Escuridão - A chave escrita por Queen K


Capítulo 9
Cheiro da morte


Notas iniciais do capítulo

Dedico esse capitulo a um anjo, que não está mais em minha vida, que agora está com Deus.
A minha querida amiga que sempre gostou de coisas sobrenaturais, que queria ler este capitulo, mas que não poderá ler.
Com lagrimas nos olhos, mais feliz por ter tido a honra de ser sua amiga, mesmo por pouco tempo, mas sempre TE AMEI AMIGA E DEDICO A TI ESSE CAPITULO QUE TANTO QUIZ TE MOSTRAR, MAS QUE NÃO DEU TEMPO. A TI Kaah Dragomir, SEUS REVIWS FARAM FALTA, MAS SEU LINDO SORRISO FARÁ MAIS.
Eternamente em meu coração!!!



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_ Oi Lucia. – Digo feliz.

_ Oii Lih. – Era assim eu ela me chamava quando estava muito feliz, algo deve ter acontecido, pois é difícil o humor dela estar tão bem assim.

_ Pode me contando agora. – Digo autoritária.

Matheus vem ao meu lado e aproxima seu ouvido do meu celular, tentando escutar algo.

_ Contar o que? – Retruca Lucia no celular, com um tom fingido de não sei do que você está falando.

_ Sai Matheus. – Digo o empurrando para o lado.

_ Calma loirinha. Só quero saber o motivo desse seu sorriso malicioso. – Diz com um sorriso torto.

_ Nada que te interesse. – Digo com uma cara sarcástica.

_ Lih, você está ai? – Pergunta Lucia, nos ouvindo pelo celular.

_ To sim. – Respondo.

_ Como você sabe que aconteceu algo?

_ Pelo seu tom de voz. E pode contando o que foi que aconteceu?

_ Você me conhece bem mesmo não é? – Diz rindo.

_ Mais do que você pensa. – Respondo.

_ Seu namoradinho já saiu de perto para que eu possa te contar o que aconteceu?

_ Ele não é meu... – Olho para Matheus e não termino de falar.

_ Ta eu vou subir pro meu quarto daí você me conta. Já já te ligo. – Desligo o celular.

_ To subindo. – Digo para Matheus.

_ Mas já?

Dou de ombros e subo.

Não sei se sou eu que não tenho noção da hora, ou se nessa cidade o tempo passa mais rápido, mas já estava escurecendo e da enorme janela ao lado das escadas dava para ver uma linda e clara lua minguante. Os corredores estavam vazios como sempre, mas os quartos estavam barulhentos.

Chego em meu quarto, entro e me jogo na cama bagunçada. Pego meu celular do bolso e ligo para Lucia.

_ Oi pode contar agora. – Digo com um sorriso amarelo, olhando para o nada.

_ É seguro? – Diz brincando.

_ É sim.

_ Então você lembra que eu estava querendo comprar aquele carro velho do Sr. Thiago? Mas que não tinha como pagar?

_ Sim lembro. – Lucia era louca para ter um carro, antes mesmo de completar 18 anos já fazia aula, numa alto-escola precária que tem no nosso bairro, quero dizer meu antigo bairro. Lucia é dois anos mais velha que eu, mas nem parece, sempre tive mais maturidade que ela.

_ Minha mãe me deu de presente, eu mal imaginava. Estou muito feliz, mas lembra da nossa promessa?

_ Sim. – Respondo. Lucia me fez prometer que eu iria ser a primeira a se sentar no banco do carona, ela me disse que iríamos rodar a cidade inteira só para mostrar para “Os babacas” (Os garotos da cidade) que ela também tinha um carro. Ela desde de pequena foi uma moleca, subia em arvores, brincava de golzinho. Sempre adorou futebol e não se importava muito com a aparência.

_ Então, você está do outro lado do mundo não tem como cumprir a promessa não é?

_ É, mas porque desconfio que você não está nem um pouco chateada por eu não poder cumprir a promessa?

_ Não é que eu não esteja chateada, mas lembra do Josh?

_ Há já entendi tudo me trocou pelo Josh, tudo bem. – Começo a rir. _ É brincadeira, mas então quer dizer que irá cumprir a nossa promessa com o Josh? Seu vizinho e o garoto por quem você é apaixonada desde a terceira série? Fico feliz por você.

