escrevia e seu dedo indicador da mão esquerda estava sujo devido ao fato de ter borrado certas palavras do que estava escrevendo.

"Bom caderno desprezível hoje eu acho que finalmente vou usar isso pra alguma descente, o que aconteceu hoje... sei lá eu to a fim de falar pra alguém (ou alguma coisa já que você é um caderno). Hoje na aula de poções eu tive que fazer um trabalho com a sangu Granger, nós tivemos que fazer uma Poção da Paz o que era bem complicado “bem... pelo menos ela é inteligente" eu pensei, até que foi uma coisa bem civilizada se não fosse por mim. Ela pediu que eu cuidasse do caldeirão enquanto ela lia as instruções e separava e, se precisasse, amassasse alguns ingredientes. A burrice aqui confundiu um bezoar com um outro ingrediente (foi por causa do cabelo dela...), pedi para a Granger me passar a adaga e fui tentar cortar o bezoar achando que era outra coisa, ele é muito duro e por causa da força que fiz a faca escorregou da minha mão, tentei pegar mas a lamina raspou nas costas da minha mão e fez um corte então ela bateu na mesa e cortou a mão dela também, pedi desculpas obviamente (não foi por querer que eu a machuquei então pedi desculpas mesmo) e ela apenas disse "deixe isso pra lá, precisamos terminar". Nós podíamos ter fechado os cortes rapidinho com as varinhas mas ela estava eufórica demais com a poção que nem se importo, fui pegar a adaga novamente (dessa vez tomando mais cuidado) e percebi duas gotas de sangue na mesa uma vinha da minha direção e outra da Granger, elas escorreram lentamente e então se encontraram formando uma só, aquilo me fez pensar em uma coisa (talvez eu esteja dizendo besteira sei lá a Hermio Granger me interrompeu quando disse "Está fazendo o que? Estamos quase terminando") Bom vendo aquela cena eu prestei bastante atenção na gota do meu sangue e depois na dela e sabe... eu não vi nenhuma diferença, minha gota não era mais clara e a dela não tinha pedacinhos de sujeira ou algo do tipo, elas eram totalmente iguais. Isso me fez pensar no porque de eu tê-la chamado de sangue-ruim por tanto tempo, sei lá eu sempre achei que no sangue dos nascidos trouxas tinha algum tipo de "sujeira" que estragava a magia, quando eu perguntava pro meu pai o porquê disso na infância ele só respondia "eles sujam o sangue bruxo" então essa foi meio que a imagem que eu criei deles, só que agora... ah sei lá"

Naquela noite não era apenas Draco que estava escrevendo sobre os acontecimentos do dia, no dormitório do 6º ano na torre da Grifinória Hermione estava sem sono e decidiu escrever em seu diário.

"Querido diário estou com insônia e talvez se botasse meus pensamentos aqui eu consiga dormir. Bom o que está me intrigando foi o Malfoy hoje, ele estava agindo de um jeito tão estranho... Minha primeira aula foi Poções e eu tive que fazer dupla com ele (fazer o que era a única escolha, certo?), já que Rony e Harry não estavam lá para cada átomo que o Malfoy respirasse eles já fossem arranjar briga eu pensei que se agisse de forma civilizada e só falasse o necessário não iria ser tão perturbador. Estávamos indo bem até que o anta foi tentar cortar o bezoar, ele usou muita força e acabou deixando a adaga cair, bater nele e depois em mim e isso acabou cortando as costas de nossas mãos, não era nada grave apenas um corte então pedi para que ele se apressasse se nós quiséssemos entregar a Poção da Paz a tempo. Um momento senti uma coisa escorrendo da minha mão e percebi que era uma gota de sangue, olhando de esguelha vi outra gota vinda da direção de Malfoy, as duas foram deslizando lentamente até que se encontraram formando uma só, percebi que Malfoy estava encarando a cena também e por isso o apressei para que nossa poção saísse o melhor possível. Só que agora me fez pensar... por que ele me chama de sangue-ruim? A minha gota e a dele eram totalmente iguais (não que eu pensasse que o sangue dele era dourado ou algo assim), eu não me sinto ofendida toda vez que ele faz isso mas já fazem 4 anos e uma hora cansa ficar ouvindo sempre a mesma coisa. Uma vez li na biblioteca um antigo profeta diário que continha um artigo sobre esse assunto, "eles sujam o sangue bruxo" (assim como diz o Rony) mas que droga é essa? Quem seria o sujeito retardado que dá um tipo de depoimento desses? Que coisa sem argumentos, não acredito que alguém fala isso e acha que está com razão... Mas enfim voltando ao Malfoy... no resto do dia ele não me chamou de sangue-ruim (o que eu considero um recorde), esbarrei nele uma vez quando estava indo para o jardim e ele não disse nada, ah e quando eu fui entregar a bendita adaga que ele deixou na sala Malfoy deu um sorriso (minúsculo sorriso, mas pra alguém que eu achava que não era capaz de sorrir de verdade até que foi uma boa coisa) e agradeceu...muito estranho..."

