Digimon: Golden Memories escrita por foreveralone san


Capítulo 16
Não desista de você


Notas iniciais do capítulo

Yo, Minna-san o/
Com vocês, mais um capitulo e com algums minutos antes de sábado (sei que ninguem vai ler isso logo após eu postar, mas...)
Enfim, cumpri minha promessa, dois caps, uma semana, será que mantenho o ritmo?
kkkkk Até parece né? mas vou tentar
Não vou mais enrolar, fiquem a vontade para ler, mas preparem-se para os feeeeeeeels...



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Eu acordei com o barulho da TV ligada. Meus olhos estavam ardendo pelo choro da noite passada e foi difícil abri-los... Mas que noite... Mas que MERDA de noite...


Eu olhei para a TV e vi o Bryan sentado no carpete assistindo desenho. Eu suspirei me levantando, Bryan percebeu e se virou em minha direção


–Eu acordei você, mamãe? -Ele perguntou com uma feição preocupada


–Não, querido,a mamãe acordou por conta própria.


–Está tudo bem, mãe? -Ele se aproximou olhando atenciosamente para mim. Eu sorri com o rostinho preocupado dele, ele é um amor


–Está sim, por quê?


–Seus olhos estão vermelhos... -Eu esfreguei meus olhos e dei uma risadinha sentindo uma lágrima escapar


–É que a mamãe não dormiu muito bem.


–Por que você dormiu no sofá? -Eu o fitei por um momento, não podia dizer a ele que eu e o Matt havíamos brigado, não havia motivo para preocupá-lo com isso, eu apenas sorri arrumando meu cabelo


–Por motivo nenhum. Onde está o seu pai?


–Ele foi pro trabalho e me pediu para não te acordar, desculpa...


–Não precisa se desculpar, filho, já estava na hora de levantar mesmo. -Eu falei sorrindo pra ele. -Falando em hora, que horas são?


–Oito e quarenta, mãe.


Eu suspirei voltando a deitar. -Tá bom, talvez seja um pouco cedo pra levantar... -Eu escutei o Bryan rir, ele sabia que eu era preguiçosa. Eu olhei para ele de novo, ele já tinha voltado a assistir TV. Ele era tão bonito, tão inocente, não fazia ideia de nada que estava acontecendo...


Foi então que algo me ocorreu, Kath... Ela e o Bryan... são irmãos, meus filhos... Será que devo contar a ele? Contar que ele possui uma... Uma meia irmã?


–B, querido. -Ele olhou para mim, ele sempre gostou quando eu o chamo de B. -Oque você acharia de ter uma irmã? -Eu fiquei preocupada por um momento quando ele desviou o olhar do meu e fez uma expressão pensativa, eu não sei se ele estava imitando de propósito ou se era dele mesmo, mas ele fez igual ao pai...


–Eu ia ficar muito feliz! -Ele respondeu sorrindo voltando a olhar para mim, eu respirei aliviada. Ele não perguntou o porque da pergunta, apenas voltou a assistir a TV e fiquei grata por isso. Ele é só uma criança, não tinha por que ser envolvido nisso...


–Hei, eu vou preparar panquecas, tá afim? -Perguntei me levantando


–O papai já preparou o cereal para mim antes de sair. -Ele respondeu sorrindo me olhando


–Você quem sabe. Vou comer tudo sozinha então!


–Você vai ficar gorda, mamãe! -Ele riu


–Não vou não! -Respondi mostrando a língua para ele, nós dois começamos a rir.
Ele fazia valer a pena, com toda a certeza...

Duas semanas se passaram e as coisas permaneceram as mesmas, não estavam melhor, nem pior. Matt continuava a agir da mesma forma, ou evitava falar comigo, ou falava de forma breve e fria. Dês de que voltei, nós não dormimos no mesmo quarto uma noite sequer, após aquela primeira noite e decidi que não iria dormir no desconforto do sofá só por que ele estava me evitando. Não que eu esperasse que acontecesse algo entre nós, mas depois de me ver deitada na cama depois que ele chegou do trabalho, ele passou a dormir no sofá. Tudo bem, ele está irritado comigo por algo que não quer me dizer oque é, mas eu gostaria que ele pelo menos disfarçasse perto do Bryan, eu realmente não quero envolve-lo nisso...

Bryan estava jogando video-game na sala enquanto eu permanecia sentada no sofá, perdida em meus pensamentos. Duas semanas, e eu não havia recebido nenhuma noticia do Tai ou da Kath... Eu estava sentindo falta deles, falta de estar ao lado deles. Eu sentia falta de tudo, das risadas, das lembranças, dele...


Eu voltei a olhar para o Bryan. Ele estava distraído... Sorrindo...


É verdade, eu devo seguir em frente, assim como o Tai...