_ Obrigada, eu sei que você iria entender.

_ Também eu nem iria poder cumprir a promessa mesmo. Mas agora quem vai me prometer algo é você. Ok?

_ Eu? O que tenho que te prometer?

_ Que vai parar de ser boba e irá contar para o Josh que você é louca por ele. Promete?

_ Mas e se eu travar? E se a vergonha não me deixar falar? Você sabe que sou tímida.

_ Pode parando com esses pensamentos negativos, vai dar tudo certo e você vai dizer a ele que o ama.

_ Ta prometo. Mas e o Matheus? Como ele é?

_ Aparência ou jeito de ser?

_ Aparência primeiro.

_ Bom... Alto, magro, cabelos negros, pele branquinha. – Faço uma pausa, olho para a janela e a luz da lua me deixa meio boba. _ Profundos olhos verdes que me deixam encantada, um sorriso torto que me desconcentra e... está voando na minha janela? – Digo assustada.

_ O que? – Grita Lucia.

Vou até a janela e a abro.

_ Matheus o que você está fazendo? – Pego o celular. _ Lucia?

_ Voando? - Diz Lucia rindo.

_ Voando? Eu disse voando? Eu quis dizer batendo.

Matheus que já tinha entrado estava sentado na cama rindo da minha cara.

_ Você está bem amiga? – Pergunta Lucia ainda rindo.

_ Matheus não tem graça. E sim Lucia estou.

_ Aham to vendo, tchau amiga.

_ Tchau. – Desligo o celular.

_ Você é louco? E se alguém te viu?

_ Relaxa loirinha ninguém me viu. – Diz Matheus se levantando e derrubando o abajur do criado-mudo com aquelas enormes asas negras.

_ O que veio fazer aqui?

_ Quero saber se você descobriu alguma coisa? – Diz enquanto cata o abajur do chão e o coloca novamente em cima do criado mudo.

_ Vai ter que trocar a lâmpada. – Diz o ajeitando.

_ Pouca coisa. – Digo olhando para o chão. _ E procure se mover o menos possível para não quebrar mais nada.

_ E eu vou ter culpa se o quarto é pequeno. – Diz irônico. _ O que descobriu?

_ Que o que trocou o antidou do professor Roger foi uma criatura fria como gelo, que flutua e tem o corpo coberto por um tipo de pano preto.

_ Como sabe disso?

_ Um gnomo me contou.

_ Gnomo? – Diz tentando segurar o riso.

_ Você veio aqui só para rir da minha cara. – Digo brava.

_ Desculpa, mas é difícil segurar o riso.

_ Há- há-há.

_ Ta, e o que mais o... – Começou a rir de novo. _ Gnomo te contou?

_ Que aquilo que foi trocado pelo antidou não era suco de cereja como a diretora Riviere disse. Era uma poção e que tinha meu cabelo lá, o gnomo disse que ele mesmo pegou o cabelo da minha roupa. Então por que o professor Roger matou Keity?

_ Sei lá, talvez ele pegou o cabelo errado, você passou o dia inteiro com ela e com aquele bandinho.

_ Só se ele pegou o cabelo da blusa rosa que ela me emprestou. – Digo pensativa.

_ Pronto caso descoberto. – Diz com um sorriso amarelo.

_ Matheus eu já tive um pesadelo com essa criatura. – Digo ainda olhando para o chão, pensativa.

_ E como foi?

_ Eu estava em um lugar onde não tinha nada, nem por perto, daí uma voz fraca dizia: _ Filha, filha. Então a criatura apareceu, parecia querer sugar minha alma e...

_ E? – Pergunta Matheus fechando suas asas e fazendo-as voltar para dentro do seu corpo, aquilo era inacreditável.

_ E você apareceu. – Volto o olhar para o chão.

_ Anda sonhando comigo é loirinha? – Diz se jogando de frente, na cama ao meu lado.

Olho para ele com as sobrancelhas arqueadas.

_ E então? – Pergunta.

_ A criatura sumiu. – Respondo.

_ Será que essa voz não é a do seu pai?

_ Eu nem sei se ele está vivo.

_ Por que você não pesquisa sobre ele?

_ Eu pesquisei em um livro e não achei nada a mais do que você me contou.

_ Livro? Por que você não pesquisa na internet?

_ Tem internet aqui?

_ Na sala de informática.