...

Duas semanas se passaram e Hermione foi buscar Rony e Harry que finalmente tinham saído da enfermaria, nesse tempo Draco continuou agindo como naquele dia, ou ele a ignorava ou a encarava por uns dois segundos e desviava o olhar, mas a garota estava feliz demais com a volta dos amigos para perceber um olhar queimar em seu rosto por apenas alguns momentos, já Malfoy...

"Caderno desprezí... ok acho melhor já parar de te xingar, você não está sendo tão ruim assim... Minha felicidade acabou, o testa rachada e o pobretão saíram da ala hospitalar, eu vi a Granger saindo de lá com o braço deles em volta do pescoço, mas por mim eles já estão mais do que recuperados não precisam ficar se jogando em ninguém! E depois apareceu aquela Lilá (é... o nome dela não era Lilú) e se jogou nos braços do Weasley, cara ele é um Weasley eu sei mas como eu já disse: sinto pena dele, ele tem que ser muito desesperado pra querer sair com aquela louca, a Herm Granger ali ajudando ele e o idiota vai pra outra, mal agradecido..."

Depois de atualizar seu caderno Draco decidiu dar uma volta já que era um lindo (e raro) sábado de sol em Hogwarts, foi até os jardins e lá viu Hermione sentada de baixo de uma árvore lendo, seu subconsciente procurou alguma desculpa para ir lá falar com ela. Uma pequena luta interna depois o garoto foi em direção a ela e levantou a mão com um cumprimento.

– Ah... Oi Granger

– Hmm, Oi Malfoy (?)

– Oi...

– Oi...

– É bom eu vim dizer que... ontem eu conversei com o professor Slughorn...

– Sim?

– E... ele disse quenossapoçãopareceboa

– Desculpe... pode repetir?

– Ele disse que nossa poção parece boa. - Draco sentiu como se alguém estivesse ameaçando arremessar um balaço em sua cabeça - Acho que vamos tirar uma boa nota - mas essa sensação foi embora depois que Hermione sorriu.

– Ah que bom! Parece que correu tudo bem mesmo depois de você ter tentado arrancar minha mão - Ela disse num tom de brincadeira, mas não sabia se deveria ter dito por que o loiro ficou mais pálido do que já era após ter escutado isso.

– Oh me desculpe realmente foi sem querer...

– Não, calma eu só estava brincando, dei um jeito naquilo logo que saí da sala. - Ela mostrou sua mão esquerda para ele que estava completamente lisinha. Nesse momento Draco percebeu que tinha esquecido completamente de curar o corte, ele ergueu a própria mão para ver se tinha se fechado sozinho, mas onde antes parecia um pequeno machucado agora estava um pouco volumoso e vermelho.

– Nossa seu corte deve estar inflamado, quer que eu cuide disso? É rápido, só...

