Danger Line escrita por Larissa S


Capítulo 2
Boate


Notas iniciais do capítulo

Oooooi meninas tudo bem? Então, resolvi aproveitar a falta de sono nessa noite fria e escrever pra vocês, espero que gostem !



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Vários minutos se passaram sem que eu fosse capaz de desprender meu olhar do dela, e isso só aconteceu quando os sinos que haviam acima da porta voltaram a tocar... aquele som estridente me trouxe de volta a realidade com uma velocidade assustadora, lembrando-me de que não éramos os únicos no local,e que, por mais que fosse linda, a garota a minha frente não passava de uma completa desconhecida.

— Me traga um café - por alguns segundos, minha voz pareceu mais suave que o comum, por isso pigarreei antes de continuar - preto e sem açúcar. Rápido. - pra evitar que aquela estranha conexão voltasse a se estabelecer, não olhei pra ela enquanto falava, minha atenção totalmente voltada pras paredes que ostentavam uma pintura bastante desbotada... podia apostar que, quem quer que fosse o dono daquele lugar estava atolado em dívidas.

Enquanto esperava que trouxessem meu pedido, deixei que minha mente vagasse. Sabia que precisava agir rápido e tomar o controle das empresas, antes que Carlisle fizesse mais alguma besteira, mas ainda não tinha certeza de como faria aquilo... cada passo que eu desse dali por diante precisaria ser milimetricamente calculado, porque eu sabia que apesar de ser um crápula, papai não era tolo.

— E ai, Bella? - quando ouvi aquela voz, eu sinceramente considerei a ideia de estar delirando... qual era o maldito problema do meu irmão, afinal?

— Olá grandão. - alguém que estava no estabelecimento - eu não me importei em saber quem era, diga-se de passagem - o cumprimentou alegremente -  o que você está fazendo aqui á essa hora? Não tinha uma reunião importante no trabalho hoje? Pensei que só viria mais tarde.

— Esse era o plano. - uma cadeira foi arrastada antes que ele continuasse -Mas acontece que meu querido chefe resolveu ter um ataque porque as coisas não saíram exatamente como ele planejava... cara, Edward realmente precisa relaxar - a gargalhada dele ecoou por toda parte, e suas palavras tinham conseguido reacender minha raiva. - "Você está ferrado, meu chapa" - pensei, enquanto me virava na cadeira pra descobrir onde é que ele tinha se acomodado. Observei em silêncio enquanto uma das garçonetes se aproximava e lhe entregava uma xícara com o que parecia ser chocolate quente. Quando ela finalmente ergueu a cabeça, eu a reconheci... o que a minha garçonete estava fazendo ali... e por que ela e o imbecil do meu irmão pareciam tão íntimos? Droga, ela estava até mesmo sorrindo... sorrindo abertamente pra ele! Senti meus punhos cerrando-se sobre a pequena mesa, mas me obriguei a manter a calma... droga, eu nem ao menos a conhecia, não fazia sentido nenhum que estivesse me sentindo tão possessivo!

Ela é só mais um rostinho bonito, Edward. Existem dezenas de mulheres como essa na cidade... com apenas um telefonema você pode conseguir qualquer uma delas - era o que eu repetia pra mim mesmo enquanto me levantava o mais discretamente possível e aproveitava-me do fato de Emmett parecer estar encantado demais com a garota a sua frente pra me notar. Tudo teria funcionado perfeitamente, mas as palavras que a garota disse quando eu estava prestes a girar a maçaneta e sair daquele lugar conseguiram romper a fina linha de controle que eu havia readquirido desde aquela manhã:

— Por Deus Emmett! Seu chefe é um completo idiota, ou só estava num dia ruim? Como alguém tão volúvel consegue controlar uma empresa daquelas? - vi sua expressão tornar-se um pouco confusa quando ela relanceou o olhar pra mesa que eu estava ocupando há alguns minutos e a encontrou vazia.

— Edward é um tanto quanto... diferente Bells. A vida dele se resume aquela empresa.... Nada acontece ali sem que ele saiba. O homem pode ser completamente implacável quando quer, e eu não duvido nada que em poucos dias ele já tenha encontrado uma forma de resolver o pequeno "problema" que surgiu essa manhã - por alguns momentos, meu irmão soou realmente como o homem que ele podia ser, e eu quase senti admiração por ele. Felizmente, consegui me conter antes que aquele sentimento estúpido conseguisse me tomar.

