Hermione Granger - Reencontrando os Pais escrita por ro1000son


Capítulo 4
Capítulo 4: Chegando na Austrália


Notas iniciais do capítulo

* Os personagens principais pertencem à J.K.Rowling.
* Não conheço a Austrália, nem mesmo voei de avião alguma vez. Por isso, muito que lerão será inventado ou baseado em pesquisas para a história.



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O avião em que Hermione, Rony e Harry viajavam estava quase chegando a Singapura para uma parada rápida, mas o ruivo não havia acordado ainda. Hermione já se mostrava preocupada por isso, e observava o namorado fixamente e com desconfiança, como se ele estivesse dormindo em uma corda bamba.

— Será que fizemos mal em dar aquele calmante?

— Não sei dizer. Na verdade ele costuma dormir muito, mas agora também estou em dúvida – respondia Harry, também olhando o amigo.

— Mas ele já está dormindo há mais de quinze horas. É preocupante. Harry, pega minha mochila, por favor – pediu Hermione, e o moreno logo se pôs de pé para pegar a mochila da moça. Já estava imaginando o que ela faria, o que foi confirmado assim que entregou para ela. Hermione, discretamente, pegou a varinha e chegou o próprio rosto mais perto do rosto de Rony, como se fosse beijá-lo, ao mesmo tempo em que apontava a varinha pro rosto do ruivo, e sussurrou um feitiço.

— Enervate.

Imediatamente, Rony acordou com um susto, virando o rosto bruscamente, fazendo com que desse um encontrão no rosto da namorada.

— O quê?...

— Ai, Rony. Meu nariz... – resmungou Hermione, escondendo a varinha e colocando a outra mão no rosto. Rony, que logo percebeu onde estava, se rendeu em mil desculpas pelo ocorrido.

— Me desculpa Mione, perdão. Eu não vi...

— Está bem, ok. Vê se me machuquei. Está sangrando?

— Ah... Não. Sem problemas – respondeu o ruivo, tendo Harry a confirmar com um balanço de cabeça. A garota suspirou aliviada, entregando a mochila para Harry poder guardá-la novamente.

— Puxa vida, ainda não chegamos? – lembrou-se Rony, se virando de Harry para Hermione.

— Não. Daqui a pouco o avião vai descer em Singapura e depois vamos direto para Sydney – respondia a garota. – Você está com fome? Ainda não comeu nada...

— É, agora que perguntou, acho que estou mesmo com fome.

— Tome. Eu tenho algumas barras de cereais. Daqui a pouco vão nos servir o almoço – disse Hermione, entregando a ele as barras. Rony fez uma cara estranha quando a moça disse “almoço”, mas não falou nada. Certamente nunca pensara em voar ao modo trouxa, quanto mais comer dentro de um avião, cuja viagem se arrastaria por mais de um dia.

— Hum, hein... Essas viagens são mesmo demoradas – disse Rony, mastigando um pedaço do cereal. Hermione assentiu com a cabeça, olhando mais tranquilamente para o ruivo, vendo que ele estava plenamente bem, enquanto Harry se acomodava melhor na poltrona.

— Bom, agora acho que sou eu quem vai tirar uma soneca...

— Mas, Harry, o almo...

— Ah, não estou com fome. Sério – apressou-se o rapaz ao ver o olhar inquisidor de Hermione. – Comi demais no café da manhã.

— Teve café? – interessou-se Rony, ainda com pedaços do cereal na boca.

— Sim, mas você estava com um sono tão tranquilo que não o incomodamos. Você nem roncou...

— Há, há, engraçadinho...

Hermione deixou os dois amigos fazendo piadas sobre a viagem e voltou para o livro de romance que, no momento, parecia a ela a única coisa que valia a pena fazer naquele lugar. Ocupar a mente para não pensar nos pais era o melhor que ela queria fazer naquela hora.

 

De dentro do aeroporto podia-se notar que Sydney amanhecia com um sol radiante. Entre os passageiros que iam de um lado a outro, um grupo de turistas vestidos com roupas folgadas e de cores leves ouvia atentamente a um guia, que dizia as rotas de turismo pelos parques onde os cangurus vivem e que eles iriam passar. A maioria era asiática, notava-se pelos rostos, talvez da China, e alguns deles lembravam espanhóis e italianos. Eles ignoravam que uma mulher os observava com curiosidade, enquanto que o marido dela se encarregava de pegar as duas malas que carregavam.

— Pronto, querida. Vamos?

— Ah, sim, Wendell. Vamos – respondeu a mulher, com um sorriso.

Ela passou o braço direito pelo esquerdo do marido e o acompanhou em direção à saída, ainda observando o grupo de turistas.

— Engraçado, daqui a pouco nós seremos os turistas.

