Escuridão - A chave escrita por Queen K


Capítulo 15
Beijo inesperado


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pelo atraso, só consegui postar hj.
Espero que gostem!
Boa leitura xD



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Lá estava eu, novamente naquele lugar. A água se movendo lentamente, um doce murmúrio de cachoeira, o solo verde. Eu caminhava calmamente por entre as pedras com um vestido branco, descalça e sorrindo, e então aquela alma mais clara que sempre me obsevava apareceu.

_ Alicia, para você encontrar todas as repostas que procura precisa encontrar esse lugar.

Então a imagem se dissipa eu acordo sem entender nada e ao abrir meus olhos me deparo com a tal alma sentada ao meu lado na cama. Encosto meu corpo na cabeceira da cama assustada.

_ Você precisa encontrar esse lugar, talvez seja sua única chance. O tempo está acabando. – Disse a alma.

O tempo está acabando, como todo mundo gosta de me dizer isso.

_ Por quê? Onde? Como? – Pergunto.

A alma se levanta e vai até a janela fechada.

_ Apenas ache-o.

_ Mas como irei acha-lo?

_ Siga seu coração, ele te levara até lá. – Disse, atravessando a janela fechada e desaparecendo.

Apenas ache-o, ótimo é a coisa mais fácil do mundo achar um lugar onde você nunca esteve. E como assim meu coração me levara até lá?

Meu coração está longe daqui. Ficou naquela ilha junto com minha felicidade. E mesmo assim como meu coração iria me levar para tal lugar, isso ta cada vez mais louco. E da onde ele tirou essa frase? De algum livro infantil? Conto de fadas?

Siga seu coração! Será que um amuleto tem coração?



(Matheus POV)

“Não seja tão duro com sigo mesmo” dizia uma voz em minha mente.

Como não serei duro, se não tive forças para conter meu desejo. E se algo acontecer a ela?

“Nada irá acontecer a ela, ainda não” respondeu a voz.

Em minha mente a imagem do seu lindo rosto resplandecia, seus olhos castanhos, seus leves cabelos loiros.

Nunca na minha vida senti isso que agora me dominava. Esse amor que trazia o melhor de mim, uma parte minha que nem mesmo eu sabia que tinha. Nunca pensei desejar algo com tanta intensidade.

Ontem sob a luz do luar meu desejo foi aquecido, toquei seus lábios levemente avermelhados com tamanha paixão em meu interior que me queimava internamente.

Descendo a grande escada a vi. Ela estava linda como sempre, tinha em seu rosto um largo sorriso feliz. Ela ainda não havia me visto, conversava com Jenny.

Atravesso o corredor com cuidado para não chamar sua atenção, mas era inevitável a forma como nossos olhos teimavam em se encontrar.

Quando seu olhar caiu sobre mim, seu sorriso em um instante sumiu. Seus olhos, minha perdição, mostravam sua alma, o desejo dentro dela.

Desvio o meu olhar e continuo seguindo reto.


(Alicia POV)

_ Alicia, Alicia? – Gritava Jenny. _ De novo no mundo da lua.

_ O que foi Jenny? – Pergunto, agora voltando meu olhar para ela.

_ Você não me disse o que aconteceu ontem.

_ Tudo e nada. – Digo voltando a centrar nos meus pensamentos.

_ Alicia você está bem? Hanna me contou sobre ontem. – Diz Thomas aparecendo com um tom calmo.

_ Não, definitivamente ela não está bem. Está com essa cara de boba olhando pro nada e não me responde. – Diz Jenny eufórica.

_ Estou bem sim Thomas. – O respondo e corro em direção a Hanna que cruzava o corredor.

Ela estava com os cabelos soltos, a franja caída sobre os finos óculos cobrindo seus olhos azuis e vestia uma roupa que posso dizer que até era normal, ela carregava uma pequena bolsa preta de lado.

_ Oi Hanna, como está depois de tudo que aconteceu ontem?

_ Oi Alicia, estou bem sim, o que aconteceu ontem serviu para me deixar mais forte, não precisa se preocupar comigo. – Disse com um sorriso amarelo.

