Hermione Granger - Reencontrando os Pais escrita por ro1000son


Capítulo 14
Capítulo 14: Correndo Contra o Tempo


Notas iniciais do capítulo

De volta, depois de muitos anos...
* Os personagens principais pertencem a J. K. Rowling.



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“Droga, não consigo fazer nada, o que está acontecendo”?

Eu continuei tentando meus feitiços na porta e na parede de pedra daquele casarão, sem sucesso, enquanto meu irmão, Eric, tentava avisar mais uma vez aos nossos amigos, sem ter como saber se eles ouviram tudo. Na última tentativa dele, torcemos para eles terem recebido a mensagem:

 

— Harry, Rony, Hermione! Me escutem! Eu vou buscar ajuda! Vou atrás de Chease e voltaremos logo. Téo vai ficar aqui para tentar achar alguma brecha para entrar e ajudar vocês... Espero que aguentem firme.

 

Ele encostou a testa na porta, resignado; eu podia ouví-lo pensar em como se sentia impotente diante daquilo. Era o mesmo pensamento que eu tinha, pois eu já havia parado de tentar mais feitiços. Ouvindo aquilo de mim, ele me olhou nos olhos e mandou: “você tinha razão quando me disse, era pra fazer nós ficarmos mesmo cegos, impotentes”.

 

Uma coisa que não contamos antes (até mesmo porque não temos pra quem contar…), quando meu irmão e eu dizemos ouvir, como algo entre eu e ele, é o fato de ouvirmos os pensamentos um do outro. Sabe como é, essa coisa de telepatia. Ele manda ondas cerebrais pra mim e eu também pra ele e juntos chegamos ao entendimento. Essa é uma das formas que usamos de comunicação. Na verdade, talvez eu não esteja explicando muito bem, gostaria que vocês pudessem sentir ou ver as coisas como a gente sente e vê; talvez fosse mais fácil. Mas deixa eu voltar para o que quero contar.

 

Ele mandou pra mim “sabe o que fazer pra entrar lá?”. Apenas respondi que não, mas que devia continuar tentando. O mais importante é chamar todo mundo a tempo. Ele me respondeu “essa é a parte ruim de terem escondido da gente, não temos ideia do que vão fazer lá dentro”. Respondi a ele “temos sim, vão matar eles lá dentro”. Depois mandei pra ele “então vai, vou ficar bem”. Ele apenas acenou com a cabeça em concordância, e desaparatou, deixando, por um breve momento, um eco dos pensamentos dele.

Quanto a mim, comecei imediatamente a rodear o lado norte daquele casarão, na esperança de encontrar alguma falha, qualquer coisa, que fosse possibilitar uma entrada. Por vezes percebi que minha varinha era repelida quando tentava algum feitiço. Trabalharam muito bem, fizeram o dever de casa, tenho que reconhecer. Mesmo assim, precisava continuar a tentar a sorte. O sol já se encaminhava para o poente; em poucas horas já seria noite, então tinha que me apressar, de preferência, antes que Eric chegasse com a ajuda, para termos alguma dianteira. Dali a pouco, pensei ter visto uma faísca pelo lado de dentro de uma janela deteriorada. Tentei ver, mas quando cheguei não tinha mais nada que desse pra ver; se tinha alguém para ser percebido, não estava mais lá. Vocês nem imaginam o quanto fiquei frustrado; aquilo bem poderia ser alguém ferindo meus novos amigos e eu estava lá, fora de tudo, sem ter como entrar. Ou, era apenas um mal pensamento meu, medo de dar tudo errado...