– Tudo bem, pode fazer. - Hermione ergueu a varinha e murmurou um feitiço, em segundos as costas da mão direita de Draco estavam normais, sem nenhum indício de ferimento.

– Muito obrigado... - O garoto estava um pouco nervoso, não tinha planejado um roteiro tão "longo" para essa conversa, por isso ele fez a única coisa que seu cérebro mandava, foi se aproximando...

Hermione estava perplexa com a situação, ela nunca tinha tido uma conversa tão "longa" e civilizada com Draco e agora ele estava se... aproximando? Não que eles já estivessem a centímetros de distância mas aquele momento era realmente constrangedor.

– HEY MIONE, o Harry tava te procurando ele... o que esta fazendo com ele? - Era Gina, seu chamado deixou Draco frustrado e Hermione agradecida.

– Nós só estávamos falando sobre o trabalho de poções, Harry estava me procurando?

– Sim ele queria falar com você, está lá no salão comunal, vamos indo juntas que eu também quero conversar com você.

– Tudo bem, vamos indo então. Hmm tchau Malfoy.

– Tchau. - Draco deu um adeus entristecido.

...

"Olá caderno desprezível AH EU ODEIO O POTTER ELE DEVE MORRER, FILHO DUMA MÃE, AH É A MÃE DELE MORREU, ESPERO QUE ELE MORRA TAMBÉM, ESPERO QUE ELE TENHA CUSPIDO NAS CUECAS DE MERLIM E MEREÇA UM CASTIGO MUITO GRANDE PRA NÃO ATRAPALHAR MAIS MINHA VIDA, E AQUELA POBRETONA TAMBÉM FICA SE INTROMETENDO NA CONVERSA DOS OUTROS, GENTE INÚTIL! MERLIM POR FAVOR OUÇA MINHAS PRECES!! Adeus caderno desprezível É ISSO MESMO! É DESPREZÍVEL ESSA MERDA TODA TAMBÉM VAI TODO MUNDO SE FERRAR!"

Naquela noite Draco teve um sonho, ele estava de volta ao quarto ano e reviveu o momento em que viu Hermione chegando com triunfo no baile, mas, diferente do que realmente aconteceu (ele se considerou um burro por não ter ligado antes), Malfoy ficou a observando o tempo todo, não dava atenção nos colegas, apenas nela. Um tempo depois ele viu Hermione subindo as escadas discutindo com Rony e ele decidiu segui-los "afinal era um sonho, ninguém iria se importar" pensou. Ele passou pelo retrato da mulher gorda e então ouviu as palavras finais da discussão "Sabe o que deve fazer não é? Da próxima vez me convide antes de outra pessoa e não como ultima opção" Ele viu lágrimas escorrerem dos olhos dela "Ah bem... isso não tem nada a ver" Ele sentiu uma vontade enorme de socar o Weasley. Hermione saiu correndo do salão comunal e pareceu não notá-lo. Draco a seguiu novamente, ela estava sentada em uma escada chorando e o garoto foi se aproximando, sentou ao lado dela e a abraçou de lado.

– Harry você ouviu o que ele disse?- Disse a garota entre soluços,

– Harry?- Draco ficou realmente decepcionado por ter sido confundido com o ser que mais odiava.

– Oh me desculpe - ela secou as lágrimas e foi se levantando- Desculpe mesmo, eu achei que era o Harry. – Ele segurou seu braço convidando-a para se sentar novamente.

– Não, tudo bem. Pode se sentar, não sei exatamente o que aconteceu (mentiu) mas ficarei aqui se quiser uma companhia.

Hermione voltou a se sentar no degrau e apenas encostou a cabeça no ombro dele, mas não conseguiu segurar as lágrimas. Algum tempo depois ela já tinha parado de chorar só que continuou ali, apenas os dois em silêncio, era muito melhor do que qualquer conversa com um de seus amigos de acordo com Malfoy. A garota finalmente levantou seu rosto, encarando o de Draco, este também olhou para ela e viu um sorriso.

– Obrigada – sussurrou.

