As Memórias De Meminger escrita por LondonNW8


Capítulo 6
Nome de menino


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões por ter demorado tanto e tanto e tanto tempo para escrever, mas a vida de colegial é difícil!
Hora de colocar a fic em dia! Fiz esse capítulo com muito carinho, espero que gostem e continuem lendo! Obrigada.



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  Liesel disse um simples "fui nadar" e ganhou uma colherada de pau pra cada idiotice. Ilsa até trancou a porta da biblioteca, onde Liesel lia livros românticos e realistas simultâneamente, mas tudo estava acabado, a porta estava trancada e Liesel esquecera os livros lá.

  Liesel imaginou que o livro de Edgar Allan Poe se abriria sozinho no escuro da biblioteca por vontade própria e libertaria corvos e gatos pretos, quem sabe, poderia até fazer com que uma parede no quarto dos pais rachasse e que dele caísse um corpo de uma mulher. A menina estremeceu e repeliu o pensamento, no fundo, ela só queria que o corvo, vários corvos ou qualquer corvo que fosse, quebrasse a janela do seu quarto e a tirasse de lá.

  Os Hermann não queriam falar sobre o assunto, as pessoas na vizinhança fuxicavam enquanto eles passavam na rua. Onde já se viu uma menina moça nadando de roupas de baixo com dois moleques filhos de um barbeiro?

  Três semanas. Três semanas de tortura. Mas que chegaram ao fim, Ilsa ainda não confiava plenamente em Liesel, mas já permitia que saísse na rua para comprar pão e atender as portas quando as lavadeiras chegavam até sua casa para entregar as roupas limpas - Liesel sempre lembrava muito de sua segunda mãe, as lavadeiras eram boas, mas nunca lavavam em baixo das mangas com tanto cuidado como Rosa - mas era no caminho para buscar o pão que as pessoas mais olhavam para ela, ela procurava Oliver, o menino dos jornais, com os olhos para dividir com ela a humilhação, mas tudo o que achou foi Fritz dormindo na calçada abraçado a uma garrafa.

  Uma mão veio pousar no seu ombro, a menina virou bruscamente. Era Oliver, o olhar de susto de Liesel relaxou, mas deu lugar ao de ódio e seu punho foi ao encontro do ombro do menino com tanta força que derrubou algo que o menino trazia nas mãos. Um ursinho de pelúcia.

  - Pra que você me desculpe, - disse o falso judeuzinho, e em tom de brincadeira acrescentou - você devia dar meu nome pra ele. Oliver, o urso.

   Em sua casa Liesel o abraçou, e beijou, e cheirou seu pêlo macio de pelúcia, Oliver disse que era de um primo dele, um menino loirinho de mais ou menos uns 6 anos, ele havia esquecido na casa dele, mas tarde faleceu por causa de uma pneumonia muito forte e os tios nunca voltaram para buscar o ursinho. Liesel sentia cheiro de gente morta, lembrancinhas infantis, ela gostava daquele cheiro porque a lembrava de gente que amava.

   Dias depois a menina estava no seu quarto cantando o nome de seu ursinho em voz alta e se perguntando em qual melodia ele soava melhor.

   Rudy, o ursinho.

   - Por que você deu pro ursinho o nome de outro menino? - disse Oliver choroso na janela, logo atrás da menina.


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