Não sabia o que falar, tentei várias vezes mas .. sei lá acho que não saia. Olhei para Louis e ele estava paralisado sem absolutamente nenhuma resposta, exatamente como eu estava.

Ficamos alguns segundos apenas nos encarando. Minhas pernas fraquejavam e eu podia sentir que iria cair a qualquer momento, minha boca estava seca e minhas mãos suavam.

Olhei para Eleanor e ela mantinha uma expressão séria e brava mas a decepção se mostrava mais forte que a raiva naquela hora, ela tinha as duas mãos fechadas como se fosse socar alguém, seus olhos lacrimejavam tentando segurar as lágrimas que a denunciou depois de alguns segundos inundando todo o seu rosto branco e delicado.

Fiquei com medo quando olhei para as suas mãos fechadas mas logo passou quando eu a vi sair correndo e chorando direto para o banheiro.

Louis olhou para mim com uma expressão assustada e desesperada, em seguida saiu correndo atrás da garota.

Fiquei ali, paralisada, esperando cair a ficha do que havia acabado de acontecer. Eu deveria estar feliz, eu quase beijei Louis, o garoto dos meus sonhos, mas eu não estava. Me sentia fraca e com pena, me perguntei várias vezes o quão ridícula eu fui de deixar isso acontecer, ou como eu pude estragar a felicidade de alguém que nunca fez nenhum mal para mim, eu me sentia com nojo, não dela, nem de Louis mas de mim mesma. Quando eu realmente me dei conta minhas pernas bambeavam e antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, cai de bunda no chão.

- O que eu fiz? – falei sozinha inconformada.

- Eu que deveria fazer essa pergunta. – Me assustei ao ouvir uma voz fina e inconformada vindo da porta.

Nicole.

Me levantei correndo, empurrando minha amiga para dentro do quarto e fechando a porta.

- Juliane? Você está bem? – Ela arregalou os olhos e segurou meu braço me fazendo encara-la – Anda, me fala, o que aconteceu?

- Eu... eu... – e de novo eu perdi as palavras, eu já não sabia mais o que fazer.

- Você... – Ela completou.

- O que está acontecendo lá fora? Quer dizer o que você viu? – Perguntei puxando-a para se sentar.

- Eu estava voltando do quarto dos meninos quando vi Eleanor sair correndo chorando, e quando eu fui perguntar o que aconteceu ela já estava lá fora, ela saiu e fechou a porta com tudo, antes mesmo de eu dar um passo eu já fui atropelada por Louis que saiu correndo atrás dela fechando a porta e a batendo forte também.

- Ai meu deus, eu sou uma burra. – Coloquei as mãos na testa pensando no que eu faria agora, eu não queria falar mas.. – Eleanor pegou eu e Louis em um... um...

- Um???? – Ela repetiu já nervosa – Vamos Juliane, fale logo, eu já estou enlouquecendo.

- Emumquasebeijo. – Disse tudo junto deixando Nicole com uma cara de dúvida.

-  Em um o que? - Perguntou.

- EM UM QUASE BEIJO! – Gritei já irritada mostrando o quão desesperada eu estava naquela hora.

Nicole não respondeu, na verdade para ajudar mais a minha pessoa ela abriu a boca e arregalou os olhos de um jeito que parecia que eu tinha matado alguém.

Ela ficou assim um tempo o que já estava me irritando.

- Fala alguma coisa pelo amor de Deus não me deixa mais nervosa do que eu já estou. – Eu já estava roendo as unhas, estava completamente descabelada de tanto que eu passava a mão no meu cabelo ( faço isso quando estou nervosa), e chaqualhava a perna num movimento inquieto.

- Eu não sei o que falar.. – Ela sussurrou -  Você está morta.

NOSSA AMIGA VALEU VIU, ERA EXATAMENTE ESSA PALAVRA AMIGA QUE EU ESPERAVA AGORA, VOCÊ NEM IMAGINA.

