(Damon)

Saí do escritório atordoado. Certo aquilo me pegou de surpresa. Elena e Stefan decidem não se casar. O que havia de errado com eles afinal?

Bom, Stefan nunca escondeu de mim que não se agradava dessa ideia, mas ele seguia firme por achar que Elena o amava e Elena sendo ‘Elena’ o faria muito feliz. Eu só tinha uma ideia em mente, Elena o mostrou o contrário, ela  mostrou que não estava feliz com tudo aquilo.
Mas o que a faria mudar de ideia assim? E porque só agora? Uma ideia me veio a cabeça, eu não pude evitar gelar depois disso. Era ele, só podia ser, Elena nunca escondeu sua admiração, ela simplesmente o idolatrava as vezes. Eu tremi com a minha conclusão. Elena desistiu do casamento porque havia se descoberto apaixonada por Klaus.

“Só pode ser brincadeira.” A frase saiu da minha boca sem eu pensar direito. Mas era verdade, ela só podia estar brincando. Klaus? Sério?

(Elena)

Haviam se passado três meses desde que eu tinha rompido tudo com Stefan. Estávamos ambos muito bem, nos falávamos constantemente, e eu agradeci pela nossa amizade ter permanecido intacta. Nossos pais também estavam mais calmos com tudo o que aconteceu. Eles estavam iniciando uma parceria muito boa entre suas empresas, claro que Stefan mexeu uns pauzinhos pra isso, mas a verdade era que nossas famílias já estavam muito ligadas, a amizade tinha que seguir firme e estava e estava seguindo.

Eu tinha apenas um problema, uma coisa que estava me matando, Damon além de seguir firme seu noivado com Rebekah estava totalmente mudado comigo, quase que com raiva mesmo, eu não sabia o porquê. Uma das poucas vezes que pude me encontrar com ele neste meio tempo foi na exposição de arte de um grande amigo meu. Klaus. Era estranho pra mim considerar grande amigo o irmão mais velho da nojenta da Rebekah, mas era o que ele era. Klaus era bastante altruísta, eu via muito de mim nele, ele era ousado, sensível, educado demais. Sua companhia realmente me fazia bem. Ele me convidou para organizar aquela exposição, eu me
senti bastante feliz e honrada, ele era brilhante, eu adorava suas obras. Naquela noite Damon estava ao lado de sua noiva e apenas me cumprimentou friamente. Ele se limitava a cumprimentos educados comigo agora? Eu não podia deixar de sentir uma pontada de dor com tudo aquilo, eu o amava demais. Eu o queria por perto. Mas eu não faria nada sem que antes ele me mostrasse o mesmo, afinal vai que ele realmente goste da nojenta, não é uma casal tão ruim de se olhar. Outra pontada me invadiu ao pensar assim, mas era verdade. Damon nunca demonstrou sentimentos mais profundos por mim, era sempre como um protetor ou irmão mais velho. Da parte dele pelo menos.

Haviam se passado uma semana desde a noite da exposição e hoje pela manhã Stefan me ligou, ele estava me convidando para a tarde de competições no clube hipismo, haveria competições de saltos e também jogo de polo. Eu não recusei, seria uma boa distração, fora o fato de que Damon estaria lá, mesmo com a Rebekah, eu o veria. Isto bastava pra eu me jogar naquela tarde que prometia ser bem longa.

(Autora)

Elena chegou ao clube e logo encontrou Stefan, ele estava acompanhado do irmão e sua noiva, ela não escondia a cara de desconforto, Damon estava com as mãos envolvendo a cintura de Rebekah, ela desviou seu olhar da cena e fitou Stefan.

-Olá a todos. – Conseguiu finalmente dizer.

-Oi Elena, que bom que veio. – Disse Stefan.

-Olá Leninha... Como tem passado? – Era Rebekah agora, provocando Elena, ela sabia que ela odiava aquele apelido.

-Maravilhosamente bem. Obrigada!

A morena então olhou para Damon, que até agora não havia dito nada. Enfim ela disparou:

-Damon...

-Elena... – Foi a resposta dele.

Neste momento Klaus se aproxima do quarteto:

-Ora, ora, ora. Senhorita Gilbert. A que devo a honra? Veio me prestigiar?