Eu ouvi meu celular tocar e o peguei dentro do meu bolso. Assim que eu li o nome que surgiu na tela, meu coração congelou no peito. Senti como se o tempo tivesse congelado enquanto continuava a olhar para o celular em minha mão, sem força para responder à chamada...


–Mãe? - A voz do Bryan me despertou, ele olhava preocupado para mim. Eu voltei a realidade, formando o sorriso mais convincente possível e me levantei


–Está tudo bem, querido. Mamãe tem que atender essa ligação. -Eu me afastei da sala, me recostando contra a parede, eu continuei a fitar a tela do meu celular (-Atende, Sora, ou vai ser tarde demais.) Eu respirei fundo, não havia volta agora. -Oi, Mimi...


–Oi... -A voz dela veio calma, mais pesada, eu podia sentir a raiva, ela estava tentando esconder, mas ela nunca foi boa nisso. Ficamos as duas em silêncio por um bom tempo, e fui eu quem rompeu esse silêncio


–Então... Como você está? -Eu perguntei, logo me praguejando pela burrice que havia acabado de falar


–Bem...- Ela suspirou pesadamente e eu senti meu coração apertar. -Já estive melhor, mas... Estou bem. -mas uma vez o silêncio... Isso estava me matando. Eu queria me desculpar, implorar que ela me perdoasse, dizer que era tudo culpa minha, que o Tai não tinha culpa. Eu queria que ela o perdoasse, queria que ela ficasse com ele, ambos mereciam ser felizes. E se fosse para ficar com ela, então eu não teria de me preocupar com o Tai ou a Kath... -Você foi embora rápido... -Ela falou com a mesma voz


Eu senti como se aquela afirmação fosse mais uma condenação, e talvez tenha sido... ou melhor, com certeza foi. Depois do que eu fiz, traí a nossa amizade, e fiz Tai traí-la também, eu nem sequer tive coragem de encara-la, eu fugi como uma covarde, eu mereço que ela me odeie...


–É... Achei que fosse melhor assim... -Eu respondi com a voz fraquejando, ela apenas ficou em silêncio, eu esperei ela me xingar, gritar comigo, qualquer coisa, mas havia apenas silêncio, e isso parecia doer mais...


–Bom, você já deu provas de ser péssima em fazer escolhas... -Ela respondeu simplesmente, eu soltei uma leve risada apenas para receber o silêncio dela novamente...


–Me desculpa... -Minha voz saiu fraca, quase inaudível. -Me desculpa, Mimi, por--


–Não... -Ela me interrompeu


–Oquê...?


–Não me peça desculpas, Sora... -Eu percebi um tom embargado em sua voz, ela suspirou pesadamente e voltou a falar. -Nós duas sabíamos que aquilo ia acontecer. Eu já esperava que acontecesse...


–Oquê?! Mas... Por quê?


–Você sabia... oque estou pensando, claro que você sabe. -Ela riu, mas de forma dolorosa


–Sei oquê? -Ela demorou a responder


–O Tai... Você sabe que ele gosta de bancar o forte, não é? Sempre fingindo que está tudo bem, sendo mais forte do que uma pessoa deveria ser capaz... -Eu não disse nada, sabia que era verdade, mas queria saber aonde ela queria chegar... -Mas é só o jeito dele de encarar as coisas, de encarar os golpes que a vida... Ou melhor, que você deu nele... -Eu senti a raiva nas palavras dela, mas me mantive quieta, eram merecidas. -O melhor disfarce dele, a melhor forma que ele tinha para esconder sua dor daqueles que estão perto dele, era o sorriso... -Eu senti um tom de alegria na voz dela... -Eu nunca senti nada por ele no passado, mas admitia que o sorriso dele era forte, reconfortante. Fazia mesmo parecer que nada o derrubaria. Eu tirei minhas forças desse sorriso várias vezes depois que o Joe foi embora... Eu acho, que foi um dos motivos de eu ficar, queria me sentir segura, inabalável... Assim como ele parecia ser... -Ela fez outra pausa, eu não sei oque me mantinha ao telefone, eu sentia todo meu corpo tremer, prestes a ruir, mais essa força desconhecida me mantinha de pé, mantinha o telefone perto do meu ouvido, e me mantinha quieta...-Mas... Eu não sei, talvez tenha sido o tempo, a idade, ou simplesmente a perda de esperança, não sei, só sei que... Ele perdeu aquele sorriso, não... Foi mais do que isso, o Tai de antes tinha sumido por completo... -Eu senti as lágrimas arderem nos cantos dos meus olhos... -Ele ainda tentava fingir, perto da Kath ele até se saia bem, mas nem ela acreditava, mesmo não tendo conhecido ele na época, ela sabia que havia algo errado...


