Escuridão - A chave escrita por Queen K


Capítulo 8
O que sou então?


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, desculpa mas só to podendo postar um capitulo por semana, mas ainda consigo postar hehe.
Agradeço a todos que estão acompanhando e principalmente aos comentários que recebo, fico muito feliz quando os leio.
Boa leitura e espero que gostem!



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(Quinta-feira, 8h da manhã)

Meu despertador toca. Acordo BEM, acho isso muito esquisito, pois faz tantos meses que não me sinto tão bem assim, e sem motivo.

Bom... só tenho motivos para ficar mal, então isso se deve ao tempo que dormi, pois nem sei que horas eram só sei que após tudo aquilo, subi, tomei um banho, me joguei na cama e apaguei.

Eu estava muito cansada, há dias não dormia bem. Minha cabeça estava para explodir, dei graças a Deus por ter apagado, pois não queria ficar me remoendo e me culpando por tudo, já tinha feito isso noite passada. Eu precisava mesmo dormir.

As aulas vão recomeçar apenas amanhã, devido ao “conselho de professores”.

Não sei não, achei esse conselho fora de hora muito suspeito, depois de tudo que aconteceu com o professor de historia e aquele homem esquisito na sala da diretora Riviere.

Já que acordei bem, quero continuar bem. Não quero dor de cabeça hoje, pelo menos hoje.

Levanto-me da cama descansada, abro o guarda- roupa, escolho uma blusinha mais “viva”, de cor lilás com alguns enfeites, um Jeans meio cinza, mas ainda assim escuro e meu all star preto.

Me visto, penteio meus cabelos, que por sorte são lisos. Hoje até eles estão de bem comigo e decidem ficar bonitos, então os deixo solto. Escovo meus dentes termino de me arrumar, pego os dois livros e abro a porta.

Já que não tenho o que fazer hoje, irei lê-los.

A porta do quarto ha minha frente estava aberta. Minha visinha de quarto era ninguém menos que a filha da diretora Riviere.

 Ela era como todos diziam “A esquisita” (Roubou meu antigo apelido), mas falando serio, ela era uma pessoas bem esquisita, não falava com ninguém, só fica no jardim ou no seu quarto, muito tímida e desastrada. Nerd, mas não uma típica nerd, ela parecia viver em um outro mundo, sempre desligada e olhando para o nada. Alguns alunos dizem que já á viram falando sozinha, mas não posso a julgar, não a conheço, e nem tive a oportunidade. Quem sabe eu tenho a oportunidade agora? Pois não quero descer, e muito menos encontrar o Matheus.

 Ela aparece na porta, desastrada e tímida me diz - Oi.

Ela nunca tinha falado comigo antes, acho que só falou agora porque deve ter se assustado comigo, uma garota esquisita, parada, olhando para o seu quarto.

_ Oi. – Há respondo.

Sua aparência só servia para confirmar seu apelido. Vestia uma camiseta de meia manga. Aquilo era um mosaico de cores, me lembrou os vitrais de catedrais antigas. Tinha amarelo, vermelho e laranja bem misturados, usava uma calça bem larga e comprida, de malha bem leve era de um azul bem claro. Nos pés usava uma sandália sem salto e com poucos detalhes. Seu cabelo era o mais diferente nela, mas na minha opinião bonito. Batia um pouco a baixo do ombro, era de um cinza bem claro com poucas mexas azul-marinho nas pontas, tinha uma grande franja bem volumosa jogada para a direita, a pele era branquinha, olhos pequenos e azuis, usava um óculos de modelo pequeno, apenas a armação e as lentes, sem enfeites nenhum.

Tomo coragem e caminho até ela.

_ Meu nome é Alicia e você como se chama? – Digo meio relutante e envergonhada.

_ Meu nome é Hanna. – Responde cabisbaixa e com mais vergonha que eu.

_ Você quer entrar? – Diz sem jeito.

_ Acho melhor não, não quero incomodar. – Mas minha curiosidade gritava dentro de mim, sou muito curiosa, e aposto que o quarto dela assim como ela era uma caixinha de surpresas, mas não posso invadir o quarto da menina assim, ainda mais ela estando tão sem jeito e envergonhada.

_ Não é incomodo não, mas se não quiser tudo bem, eu entendo ninguém nunca quis entrar aqui, pelo que dizem... Você sabe me chamam de bruxa louca.