Elena se virou e o recebeu com um sorriso. Damon se mostrou inquieto agora. Com a desculpa de ir pegar uma bebida, deixou os quatro para trás, ele parecia não simpatizar com Klaus. Elena meio que gostou daquela ação, ela gostava de imaginar que poderiam ser ciúmes da parte dele. Mas de Klaus? Não teria o porquê. Ela respondeu ao amigo enfim:

-Não exatamente. Eu não sabia que você também competia. –Ela meio que perguntou ao amigo. Quem respondeu foi Rebekah:

-Na verdade meu irmão é o competidor mais completo da tarde, não só irá saltar como também é o capitão do time de polo do seu ex- noivo.

Elena encarou Klaus agora.

-Sério? Nossa! Não achei que podia mais me surpreender com você Klaus. -Ela comentou soltando um riso.

-Na verdade Klaus é o que eu chamo de multiuso. –Brincou Stefan. Todos riram.

A tarde continuou e com o começo das competições tudo ficou mais leve. Primeiro veio os saltos. Primeiro a competição feminina, Rebekah participava dela, e era uma amazona elogiável. Elena admitia isso, a contra gosto é claro, mas o talento da moça em cima do cavalo era evidente. O resultado era previsível. Elena observava Damon na plateia, ele vibrava a cada salto bem executado da noiva. Uma pontada de ciúmes e certa inveja lhe atingiram nesse momento. Tudo piorou após o anuncio do resultado, quando Rebekah recebeu seu troféu e foi recepcionada por Damon lhe depositando um beijo um tanto intenso demais. Logo depois seguiu a competição de saltos, Damon participava desta, assim como
Klaus. Elena observava o desempenho de seu ex-cunhado, Damon tinha uma postura impecável ao montar e parecia que ele falava com seu cavalo. Logo depois de analisar ele, veio Klaus, ela tinha que admitir, ele era bom, quase tanto quanto Damon, sua técnica era melhor, era como se Damon saltasse com o coração e Klaus com a lógica o que resultou em desempenhos bem distintos. A surpresa foi Klaus vencer a competição. Juízes são sempre mais técnicos.

Para finalizar as disputas da tarde veio o jogo de polo, obvio o time de Stefan estava dando um baile no adversário. Tanto Stefan quanto Klaus jogavam impecavelmente bem. O esmague era inevitável. Aquela tarde estava enfim ganhando um rumo melhor para Elena, ela começava a se divertir. Stefan e Klaus dedicavam os pontos a ela, ora com beijos ora com acenos. Damon observava tudo atentamente e com a cara fechada, ele havia começado a beber um pouco a mais.

Final de competições, e com o time de Stefan ganhando as coisas ficaram cada vez mais complexas. Rebekah correu e foi depositar um abraço forte em seu futuro cunhado, foi uma cena estranha de se ver. Klaus se dirigiu até Elena e fez o mesmo com ela. Damon fitava tudo aquilo de longe, ele estava realmente muito mal humorado agora. Observando Elena trocando sorrisos com Klaus, Damon só conseguia dar
mais força a sua conclusão anterior. Ela estava de verdade envolvida com Klaus. Apaixonada por ele. Aquilo estava irritando ele de uma maneira bastante intensa, ele bebia cada vez mais. O álcool o faria desviar desses pensamentos incômodos.

Rebekah se aproximou de seu noivo, deixando Stefan conversando com alguma amigos, ela começava a estranhar o comportamento de Damon. Ele não era de beber.

-Está tudo bem com você? – Ela perguntou.

-Porque não estaria. – Ele respondeu sem olhar pra ela a fazendo acompanhar o foco do olhar de Damon e descobrir pra onde estava direcionado. Percebendo do que se tratava ela disparou:

-Com certeza a marcação de Elena é comigo. – Essa fala chamou a atenção de Damon que agora a encarava confuso.

-Pense
comigo. –Ela continuou – Quando conheci seu irmão me interessei de cara por ele, nunca te escondi isto, daí tive que desistir de tudo porque ele era noivo da Elena. Depois de um tempo, ao te conhecer, passamos a conviver mais e me senti envolvida de um jeito maravilhoso por você. Quem não o faria?  A verdade é que o senhor meu noivo, é um ser
extremamente envolvente. – Damon riu agora. Ela seguiu falando. - Então
finalmente ficamos noivos e tudo parecia definido. Daí, do nada, Elena rompe um noivado de anos com seu irmão, logo agora que eu não estou mais livre – Rebekah falava num tom tão engraçado, ela falava tipo: “Que droga logo agora que eu me 'conformei' com o outro.” Damon não conteve o riso. Ela continuou:  -E como se não bastasse, agora ela está envolvendo o meu irmão também. Isto pra mim é caso nítido de perseguição. Principalmente agora que os vejo quase aos beijos.