— É verdade – respondeu o Senhor Wilkins sorrindo para a esposa. – Acho que vou demorar um pouco pra me acostumar com a ideia. Férias repentinas dão nisso.

Os dois riram com a descontração do momento e, sorridentes, seguiram fazendo planos até o saguão de entrada do aeroporto. Como o senhor Wilkins não conhecia nada da cidade, dependeria do taxista para ir ao local certo. Ao chegarem na plataforma dos táxis, ele notou que não havia muitos naquela hora.

— Poxa, vamos ver quem vai nos levar – disse o marido, olhando de um lado ao outro do lugar.

Os dois avistaram um táxi que pareceu confiável ao senhor Wilkins, mas, antes que chegassem perto, outro carro, um sedã, fez uma manobra parando muito próximo a eles.

— Ei, amigo. Precisa ir para o centro? – perguntou o taxista do sedã. O senhor Wilkins olhou para ele, depois para o outro táxi que pretendia e depois para a esposa, que também estranhou a parada daquele sedã, mas não disse nada, dando a entender que poderia ser ou um ou outro.

— Er, talvez... – respondeu o homem, indeciso, se virando para o taxista – Precisamos ir para a Baía Pyrmont, vamos tomar um navio... Um cruzeiro.

— É só me dizer em qual porto que nós chegaremos num passe de mágica...

O senhor Wilkins, que pensou não haver algo de perigoso naquele taxista, olhou novamente para a esposa, que deu de ombros indicando um “vamos arriscar”, e acabou aceitando a proposta. O taxista, satisfeito, rapidamente saiu do carro e logo colocou a bagagem do casal no porta-malas, enquanto os dois se sentavam nos bancos de passageiro. Não demorou muito para o taxista voltar e colocar o carro na avenida que parecia estar com um movimento fraco naquela hora.

— Quanto tempo o senhor acha que chegaremos no porto? – perguntou interessado o senhor Wilkins.

— Ah, não se preocupem. Quando menos esperarem, já estarão entregues – respondeu o taxista com uma piscadela displicente e um sorriso amarelo.

E aquela, então, foi a última vez que o casal Wilkins foi visto em público.




Algumas horas mais tarde, outro avião se aproximava daquele aeroporto para mais um pouso, o último antes de chegar à Canberra, mas Hermione, Rony e Harry não poderiam mais esconder o cansaço da viagem – Rony ficou mais nervoso do que cansado quando soube que o avião faria mais uma aterrissagem. Quase que em Singapura ele teve outro ataque quando o avião decolou. Mas, graças à namorada, o garoto progrediu muito em se manter confiante que tudo daria certo, mesmo que ficasse tremendo um pouco.

— Ai, ai. Tem certeza de que não é agora que a gente desce, Mione? – perguntou ele, tentando fazer disso uma súplica.

— Claro, Rony. É em Canberra que vamos descer. Fique firme, estamos quase chegando.

O garoto não ficou nada animado em ouvir aquilo e olhou para Harry, que devolveu a ele um sorriso com um suspiro cansado, indicando que também estava louco para descer do avião.

Outra vez, Rony precisou de sua força de vontade, e do apoio de Hermione e Harry, para não ficar nervoso quando o avião pousou e, momento depois, decolou de Sydney. Entrementes ele prometia a si mesmo não fazer mais este tipo de viagem. Não demorou muito e o avião já pousou em Canberra, para o alívio de Rony. Hermione, que já estava tão cansada da viagem quanto dos resmungos do namorado, também respirava profundamente quando descia as escadas para a pista do aeroporto.

— Ah, que alívio. Finalmente descemos desse avião – sorriu a moça, se virando para Rony e Harry.

— Nem me diga... – sussurrou Rony.

— É verdade, Mione... – disse Harry, estranhando um senhor de idade se ajoelhar para beijar o chão perto deles.  – Não esperava uma viagem tão cansativa assim.

— É só porque era mais longe da nossa casa – respondeu a garota com simplicidade e os dois amigos se entreolharam quase se perguntando se ela estaria bem da cabeça. – E vocês ainda porque essa foi a primeira viagem de avião...

— Primeira e última, espero – resmungou Rony.

— Não diga isso. Como espera que voltemos?

— O quê? Voltar? - exasperou-se o ruivo. - Tem que ser de avião?

Hermione apenas lançou um olhar sisudo para o garoto, e para Harry que fez uma careta estranha.

— Vamos. Temos muito que andar ainda.

Os três garotos seguiram na mesma direção que seguiam os outros passageiros. Como eles portavam apenas mochilas com o mínimo de pertences que precisam, não teriam que ficar procurando bagagens como os outros.

— Ah, eu estou louca pra tomar um banho, tomar um chá...

— Então vamos procurar um hotel? – quis saber Harry, enquanto Rony tentava dizer sim para a ideia do amigo.

