Marcas Da Morte escrita por Cavaleiro Branco


Capítulo 4
Sociedade Assassina


Notas iniciais do capítulo

Demorado está sendo, mas indo isso está! Mais um para apreciareem!

E com comentários, claro!



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Logo depois do encontro com o Mestre, os três foram tomar um café.

As bases assassinas do mundo todo são praticamente cidades ocultas. Tinha desde Hospital até um verdadeiro shopping de equipamentos. Alguém, ou qualquer um que entrasse ali, acharia que estaria em uma cidade subterrânea, pois a semelhança com uma é enorme. A única e bela diferença é que, no lugar do céu, estava uma grande abóbora de metal, com várias e pequenas lâmpadas florescentes.

Os três se dirigiram até a cafeteria da cidade. Ficava em uma esquina da rua principal. Não era uma rua a qual se passava carros, era uma rua apenas para pessoas. É por isso que não existiam calçadas.

Ambos nem precisaram tirar a roupa, apenas tiraram o capus da cabeça. Em uma cidade com a maioria sendo assassinos, andar por aí com o uniforme e tudo não era anormal.

Os três sentaram no balcão. E foi Heloísa quem pediu:

–Três cafés com chantilly, Taís.

–Oh! Olá! Como vocês vão?

–Cansados. -disse Felipe.

–Ah, isso é muito comum entre vocês. Querem bolo também?

–Por favor. -disse Kevin.

A maioria dos que nascem dentro da Ordem se torna assassino, mas sempre há aqueles que não tem a habilidade e o talento necessários. Esses não são descartados! São direcionados, pela habilidade, aos níveis de sustento da base. É o caso de Taís, e de muitos outros.

Taís tinha 23 anos. Era muito simpática e amigável. Tinha cabelos e olhos cor de mel. Foi rejeitada no teste, e ofereceram para ela trabalhar aqui, o que deu certo!

–Aqui está! Três cafés e três pedaços de bolo de chocolate! Aproveitem!

Enquanto comiam, a conversa continuava.

–Como foi a missão de ontem?

–Bem, não foi tão difícil, e também não tão fácil. -disse Kevin.

– Hum. A vítima foi muito má ou descobriu sobre nós?

–Descobriu. Vimos que ele tirou fotos de um Assassino descuidado e postou na internet. Isso além de querer chegar mais fundo e adquirir a verdade, quase chegando a comentar isso em bate papo.

–Bem, agora está em um lugar melhor. -disse Heloísa.

A Ordem tinha como base isso: Eles matavam pessoas com essas características:

>Descobriram qualquer coisa sobre a Ordem.

>Fizeram mal ao equilíbrio da humanidade.

Esses são dois dentre uma pequena lista de coisas, mas são as principais. Pessoas que fazem isso tem que deixar esse mundo, e sem descobrirem quem fez isso.

–Vocês não tem missão agora?

–Não, o Mestre disse que ainda não tem algo para nós.-disse Kevin

–Que bom! Assim podem parar com esse vai e vem de missões um pouco. Ah! Sorte grande de vocês não terem missão agora. Hoje à noite é a Grande Feira.

–Já?!

–Sim. É incrível como o tempo voa! Ouvi dizerem que esse ano tem mais barraquinhas do que no ano passado

–Até que enfim! Ano passado só tinham seis!-comenta Heloísa.

Como vários ficavam sem missões, passa tempos foram desenvolvidos ao longo do tempo na Ordem. A Grande Feira começou com uma coisa ocasional no final das colheitas. Mas com o tempo virou uma coisa bem maior, tanto que acabou virando uma coisa internacionalmente famosa. No mundo dos Assassinos, é claro.

–Vai ter barracas especiais esse ano?-pergunta Felipe.

–Muitas! Me disseram que vai ter até barracas do Alasca.

–Alasca?! Vai ser interessante!

–Já estão montando as barracas?-pergunta Heloísa.

–Já. Eu não sei se viram. Esse ano vai ser na praça central. Precisamos de um bom espaço! Também ouvi dizer que vai lotar hoje

–Também acho.-comenta Kevin.-Lembra em 2010? Lotamos tanto que nem coube gente aqui!

–E já que não temos hotéis em Anholt. Então espero que não lote demais.

Os três haviam terminado a refeição. Ali eles não pagavam. Era uma comunidade, uma sociedade. Ali tudo era de graça, o único preço é não quebrar as regras, ou seja, não revelar a ninguém a existência da Ordem.

Antes de irem embora, Taís chama Kevin.

–Ah! E Kevin, acho que vi sua mãe na doceria hoje. Vai lá!


–Tudo bem. Valeu!

A doceria ficava entre um restaurante e uma livraria. Kevin veio sozinho, seus colegas tinham outras coisas a fazer. Estava com saudades da mãe...

Entrou na loja. Era bem colorida, com balcões e mesas pintados de diversas cores. Viu uma mulher, que aparentava ter 40 anos, de costas para o balcão. Tinha cabelos ruivos e olhos negros. Vestia um avental por cima do vestido verde.

–Mãe!

A mulher se virou com espanto e alegria.

–Kevin! Meu bem!

