Digimon: Golden Memories escrita por foreveralone san


Capítulo 17
Separação


Notas iniciais do capítulo

Olá novamente ^-^quero me desculpar com todos que acompanhavam essa história, eu não predendia deixa-la de lado por tanto tempo, tanto que alguns devem ter achado que havia sido abandonada, mas estou aqui com um novo capitulo e prometo levá-la até o fim!
Agradeço a todos os que acompanham e me incentivam ^w^



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Eu estava carregando Bryan até o quarto dele. Ele havia adormecido não fazia muito tempo, tinha sido um dia bem agitado. Bryan tem me pedido pra brincar com ele com mais frequencia, com certeza para tentar me alegrar.
Eu o cobri com o cobertor e olhei para seu rosto novamente. Ele é tão bonito, tão inocente, mas tambem é forte, eu sei que é...
Eu beijei-lhe na testa e saí do quarto, enquanto seguia para a sala, eu escutei a porta da frente destrancar e segui até lá, encontrando com Matt. Ele olhou para mim brevemente, logo voltando-se para trás para trancar a porta.
—Matt... -Eu o chamei, mas não houve resposta, nunca havia, não no ultimos dias...
Ele virou-se novamente para mim, mas manteve seu olhar longe do meu. Eu não suportava mais isso, ele estava fingindo que eu não existia, que eu não estava ali, e isso não estava só me afetando, estava afetando o Bryan tambem, e eu não podia deixar isso continuar...
—Matt, para! -Eu o segurei pelo pulso quando ele ia passar por mim. Ele olhou para mim e eu encontrei o vazio em seu olhar, oque havia acontecido com ele? -Para com isso, por favor... -Ele se virou para mim sem dizer nada, seus olhos fixados nos meus, eu conseguia perceber que ele estava buscando algo em meu olhar. Ele fechou os olhos e suspirou, só então escutei sua voz, mas parecia cansada, triste.
—Oque você quer de mim? -Seus olhos voltaram a fitar os meus, e senti meu coração apertar, eu achei que ele estava sendo frio comigo por que estava zangado com algo, talvez por eu ter ido ver o Tai, mas... Eu não consigo ver raiva nos olhos dele, estando tão perto dele como estou agora... Ele parece... Derrotado...
—Eu quero que você pare de me tratar assim, quero que as coisas voltem ao normal--
Ele me interrompeu se aproximando, e meu corpo recuou incoscientemente. -É isso mesmo que você quer ? -Eu senti a voz dele fraquejar nessa pergunta, seus olhos mostravam que ele estava prestes a ruir com algo
Eu não consegui responder, eu não entendi oque ele quis dizer, mas eu sabia que não tinha nada haver com oque eu estava falando. Ele se aproximou mais de mim, minhas costas bateram contra a parede, meus olhos não se separavam dos dele e meu coração apertava dentro do peito...
"Ele colocou seu braço contra a parede, bloqueando oque seria minha unica saida. Seus lábios se aproximaram perigosamente dos meus até que nossas respirações se misturassem..."
Matt pressionou seus lábios contra os meus, meus olhos estavam fechados, mas eu via a quem eu estava beijando, só que não era ele...
A memória estava viva, como se tivesse ocorrido há poucas horas. Eu me lembro claramente daquele beco, dos barulhos ao redor, da sensação em meu peito, mas algo estava diferente, algo estava errado...
Minha mão foi ao peito dele, empurrando-o com leveza, meus lábios se fecharam, negando ele e minha cabeça se afastou. Quando seus olhos se encontraram com os meus, eu vi o quão cruel era fazer isso com ele...
Eu não falei nada, só cortei a ligação entre nossos olhares, eu não consigo mas encara-lo nos olhos...