Comecei a pensar nas passagens secretas… Passagens secretas… Passagens secretas... Há alguns anos, quando nos contavam histórias sobre ‘TG’, contaram que havia passagens secretas que ligavam o casarão à algumas casas daqui. Bom, olhando ao redor, não vi nenhuma necessidade; as casas até que são próximas. Mas eu tinha que pensar no que os bruxos das trevas da época faziam para assegurar, talvez, rotas de fugas. É, até hoje, algo muito usual e necessário para alguns, principalmente criminosos. Mas também não ajudava muito, pois não conseguia imaginar onde mais teriam acessos por esse casarão, pois já tínhamos olhado por todos os lados. Mas mesmo assim pensei, talvez esses bruxos também já ouviram essas mesmas histórias e já cuidaram de ocultar esses acessos, ou, se existem, as passagens são tão antigas que nem tem mais como usar. Mas antes que eu tivesse chance de começar a conferir, um patrono veio rápido para perto de mim. Era o dingo do Eric; pra quem não conhece, é uma espécie de cão selvagem daqui. Ele disse numa voz urgente, como se adivinhasse meu pensamento.

— Teo, é rápido, Chease me contou sobre as passagens secretas pelas paredes do casarão. São só histórias. Mas ele ouviu dizer que ainda há passagens pelo subterrâneo, passando por alguns desses poços, até um fosso abaixo do casarão. Ele nunca conferiu, disse ele que nunca teve vontade de saber se era verdade. Então, já sabe, não é?

“Sim, é uma boa hora pra andar debaixo da terra.”, pensei eu enquanto o patrono dele desvanecia no ar.

Comecei a me apressar para o primeiro poço mais perto, justamente ao lado norte do casarão. Estava selado. Jogaram um monte de terra e pedras, chegando quase na borda. Por esse aqui ninguém mais passa. Corri para um segundo mais próximo. Mesma coisa. Mais outro e, adivinhem, com pedras até em cima. Um outro poço também estava cheio de pedras e terra, mas há uma certa distância para baixo. Corri para o próximo, a oeste, bem atrás do casarão - logo por onde meus três novos amigos entraram. Esse parecia mais largo, com pedras de bordo quebradas como os outros poços, já estava torcendo muito pra ser esse o lugar, pois o tempo pedia urgência… Mas, de alguma forma, notei algo diferente neste. Tive a impressão de sentir um cheiro diferente vindo dele, não sabia dizer o que era, e tive uma ideia de soltar uma fumaça com minha varinha pra dentro do buraco do poço. Ela se adensou logo abaixo e rapidamente pude ver, havia uma fresta que levantava a fumaça que conjurei. Era uma cobertura falsa. (pensaram que ninguém iria checar?) Então, certamente, usaram esse poço para entrar. Tirei a cobertura falsa usando feitiços e olhei pra baixo. Parecia ser bem mais fundo do que pensei. A escuridão dentro dele turvava qualquer visão, “se ao menos tivesse algum pássaro pra eu usar”. Tentei o “lumus máxima” apontando para o fundo dele. O ponto de luz seguiu rápido até virar uma pequena partícula que poucos perceberiam, mas me obriguei a prestar atenção.  Acompanhei o ponto de luz que desceu rápido e levei um tempo para perceber - quando chegou ao fundo, bem lá no fundo, o ponto parou. Apontei a varinha para um lado, ele não se mexeu, para o outro, mesma coisa, para outro, na transversal, foi aí que ele sumiu. Não sumiu exatamente, mas o ponto de luz estava esperando eu dar a ordem para ele seguir para algum lugar, aí eu saberia onde havia uma passagem. Ponto pra mim, Nox. 

Bom, pelo visto eu tenho que descer, mas já que não tem nenhuma escada entalhada na parede desse poço, preciso me virar. Usei minha varinha para conjurar meus apetrechos de escalada que guardei na caminhonete: uma corda, ganchos, mosquetes, uma polia… Trouxas e suas maravilhas. A corda vou ter que estender por magia, pois devo ter só cem metros e esse poço parece precisar bem mais do que isso, mas deve servir, já que não sei exatamente o quê vou encontrar lá embaixo. 

Coloquei tudo no lugar, encantei a corda para se estender e me descer magicamente, coloquei a polia presa num poste ao lado e coloquei os ganchos no lugar certo para usar, tudo funcionando numa boa. Só que antes de ir, é melhor eu chamar meus amigos da tribo dos Quendaroo, que acredito serem os mais próximos. Eles não vão gostar de aparecer para os bruxos do Ministério se chegarem a tempo, mas precisamos de ajuda e toda que vier será ótima. 

