Luka Pov:

Luka Megurine estava abraçada à uma coruja de pelúcia. A corujinha tinha o cheiro dele, o recado dele e o amor falso dele.

As lágrimas silenciosas escorriam sem parar, decorando o rosto delicado de Luka.

Sua mão estava vermelha, inchada e pulsava levemente. Ela estava dolorida depois de Luka ter lhe batido. Era o mínimo que ela podia fazer para se vingar.

A menina que vira antes... Ela estava certa. E isso corroia Luka.

Luka deu um soluço em cima de sua coruja.

E para completar, há pouco tempo viera Neru lhe dar “boas notícias” novamente. Ela estava no grupo de Miku para um tal concurso de talentos. Luka não.

Ao olhar para a coruja lilás em seu colo, Luka começou a se lembrar de seu dia.

#FLASHBACK MODO ON

Luka Megurine acabara de receber uma informação de Akita Neru, uma garota que ela nunca vira antes. Ou achava que nunca.

Ela estava muito, como dizer, romântica, pois iria a um encontro com Gakupo. Ela teria de ceder algum dia, não é?

O convite fora bordado na barriga de uma coruja lilás. Corujas são o símbolo da inteligência. Nele estava escrito: “Eu te amo, por favor, sai comigo?” (N/A ao contrário de Luka, eu sou a pessoa mais sem romantismo da face da Terra).

Não tinha rimas, nem romantismo, mesmo assim Luka adorou. Porque era dele. E porque ele a amava. E ela o retribuía na mesma tonalidade.

Mas, aquela menina apareceu do nada e disse que Gakupo a estava traindo mesmo os dois não tendo nenhum tipo de relacionamento concreto (ainda). Aliás, de onde ela surgira? Se Gakupo estivesse traindo alguém seria sua “namorada” e não Luka. Luka seria apenas a vigarista que quer roubar o samurai dos outros. E Luka tinha nojo de pessoas assim. Que roubam as coisas dos outros, quer dizer.

Neru lhe informou que ele estaria no café perto da casa de Meiko às 5:00. Luka balançava seu cabelo rosa e enormes perto de lá às 5:01.

Luka entrou no café, crente que aquela loura estava errada e deu de cara com Meiko, vestindo a roupa atual de periguete dela (N/A sem ofensa às periguetes, e pessoas que gostam da Meiko), beijando outra pessoa. Luka sentiu nojo. Não desejaria que alguém estivesse no lugar do menino.

Mas depois, descobriu que aquela pessoa era a pessoa dela.

No primeiro instante, Luka não sabia quem era, pois Gakupo estava com uma touca. Porém Luka reconheceria aquele cheiro estranho e doce em qualquer lugar.

No segundo, ela estava em cima de Meiko puxando seu cabelo castanho. E Meiko berrou. Muito.

Alguém tirou Luka de cima de Meiko e Luka começou a bater na pessoa também. Até ela perceber que era Kaito.

- Desculpe. – murmurou ela, saindo do café. Ela não podia chorar ali. Não na frente dele. Alguém a segurou na porta.

- Luka. – falou Gakupo. Aquela forma como ele falava o nome dela. Agora ela tinha ódio. O vento soprava e os dois estavam paralisados. Era como uma ilusão. – Eu posso explicar.

Luka o encarou. O ódio fervia em seus olhos. As lágrimas imploravam para sair.

- Eu nunca, nunca, odiei tanto alguém quanto estou odiando você. – gritou Luka. Ela tentou se soltar, mas Gakupo a segurou.

- Me solte. Ou. Eu. Mato. Você. – ela falou. Gakupo não se moveu. Então Luka fez uma coisa que nunca tinha feito. Deu lhe um tapa muito forte na cara.

Ela saiu correndo em seguida. As lágrimas embaçavam sua visão e ela não via mais nada. Então ela esbarrou em alguém. Com braços fortes e musculosos que impediram-na de cair.

Gray continuava o mesmo. O mesmo ar intelectual, a mesma musculatura, os mesmos cabelos azuis escuros e Luka não se importou se ele continuava o mesmo monstro.

Seu ex-namorado tratava, antigamente, todos como se fossem peças. Principalmente, Luka. Ela idolatrava Luka por sua voz. E Luka o odiava por isso.

Mas naquele momento, ela não deu a mínima para o passado.

- Luka, o que aconteceu? – perguntou Gray.

Luka o abraçou e começou a chorar nele.

#FLASHBACK OFF

E agora ele estava esquentando uma sopa para ela e querendo bater em Gakupo.

Luka começou a pensar no concurso que Neru falou. E sentiu ódio de Gakupo. E de Miku. E de todos que a abandonaram.

Em seguida, ela pegou o celular e digitou um número rapidamente. Ela não podia perder. Era seu futuro que estava em jogo.

- Kaai-chan, você ainda escreve músicas? – perguntou.

Gray sorria. É, Luka ainda seria dele. E sua voz também.