— Parece alguém que vale a pena conhecer - a voz dela não passava de um murmúrio, e eu senti meu corpo reagir violentamente aquele tom... será que ela sabia o quanto sua voz era sexy?

— Acredite em mim, Edward não é o tipo de homem que você admiraria, Bells. - Emmett levantou-se agilmente, e, depois de entregar algumas notas á garçonete, voltou -se para a saída... e eu me deliciei ao ver o quanto ele parecia chocado ao me encontrar ali - o que você está fazendo num lugar como esse? -perguntou, sua postura tornando-se imediatamente mais rígida ao perceber a forma como eu encarava a garota ao seu lado. Não pude conter um sorriso debochado ao ver que ele parecia estar tentando esconde-la de mim.

— Vim tomar um café, mas a garota que estava me servindo parecia estar ocupada demais pra fazer seu trabalho... resolvi procurar outra lanchonete.

— Me desculpe senhor... eu já estava... estava indo entregar seu pedido - o rosto de Isabella - pelo menos era assim que eu tinha deduzido que ela se chamasse - estava mais pálido que o normal, e eu senti uma espécie sádica de prazer ao perceber a forma como ela parecia perdida... era a presa perfeita!

— Tudo bem, querida - dei-lhe meu melhor sorriso torto antes de continuar - eu posso encontrar um café melhor que o que vocês servem aqui em qualquer esquina dessa cidade. Mas, já que você parece tão íntima do grandão ali -apontei com a cabeça pra um Emmett que parecia em choque - acho que seria adequado que eu me apresentasse. Meu nome é Edward Masen, muito prazer. Ah! Antes que eu me esqueça... sou o chefe idiota do seu amigo também! - não esperei que ela se recuperasse o suficiente pra começar a se desculpar, como o tom rubro e envergonhado de seu rosto mostrou que faria... com apenas duas passadas, eu estava fora daquela maldita loja, e finalmente longe da estranha influência que Bella parecia exercer sobre meu corpo, e por mais que eu detestasse admitir, sobre meus pensamentos.

Suspirei enquanto estacionava meu amado volvo em frente ao prédio com fachada antiga e aparência completamente respeitável. Só haviam algumas poucas pessoas circulando por ali naquele horário, e eu podia apostar que nenhuma delas fazia ideia do que acontecia ali dentro. Subi as escadas que levavam a entrada, e depois de apenas um aceno de cabeça direcionado ao segurança estrategicamente posicionado, continuei meu caminho, a música se tornando mais alta e menos suportável a cada passo que dava. Caminhei rápida e decididamente, e não pude conter um sorriso quando cheguei ao meu destino.

Eu estava em casa.

— Edward, querido!- meus olhos se arregalaram levemente ao ver a “roupa” que Victoria tinha escolhido para aquela noite, e meu corpo enrijeceu-se assim que ela se aproximou o suficiente para ser tocada - que bons ventos o trazem? Já faz quase duas semanas que nos visitou, eu estava começando a pensar que não voltaria! - sua voz estava parecida com um ronronar, e eu sorri quando sua mão desceu agilmente por meu corpo e acariciou meu membro, deixando-o ainda mais duro. Quer dizer então que ela queria provocar?

— Fico feliz em saber que sentiu minha falta - murmurei sedutoramente, enquanto minhas mãos apertavam-na contra mim - vai me deixa possui-la essa noite, Vic?

— Sabe que eu deixei de fazer programas há anos, Cullen - sua voz ficou subitamente séria - e não pretendo abrir exceções, nem mesmo pra alguém como você. Jurei a mim mesma que nenhum homem voltaria a tomar meu corpo por dinheiro, sabe?

— E quem disse que eu pretendia pagar? – debochei, enquanto acenava pra Mike Newton, um completo idiota que era obrigado a aturar devido ao fato de que herdaria um conglomerado de empresas australianas que eu almejava anexar ao meu império - no dia em que eu dormir com você, vai me implorar pra tomá-la de novo, vadia - sai de perto dela antes que Victoria pudesse arquejar uma resposta e me dirigi ao bar.