Esse apelido dela ainda não tinha ouvido, mas a menina parece ser uma coitada que não faz nada a ninguém, me deu pena dela, talvez eu devesse entrar, ela não tem amigos e eu sei o quão desagradável é isso.

_ Eu não ligo pro que dizem, eu já passei por isso também, sabe de ser ignorada. Mas então, posso entrar?

_ Claro, só não ligue para a bagunça.

Mas o quarto estava arrumado, tudo estava muito organizado, havia apenas uns livros espalhados pela cama.

_ Sente-se. – Aponta para cama e após eu sentar ela também se senta.

_ Então por que as pessoas te ignoravam? Você é tão simpática. – Diz ela com um sorriso amarelo.

_ Eu era muito isolada, não me dava bem com as pessoas, principalmente AQUELAS pessoas. Eram todos filinhos de papai metidos, não gostavam de mim.

_ É, sei bem como é isso, mas eu tenho outro tipo de amigos, quais eles nunca vão se permitir ter.

_ Como assim?

_ Quem sabe um dia eu te apresento eles, só preciso confiar em você, coisa que acho que não vai ser tão difícil, sinto que você é uma boa pessoa.

_ Seria um prazer, mas por que te chamam de “bruxa louca”?

_ Porque sou a única aqui de sangue puro, e por ser uma bruxa tenho poderes e sentidos que vocês humanos não tem. Vejo e sinto coisas que pra vocês não existem, você sabe né, que minha mãe é uma bruxa?

_ Sim. – Na verdade eu não tinha certeza, mas desconfiava, bom... tava quase na cara que a diretora Riviere era uma bruxa.

_ E o seu pai?

_ Meu pai também é um bruxo, por isso sou um ser de sangue puro. Mas sei pouca coisa sobre ele. Minha mãe me criou sozinha, ele não estava preparado para essa responsabilidade então quando descobriu foi para a Inglaterra e até hoje mora lá. Se eu quisesse poderia ir até lá e saber mais coisas sobre ele, mas não quero.

_ Por que não?

_ Porque não quero saber de alguém que não quer saber de mim, ele sempre soube onde estou e nunca quis me ver ou saber se eu estava bem, então também não quero saber dele. Mas e você? Me fale um pouco sobre você, já ti contei minha vida inteira, praticamente e nada sei da sua. – Diz rindo e mostrando muita simpatia.

_ Fiquei sabendo a pouco tempo que sou filha de um bruxo com uma humana, antes disso minha vida era normal (para uma humana). Não sei quase nada a respeito do meu pai, não sei nem se ele está vivo, sinto receio de tocar nesse assunto e as pessoas também ficam meio desagradáveis quando falam nisso, então to procurando descobrir sobre ele sozinha, não quero envolver mais ninguém. Não quero que mais alguém morra por mim.

_ Se eu puder te ajudar estou aqui, você é a primeira pessoas aqui (Fora a minha mãe) que conversou por mais de cinco minutos comigo, então te considero minha amiga. _ Diz com um sorriso amarelo e esperançoso. Seu celular toca, me lembrando que eu deveria ter ligado para Lucia ha dois dias.

Com licença. – Diz se levantando da cama.

_ Alo mãe. – Há uma pausa. _ Mas agora... Não mãe é só que... Ta bom, já estou indo.

_ Me desculpe Alicia, vou ter que sair minha mãe está querendo falar comigo.

_ Tudo bem, foi um prazer. – Digo me retirando.

_ Até mais Alicia.

_ Até mais Hanna.

Até que ela não me pareceu tão esquisita assim como dizem, deve ser mais cisma deles por ela ser filha da diretora. Ela até parece ser legal. Vou pro jardim ler e se possível ficar sozinha.

Desço as escadas, os alunos estão todos aproveitando o seu dia de folga com os seus grupinhos.

No jardim os alunos estavam fazendo piqueniques, uns estão conversando e outros até dançando. Estava um clima harmonioso.

Procuro um lugar silencioso para ler, paro em frente a um banquinho, rosas coloridas enfeitavam o lugar e uma grande arvore ao lado faz uma sombra agradável.

Me sento, abro o livro dos guardiões, e começo a ler.

Vou direto ao que me interessa. O quinto guardião, O guardião das almas.