_ E a onde fica essa sala?

_ Amanhã te levo lá. E como você está?

_ Bem, mas com fome não comi nada desde o almoço.

_ Ta então vamos descer comer algo.

Sairmos do quarto, o corredor está escuro e vazio, a única luz que via era a da lua aparente na grande janela ao lado da escada. Os quartos estavam todos quietos, havia apenas o barulho dos meus passos e os de Matheus.

Caminho calmamente, Matheus vai na frente. Eu paro em frente a grande janela e poderia jurar que vi olhos vermelhos me obsevando e após um vulto preto correndo entre as arvores. Me assusto e apresso o passo.

_ Matheus.

_ O que foi? – Pergunta no fim da escada.

Olho novamente para a janela e nada vejo, então desço rapidamente os degraus da escada.

_ Me espere. – Digo para Matheus.

_ Alicia. – Ouço uma voz rouca e baixa. Uma leve brisa toca meus ouvidos, assustada olho para trás e tropeço, não havia nada naquela escada alem de mim, com dificuldade seguro no corrimão para não cair.

_ Cuidado. – Diz Matheus se aproximando.

_ Você ouviu isso? – Pergunto com uma expressão de medo.

_ O que? - Matheus pergunta.

_ Nada. – Respondo, devo estar ficando paranoica, o escuro e o silêncio sempre me apavoraram, deve ser a fome.

Matheus segura minha mão direita e me ajuda a descer a escada, com a mão esquerda continuo segurando no corrimão.

_ Você está bem? – Pergunta Matheus.

Meu braço esquerdo começa a doer, mas a escuridão não me deixa ver o por quê.

_ Meu braço esquerdo está doendo. – Respondo.

_ Você o machucou?

_ Não, não me lembro de ter batido ele.

_ Vem vamos para a cozinha lá a gente vê isso. – Diz me puxando com cuidado.

Meu braço ardia, mas eu não sabia o que poderia estar causando isso. Chegamos na frente da cozinha e de lá de dentro se escuta ruídos.

_ Isso agora eu ouvi. – Diz Matheus abrindo a porta.

_ Matheus...

_ O que? – Pergunta segurando a porta meio aberta.

_ Tenha cuidado.

_ Não tem nada aqui, olha. – Diz abrindo a porta por inteiro.

Nós entramos e perto da geladeira há uma luz meio fraca.

_ Tem alguém ai? – Pergunto.

Matheus acende a luz, e com um suspiro de alivio me acalmo. Eram Jenny, Marcelo e Thomas que estavam comendo escondido.

Mas o meu braço continua doendo então olho pra ele e fico despreocupada quando vejo minha cicatriz pulsando, eu sei deveria ficar mais assustada ainda, mas já estava acostumada a ver minha cicatriz vermelha e inchada. Isso sempre acontece quando tem algo de ruim perto de mim ou quando algo de ruim acontece, porém nada havia acontecido.

_ Querem nos matar de susto? – Diz Jenny retirando o seu lanche da boca.

_ Nos desculpe Jenny, é que também estamos com fome.

_ Tudo bem, o susto já passou. Querem lanche de que? – Pergunta Jenny abrindo a geladeira.

_ Pra mim de qualquer coisa, e você Matheus?

_ O mesmo. Me deixe ver seu braço. – Diz Matheus segurando a minha mão esquerda, eu tento esconder virando meu braço.

_ Qualquer coisa não tem. – Diz Jenny olhando para dentro da geladeira.

_ Não tem nada, eu devo ter batido sem perceber. – Respondo Matheus.

_ Me deixe ver. – Diz o virando.

_ Sua cicatriz de novo. – Diz me fitando com seus lindos olhos verdes.

_ Você está bem? – Diz Thomas deixando seu lanche sobre a mesa e se aproximando de mim.

Dou um passo para trás. _ Gente eu estou bem, não precisam se preocupar.

Caminho até a geladeira fazer um lanche para mim, os dois continuam parados me olhando preocupados.

_ Matheus você faz o seu. – Digo virando o olhar para ele.

_ Ta. – Diz ele se aproximando.

Começo a colocar os frios em meu pão, quando a luz começa a tremular, acendia e apagava muito rapidamente. Em poucos segundos eu já podia ouvi-las se aproximando, meu coração começa a congelar, meus lábios a tremular, mal conseguia me equilibrar.

