Capitulo O2 – I’m Free Bitch.

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Como achar uma esposa em dois dias? Poderia até levar a vadia da noite anterior, mas como? Nem lembro o nome dela. Levantei rastejando da cama, minha cabeça parecia que ia explodir em segundos. Desci as escadas como um vegetal, ainda cambaleando por conta da maldita dor de cabeça.

Peguei o jornal que estava jogado na porta de entrada e me joguei no sofá, comecei a folheá-lo. Assaltos, presidente, escolas, quadrinhos, mortos... Por que mesmo resolvi abri-lo?

Nos classificados um anuncio me chamou a atenção “I’m a free bitch baby”, com uma foto da garota ao lado, e era muito gata, e muito gostosa, seria a garota perfeita para se passar por minha esposa, gata e gostosa, só disso o que preciso, não quero também chegar com uma garota qualquer para depois os caras tirarem uma, quero uma para deixar eles de queixo no chão.

Enquanto mirava o jornal encantado com a beleza daquela garota, tateei a mesa de canto buscando pelo telefone, disquei os números.

-Alô? – era voz doce e extremamente sexy.

-Você é a I’m a free bitch baby? – perguntei enquanto olhava o jornal em minha mão.

-A própria. – pareceu rir.     

-Eu preciso dos seus serviços! – engoli seco.

-Onde e quando? – perguntou.

-Na verdade precisamos negociar, é uma longa história que te contarei hoje, pode ser às nove da noite, no barzinho ao lado da boate Nocturne.

-Estarei lá. Como você estará?

-Estarei com uma blusa xadrez por cima de uma camiseta branca. E você?

-Eu te procuro lá... Como pagará meus serviços?

-Grana.

-Até a noite gato... – sua voz me deu tesão, confesso.

-Até! – desligou.

Coloquei o telefone no ganho. Mordi o lábio inferior. Ela aceitaria a grana preta que eu daria pra ela, iríamos pra essa tal casa de praia, comeria ela fácil e depois... Tchau.

Levantei do sofá e fui pra cozinha, minha cabeça latejava de dor e meu corpo pedia por comida. Respirei fundo e senti o cheiro de panquecas.

- Olá Marie – disse dando um beijo estalado na bochecha dela.

- Olá Justin! Fiz panquecas! – sorriu.

Joguei-me na cadeira e esperei alguns minutos pelas panquecas. As comi rapidamente, tomando um pouco de suco. Bocejei. Iria dormir mais um pouco pra depois me encontrar com a garota! Subi as escadas devagar, abri a porta do quarto e me joguei na cama, me cobrindo em seguida.

Acordei com meu celular tocando. Mas que droga, ninguém me deixa dormir.

- O que é? – resmunguei.

- Justin, o Ryan te disse sobre a reunião? – era o Chaz

- Sobre?

- A reunião sua mula! Do povo da escola!

- Disse sim – resmunguei – Chaz, são quantas horas?

- Oito e pouca da noite, por quê?

- Tchau – disse desligando o telefone.

Joguei o celular na cama e me levantei num pulo, o que não deu muito certo porque o edredom agarrou a minha perna. Cai de cara no chão, me agarrei a cama e levantei, apoiando meu corpo no colchão. Que bosta. Passei a mão nos cabelos e puxei meu celular. Oito e vinte. Tirei a boxer, a jogando em qualquer lugar do banheiro. Abri o registro e entrei debaixo do chuveiro. Sentia-me bem melhor. Tomei o banho e puxei a toalha, me secando rápido e a enrolando envolta da cintura. Fui pro quarto. Abri o closet e vesti uma boxer vermelha. Vesti-me, não esquecendo de colocar a camisa xadrez e a blusa branca, calça preta. Ajeitei meu cabelo. Tomei um banho de perfume. Calcei os supras preto, peguei as chaves, minha carteira e meu celular. Olhei no relógio e eram oito e cinqüenta.

Desci ate a cozinha e bebi um pouco de água. Marie já tinha ido embora. Sai de casa e fui ate minha Lizzie, meu Ranger Rouver.

Deborah P.O.V.

Passei a mão pelo interruptor do quarto e entrei tropeçando nas coisas, estou exausta, não aguento mais trabalhar naquele mercado podre da esquina. Ainda mais para ganhar aqueles míseros duzentos dólares, não da nem para pagar o aluguel dessa pensão imunda na qual eu moro.

Para aumentar a minha renda, e poder pagar a merda do aluguel tive que começar a fazer sexo por dinheiro, não posso reclamar quando vêm aqueles boyzinhos de pênis pequeno, ao menos são cheirosos e pagam bem, agora os remelentos... Deus me livre!

Hoje um homem ligou, tomara que ele seja tão sexy quanto à voz aparentou, e tomara que ele abra a carteira, estou cansada das mixarias que me oferecem ultimamente. Olhei no relógio e, droga já são oito e meia!  Corri tomar um banho, meu cabelo eu tinha lavado de manhã, então nem o molhei, sai correndo enrolada na toalha do banheiro, procurei por um vestido no guarda-roupa, peguei um bem justo e curto. Eles preferem, já que é só levantar, bem mais prático e rápido. Fui até frente o espelhinho do banheiro e soltei o cabelo, olhei novamente no relógio, droga, estou atrasada! Já estava em cima da hora.

Sai com a carteira em baixo do braço, colocando os sapatos e os brincos ( http://www.polyvore.com/cgi/set?id=34677966&.locale=pt-br ), tropecei em tudo, por pouco não cai enquanto colocava um dos sapatos, fechei a porta e caminhei tranquilamente pelo corredor da pensão.

-Mas é uma vagabunda mesmo, já vai pra zona tirar dinheiro dos homens burros! – aquela velha com cara de limão azedo, dona da pensão grudou no meu pé.

-Igual seu marido né velha chata? – resmunguei.

-Sua vadia, se não pagar o maldito aluguel atrasado amanhã é rua! – gritou.

-Já disse que amanhã eu pago! – gritei de volta. Bati a porta de entrada, por sorte um taxi estava passando na rua, o chamei.

-Bar do Noel, por favor. – pedi.

Em poucos minutos chegamos ao tal bar. Paguei o motorista e sai do taxi, arrumei minha bolsa carteira. Ajeitei meu vestido e alguns garotos começaram a assobiar e mexer comigo. Sorri de canto. Passei os olhos pelo lugar e não tinha nenhum cara com camisa xadrez. Revirei os olhos entediada. Fui ate o balcão e pedi uma vodka.

Sentei-me em uma mesa aos fundos e comecei a bebericar aos poucos minha vodka. Olhei pra porta e um grande e luxuoso carro parou. Tinha que ser o cara, mas, pra que um ricasso iria querer uma prostituta de anuncio?