– Não há de que.

Eles continuaram se encarando até que foram se aproximando, cada vez mais perto...

– Que vocês dois estão fazendo aí? É melhor irem para seus dormitórios logo antes que eu mesmo coloque vocês em detenção! – Era Filch...

Draco acordou com um susto, Crabbe tinha caído da cama (parece que ele não teve sonhos tão bons quanto o loiro) e Malfoy ficou mais do que aborrecido, só não sabia se era com o Filch do sonho, Crabbe ter atrapalhado o sonho ou o fato de que tudo foi apenas um sonho.

Hermione parecia ter sido a primeira a acordar de toda Grifinória, “Vai ver é por que hoje é domingo” ela pensou, decidiu então anotar os acontecimentos do dia anterior no seu diário.

“Querido diário Malfoy está mais estranho do que ultimamente, já não bastava ele ter parado de me incomodar e me tratar de uma forma ‘diferente’ (não que eu não tenha gostado disso, está sendo bom ter um descanso da palavra ‘sangue-ruim’) ontem ele veio conversar comido de forma civilizada! Não foi lá uma conversa muito longa, mas acho que será o máximo que já vou conseguir com o Malfoy sem ser xingada ou Rony ou Harry virem brigar com ele por estar respirando o mesmo ar que eu (se bem que o Rony passa muito tempo com a vadia Lilá, eu acho que ele nem perceberia). Bom voltando ao assunto, nós conversamos numa boa e eu o ajudei a curar o corte de algum tempo atrás da aula de poções, o estranho é que quando ficamos sem assunto senti ele se aproximando, um pouquinho de nada, mas senti (eu devo estar ficando louca) e então Gina apareceu dizendo que Harry queria falar comigo – ele só queria pedir para eu ensinar a ele o que tinha perdido nessas 3 semanas que passou na ala hospitalar- no meio do caminho ela me contou que gostava do Harry e me pediu para pensar nela dependo do que ele gostaria de conversar comigo (é... ELA deve estar louca, o que o fato de ela gostar dele tem a ver com a nossa conversa? Nós somos apenas amigos, deixamos isso sempre muito claro, eu já falei isso para ela, mas Gina é uma garota bem ciumenta) Bom eu a tranquilizei repetindo que não há porque se preocupar com isso e confessei que já vi Harry a olhando várias vezes (mas não falei nada sobre Harry ter me dito que gostava dela, os dois tem que se resolver sozinhos). Bom depois passei a tarde fazendo qualquer coisa e quando dormi tive um sonho, o que me faz voltar a Malfoy. Nesse sonho eu tinha voltado ao 4º ano, no baile, um dos melhores e piores dias da minha vida. Eu briguei com Ronald como aconteceu de verdade mas não fui me refugiar no quarto como antes (sim eu me lembro, nunca esquecerei esse dia)dessa vez eu tinha ido para uma escada e estava chorando quando senti alguém me abraçar, pensei que era Harry tentando me consolar mas na verdade era o Draco. Muito envergonhada tentei sair dali mas ele se ofereceu como companhia, depois de um tempo o agradeci e então nós fomos nos aproximando (acho que íamos nos beijar, só que isso é loucura até num sonho) mas Filch apareceu então acordei e perdi o sono, por isso estou aqui. “Confesso que fiquei decepcionada por não saber o final do sonho.”

...

Mais ou menos um mês se passou e Hermione ficava cada vez mais abalada com o fato de que Rony continuava seu namoro com Lilá, Harry agora namorava Gina (sim eles finalmente tinham tido coragem de confessar um ao outro que se amavam) e ela se sentia muito sozinha. Uma sexta feira a noite estava a caminho do dormitório quando viu Rony e Lilá aos beijos em um canto, sentiu um enorme aperto em seu coração e não conseguiu se conter, lágrimas começaram a rolar em seu rosto. Correu o mais rápido que pode para não ser vista chorando, sentou em uma escada e ficou ali...