Me concentrei no encanto para movimentar o vento; um pequeno redemoinho levado à tribo é o que eles pediram pra fazer quando eu ou Eric precisássemos de ajuda. Coloquei meu patrono dentro dele, e despachei. Em poucos minutos chega lá e sei que eles virão em nosso socorro.

Agora é descer. Corri para o poço e me posicionei de modo a usar os ganchos para passar a corda, e me segurando com os pés na parede, na parte de dentro. Só preciso de movimentos precisos; não quero arriscar em algo que não possa dar tempo de pegar a varinha, ou ela mesma cair e me deixar na mão. Sentindo o mato rasteiro da parede do poço nas minhas pernas e costas, já dava pra perceber a luz rareando; entrava cada vez mais no fundo e escuro daquele poço. Até senti falta de ter algum animal aqui, uma aranha, uma mosca que fosse, mas eu e Eric já imaginávamos o motivo da completa solidão; já desconfiávamos que não foi por acaso que capturamos aquele bunyip há algumas semanas.

Eu estava determinado, tínhamos pouco tempo e qualquer coisa que fizéssemos poderia ser vital. Prestei atenção em cada detalhe enquanto descia pelo poço (não eram muitos mesmo; só mato, pedra, terra e escuridão). Foi quando, tateando mais uma vez a parede do poço com meu pé que senti que tinha chegado onde eu queria (por isso entendam, meu pé direito vacilou e entendi que tinha chegado à passagem). Conjurei o lumus com minha varinha e me esquivei, em caso de alguém fazendo guarda (ora, mas que ideia… quem faria guarda num lugar fundo e escuro como aquele?). Com o homenum revelio pude verificar que não havia nenhuma pessoa naquele buraco, a não ser eu, claro. Acho que já foi metade do caminho andado. Me desvencilhei da corda e dos ganchos, deixando-os no lugar caso fosse necessário, e procurei, naquele lugar mesmo, algum sinal estranho. De novo, somente pedras, mato, poeira e escuridão. Como o casarão fica no lado leste de onde estou, é pra lá que eu vou.

Com muito mato seco, era incrível essa passagem mal feita. Cabia perfeitamente uma pessoa (ou várias, uma de cada vez), só que não havia nem aquele costumeiro de barulho de pingo, que é próprio quando se estamos em um lugar onde devia haver água; de tão silencioso, era possível ouvir muito bem minha respiração e meus próprios batimentos, e certamente meu pisar naquele terreno. E eu só pensava em terminar com aquilo logo e chegar onde estariam Harry, Hermione e Rony.

Algumas voltas dentro daquele buraco depois - o que me fez pensar que aquela passagem era mais longa do que parecia ser - escutei um barulho. Parecia ser uma respiração pesada, como se algum animal muito grande estivesse fungando. Tive que apressar o passo para ter certeza do que era, já que estava certo de que não fosse encontrar ninguém aqui embaixo mesmo. 

Só sei que meus temores se confirmaram fazendo minha espinha congelar: três bunyip’s dormiam um sono ferrado, provavelmente, algo que foi feito por mágica, pois dava pra sentir algum elemento diferente em volta deles. Como eles fizeram isso, ainda não tenho ideia, mas algo me diz que não vai ser bom saber se eles estiverem acordados ou mesmo dormindo.

“Não entre em pânico…”, ao dizer isso a mim mesmo, me imaginei como se fosse outra pessoa, dando tapinhas nas minhas costas para me acalmar. Tive que andar mais devagar, com muito cuidado entre o mato seco e as pedras daquele buraco. Os três monstros estavam dormindo sobre um estrado; podiam-se ver correntes presas aos pescoços deles, mas naquela posição não dava pra ver onde estavam presas e nem qual era o comprimento delas. Cheguei perto o suficiente pra ver que eles estavam debaixo de um grande fosso, pois era uma abertura enorme acima deles onde eu já imaginava que daria para o casarão acima. Espero estar errado, pois aqueles bichos não estão lá por coisa boa.