Deram um abraço apertado um no outro.

Assim como Taís, Giovanna havia sido rejeitada nos testes, mas fora convidada a trabalhar na doceria. Acabou depositando fé e confiança no seu único filho, Kevin, nos testes para Assassino, e deu certo! Por isso tem muito orgulho dele, e ele dela. Giovanna faz os melhores doces do continente. Não estou brincando, ela venceu o Campeonato de Doces Internacional Assassino quatro vezes seguidas nos últimos anos.

Kevin havia dormido quando chegou em sua residência (Sim, todos os membros da base moram na base), mas não vira sua mãe, que havia ficado até tarde no serviço. Hoje era a primeira vez que viu ela, e a conversa não iria ser curta...

Os dois sentaram-se em uma cadeira da loja, que estava vazia agora.

–E então, como foi?! Você nem falou comigo!

–Bem, você também estava trabalhando...

–É. Pediram uma quantia larga dos meus melhores doces. O que eu pude fazer? Mas vamos lá! Me conte!

Como de costume, Kevin contou a sua mãe, em detalhes, a missão que lhes custou uma semana de ausência. Missões eram muito comuns entre todos os assassinos, assim como o risco que cada uma traz.

Depois de contada a missão, a conversa ainda não pararia! Mesmo que a missão seja perfeita, mães sempre acham que poderia ser melhor...

–Sabia que você poderia sim atirar nele de um prédio alto. A Heloísa não tinha silenciador?

–Sim, mas um silenciador só deixa uma sniper menos escandalosa, mas ela ainda chama muita atenção.

–Bem, nisso você tem razão. Ah! Sabia da Grande Feira hoje?

–Sim, a Taís me contou.

–Que beleza! Acho que coisas assim no meio do ano ajudam a se distrair das missões e tudo mais.

–É, eu sei...

Giovanna notou a fala meio triste de seu filho.

–O que aconteceu?

–Sabe, eu acho tudo isso não ruim, mas esquisito.

–O que é esquisito, meu bem?

–Tudo. Veja, olha do que estamos conversando! Enquanto mães por aí conversam sobre como as notas poderiam ser melhores com os filhos, eu e você estamos conversando sobre como poderíamos ter matado o cara. Isso é tão, tão...

–Diferente. E essa a palavra?

–Sim. Eu já havia lhe dito que eu não gostava do que eu fazia. Bem, não é exatamente isso. Eu odeio o fato de eu não ter outra vida. Não tenho opção, não tenho outro modo de viver. Estou preso para sempre nisso. É isso que me incomoda.

A mãe de Kevin pensou um pouco antes de responder.

–Veja isso.

Giovanna pega o braço esquerdo de seu filho, retira a Lâmina Oculta e a deixa na mesa. Puxa a manga, revelando uma coisa curiosa e estranha...

–Está vendo esta marca, meu bem.

–Sim, mãe. Sim.

Ambos olhavam para uma tatuagem que ocupava quase todo o antebraço. Circulava o braço, como um bracelete. As bordas do pulso e perto do cotovelo eram faixas pretas, era aí onde começava. No centro, havia uma grande quantia de símbolos tribais indecifráveis, que contornavam todo o antebraço. E no centro, havia o símbolo da Ordem: Algo que se pareceria com um triangulo sem base, com uma cruz no meio. O símbolo estava dos dois lados do braço. Tudo era de um preto forte.

–Filho, todos que nasceram nessa Ordem nasceram com isso. Essa é a marca de nascença que nos identifica, assina nosso destino.-ela falava isso com uma calma e de um jeito leve e suave.

–Eu sei...

–Eu também sei que, enquanto muitos adolescentes da sua idade pensam em videogames, sonhos e tudo mais, você está aqui, carregando armas e pronto para matar quem quer que seja. Eu sei como se sente, meu bem.

–Sabe?

–Sim. Quando eu era pequena, não entendia por que outras meninas podiam fazer várias coisas, e eu não. Quase todos pensam sobre isso, sofrem por não terem outro destino. Mas, somos os escolhidos de Deus para isso. Deus nos deu essa tarefa, selecionou os melhores, nos deu A Marca.

–Eu sei muito bem disso.

–Eu também. Infelizmente, nada podemos fazer. Se tentarmos algo como fugir, não será nada bom e...

A mãe de Kevin não era muito boa com coisas assim. Na verdade, quase nenhum pai ou mãe é bom em explicar essa teoria para os filhos.

–Mãe, acho que sei o que está querendo dizer. E obrigado...

–Mas nunca, nunca perca as esperanças. É com elas que construímos não só esta Ordem, mas tudo que existe no mundo. Com ela, tudo é possível!

Kevin pensou um pouco sobre o que a mãe disse. Logo depois, deu um abraço nela.

–Obrigado...

–Não há de que, meu bem...

Depois, Kevin pega a lâmina oculta e abaixa a manga.

–Vai trabalhar até tarde hoje?

–Vou, mas acho que vai dar tempo de ir à feira com você!

–Valeu!

E Kevin sai da loja. Mas dessa vez, estava com a mente mais leve.


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Notas finais do capítulo

Até another day!!!!!!!!!