Draco estava entediado andando pela escola, pensava em passar na cozinha para ver se tinha algo bom para comer antes de dormir quando ouviu um longo suspiro e depois alguém que parecia estar chorando. Seguiu o som e apenas alguns passos depois viu nos últimos degraus escada abaixo cabelos volumosos castanhos e cacheados soltos e o cachecol da grifinória, não precisou de mais nada para saber quem era e para sentir um déjà vu. Fui em direção à garota e sentou ao seu lado antes de tomar coragem e abraça-la.

– Harry é você? – disse ela entre soluços.

– Harry? – Hermione reconheceu essa voz, muito envergonhada secou as lágrimas e fui se levantando, mas Draco a impediu.

– Não, tudo bem. Pode se sentar aqui, não sei exatamente o que aconteceu (dessa vez era verdade), mas posso lhe fazer companhia.

Hermione deu um sorriso fraco e tornou a se sentar, ainda estava triste mas a vontade de chorar foi parando e o peso em seu peito diminuindo, era muito bom não se sentir sozinha novamente.

– Obrigada – sussurrou ela o encarando e este fez o mesmo. “Meu sonho, isso está igual ao meu sonho...”os dois pensaram.

– Não há de que.

Draco foi se aproximando dela, Hermione encarou a boca do garoto e talvez pela primeira vez não deu ouvidos a razão, “Espero que o Filch não apareça” pensou Malfoy com esperança. A distancia entre eles foi quebrada e os dois desfrutaram de um longo (e talvez até um pouco simples comparando com o de Rony e Lilá) beijo, mas as reações que eles tiveram não foi nada simples. Se separaram e olharam um para o outro com uma expressão inexplicável, talvez por vergonha, arrependimento, espanto, felicidade.

– O que os dois estão fazendo aí? Vão logo para o dormitório antes que eu acorrente vocês pelos tornozelos em uma sala de tortura. – Era Filch.

Hermione se levantou rapidamente e foi direto para o dormitório, confiou em sua memória automática para lhe levar até a torre, porque não conseguia pensar em outra coisa a não ser o que tinha acontecido alguns segundos atrás.

“No sonho ele foi mais legal.” Pensou Draco com um pouco de sarcasmo. Estava mais do que feliz com o acontecido, olhava diferente para Hermione fazia tempos e o sonho que teve não ajudou na fraca decisão de esquecê-la. Um lado seu estava decepcionado pela reação da garota “pós-beijo” mas tentou se convencer de que era melhor isso do que um tapa na cara antes e é claro que ela não queria levar uma detenção.

MUITO OBRIGADO MEU MERLIN!!!!!!!!!!!! ESTOU TÃO FELIZ! BEIJEI HERMIONE, ELA ME BEIJOU! NÃO SEI MAIS DE NADA SÓ SEI QUE SOU O CARA MAIS FELIZ DESSE MUNDO!!!!!! Ah só para constar foi a sensação mais estranha da minha vida, quando estávamos bem perto um do outro senti como se minha barriga fosse um baú de tesouros e um pelúcio estava se aventurando nele. Ok eu sei que essa é a descrição mais retardada que alguém pode fazer de um beijo, mas foi basicamente assim.”

“OH MEU MERLIN, eu não acredito no que acabou de acontecer. Minhas estranhas suspeitas sobre Draco estavam certas, estava chorando agora à noite por uma cena que vi e ele veio me consolar, depois de um tempo nos encaramos e acabamos nos beijando. CREMMERLINPORTADORDASCUECASMÁGICAS (mas que droga foi essa que eu escrevi?) EU FIQUEI SEM REAÇÃO! Senti como se vários diabretes da cornualha tivessem se divertindo no meu estômago e quando nossos lábios se encostaram os diabretes foram atingidos com algum feitiço que atiça ainda mais suas travessuras. Ok eu sei que essa é a descrição mais retardada que alguém pode fazer de um beijo, mas foi basicamente assim. Um segundo depois Filch nos ameaçou de tortura e sai correndo para a torre, como vou encará-lo amanhã?”