Jonas o quinto dos bruxos mais poderosos de todos os mundos, encarregado a encaminhar as almas ou para o inferno ou para o céu. Recebe grande responsabilidade, pois é confiado á ele as chaves do portão do inferno e a do portão do céu, responsável por julga-las e puni-las, decidir para onde serão levadas.

É um bruxo muito respeitado e responsável, daria a própria vida para não mexer com o equilíbrio da natureza...

Meu celular toca, era uma mensagem de Lucia: Alicia se você puder me ligar, me liga. Estou preocupada com você, não me ligou desde segunda, aconteceu alguma coisa?

Disco seu numero e a ligo,mas não posso a contar o que realmente está acontecendo, mesmo que eu queira, odeio mentir para Lucia, mas nessa situação não tem outra opção.

_ Alo, Lucia desculpa não consegui te ligar antes, mas estou bem sim, não precisa se preocupar. E você como está?

_ Estou bem, mas solitária, o intervalo aqui sem você me é muito chato. Mas por que não pode ligar antes?

_ Porque uma garota aqui da escola morreu, aqui está uma confusão estamos todos de luto e tristes.

_ Você a conhecia?

_ Sim era minha colega.

_ Há, e aquele garoto que me antedeu segunda quem era?

_ Era o Matheus.

_ E você nem pra me contar que tem namorado.- Diz rindo.

_ Ele não é meu namorado.

_ Pensei que era, você deixou seu celular com ele.

_ Ele pegou meu celular a força.

_ Como ele é?... Alicia o intervalo acabou, mas mais tarde te ligo e você vai me contar tudo sobre ele, certo? Tchau.

_ Tchau.

_ Alicia. – Jenny aparece correndo, Thomas vem logo atrás.

_ Oi Jenny, tudo bem?

_ Tudo sim e você? Estamos indo almoçar, vamos com a gente?

Eu nem tinha tomado café e estava mesmo com fome. O tempo tinha passado muito rápido.

_ Claro, vou sim.

No refeitório, peguei minha bandeja com minha comida e sentei na mesa ao lado de Thomas e Jenny.

_ Então Alicia conseguiu descobrir alguma coisa sobre o seus pai? – Diz Thomas.

 _ Nada muito diferente.

_ Jenny você sabia que o pai da Alicia é um dos sete guardiões? – Pergunta Thomas.

Jenny arregala os olhos e impulsiona o corpo pra frente quase cuspindo a comida da sua boca. _ Por que não me contou isso antes?

_ Por nada, mas por que tanta surpresa?

_ Você é filha de um dos sete bruxos mais poderosos do mundo.

_ E?

_ E?... Você deve ter algum poder, deve ser diferente da gente. Pode nos contando qual é o seu poder agora. – Jenny sempre dramatizando tudo que diz.

_ Tenho nada, sou igual a vocês.

_ Sei. – Diz Jenny com cara de quem não acredita em nada.

_ Serio, eu só... Bom eu vejo almas.

_ Viu eu falei. – Diz Jenny se vangloriando.

_ Serio? E como é isso? – Thomas me olha assustado.

_ Desde que eu nasci eu as vejo, nunca tive medo delas, na verdade eu queria que elas me levassem com elas... – Olho para o chão e digo baixinho: _ Eu queria morrer.

_ O que? Thomas grita me interrompendo.

_  Sempre achei minha vida infeliz, mas eu nunca tive coragem de fazer algo contra mim, uma vez apenas me cortei, mas sempre tive uma esperança de que as coisas podiam melhorar. Mas continuando, há alguns dias atrás comecei a ouvi-las e uma delas me disse que eu tenho um grande poder.

_ E qual seria esse poder? – Diz Jenny se aproximando de mim e arregalando ainda mais os olhos, estava até engraçada.

_ Não faço ideia.

_ Como assim, temos que descobrir isso.

_ Temos não, eu tenho que descobrir sozinha, não quero envolver ninguém nisso, por favor fiquem fora disso.

_ Ta bom, Thomas é 1:30 seu amigo gato não vai jogar agora?

Thomas ri. _ Vai sim Jenny.

_ Então vamos que eu disse que iria assistir. Alicia vamos com a gente?

_ Não vou não, vou ver se descubro mais alguma coisa.

_ Está bom, vamos Thomas ver o Marcelo.

Jenny se aproxima do meu ouvido e diz baixinho: _ Sou afim dele.

_ Serio? Nem desconfiei. – Digo rindo.

Thomas e Jenny também riem.