_ Eu sei, mas foram coisas fortes, eu nunca vi nada igual e a brutalidade como você foi jogada a parede, me preocupou.

_ Mas nada se compara com o que aconteceu com você. Ver sua alma ser sugada por aquela criatura foi aterrorizador, seus olhos ficaram completamente brancos e seu rosto sem expressão alguma.

_ Hanna eu nem te agradeci, se não fosse por você eu estaria morta. Obrigada por salvar minha vida.

_ Você não precisa me agradecer, mas por que não quis voltar?

_ Eu precisava de um tempo longe de tudo isso, esquecer de mim mesma.

_ E você conseguiu esquecer de si mesma com Matheus ao seu lado? – Perguntou com uma expressão séria e com a sobrancelha arqueada, seu olhar queria insinuar algo.

Ao ouvir o nome de Matheus a lembrança da noite passada vagou pela minha mente.

_ Não. – Respondi. _ Apenas ao seu lado pude ser eu mesma, não a Alicia amuleto, mas sim a Alicia mulher.

_ Urgh, apenas pelo seu olhar já vi que não quero saber de mais nada sobre essa noite.

Dou um sorriso malicioso e caminho ao seu lado em direção a Jenny e Thomas que continuavam no mesmo lugar.

_ Thomas por que você não diz... – Jenny para ao me ver e não termina a frase.

_ Ok Jenny, mas você sabe que isso não vai adiantar. – Responde Thomas já sabendo o resto da pergunta que percebi que eu não poderia ouvir pela forma como me olhavam.

Fiquei incomodada, mas preferi não dizer nada.

_ Você deveria ao menos tentar. – Sugeriu Jenny.

_ Ainda não. – Respondeu Thomas.

_ Oi pessoal também estou aqui. – Disse Hanna fazendo um gesto com a mão para chamar a atenção deles.

_ Oi Hanna a gente te viu. – Responderam em uníssono.

_ Desculpa, mas é difícil fazer a Jenny entender que não dá. – Thomas disse a Hanna.

_ O que tem na bolsa? – Perguntou Jenny.

_ É o meu grimório, eu estava relatando o que me aconteceu ontem. – Respondeu Hanna.

_ Legal, posso ver?

_ Claro. – Respondeu Hanna abrindo a bolsa.

O seu grimório não era muito diferente do da sua mãe, também era um livro de aparência velha, capa dura preta, mas com algumas manchas azul-marinho.

Quando Hanna abriu a primeira folha meu coração quis sair pela boca, eu não acreditei no que vi. Fiquei de boca aberta e olhos arregalados.

_ A-a... – A minha voz não sai, eu estava completamente pasma.

_ O que foi Alicia? – Disse ela levantando seu olhar assustado para mim.

_ O l-lugar. – Disse ainda pasma apontando para foto em seu grimório.

_ Calma Alicia respira. – Disse Thomas se pondo a minha frente e tocando meu obro.

_ Hanna esse é o lugar no qual eu estava no meu devaneio quando desmaiei na aula de química.

_ Impossível. – Disse ela.

_ Por quê? – Perguntei.

_ Por que esse é templo da magia, apenas bruxos podem ir para lá. É onde nós transformamos inteiramente, onde libertamos a magia dentro de nós.

_ Eu já estive nesse lugar, eu sinto isso.

_ Mas como? Você não fez a transformação, não é uma bruxa, pois se fosse eu sentiria isso. – Disse espantada.

_ Não sei, só sei que já estive nesse lugar e preciso voltar para lá.

_ Impossível, o único jeito de entrar no templo é usando a magia dentro de si e se você não é uma bruxa, não tem magia.

_ Mas eu preciso tentar. – A puxo pro lado e digo baixinho:

_ A alma mais clara que me protege apareceu em um sonho nesse lugar e me disse que o único modo de entender tudo isso é indo pra lá, ele me disse que meu coração me levaria até lá.

_ Minha mãe também me disse que meu coração me levaria até lá, mas as almas não te querem morta?

