A Tempestade escrita por French Lily


Capítulo 3
três: submissão


Notas iniciais do capítulo

Nee, nee, depois de mais de seis meses, eu voltei. Por quê? Só Deus sabe. Mas minha consciência (e uma consciência externa bastante chatinha de nome Nekoclair) me impulsionaram a terminar essa história, que eu tinha uma ideia concreta de como concluir, depois se perdeu e agora ninguém sabe direito o que vai virar. Capítulo pequeno, só de introdução a essa nova fase.
Vamos ver o que sai.



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— Sua proposta é tentadora, Ludwig, meu caro — Vash Zwingli mantinha-se sentado, respeitosamente, à sua poltrona de couro, o corpo relaxado e o semblante tranquilo. Seus olhos não se desviavam da moeda de cobre que examinava entre os dedos, para logo em seguida posicioná-la com cuidado sobre a torre que se estendia à sua frente, na mesa, composta por dezenas de outras moedas idênticas. — Mas...

O som do tiquetaquear frenético do relógio de parede sustentava a atmosfera por quase um minuto inteiro. Ludwig estava de pé, encarando com disfarçada impaciência a estranha formação à sua frente, que continha não só o excêntrico suíço e sua torre de cobre, mas também Lili Zwingli e Elizaveta, que flanqueavam o anfitrião de forma bizarramente imóvel.

— Mas...? — perguntou o visitante, irritado após contar o trigésimo quarto tiquetaque. Vash envolveu a cintura da jovem companheira, trazendo-a para perto de si, e completou sua resposta.

— Mas não possuo a menor intenção de abdicar da segurança que minha neutralidade me proporciona. É sempre um prazer revê-lo — despediu-se, acenando para os seguranças armados que guardavam a porta. Quando os dois fizeram menção de aproximar-se, Ludwig apoiou-se sobre a mesa, derrubando todas as moedas. Elizaveta conteve a respiração por um segundo ao lado da poltrona de couro, os braços pressionando o ventre e todo o corpo ficando, de alguma forma, ainda mais rígido.

— Você parece não fazer ideia do que está em jogo aqui, Zwingli — Ludwig conseguia sustentar um tom de voz aceitável, mas seus olhos queimavam de preocupação ao encarar seu interlocutor. — Sua cooperação seria de valor inestimável para...

— Eu espero que você consiga remontá-la — interrompeu Vash, apontando para as moedas espalhadas por seu colo e por todo o piso. — Uma vez que é tão incapaz de refazer seu próprio país que veio implorar-me por ajuda.

O relógio cantou mais três vezes e a pressão do braço de Zwingli sobre o tronco de Lili fez a menina abafar um gritinho agudo.

— Eu não vou — continuou o suíço, posicionando-se ainda mais próximo ao visitante. — tomar partido nas suas briguinhas. Eu sou neutro, Ludwig, e assim permanecerei.

— Herr Zwingli... — interrompeu-lhe Elizaveta, que se calou com um simples aceno de mão do outro. Ludwig manteve-se atento e em silêncio.

— Aprenda a lutar suas próprias batalhas.

— Gilbert... Com sua ajuda, eu poderia trazê-lo...

— Você sabe — a voz de Vash ganhou rigidez e, com um movimento, ele fez Lili fluir gentilmente até seu colo. À medida que falava, acariciava o queixo da menina com uma das mãos, sem encará-la. Elizaveta desviou o olhar. — muito bem onde seu irmão está agora, e que não será difícil tirá-lo de lá.

— Não duvido nada que Edelstein se oponha.

— Roderich Edelstein pode ter sido uma grande força no passado, e é até natural que você, em especial, o admire por isso, Ludwig, mas agora ele não passa de um falido. Tão decadente quanto o seu irmão.

O orgulho fraterno de Ludwig causou-lhe certo desconforto, mas Vash continuou.

— Traga-o de volta. Garanto que será imensamente mais fácil que mudar minha posição.

Com um sorriso cínico, o suíço suspirou, apoiando o próprio rosto sobre o tronco da garota em seu colo.

— Mas seja bonzinho. Afinal, Elizaveta está se mordendo de medo de que você machuque o nosso pobre pianista rebelde. — a morena bufou de leve, a expressão endurecida. De olhos fechados e o nariz sobre os seios frágeis de Lili, ocultos sob o vestido, Vash Zwingli acenou para que Ludwig se fosse.

— Está é sua palavra final?

Não obtendo resposta, virou-se para sair. Não pôde, porém, conter um último comentário.

— Para alguém que se orgulha tanto de sua neutralidade, Zwingli, não entendo o porquê de tantos seguranças, tantas armas...

Vash respondeu com um sorriso, e Ludwig compreendeu que era hora de ir.


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Notas finais do capítulo

Como eu disse, capítulo pequeno. Quanto ao tratamento que eu dou ao Vash na fanfic, ele vai permanecer dessa maneira porque, não sei, eu gosto dele assim, de verdade. Insensível, excêntrico e cínico. E, obviamente, pensando primeiramente em si. Afinal, neutralidade não significa que ele é um tolinho.
Como sempre, críticas e reviews, p-f-v.
Eu não mordo. Acho.



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