- Nossa, você não sabe como eu estou melhor agora. – Falei irônica quase a fuzilando com os olhos.

- E agora o que nós vamos fazer? Ela já deve estar longe agora, fora que eu tenho certeza que ela não vai perdoar o Louis. – Ela fez uma cara engraçada – nem você...

- NICOLE! – exclamei e ela riu. – Como você pode estar fazendo esse tipo de piadinha numa hora dessas?

- Desculpa, desculpa não está mais aqui quem falou.

Ficamos em silêncio esperando Louis voltar e ver o que iria acontecer.

Confesso que eu estava com medo do que poderia acontecer, eu já podia sentir o gosto do sangue em meu lábios de tanto que eu os mordia, eu andava de um lado para o outro o que fez Nicole ficar irritada.

- AQUETA O FOGO CARAMBA. – ela gritou um pouco.

- Desculpa, é que eu não consigo.

Tudo ficou em silêncio novamente, até escutarmos um barulho lá fora.

Louis.

Nicole fez uma cara de ‘’ é agora ou nunca’’ e disse para eu ir falar com ele, antes de eu ter a possibilidade de responde-la ela foi para o outro quarto me deixando totalmente sem rumo.

Respirei fundo e fui até a porta quando abri pude ver a figura de um Louis chateado sentado na beira do pequeno lago.

Fechei a porta com cuidando e fui até ele. Estava completamente nervosa, minhas mão tremiam, minhas pernas tremiam, meu corpo tremia. Podia sentir minhas bochechas queimarem e minha cabeça estava a mil, assim, entrando em sincronia com o meu coração.

Quando cheguei ao seu lado, ele me encarou com vergonha.

- Posso? – apontei para o espaço ao seu lado, pedindo permissão para me sentar.

- Claro. – ele sorriu forçado.

Me sentei.

Ficamos ali em silêncio por um tempo.

- Ah.. Louis – sussurrei – Desculpe.

Ele balançou a cabeça de um lado para o outro pensativo.

- Não foi culpa sua Ju. – Louis levantou o rosto em encarando. –Foi culpa minha, eu dei todo esse ataque de ciúmes e que no final deu tudo isso.

- Ciúmes?- Era isso mesmo que ele tinha falado?

Ele riu.

- Juliane, eu estou passando por um momento um tanto quanto complicado com a Eleanor, não sinto mais aquela paixão por ela, e o pior, eu nem sei porque ela ficou tão decepcionada, afinal ela deixou bem claro que não me amava que ela sentia uma atração por mim. – Um sorriso sincero e triste se formou em seu rosto.

Eu estava inconformada, que tipo de problema ela tem, como ela pode não gostar de alguém como Louis, não é possível.

- Como?- perguntei e ele riu – Não querendo te chatear mas, fala sério, tem milhões de garotas ai fora dando a vida pra ganhar um único abraço seu, sem querer ofender mas elas merecem mas que e Eleanor, só pelo fato dela não gostar de você. – corei antes mesmo de dizer, eu ia mesmo falar aquilo? – E... para falar BEM a verdade, se eu tivesse alguém como você de namorado, eu não precisava de mais nada.

É, eu realmente ia falar aquilo..

Dessa vez ele gargalhou, o que me fez sorrir confusa.

-Bom saber que eu te divirto. – falei irônica.

- Desculpa, eu achei engraçado. – Ele falou ainda sorrindo. – Bom saber disso.

Nós dois rimos.

- Você não ta mesmo bravo comigo?- Perguntei meio sem jeito.

Ele veio um pouco mais para o meu lado, pegou em meu queixo e virou meu rosto em sua direção me fazendo encara-lo, soltou o meu queixo e colocou uma mecha do meu cabelo para trás da orelha me fazendo corar.

- É claro que não Ju. – Ele acariciou minha bochecha, senti meu estomago se revirando, e minhas bochechas corarem. – Na verdade, eu gosto muito dela, mas eu prefiro alguém que me ame de verdade.

E foram essas palavras que me fizeram quase babar de tanta fofura.