Agora ela apontava em direção ao casal e Damon ao acompanhar o movimento perceptivelmente alterado pelo o que Rebekah falou concentrou seu olhar nos dois. Elena estava com as costas em uma árvore ali perto e Klaus estava de frente pra ela, próximos demais, com uma de suas mãos acima do ombro de Elena e a outra na cintura. Elena ria largamente. Damon pediu licença a Rebekah, a garota se assustou.

-O que foi? Tudo bem? – Ela perguntou ao noivo.

-Só preciso de um pouco de ar, creio que senti o álcool agora. Eu já volto!

Ela o encarou pensativa e disse que estaria esperando por ele com Stefan, a tarde estava acabando enfim. Ele assentiu e disse que os encontrava em breve.

Perto dali Elena e Klaus terminavam sua conversa.

-Bom Elena, ainda não pude lhe agradecer direito pela organização da exposição semana passada. Posso te convidar pra jantar?

-Claro que sim, eu adoraria.

O loiro despediu-se dela, depositando um beijo em sua mão. Elena procurou Stefan para se despedir, ela estava cansada e já iria embora. O encontrou com Rebekah, ela não pode evitar ficar triste, Damon não estava com eles.

-Bem eu já vou. Foi tudo maravilhoso Stefan. Parabéns mais uma vez, aos dois.

Rebekah sorriu forçadamente, depois ela sentiu algo como uma breve vertigem, se desequilibrou um pouco. Stefan se inquietou com aquilo, ela estava branca feito cera.

-Qual o problema Bekah? – Ele perguntou apreensivo.

-Não sei bem Stefan, quero ir pra casa. Você me leva pro meu irmão? Damon parece ter evaporado.

-Claro! Elena se você puder encontrar meu irmão, diga-lhe que Rebekah e eu fomos na frente, peça para ele me ligar. -Stefan pediu.

-Claro, não se preocupe. Melhoras Rebekah.

-Obrigada! – A loira respondeu com sinceridade.

Elena agora procurava Damon, andou por todo o clube, não sabia mais onde procurar. Então finalmente o encontrou. Ele estava nos estábulos, visivelmente bsua cara não era nada boa.

(Elena)

Damon estava meio desalinhado, isso não apagava sua beleza é claro, mas era visível o mal humor dele. Me aproximei, ele ao perceber minha presença deu um riso irônico e disparou:

-Sem distrações momentâneas?

O que ele queria dizer com aquilo afinal? Só então notei, ele havia bebido demais.

-Não entendi. - Falei confusa. Nçao entendia mesmo.

Ele me encarou totalmente irritado.

-Cansou de jogar com o Klaus?

Ele se aproximou de mim, estava muito sério parecia com raiva, aquilo estava me assustando, tive medo de perguntar outra vez, mas era preciso.

-Do que está falando?

-De você é claro, jogando com o Klaus. O que você tem com aquele cara afinal?

Espera um pouco, ele achava mesmo que eu tinha algo com Klaus?

-Damon, não sei do que você está falando.

-Ah! Não sabe? Estou falando do fato de você ter rompido um noivado de anos e agora estar de flertes com aquele...

Ele parou. Eu estava realmente com medo agora. Mesmo assim eu falei:

-Não vejo onde isto é da sua conta. Não me meto em seu relacionamento. Não se meta nos meus.

Ele me olhou indignado.

-Hum! Então admite que tem um relacionamento com ele?

-Claro! Somos amigos Damon. Amigos como eu e você já fomos, eu
ainda considero que somos, mas foi você que se afastou de mim.

Eu estava tremendo, sentia um nó na minha garganta. Eu não posso chorar.

-Rebekah tem razão. Você realmente faz tudo com a intenção de provocar.

Agora ele estava me irritando.

-Provocar quem? Ouça bem o que vou te dizer Damon, eu terminei meu noivado com seu irmão, porque tudo aquilo não fazia mais sentido, ele concordou, porque assim como eu, e diferente de outras pessoas que existem por ai – eu estava sendo irônica, ele sabia de quem eu estava falando -  não queremos estar ao lado de quem não amamos, queremos ser felizes. Viver um amor intensamente forte.

