As Memórias De Meminger escrita por LondonNW8


Capítulo 4
As idiotices de Liesel Meminger


Notas iniciais do capítulo

Perdoem a demora para escrever, escreverei bastante agora já que quando as aulas voltarem não terei mais tempo.
Espero que gostem.



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  Não havia mais o que fazer, Liesel tentara a aula toda tirar da cabeça aquela tarde recente em que Oliver pedira um beijo, mas claro, fracassou. Já não sabia se era medo, se era gostar de Oliver, ou se era saudade de seu Rudy. Só sabia que era algo que tinha poder sobre suas lágrimas.

Voltava caminhando para casa depois das aulas, com a bolsa pesando nas costas e preparada para esconder no bolso a mão vermelha de reguada que havia recebido de uma freira, não era culpa dela, a freira não poderia expor suas ideias preconceituosas em sala, mesmo assim Liesel também não devia ter dito que já ouviu falar de negras muito mais belas do que freiras remelentas.

Liesel passou em frente a rua Himmel, viu os destroços e também algumas crianças apostando corrida por cima deles. Quatro meninos e uma menina. Dois dos meninos eram gordos e desajeitados, por isso caíram depois da largada, a menina de óculos enormes e o menino magricela correram até o peito doer, a quatro olhos tropeçou e caiu, o magricela parou para rir dela, com uma raiva sem medida a menina levantou, pulou sobre ele e lhe deu uns tabefes na cara com toda a força enquanto os gordos bem atrás gritavam "Briga!Briga!". Liesel sorriu a ver tudo aquilo.

Faltavam duas quadras para sua casa, quando um menino magro de cabelos bem escuros saiu correndo em sua direção.

- Ah! Achei você!

- Oliver, você está ofegante, fugindo de quem?

- Do padeiro bêbado, chutei a garrafa dele e roubei dois pães, ele caiu e achei que nunca mais levantaria, só que levantou.

- Então corre!

- Não sozinho, já que vou me esconder, quero que você conheça meu esconderijo.

- Oliver você é maluco ou o quê? Beijo, esconderijo... Eu vou é pra minha casa antes que Ilsa se ferva em ódio e venha me buscar!

- Tarde demais, o padeiro já nos viu.

Dispararam a correr, correram como a muito tempo não corriam, o pulmão secava, a lingua ardia, a água do corpo escorria pelo corpo e empapava os cabelos, rasparam os joelhos nos ladrilhos das ruas diversas vezes, pularam um ou dois muros, o terceiro muro feito de madeira não foi pulado, foi partido. Atrás do muro havia um jardim bonito, uma árvore enorme e infelizmente, dois cães enormes. O padeiro se aproximava, os cães também, foi nessa hora que Liesel avistou uma escada que dava para telhados de casas vizinhas, mas para isso, os cães precisavam ser despistados, triste, Oliver lançou os dois pães amassados para os cães bem longe.

Haviam perdido os cães de vista, só faltava subir as escadas, mas já era possível ver o padeiro no meio da rua, pelo buraco deixado pelas tábuas de madeira partidas do muro. O padeiro correu ao ver as crianças, correu muito, passou pelo buraco no muro destroindo mais tábuas na esperança de capturar o ladrão de pães e a menina,olhou para os dois lados, mas não havia ninguém.

Todos da rua pararam o que estavam fazendo e começaram a olhar para cima aflitos.

- Tirem essas crianças do meu telhado! - gritou uma velhinha rechonchuda. 

O padeiro olhou para cima, olhou para a escada se propondo a subir, parou para tomar fôlego e escutou dois latidos seguidos, olhou para trás e viu os maiores cães que podia imaginar.

Liesel já estava muito cansada, mas Oliver ainda corria e ria de forma doentia, foi assim até certa parte da periferia da cidade dando num pequeno bosque, com passarinhos e um riacho.

- Seja bem vinda Liesel - disse Oliver ofegante com as mãos na cintura e orgulho na voz.

- Muito vem vinda, já me perguntava quanto tempo mais demoraria para fazer algo assim.

- Assim como? - perguntou o menino virando-se para ela desconfiado.

Liesel deu uma longa risada.

- Algo idiota.


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