Pelo menos, pelo que pude ver, dá pra tentar alguma coisa. Conjurei uma escada pra se prender à parede do fosso enquanto eu subia. Espero conseguir alguma coisa lá em cima.






— O que foi? Pensaram que ninguém estivesse vigiando os passos de vocês? - disse Umbridge, que não trajava suas roupas habituais e enjoativas; vestia apenas um vestido preto longo, sem nada de acessórios, provavelmente tentando não ser reconhecida.  - Encontramos a sua casa, senhorita Granger, pegamos uma foto dos seus pais e daí pudemos identificar onde eles estavam. Foi difícil, ah, sim foi muito difícil. Você dificultou muito mesmo, tivemos que nos coordenar com todos os nossos contatos entre os bruxos e trouxas e verificar todos os meios de viagem que pudessem utilizar. Mas no fim, conseguimos.

— Você sabe que não precisa deles pra isso, Umbridge. Seu problema é comigo - disse Harry, meio que deixando transparecer sua raiva impaciente. Os bruxos ao redor levantaram as varinhas contra o rapaz.

— Errado, senhor Potter. Vocês três devem ser punidos, vocês três que buscaram os meios de derrotar Lord Voldemort. Eu vou punir vocês três, de um jeito ou de outro, e suas famílias também pagarão por isso.

— Nossas famílias… - repetiu Rony enquanto Umbridge dava um sinal para que os bruxos apontassem as varinhas para os objetos suspensos escondidos sob os panos. 

Quando foram descobertos, Hermione sentiu uma tontura ao ver os próprios pais desacordados dentro de uma gaiola e na outra os pais de Rony, que ia exclamar alguma coisa mas foi contido por um bruxo próximo, que levantou a varinha na direção do rapaz e fazia sinal com a outra mão pedindo silêncio. Como estava atrás de Harry, não viu como foi a reação dele, mas soube como ele se sentiu imediatamente quando este falou num tom ameaçador.

— Umbridge, solte eles…

— Ou o quê? - perguntou ela, que continuou. - Acha que pode fazer alguma coisa? Está pensando que seus amigos virão te socorrer? Não, senhor Potter. Vocês não têm chance. Eu só lamento que você não tenha mais ninguém da sua família para trazermos aqui - Hermione imaginou uma raiva crescendo com a respiração do amigo. - Isso mesmo, senhor Potter. Estão todos mortos, não é mesmo?

A garota viu Harry esboçar alguma reação, mas os bruxos próximos se anteciparam, erguendo as varinhas para o rosto do rapaz, fazendo ele se conter. Ela também não gostou desta provocação, um golpe muito baixo daquela bruxa, que se virou para os outros para combinar como, o que quer que tinham planejado, seria feito. Temendo pelo que poderia se seguir, Hermione queria pensar em alguma coisa, alguma ideia, mas desarmada e acuada, apenas olhou ao redor e para o teto, pensando que poderia passar algo na cabeça dela. Mas o que passou foi um vulto que ela viu passar do outro lado de uma janela grande no alto. Poderia ser… alguém… em uma vassoura? Pensou ser improvável, mas não demorou para ver de novo em outra janela. Logo pensou “a ajuda chegou” e segurou firme na mão do namorado.

— Precisamos ganhar tempo - Hermione sussurrou para Harry, quando viu o pessoal - e Umbridge - se distraindo quando os bruxos estavam apontando para ela em alguma coisa abaixo das jaulas. Por um instante ela pensou que o amigo não teria ouvido, mas logo ele deu a entender o contrário.

— Você não vai escapar dessa, Umbridge, pode ter certeza disso - disse o rapaz - Não importa todo mal que você nos causar, saiba que virão atrás de vocês.