Ele riu ainda mais irônico e disse:

-Ah! E você quer que eu acredite que seu amor intenso é o Klaus?

É sério. Ele estava sendo um imbecil.

-E se for? – eu gritei agora.

Ele me encarou, fúria nítida em sua face. Continuei:

-Eu não te devo satisfações Damon, não sou eu que escondo sentimentos aqui. Eu não gosto de jogos infantis de disputa. O fim de meu relacionamento com Stefan foi uma decisão bem tomada, que demorou demais pra acontecer, eu percebi que eu estava prestes a me declarar infeliz e não pude seguir, eu não amo o Stefan eu...

Eu parei de falar, ia falar demais. Ele começou:

-Você tem razão, não deve estar com quem você não ama, mas também não deve jogar com outras pessoas pra atingir demais pessoas. É visível que Klaus está interessado por você e é visível também que você dá trela pra atingir Rebekah e me atingir.

Aquilo foi a gota d’água. Ele era o que? Cego? Como se ele nunca houvesse notado a forma como eu o olhava, ou mesmo o que eu sentia. E agora aquelas acusações, ele estava procurando desculpas pra me odiar, e só estava conseguindo que eu o odiasse. Covarde.

-Eu não ouvi isto. Escute aqui seu idiota, eu não quero atingir ninguém, porque ao invés de falar idiotices você não baixa esta sua crista e admite o que você sente. E que está ai morrendo de ciúmes de mim.

Ele gargalhou sem graça.

-Você se auto estima demais Elena. Apenas julgo inapropriada sua forma de se comportar. Meses atrás você era noiva de meu irmão e agora da em cima do irmão de minha noiva.

Eu estava furiosa com ele, senti um calor horrendo subir pelo meu corpo, o calor se concentrou na minha mão e eu meti um tapa forte em seu rosto.

-Estúpido! – Eu disparei lhe dando as costas e andando o mais rápido que podia.

Eu estava chorando agora, de raiva, de decepção, eu o queria longe de mim. Ouvi passos apressados atrás de mim e uma mão forte me puxou bruscamente.

-Me solta Damon! Não quero ouvir mais nada, você já me machucou o bastante.

Ele me encarava, agonia e fúria mesclavam seu olhar. Eu insisti:

-Damon me larga! Você está me machucando. – E era verdade, não bastasse a dor das palavras dele, agora ela me segurava com violência.

-Não! – Ele disse.

Então sua respiração atingiu meu rosto, ofegante demais, intensa demais, minhas lágrimas embaçavam minha visão, eu estava totalmente atordoada. Com outro gesto bruto ele envolveu minha cintura, me prendendo ao seu corpo. Eu quase não me aguentava em pé. O que ele estava fazendo? Entre lágrimas eu exigi:

-Por favor, me solta!

Ele franziu a testa, agora era como se ele estivesse sentindo dor.

-Eu não consigo. – Ele me respondeu.

Ele não falou mais nada apenas subiu suas duas mãos as depositando na minha nuca para finalmente me dizer:

-Não consigo mais me afastar de você! Não tenho mais forças.

Então me encarando fortemente, me matando com aquele olhar, com aquela fala, com aquele gesto, Damon depositou em meus lábios um beijo intenso e urgente. Eu apenas o segui. Era tudo o que eu mais queria.

(Damon)

Foi impossível resistir, eu não estava mais aguentando tudo aquilo, aquela tarde foi torturante demais, ver ela com outro, rindo, se divertindo, era demais pra mim, foi demais. Eu não a queria com mais ninguém, ela era minha. Seus lábios me causavam um frenesi assustador, eu explorava cada parte de sua boca, suas lágrimas ainda encharcavam seu rosto, depositando em nosso beijo um leve sabor salgado. Quando percebi que ela precisava de ar eu me afastei. Encarei seus olhos, eles estavam no meio de uma batalha, ela estava surpresa, confusa, me olhava assim. Eu ignorei tudo e apenas voltei a beijá-la. Ela estava totalmente rendida a mim. E eu não conseguia parar. Eu não queria parar. Eu amava Elena.
De uma maneira que me consumia. De uma maneira incomparável.