Matt se afastou sem dizer mais nada, indo em direção ao quarto, e eu não consegui segui-lo. Como eu posso ser tão estupida?! Eu queria tanto evitar magoar o Bryan, e acabei por afastar todos que me eram importantes, incluindo o Matt. Mimi estava certa, Matt não era idiota, nem cego, ele sabia que eu não o amava mais, e estava sofrendo por eu estar fingindo tão mal que tudo estava bem, que tudo TINHA que estar bem...
Olhando para trás... Oque me fez escolher ele aquele dia? Oque me fez cometer o maior de muitos erros em minha vida?... Eu digo a mim mesma que é porque eu o amava, e talvez isso tenha sido verdade, mas agora...
Eu prendi Matt em uma relação que não era reciproca, que não era justa, e aos poucos fui destruindo o amor que ele sentia por mim, até sobrar apenas o vazio que transparece em seu olhar agora. Matt me amou por nove anos sem que eu pudesse corresponder adequadamente, e dessa relação... Nasceu Bryan, e é por ele que tenho medo de estragar tudo de novo...
Eu sequei as lágrimas nos cantos dos meus olhos, me virei na direção que Matt havia ido e prossegui para colocar as coisas no lugar, eu tinha que dar um jeito em tudo, mesmo que isso significasse ir contra aquilo que minha mente dizia ser o certo...
Quando entrei no quarto, Matt estava a colocar suas coisas dentro de uma mala. Eu olhei confusa para ele, mas ele me ignorou por completo.
—Matt, oque está fazendo?
—Oque parece que estou fazendo? -Ele respondeu sem olhar na minha direção. Ele foi frio, mas tambem havia raiva em sua voz
—Você vai embora?! -Ele não me respondeu, apenas continuou arrumando suas coisas na mala. Minha mente me fez lembrar de Bryan, eu não podia deixar que o Matt fosse embora assim. -Você não pode fazer isso!
—E oque me impede? -Ele olhou para mim brevemente, e agora havia raiva em seus olhos...
Eu fiquei muda, as palavras me fugiam à boca, toda e qualquer coisa que me vinha a cabeça para dizer era impedida por algo dentro de mim que queria que ele fosse embora, que via isso como uma oportunidade, mas eu não podia deixar isso acontecer, não podia deixar o Bryan passar pelo mesmo que a Kath.
—Matt, eu sei que... -Mais uma vez as palavras travaram em minha garganta, mas eu precisava falar, eu precisava impedi-lo de ir embora -Eu sei que as coisas não estão bem ultimamente, mas --
—"Mas" oque, Sora? -Ele voltou a me olhar. -As coisas vão voltar a ser como eram antes? Com você fingindo que está tudo bem, que não se arrepende todos os dias da escolha que fez? De ter escolhido a mim? -Eu fiquei surpresa com o repentino surto de raiva dele. - Você acha que é isso que eu quero Sora? Que eu aguento viver mais um dia com essa culpa dentro de mim? -Ele se aproximou de mim, mas eu não me assustei, a raiva na voz dele estava estremecendo, seus olhos lutavam contra as lágrimas que se formavam
—Matt... -Meu peito doia, ver o Matt daquele jeito, ver oque ele estava passando estava me destruindo por dentro. Eu podia aceitar o odio dele, sua raiva, eu queria que fosse assim, o meu lado egoista queria que ele tornasse facil odia-lo -Eu não culpo você...
—Mas EU me culpo! -Ele colocou a mão no peito, sua voz fraquejando, ele parecia prestes a ruir a qualquer momento. -Eu fiz você ter de escolher, eu aceitei a sua escolha , mesmo sabendo que não era oque você queria. - Ele se afastou de mim, voltando a colocar suas coisas dentro da mala.- Eu me deixei cegar pelo meu ego, eu me forcei a acreditar que você tinha me escolhido por que me amava mais do que ao Tai, que se eu me esforçasse, nós seriamos felizes juntos...- Ele parou de novo, fechando seus olhos e suspirando profundamente. -Eu estou cansado de mentir para mim mesmo. - Ele voltou ao que fazia sem olhar para mim