— Novamente errado, Potter - respondeu ela, mostrando tranquilidade. - Não vão encontrar vocês depois que terminarmos e estaremos longe quando aparecerem.

— Acho que você está se precipitando, Umbridge. Você não se importa com quanta dor está causando. Claro, imagino que nem se importaria se fosse com sua família também…

Desta vez parecia que o rapaz tocou num ponto exato, pois a mulher se virou pra ele mostrando uma raiva que parecia estar contida durante anos.

— Minha família, Potter? - perguntava ela, se aproximando do trio. - Minha família? Vocês tiraram minha família, a família que eu poderia ter e não tive. Vocês causaram em mim uma dor terrível e eu tive que aprender a viver com ela.

Os três se entreolharam sem entender coisa alguma da acusação dela. Não sabiam tanto assim da vida de Umbridge, mas não imaginariam como teriam causado a ela algum mal. Um dos bruxos australianos tentou chamar a atenção dela pelo tempo que corria, mas ela o desautorizou com aceno da mão esquerda.

— Do quê está falando? - perguntou Harry.

— Quirino Quirrell, Potter. Lembra dele?

Hermione se lembrava bem dele, claramente. O primeiro professor de Defesa Contra as Artes das Trevas que tiveram. A garota e Rony ajudaram Harry a passar pelos obstáculos na escola para, no fim, encontrar Quirrell, que tentava obter a Pedra Filosofal para o verdadeiro chefe dele, Voldemort, que parasitava o corpo do professor na época. Mas os três tiveram que esperar para entender o que o falecido professor tinha a ver com a história deles atualmente, visto que parecia a Umbridge, repentinamente, ter vontade de desabafar sobre algo.

— Eu estava noiva dele, seu bastardo - a mulher falou  com a voz carregada de ódio, notaram eles. A surpresa dos três poderia bem ser algo que poderiam pegar no ar, de tão palpável. Os bruxos que acompanhavam Umbridge (Runcorn incluído) olharam para ela com um misto de surpresa e incredulidade, pelo visto não sabiam também e eles deviam conhecê-la há muito mais tempo. - Era um segredo nosso. Ele não era muito respeitado, nem muito querido na sociedade, mas foi ele quem me aceitou. Meus pais não gostavam dele, eu mesmo estava com vergonha de me relacionar com ele na época, mas depois que ele morreu, percebi que estava errada. Foi graças a você, Potter. Vocês três. Tiraram de mim uma vida que eu poderia ter construído com ele. Tiraram de mim tudo que poderia me importar. E eu tive que viver com isso. Tive que me reinventar até conseguir trabalhar no Ministério, pois eu sabia que seria através de lá que, de um jeito ou de outro, chegaria até vocês. 

Potter estava atento a tudo que ela dizia.

— Quirrell, outro capacho do Voldemort. Você não acha que ele…

— Ele seria importante, seu bastardo - exclamou ela, em um tom mais alto, o que pareceu deixar os bruxos ao redor dela apreensivos, ao que ela continuou. - Ele estava ajudando Lord Voldemort e, se tudo tivesse dado certo, ele teria uma posição importante e eu, EU, estaria ao lado dele. Eu também poderia ser alguém importante no regime que Voldemort implantaria. 

— Senhora… - tentou chamar um dos bruxos. Ela só olhou feio para ele, que ficou imóvel no mesmo instante, depois ela se voltou para Harry.

— Mas você tinha que aparecer, não é mesmo, seu intrometido? E ainda tendo a ajuda de uma “sabe tudo” e um traidor do sangue.

Hermione segurou ainda mais a mão do namorado. Bem sabia ela que ele poderia tentar algo, mas achava que ele entendeu que o intuito era somente adiar o que quer que fosse acontecer com eles. Umbridge estava agora cara a cara com Harry, que já estava um pouco mais alto que ela. Ele tentava se manter impassível à raiva da bruxa que bem poderia conjurar um feitiço mortal a qualquer momento.