Zonza e tremendo dos pés a cabeça de um segundo para o outro fico fraca, sem forças para deixar meus olhos abertos, mas seguro firme na mesa e respiro fundo elas estão chegando e dessa vez não estou sozinha, não posso deixar mais ninguém se machucar.

A luz se apaga de uma vez, há pouca claridade, mas ainda assim consigo as vê-las entrando. Estão com um olhar maligno que me gela a espinha. Posso ver que meus amigos descobriram meu olhar aterrorizado, me olham assustados.

_ Alicia você está bem? – Perguntam em uníssono.

Tudo começa a girar novamente, vejo o sangue escorrendo por toda a parte, mas como sempre sou a única a ver.

Elas começam a correr por toda a parte com seus ganidos e sorrisos maléficos, tocam em meus amigos, mas nada eles sentem.

_ Alicia, como é bom te ver novamente. – Diz uma das almas, a maior dela se aproximando de mim. Toca em meu braço e vai para atrás de mim.

_ Veja agora já posso toca- La, e meus amigos podem tocar os seus amigos. – Dá uma risada amedrontadora, com suas mãos geladas e finas retira os meus cabelos do meu pescoço, aproxima seus gélido rosto em meu pescoço.

_ Como é bom, você não sabe como é bom sentir, o doce cheiro do seu sangue, sangue que irá me trazer a liberdade, já posso sentir o doce gosto da liberdade. Faltam poucos dias e quando a ultima gota de sangue escorrer pelo seu corpo completamente gelado, pálido e morto... – Novamente ri me deixando arrepiada. _ Estarei livre.

As outras almas ficam tocando meus amigos me deixando com mais medo ainda, não posso deixar que nada aconteça com eles, nada.

Uma das almas faz o sinal da morte no pescoço de Jenny me apavorando.

_ Ela não. – Grito com lagrimas escorrendo de meus olhos.

_ Alicia o que está acontecendo? – Me perguntam assustados.

_ Sinto o cheiro da morte. – Diz Mauricio.

Ele tinha razão as almas traziam com si o cheiro da morte, cheiro que me agoniava.

As almas riem com prazer do que Mauricio diz. A maior volta a ficar a minha frente.

_ Já que eles não, que tal brincarmos um pouquinho com você, princesa. – Diz se encaminhado a mim.

Olha para a mesa, em direção a faca que estava usando para cortar os frios.

_ Ótimo isso serve. – Diz a pegando em sua mão.

Ele entrega a faca na minha mão com um sorriso horrível.

_ Leve-a até seu lindo pescoço e o corte.

Como se eu estivesse novamente possuída começo a levantar minha mão receosa e chorando, pois não tinha controle da minha mão, mas sim dos meus olhos.

Antes de eu cortar o meu pescoço Matheus segura a minha mão a retirando, posso jurar que vi lagrimas escorrerem pelos seus olhos. Apenas espeto minha garganta com a ponta da faca.

_ Não. – Dizia inconformado.

_ Eu posso senti-las, mas não posso vê-las. Onde elas estão? – Perguntava com a faca na mão.

_ Matheus elas já estão mortas, não tem nada que você possa fazer contra elas, largue isso. – Digo tentando acalma-lo.

Consigo retirar a faca de sua mão e a colocar novamente na mesa.

_ Que pena acabou a brincadeira, vamos embora. – Disse a alma maior, focando o olhar em mim e se retirando.

_ Elas já saíram. – Digo tentando me acalmar.

A luz volta e vão todos me abraçar e me perguntar se estou bem.

Podia ver claramente agora lagrimas escorrendo pelos olhos de Jenny e Thomas.

_ Estou bem. – Digo colocando a mão onde me espetei.

Matheus veio ao meu lado, segurou minhas mãos e me pergunta:

_ Está doendo?

_ Não. – Digo olhando dentro de seus profundos olhos verdes.

Jenny pega um pouco de água na torneira e me entrega.

_ Beba, você precisa se acalmar.

_ Obrigada. – Digo levando o copo a boca.

_ Venha, eu te levo até seu quarto depois te levo algo para comer. – Diz Matheus.

_ Suba alicia e descanse, nós também já iremos subir. – Diz Thomas segurando minhas mãos.

_ Obrigada gente. – Digo me encaminhando a porta com Matheus.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capitulo, comentem.



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