–Mimi... Eu...-


–Foi por isso que eu continuava a insistir com você para voltar, mesmo que por pouco tempo... -Eu parei, olhando espantada para o nada... -Eu queria ver aquele sorriso de novo, queria ver ele como ele era antes... -Ela riu, mas havia tanta dor quanto alegria naquela risada. -Eu... Não, o Tai e eu, Nós não ficamos juntos por que nos amávamos, ficamos juntos por que precisávamos um do outro, eu precisava sentir que fazia parte de uma família, e precisava da força que ele transmitia, já ele... Bem, eu não sei para quê ele precisava de mim, ou se sequer precisava que eu estivesse lá, acho que... Acho que ele só me aceitou, por que ele tinha desistido de você... -


Eu não consegui responder, mas a dor em meu peito foi grande, grande demais para suportar. Ela permaneceu quieta enquanto eu chorava, e tudo que consegui fazer foi murmurar desculpas a ela, aos dois. Tai havia conseguido me esquecer, desistido de mim, dado a si mesmo uma chance de recomeçar, uma chance aos dois, e eu arruinei tudo...


–Sora... -A voz dela veio novamente, mas eu não conseguia distinguir raiva ou tristeza.-... O Tai não vai ser feliz sem você, assim como nós duas sabemos que você não vai ser sem ele. -Eu contive o choro da melhor forma que pude, olhando confusa para o nada. Oque, oque ela... -Então faz um favor para nós duas e... Para ele também... Não desista dele...


–Mas... Mimi, e você?


–Eu estou indo embora...


–Mimi!? -Eu me assustei pelo tom na voz dela


–Não se preocupa, Sora. Eu vou viajar, como eu havia planejado antes... Antes de me apaixonar de novo... -Ela riu e eu estremeci, ela havia mesmo se apaixonado pelo Tai... -Mas essa história de amor não é a minha, é a sua, então vê se dá um final feliz à ela, está bem? -Ela riu


Eu queria responder que sim, afirmar não só a ela, mais a mim mesma de que faria isso, de que voltaria para o Tai, que o faria feliz tanto quanto eu seria ao lado dele, mas não dava, não dá...


–Mimi, eu... Eu não posso...--


–Sora, para! -Ela exclamou com a voz irritada. -Para de querer se prender a uma vida que você não gosta, se prender à um homem que você não ama, pelo amor de Deus, você tem tanto direito de ser feliz quanto eu ou o Tai!


–Mas eu não posso fazer isso, não com o Bryan...


–Sora, o Bryan tem quatro anos, ele não vai morrer se os pais se divorciarem, pelo amor de Deus!


–Mas o Matt--


–O Matt não é idiota, ele pode ser oque for, mas nunca foi idiota ou cego, ele sabe que você não o ama. É capaz até do Bryan já ter percebido isso de tão óbvio que é!- Eu permaneci calada. Eu não conseguia pensar em uma resposta, parecia não ter como negar oque ela dizia, mas minha cabeça ainda dizia que não dava, que eu não podia fazer isso... -Sora, por favor, me escuta. Pela primeira vez dê ouvidos ao seu coração, quando o assunto é amor, a cabeça dá a solução lógica, mas se tem uma coisa que não funciona com o amor, é a lógica.


–Mimi... -Eu respirei fundo recostando minha cabeça para trás. -Obrigada... Por tudo...


–Melhores amigas são para isso! -Ela falou rindo, eu compartilhei do sorriso que eu sei que havia surgido no rosto dela, mas o meu era vazio... -Eu falo com você qualquer dia desses, tá? -Eu concordei e após alguns segundos em silêncio ela desligou


Eu deixei meu corpo escorregar até o chão, ficando sentada com o rosto ainda fitando o nada. Eu fechei meus olhos esperando que a ardência passasse, ela poderia passar, mas e a dor...?


–Mamãe? -Eu reabri meus olhos, fitando à ele. Ele estava ajoelhado ao meu lado, me fitando com aqueles grandes olhos azuis preocupados, eu sorri da melhor forma que pude enxugando meu rosto. -Está tudo bem?


–Está sim, B. Mamãe só estava conversando com uma amiga. -Eu o peguei, colocando sentado no meu colo de frente para mim.


Ele não falou nada, apenas continuou a me fitar preocupado. Ele estendeu suas mãos em minha direção, colocando-as em cada lado do meu rosto. Eu me aproximei e encostei a minha testa na dele, fechando meus olhos junto com ele


–Eu só quero que você seja feliz, mãe! -Eu voltei a olhar para ele espantada, ele olhou para mim e abriu o maior sorriso que eu já tinha visto. Eu sorri o abraçando com força


–Obrigada, B. Obrigada!

...


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Notas finais do capítulo

Então? Emotions...
Eu sei, falei que ia ser algo que explicasse a relação entre Sora e Matt, mas nem coloquei o cara no cap...
Mas o próximo vai ser os dois, juro, e mais feels, claro ^w^
Comments, please?
Até breve ^o^/



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