— Ele estava errado, Umbridge. Ele não teria chance…

— Oh, é mesmo? Tudo por causa de você, o grande salvador de Hogwarts e do mundo bruxo? Você teve sorte e mais nada. Você não teria chance se não houvesse quem te protegesse. Você era a peça que não deveria existir - a bruxa fez uma pausa, parou para respirar um pouco, depois continuou. 

— Mas agora não importa mais, não é mesmo? - disse ela, se virando calmamente, com passos leves, para onde estava com os bruxos. - Agora estamos em outra época, outro patamar. Desta vez, nós vencemos, senhor Potter. - prosseguiu ela, voltando a ter aquela mesma calma cínica de sempre. Ela se virou para o bruxo, que deveria estar no comando dos bruxos australianos e ordenou. - Podem acordar os bichos. Soltem os Weasleys primeiro, depois os Granger. Os três vão por último.

Com essa ordem, tudo se desconcertou. Ela disse isto e se voltou para a escada, colocando na cabeça a mesma proteção dos outros bruxos na sala, seguida por aqueles que vieram com ela. Hermione, já tremendo, olhou para Rony que já estava apreensivo, tentou segurar a mão dele mais forte, mas ele só deu uma olhada nela e depois olhava nervosamente de um bruxo para o outro. Harry, claramente, não sabia o que fazer. Também olhava a todos a fim de saber quem faria o quê, mas os bruxos que os cercavam estavam atentos e com as varinhas a postos. 

Eles viram alguns bruxos usando feitiços para abrir um buraco no chão, levitando as madeiras e as pedras para colocar num local mais distante. Dava pra perceber um enorme buraco, um fosso, abaixo das gaiolas suspensas. Hermione notou que Umbridge parou num ponto acima na escada para ficar observando. Claro que ela queria se certificar que tudo ocorresse como planejado, seria o ponto alto da vida dela.

O que se seguiu foi rápido demais para apreender de uma vez só. Rony se soltou da mão de Hermione e, correndo, derrubou um dos bruxos que os cercavam para correr em direção aos pais dele, onde um bruxo apontava uma varinha para baixo, na direção do fosso, provavelmente usando algum feitiço no que havia lá em baixo e outro fazia a gaiola dos Weasleys se desprender para cair, ao mesmo tempo que uma fumaça branca apareceu rapidamente perto da grande porta que seria a entrada daquele salão e se seguia também em direção ao fosso. Hermione entendeu que, no pânico, Rony não pensou direito, só queria salvar os pais. Ela quis gritar, mas certamente um dos bruxos usou o feitiço do silêncio para calar ela e Harry, já que ela notou que não conseguia falar nada. Viu o ruivo pular no fosso, junto com a gaiola e a fumaça já descendo na mesma direção, para dentro do fosso, e, instantes depois, um estrondo. Uma explosão de dentro do fosso que teve um som alto demais e sacudiu tudo ao redor deles no salão, fazendo todos caírem, até mesmo os bruxos que os seguravam.

Hermione só teve uma coisa pra pensar naquele instante: “acabou”.


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Notas finais do capítulo

Parafraseando Voldemort:

"Bem vindos, meus amigos e amigas.
Mais de treze anos se passaram. Contudo, aqui estão vocês diante de mim, como se tivesse sido ontem mesmo. Confesso que estou... Decepcionado. Nenhum de vocês tentou me encontrar..."

Brincadeiras à parte. Me desculpem. Lembro que tive um problema com este capítulo que estava desenvolvendo bem, mas perdi. Tive que reescrever tudo de novo, tentando lembrar de tudo. Mas, com o passar do tempo, tive minhas dúvidas. Não gosto da ideia de escrever algo que deturpe a obra original e, sabendo sobre alguns textos que a Tia Jô escreveu sobre alguns personagens (Umbridge incluída) tive minhas dúvidas se seria certo. Mas recentemente, escrevendo outro texto mais relacionado à ficção científica, percebi que tenho obrigação de terminar esta história. Então estou aqui. Espero que me perdoem a demora e prometo terminar em breve. Não demorarei outros treze anos... :)



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