_ Vamos então Jenny.

Será mesmo que eu tenho algum poder? Ai ai Alicia pare de viajar. Abro o livro e vejo algo que me desanima. Publicado em 1992.

1992? Eu não tinha nem nascido ainda, não vai ter nada aqui falando de mim ou sobre o que aconteceu após eu ter nascido. Fico com raiva.

Volto para o jardim e um grupinho está rindo sem parar, percebo que estão rindo de Hanna. Me aproximo dela e olho para eles, eles devolvem o olhar com cara feia e saem.

_ Hanna está tudo bem?

_ Está sim, já estou acostumada a isso, só por que eles não se permitem ver acham que sou louca.

_ Ver o que?

_ Você acredita em criaturas?

_ Sim. – Respondo.

_ Aqui nesse jardim existem varias criaturas que vocês humanos não vêm.

_ Por que não podemos ver?

_ Porque não creem que elas possam existir. Sabe tipo fadas?

_ Fadas existem? – Digo espantada.

_ Sim há varias aqui com a gente agora.

_ Serio?

_ Sim é só fechar os olhos e acreditar.

Aquilo era meio esquisito, mas fiz quem sabe ela não é louca.

_ Está se sentindo diferente?- Hanna pergunta.

_ Sim.

_ Então abra os olhos.

Não acreditei no que vi, sim fadas existem. São lindas, brilham como se tivessem tomado banho de purpurina, cada uma com uma cor, não sei como explicar, mas são as coisas mais fantásticas que já vi, não eram apenas fadas que via, também vi homenzinhos pequenos, acho que são gnomos ou duendes. São bem engraçadinhos.

_ Isso tudo é lindo. – Digo para Hanna.

_ Tem algo de diferente em você. – Hanna me diz.

_ Como assim?

_ Não é tão fácil assim ver essas criaturas.

Um gnomo se aproxima de nós. São tão pequenos dá vontade de pegá-los na mão, me abaixo para vê-lo melhor.

_ Hanna, se afaste dela. – Diz o gnomo me olhando feio.

_ Eles falam. – Fico surpresa.

_ Por que? – Hanna pergunta calmamente ao gnomo.

_ Ela deveria estar morta, nos ajudamos aquela criatura a trocar o antidou do professor de história e a colocar um cabelo dela na poção que ele nos deu, eu mesmo peguei o cabelo da sua roupa, era você quem o professor deveria matar. – Diz ele se dirigindo a mim e me assustando.

_ Que criatura? – Pergunta Hanna, também assustada.

_ Não sei, não me lembro seu nome, só sei que a criatura era fria como gelo e congelava tudo que tocava, ela flutuava e tinha o corpo coberto por um pano preto.

Congelei por dentro ao ouvir isso, volto um passo pra trás, assustada tenho certeza que é a tal criatura que estava no meu pesadelo aquela noite no avião.

Hanna percebe que estou tremendo.

_ O que foi Alicia?

_ Essa criatura, eu já tive um pesadelo com ela.

_ Por que vocês gnomos fizeram isso? – Hanna pergunta brava.

_ Por que ela não é coisa boa. – Ele aponta a cabeça pra mim e sai.

Hanna fica com uma cara preocupada.

_ O que ele quis dizer com não sou coisa boa? – Pergunto com medo.

_ Não sei, gnomos são criaturas bravas, até um pouco cruéis, mas não são maus, não são de fazer mal as pessoas sem motivos.

Se não sou coisa boa, o que sou então?

Matheus aparece caminhando até nós.

As fadas saem assustadas.

 _ Hanna por que elas saíram? – Pergunto.

_ Elas não gostam dele, ele é mal, tem energia negativa. Você sabe o que ele realmente é?

_ Sei.

_ Tome cuidado com ele. – Diz Hanna se retirando silenciosa.

_ Vejo que sua nova amiguinha não gostou de mim.- Diz Matheus irônico como sempre.

_ Virou amiga da “ Esquisita”? – Ele me pergunta.

_ Ela é uma pessoa legal. Onde você estava o dia inteiro?

_ Resolvendo algumas coisas.

_ Tipo o que?

_ Tipo nada que te interesse loirinha.

_ Já te disse para parar de me chamar assim.

_ Eu gosto de te chamar assim. – Matheus faz uma pausa. _ Loirinha.

Meu celular toca era Lucia novamente. 


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Gostaram?