Eu queria dizer algo... Mas oque eu poderia dizer? Eu deveria pedir para ele ficar? Que eu faria tudo dar certo? Nem mesmo eu consigo mentir desse jeito. O Matt sabe... Ele sabe que eu não vou conseguir amá-lo como ele quer; Tentar prolongar essa relação não faria bem a nenhum de nós...
Eu apenas assisti enquanto ele terminava de arrumar suas coisas. Meu corpo tremia, Querendo impedi-lo de alguma forma, mas eu consegui me impedir, mordendo meu lábio para impedir que algo escapasse de minha boca que acabasse por realmente impedi-lo. As palavras da Mimi ecoavam em minha cabeça, Eu sei que não vou conseguir ser feliz sem o Tai, e se eu continuasse a negar, se eu continuase a mentir para o Matt, e o convencesse a ficar, eu estaria condenando nós dois a vivermos infelizes...
—Para onde você vai? -Perguntei quando ele terminou de arrumar suas coisas
—Vou ficar no apartamento do meu pai até você decidir oque vai fazer. -Ele respondeu sem me olhar. Doia ver que ele não conseguia nem olhar em minha direção, ver o quanto eu havia machucado ele.
—E quanto ao Bryan? - Perguntei com a voz trêmula, senti meu estomago revirar ao imaginar a reação do Bryan, ou com oque Matt decidiria. E se ele decidisse tirar o Bryan de mim? Não sei se ele seria capaz disso, mas tenho certeza de que ele não desistirá de nosso filho de forma alguma. Meu corpo começou a tremer e meus olhos lagrimejaram com a ideia de perder o Bryan.
Matt suspirou, se voltando para mim e finalmente me olhando nos olhos, seus olhos azuis exaustos, ele notou meu estado emocional e suspirou novamente.
—Eu não vou tentar tirar ele de você, Sora. Você é a mãe dele! -Eu o fitei surpresa, mas me senti aliviada. -Nós podemos ter guarda compartilhada, resolvemos isso depois que eu arrumar os papeis do divórcio. -Eu apenas concordei com a cabeça e ele pegou as duas malas que tinha arrumado e veio em minha direção.
Ele parou na minha frente e eu olhei diretamente para seus olhos azuis, e eles pareciam mais leves, como se tomar aquela descisão tivesse levantado um peso de cima dos ombros dele, de nós dois. ele colocou as malas no chão e segurou meu rosto com cuidado e me beijou na testa. eu fechei meus olhos, sentindo meu coração apertar; "Adeus" foi oque aquele beijo quis dizer e eu pude sentir uma lágrima escorrer pelo meu rosto.
Ele pegou as malas novamente e saiu do quarto, eu não disse nada enquanto escutava ele se afastar, e quando ouvi a porta da frente se fechar, senti como se tudo aquilo não fosse real até então, o ar sumiu de meus pulmões e as lágrimas finalmente escaparam, senti-me sufocada, mas uma parte de mim estava feliz, feliz por mim e por Matt...
Eu sai do quarto respirando fundo, tentando me acalmar, eu precisava pensar no que fazer agora, mas minha cabeça parecia girar, me deixando tonta...
—Mãe?
Eu me virei na direção da voz e vi Bryan parado na porta do quarto dele, me olhando preocupado
—Está tudo bem? Aonde o Papai foi? -Ele me perguntou vindo em minha direção.
—O Papai? O papai foi... ele foi pra casa do vovô! -Eu respondi forçando um sorriso e me agachei para ficar na altura dele. -Ele vai ficar alguns dias com seu avô, só isso. -Eu sei que deveria contar a verdade pra ele, mas não consigo agora.
Bryan continuou a me olhar preocupado
—Por que você está chorando? O Papai brigou com você? -Ele colocou a mão dele sobre o meu rosto e eu ri, colocando a minha sobre a dele
—Não, não foi isso. -Respondi acariciando a mão dele. -Eu só não estou me sentindo bem agora, mas eu vou ficar bem logo logo, vai tudo ficar bem!
Eu sorri e o abracei com força. Tudo tinha que ficar bem, por ele... e pela Kath...


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