— O que faz num lugar como esse, Edward? - a voz era apática, completamente sem vida, e sem um pingo de autoridade... ótimo, Mike tinha resolvido puxar papo.

— O mesmo que você e todos os outros, Mike - murmurei, meus olhos correndo por todos os cantos mal iluminados do salão a procura da “acompanhante” da noite - vim me divertir, beber... encontrar uma boa mulher pra foder até estar saciado sem ter que me preocupar com o que direi na manhã seguinte.

— Ah, é claro - ele estava visivelmente nervoso, e isso o deixava ainda mais patético, e eu que não imaginei que isso fosse possível - se quiser uma sugestão, Jéssica é... ela é muito boa, se é que me entende - ele estava esfregando as mãos de uma maneira quase desesperada, e seus olhos pareciam pregados em meu rosto.

— Sou completamente capaz de escolher uma vadia pra mim, Mike, não se preocupe. - tomei o resto da bebida em meu copo enquanto observava uma das “garçonetes” do local distribuindo bebidas rapidamente em uma mesa lotada de playboys que a olhavam como um bando de esfomeados - e a propósito, meus pêsames. Se Victoria deu Jéssica a você, ela te detesta. Aquela ali é a puta mais vulgar e usada desse lugar - separei-me dele com dois “tapinhas camaradas” nas costas, e me encostei a uma das extremidades do balcão, mantendo meu rosto oculto graças a parca iluminação. Aquele era um lugar perfeito pra mim: podia observar tudo o que acontecia ao meu redor, e me esconderia facilmente caso outro idiota resolvesse aparecer. Alguns minutos se passaram sem que eu tivesse vontade de me mexer, e quando estava prestes a fazer isso senti o choque de outro corpo com o meu, minhas mãos automaticamente erguendo-se para evitar que a pessoa acabasse no chão. Os cabelos loiros e curtos estavam impecavelmente arrumados, mas havia algo de artificial neles, ponderei, enquanto lutava pra ignorar a corrente elétrica que havia percorrido meu corpo no momento em que meus dedos tocaram a pele da pequena desastrada a minha frente.

— Desculpe-me eu sou muito desastrada mesmo...- a voz era tão baixa que fui obrigado a me inclinar para poder ouvi-la.

— Tudo bem - murmurei, soltando-a o mais delicadamente que podia - como se chama?

— Kitty - de repente, sua postura mudou, tornando-se completamente rígida - mas eu acho que você não devia perder seu tempo comigo... eu não sou como as outras garotas que trabalham aqui. Eu só sirvo as mesas... apenas isso, entende? - eu estava prestes a dar-lhe uma resposta desaforada, quando a garota resolveu erguer os olhos e me encarar.

Pude ver claramente as mudanças em seu rosto,quando ela olhou pra mim... seus olhos arregalaram-se, as pupilas dilatando-se enquanto o negro invadia o espaço do verde esmeralda, a boca presa numa expressão de completa surpresa. Não sei quanto tempo se passou sem que nenhum de nós conseguisse reagir – aquilo parecia estar virando um hábito, afinal de contas - mas, quando ela fez menção de que iria se afastar, minha mão fechou-se sobre um de seus pulsos com força quase férrea, enquanto as palavras escapavam de meus lábios:

— Aonde pensa que vai, querida? - enquanto falava, eu arranquei a peruca estúpida que ela estava usando, apenas pra confirmar o que já sabia, afinal eu tinha certeza de que reconheceria aquele olhar em qualquer lugar do mundo — o que faz aqui, hã? Foi aqui que você e Emmett tornaram-se tão íntimos, não foi?- quando ela voltou a tentar se afastar, puxei-a com força contra o meu corpo, prendendo seus pulsos nas costas. Ela não fugiria.

Isabella trabalhava como acompanhante de luxo. E aquela descoberta estava me deixando mais estarrecido e furioso do que era saudável pra qualquer um de nós.


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Notas finais do capítulo

E ai, meio bipolar esse Edward, não? HAUSHASUASHASUA. O que vocês acham que ele vai fazer agora que descobriu sobre o segundo emprego da Bells? Será que as conclusões que o magnata arrogante tirou o sobre a estranha estão corretas? Façam suas apostas, e me contem nos comentários tá? Vou adorar cada um deles, podem ter certeza!
Beeeijos e até o próximo ,galerinha !