— Não. Vamos direto procurar meus pais. Se tudo der certo, até o final da tarde já estaremos com eles.

Rony sorriu para Harry, aprovando a tentativa, e deu de ombros, ainda acompanhando a namorada. Harry franziu um pouco a testa mostrando que se lembrava de algo que parecia importante para a viagem.

— Mione, não é por nada, mas você sabe como chegar até seus pais?

— Sei sim – respondeu a garota, como se aquilo fosse apenas um passeio pelo parque.

— Como? – quis saber Rony, que também se interessou pelo assunto.

— Como eu sei?

— Sim – os dois amigos responderam juntos. Hermione se lembrou que não havia contado sobre isso para ninguém, olhou para os lados e os puxou para ficarem mais afastados dos outros passageiros que passavam.

— Venham aqui – falava com a voz baixa, enquanto caminhavam. – Sabem o motivo pelo qual não contei antes, não é?

— Claro – respondeu Harry, tendo Rony confirmando. – Seus motivos são mais do que justos – “isso mesmo”, repetia o ruivo.

— Pois bem. No dia que enfeiticei meus pais, enfeiticei também um porta-retratos com uma espécie de feitiço apontador.

— Feitiço apontador? – perguntou Rony.

— É... É um feitiço que informa a você o que acontece em algum lugar.

— Nunca ouvi falar nele – respondeu o ruivo, cruzando os braços.

— É porque quase ninguém usa. Tem muito feitiço que as escolas não ensinam. É muito difícil de fazer...

— E então? – interrompeu Harry, que queria voltar ao assunto.

— Daí que enfeiticei esse porta-retratos com a foto preferida dos dois. Toda vez que eles dissessem o endereço de onde estavam morando, ele apareceria escrito nesse pergaminho – disse tirando um pergaminho um tanto amassado da mochila – que eu havia deixado na casa do Rony.

— Deixou na minha casa? Mas... E se alguém o achasse? – perguntou Rony.

— Não ia dar em nada. Coloquei nele um feitiço de proteção, como uma senha, para que se alguém, que não fosse eu, tentasse ler, ele pegaria fogo.

— Mas aí nem você iria conseguir encontrar seus pais... – disse Harry.

— Bom, melhor do que outras pessoas os encontrarem. Não é? Nesse caso, aí sim, eu teria que ir atrás do ministério para procurar por eles.

— Faz sentido – admirou-se Rony.

— Mas eu deixei bem escondido, num lugar que duvido que alguém iria chegar perto – disse Hermione, mostrando um sorriso satisfeito.

— Onde? - perguntou Rony.

— De baixo da sua cama, onde o seu vampiro com sarapintose iria se deitar.

— Ah, nem me fale. Nem quero saber o que minha mãe fez para limpar aquela cama.

— Vamos então? Temos muito que fazer ainda – perguntou Hermione, e os dois responderam “vamos”, parecendo mais animados.

Os três acompanharam os outros passageiros para os procedimentos de desembarque, no local reservado para os ingleses. Rony não achou muito bom ser revistado outra vez, mas achou engraçado quando carimbaram o passaporte dele. Mas ao final de alguns minutos, eles estavam juntos novamente, desta vez já saindo do saguão de entrada, para procurar por um táxi. Hermione olhava tanto o pergaminho que parecia querer decorar os endereços escritos nele.

— Pelo visto eles disseram onde viviam estando na frente do porta-retratos nove vezes, dois endereços apenas.

— Isso é bom ou é ruim? - perguntou Rony, parecendo não entender.

— Não sei. Só espero que eles estejam lá quando chegarmos.

— Olha, Hermione. Aquele ali parece estar livre – Harry apontou para um táxi de um senhor barbudo e barrigudo, porém com rosto simpático. Os três foram até o carro, Hermione indicou onde deveriam ir e rapidamente entraram no táxi.

Em poucos segundos estavam saindo do aeroporto onde, na saída, uma velha caminhonete deu uma fechada no táxi quase causando um acidente. O taxista, que até então parecia estar de bom humor, disse um palavrão tão feio e, ao mesmo tempo, engraçado que os três tiveram que se segurar para não rir. Mas quando o táxi recomeçou a andar, Hermione não deixou de notar que o motorista da caminhonete olhava fixamente para eles. Logo depois pensou que já deveria estar paranoica, e tirou qualquer ideia da cabeça dando atenção a Harry e Rony, que conversavam com o motorista sobre algumas das curiosidades da Austrália.


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Notas finais do capítulo

Bom, acho que esse é um ponto crucial na história. Antes de postar eu estava pensando que precisaria complementar com alguma outra coisa, mas qualquer coisa que colocasse atrapalharia para o pŕóximo... Mesmo assim gostei dele. Espero que gostem também desse capítulo.Obrigado a todos que estão acompanhando, e obrigado a Anne pela review.