_ Não essa é diferente, ela sempre foi. Você pode me ajudar?

_ Podemos tentar. – Disse dando de ombros. _ Mas para isso preciso do grimório da minha mãe e ele está com ela, só podemos tentar amanha.

_ Ta eu espero. Amam me dizer que meu tempo está acabando, mas acho que um dia a mais eu ainda tenho.

_ Posso saber o que vocês duas estão nos escondendo? – Disse Jenny aparecendo na nossa frente.

_ Nada Jenny apenas tentaremos ir para esse lugar amanhã.

_ Também posso ir? – Pediu.

_ Você só vai se tiver magia em si, se Alicia não tiver também não poderá ir. – Respondeu Hanna.

_ Mas posso ir com vocês apenas para ver? – Perguntou.

_ Claro Jenny. – Respondi.

_ Eu também vou. – Disse Thomas.

_ Tudo bem. – Disse Hanna.


(Domingo 19:21 da noite)

Eu estava no jardim olhando o céu escurecer, as estrelas mais brilhantes já reluziam na imensidão azul que a cada momento ficava mais escuro, como sempre não havia uma nuvem no céu.

Sentada em um banco perto da floresta das grandes árvores escuto um barulho que cada vez ficava mais alto, com mais força.

Levanto e caminho em direção aos grandes galhos verdes das árvores que eram baixos, para se passar tínhamos que abaixar.

O barulho aumentava, estava cada vez mais próximo, eu estava indo na direção certa, só me faltava á coragem para prosseguir, eu não sabia o que poderia encontrar, mas continuei com calma.

As poucos vi pedras serem lançadas com força e raiva no tronco de uma árvores. Me aproximei e pela forma que as pedras eram lançadas era nítido se ver ódio e a dor de quem a atirava.

Continuei caminhando, mas acabei pisando em cima de um galho jogado ao chão e o quebrei com o seu barulho devo ter alertado quem estava jogando a pedra, pois o barulho parou e então uma mão tocou o meu obro.

Gritei e me virei assustada.

O susto passou ao ver seus olhos de mel me fitando.

_ Desculpa. – Disse ele olhando para o chão e sorrindo.

_ Você não faz ideia de como me assustou. – Disse soltando a respiração. _ O que veio fazer aqui?

_ Eu estava pensando.

_ É você quem jogava as pedras?

_ Sim. – Respondeu.

_ Por que está com raiva? – Perguntei.

_ Estou com raiva de mim. – Disse se sentando.

_ Por quê? – Perguntei me sentando ao seu lado.

_ Por que amo uma garota que não me ama. – Disse focando seu olhar em mim.

Desvio o olhar incomodada.

_ Thomas, como você sabe que ela não o ama? – levantei o olhar para ver sua expressão.

_ Por que vejo em seu olhar. – Me olhou de uma maneira como se estivesse falando de mim.

Olhei para o lado por impulso, eu estava nervosa com o seu olhar sobre mim. Ele não podia estar falando de mim, ele é meu amigo, gosto muito dele. Não quero magoa-lo.

Percebendo que eu estava nervosa ele levou o seu olhar para o lado.

_ Quando ela está ao meu lado é como se a joia mais linda e preciosa estivesse comigo, mas sinto todo momento que essa joia pode ser roubada de mim, talvez ela não pertença a mim, mas a amo da mesma forma.

Ele voltou a olhar no fundo dos meus olhos me fazendo corar, nervosa desvio o olhar e levanto. Ele me olha e também se levanta.

_ Thomas, eu tenho que voltar para dentro da escola. – Digo indo para a direção do grande castelo.

_ Espera. – Segurou meu braço e girou meu corpo o colando ao seu. _ Eu preciso fazer isso.

Ele então abaixou sua cabeça e prendeu seus lábios aos meus, tão rápido que não pude fazer nada. Seu beijo era calmo e gentil, não era tomado pelo desejo e nem quente como o de Matheus, mas era bom, um beijo sensível que transparecia sentimento. Uma paixão terna e calma.



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Notas finais do capítulo

E o que acharam do capitulo? Mereço reviews?