Draco acordou decidido a falar com Hermione essa manhã. Hermione acordou decidida a falar com Draco essa manhã. Ambos não sabiam o que dizer, mas sabiam que não podiam se ignorar.

Hermione estava sentada em um pequeno murinho que separava um dos corredores de Hogwarts para o jardim, olhava para Draco e quando desviava o olhar este a encarava. O garoto estava disposto a se declarar para ela, mas Hermione não tinha a mínima certeza do que sentia por ele, afinal ele tinha sido uma boa pessoa tratando-a bem e lhe dando companhia só que não era por esses motivos que já começaria a amá-lo. Talvez com o tempo pudesse ter um afeto por ele (já que tinha perdido as esperanças com Ron).

Ela levantou decidida e Draco percebeu isso, sendo assim, também foi na direção dela. Infelizmente alguém interrompeu o contato visual entre os dois.

– Ei Mione espera... – era Rony, ele tinha segurado seu braço na esperança de ser atendido.

– Só um minuto Rony pode esperar?

– Você ficaria com raiva se eu dissesse não? Eu preci...

– Hey Hermione... eu queria falar com você – a garota nem sabia de onde tinha vindo Draco, a um minuto atrás ele estava à uns 100 metros de distância e agora estava bem a frente dela.

– Da licença doninha quicante você pensa que é quem pra chamar ela de “Hermione”? – Rony disse fazendo uma voz irritante na ultima palavra. – EU estou falando com ela e acho que o que EU tenho a dizer é muito mais importante do que qualquer coisa que venha de você! Vamos Mione. – Ron pegou na mão de Hermione e a levou para um canto isolado do jardim.

– Ronald quem VOCÊ pensa que é? Está me ignorando há dias com aquela va... sua namorada e agora acha que é meu dono é?

– É disso mesmo que quero falar com você...

O que nem Draco nem Hermione sabiam é que Rony também tinha percebido o jeito diferente que Malfoy tratava sua amiga, quando a garota achava que ele estava a ignorando para se divertir com Lilá na verdade estava tentando afastá-la e observava cada vez mais o comportamento entre os dois. Na noite passada terminou com Lilá logo depois que o agarrou para um beijo forçado quando viu Hermione passando, mas Ron não sabia desse pequeno detalhe. Depois de tudo esclarecido estava indo em direção à torre da Grifinória quando passou entre um corredor e outro e viu duas pessoas bem próximas uma da outra: um cabelo castanho volumoso e um cabelo loiro liso, suas suspeitas e seu ciúmes acabaram juntando o casal mais improvável da face da Terra: Hermione e Draco. Ele recusou acreditar na sua consciência mas tomou uma decisão muito importante para a manhã seguinte.

– Ontem à noite eu decidi terminar com Lilá.

– Não pareceu, vi vocês dois se agarrando em um canto. – disse Hermione enciumada e de braços cruzados.

– Na verdade quando eu fui falar que queria terminar ela me agarrou do nada, não entendi porque, então disse a ela tudo que tinha que dizer e ela respondeu “É por causa daquela Hermione Granger não é?” Isso abriu meus olhos, me fez entender que eu não estava terminando porque ela era uma chata, bom talvez um pouquinho, e sim porque a única garota que eu pensava antes de dormir, a única que me ensinou a fazer um feitiço, a única que eu acho que tem uma pele legal, a única que me aguentou desde o primeiro ano foi você.

Hermione estava totalmente sem palavras, uma parte ignorada do seu cérebro gritava “Mas e o Draco?” só que ela não estava nem aí, ouvir aquelas palavras do garoto que sempre foi apaixonada lhe deixou perplexa, ela apenas ficou o encarando com um sorriso gigantesco no rosto. Rony achou que a garota tinha sido petrificada novamente, “como pode uma garota ficar totalmente parada depois de eu ter gastado toda minha coragem com uma declaração dessas?” pensava ele. Então ele pegou sua mãe direita, beijou-a e disse:

– Hermione Jean Granger sei que acabei de sair de um relacionamento muito retardado mas aceita namorar comigo?

Aquelas palavras foram um basta para Hermione, ela não estava sonhando, aquilo realmente era verdade, ela realmente estava sendo pedida em namoro. Finalmente conseguiu se mexer depois daquele choque emocional, pulou nos braços de Ron e disse um alegre “sim” antes de beijá-lo.

Um pouco longe dali estava um garoto loiro escrevendo em um caderno com um sorriso esperançoso no rosto.

“É caderno até que você não é tão ruim assim, me ajudou a organizar as minhas ideias e decidi me declarar para Hermione, depois daquele beijo espero que ela sinta alguma coisa por mim, posso fazê-la gostar de mim. Mudei meus pensamentos por causa dela, mudei meu comportamento por causa dela, talvez... ”.

A última palavra foi deformada por uma lágrima que caiu sobre o papel quando o loiro viu uma cena que tirou seu sorriso do rosto, derrubou a pena de sua mão, quebrou seu coração. A garota que estava prestes a se declarar beijava o cara que depois de agora é e sempre seria o mais odiado.

Rony e Hermione depois do beijo deram as mãos e foram procurar Harry e Gina (“Então me conta que história é essa de ‘pele legal’”?) para contarem a novidade, os olhos da garota de repente encontraram um cabelo loiro caído num rosto muito pálido, logo percebeu quem era. Draco estava escrevendo furiosamente em um caderno, rasgou a folha na qual escrevia, guardou dentro do caderno e o jogou no lago, Hermione pode perceber que sua expressão não era nem um pouco feliz e se sentiu uma pontada de culpa.

...

Um mês depois o namoro do novo casal grifino estava indo muito bem e nesse momento Mione assistia o treino de quadribol de seu namorado. No término do treino a garota encontrou o ruivo no gramado e ele disse:

– Harry quer repassar algumas estratégias e depois preciso tomar um bom banho, podemos nos encontrar na nossa árvore?

– Tudo bem, já vou indo pra lá e te espero.

A “nossa árvore” era como os dois se referiam ao lugar em que Rony se declarou para ela. Lá estava Hermione sentada à beira do lago esperando seu amado quando, olhando bem para água, viu um caderninho de contorno prateado flutuando. Levantou-se e chegou mais perto da água e o objeto foi navegando até sua mão, quando o retirou do lago ele estava completamente seco, “Deve ter alguma magia o protegendo” concluiu. Abriu o que parecia ser um diário e na contracapa estava escrito “D.M.” Continuou lendo, página por página afinal não tinha muita coisa, apenas alguns relatos do dia a dia de certo garoto, mas um ponto desse cotidiano interessou Hermione, ela começou a ser citada no diário, cada vez mais, até ler as palavras ““É caderno até que você não é tão ruim assim, me ajudou a organizar as minhas ideias e decidi me declarar para Hermione” Seu coração se sentiu tão apertado quanto um abraço do Hagrid e seus olhos se encheram de lágrimas. Havia uma pequena mancha de tinta onde deveria ser a continuação do relato daquele dia mas depois disso a página estava rasgada com as palavras “AH FO%$-#% ESSA MERDA TAMBÉM EU SOU UM BURRO, NÃO PRECISO DESSE DIÁRIO DESPREZIVEL!” E essa era a única folha que a ponta parecia ter esfarelado com a água. Hermione concluiu que aquilo era referente ao dia que Rony a pediu em namoro, no mesmo dia em que estava decidida a falar com Draco sobre o beijo deles, ela sentiu as lágrimas rolarem pelos olhos pois sabia o que era sofrer por amor e se sentira horrível ao perceber que Malfoy sofreu por ela. Decidiu guardar o diário no bolso das suas vestes, algum dia o devolveria para seu legítimo dono.



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Notas finais do capítulo

Gostou? Calma que tem o epílogo, eu não seria tão má de terminar assim ;)



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