Força De Um Amor escrita por MayLiam


Capítulo 66
Feliz? Aniversário... - parte final


Notas iniciais do capítulo

Deu tempo!!!!
Espero que gostem. É um pouco tenso no início, pois ainda estarão na festa, mas como eu prometi, depois a tensão baixa e fica melhor. Espero que gostem ^^ Um beijão pra vocês meninas e bom domingo!
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/232162/chapter/66

A noite estava correndo, Damon rodou o salão inteiro ao lado de Elena, recebeu os cumprimentos de amigos e depois teve um momento mais a sós com os pais e o irmão, além é claro dos pais de Elena e Caroline. Onde houve uma troca de presente. Elena havia feito planos para aquela noite, antes de saber de toda a verdade, ela não havia desistido totalmente deles, apenas eles haviam mudado um pouco, já eram quase dez horas da noite, Damon quase não conseguia andar mais. Estava exausto e sua cara não escondia isso. Não via a hora de ir pra casa e descansar.

Elena o lembrou de seu discurso, afinal embora houvessem pessoas cientes de seu aniversário, a maioria dos presentes estavam naquele lugar por uma causa beneficente.

-Me diga que depois deste discurso podemos ir embora? – Damon perguntou pra esposa que lhe respondeu olhando em volta.

-Também estou bem cansada Damon, mas ainda não são dez da noite e não vamos antes de meia-noite lembra? – Damon bufou e se dirigiu direto pro microfone.

-Boa noite! – falou e houve uma quase extinção do barulho. – Um minuto da atenção de todos, por favor. – Então estava silêncio total. – Bem, como todos sabem, a dezoito anos, exatamente as empresas Salvatore e agora em uma parceria com a Damon Interprise, se unem por uma boa causa. Eu recebo a todos vocês, meus amigos e família, para uma noite de bebidas, danças, comemoração e um pouquinho de esvaziamento de carteiras. – todos sorriram. – Este ano em especial, eu estou comemorando com vocês algo mais. – ele falou olhando pra Elena. – Por favor querida. – Damon chamou Elena, que revirou os olhos e foi se por ao seu lado. – em breve as famílias Salvatore e Gilbert ganharão um novo membro. – ela a olhou com doçura, sorrindo fraco. – Então quero erguer um brinde esta noite à vida, que é cheia de boas e más surpresas e desejar que meu filho Samuel, entre nela com saúde e muita força e vontade de viver. Beleza certamente não será um problema. -mais risos foram ouvidos. – e isso não terá nada haver comigo. – Elena sorriu sem jeito. – Quero agradecer a minha esposa, Elena, por organizar esta noite com perfeição. Caroline. – ele olhou pra moça que estava diante deles sorrindo feito boba. – é algo muito importante pra mim e estou feliz por todos estarem aqui. Sem mais, saúde!

-Saúde! – foi um coro enorme. Seguido de alguns aplausos, Damon se virou pro lado para encarar a mulher que sorria e o aplaudia, ele entrelaçou a cintura dela e se inclinou para lhe dar um beijo, Elena meio que se esquivou e acabou sendo em sua face. Damon a encarou sorrindo torto e sem jeito, em seguida apontou para que ela descesse do palco e a seguiu. Quando estavam um tanto afastados. Damon a segurou pelo braço.

-Sério que não posso te beijar mais? – ele perguntou a olhando firme.

-Já conversamos.

-Não. Não conversamos nada.

-Sabe como estamos Damon. Beijo não se encaixa.

-E o que se encaixa? – ele perguntou com certa fúria nos olhos, balançou a cabeça incrédulo e a soltou lhe dando as costas se afastando dela. Elena suspirou fechando os olhos. Seu corpo inteiro tremeu.

-Não me diga que brigaram outra vez? – Caroline se aproximou da amiga.

-Ele estava se queixando do... – ela apontou pro palco.

-Eu vi. Você cortou o beijo dele Elena.

-Ele sabe como estamos. – Caroline bufou.

-Ai Elena, ele disse coisas lindas e você nem pra deixar ele te beijar?

-Caroline. - ela encarou a amiga com certa impaciência. – Damon tem muita facilidade de falar coisas lindas. Tanto quanto as rudes.

Neste instante Jeremy se aproximou das duas. Você dança senhora Salvatore? – ele perguntou com simpatia, Caroline bufou e olhou pra amiga repreendendo ela.

-Claro que sim. - Elena falou vitoriosa, entrelaçando os braços nos de Jeremy. Caroline a olhou perplexa.

-Caroline, com licença! – falou Jeremy para a moça que sorriu sem vontade alguma.

Damon se afastou um pouco de toda a agitação, indo até a parte de fora do grande salão, ele estava com a cabeça fervendo, seu corpo e cabeça doíam e ele sentia sua temperatura subir, sua gola estava suada, seu rosto ensopado, mas o frio era cortante, seu corpo inteiro vibrava.

-Que droga! – ele se queixou ao sentir uma dor aguda no abdômen, era hora de ir pra casa, antes ele tinha que ir buscar Elena, ela certamente falaria e bateria o pé, mas desta vez, com ou sem ela, ele iria pra casa.

Voltou pro salão. Encontrou seu irmão e achou até mais conveniente, pediu que se despedisse dos pais por ele, Stefan logo percebeu que ele não estava bem, por isso nem contestou. Damon falou sobre a viagem novamente e Stefan o tranquilizou, tudo estava bem. Ele correu os olhos pelo resto do salão e nada de Elena, andou um pouco mais após se afastar do irmão e quase sentiu o resto de suas forças, as que o mantinham de pé se esvaírem. Elena estava dançando com Jeremy, talvez isso não fosse tão ruim assim, não fosse o fato dele ter a mão na barriga de Elena e junto a ela sorrir como um bobo ao acariciar aquela região enquanto Elena reagia com doçura e desprendimento, um desprendimento que a tempos não existia mais entre os dois. Era algo natural, como se não fosse possível de evitar, eles se entendiam bem.

Damon sentiu tudo girar, ele quase não sentia o chão. Podia gritar se tivesse força o suficiente. O ar fugiu de seus pulmões o calor tomou conta de seu corpo inteiro, não havia mais frio, ele afrouxou o nó da gravata procurando ar. “Não caia!” ele exigiu a si mesmo, o suor embaçava sua visão, ele tentou puxar um pouco o ar, jogou a cabeça pra trás nesta tentativa e mãos suaves tocaram o seu ombro.

-Damon? – era Caroline, seus grandes olhos verdes, aflitos e suplicantes. – Tudo bem?

-Estou, eu... – ele tentou ajustar a visão e a voz, sua respiração não era a das melhores. – Eu tenho que ir pra casa então... Ia falar pra Elena, mas... – ela apontou pro casal no meio da pista e Caroline entendeu tudo. – Avise a ela que eu mando o chofer a buscar assim que chegar em casa. Ela falou que não quer sair antes de meia-noite. – ele parou pra respirar. – Eu realmente preciso ir. – estava suando muito, uma agonia tremenda no peito.

-Espera Damon, você não está em condições de...

-Caroline. – ele a cortou, só queria sair dali. – avise a ela. Boa noite! – então ele se desviou da moça e saiu, meio sem rumo, um andar desajustado. Caroline assistiu a cena e depois de o perder de vista sentiu sua face queimar, voltou a encarar Elena ainda dançando com Jeremy. Fúria a invadiu. Ela foi em direção aos dois e tocou o ombro de Jeremy.

-Com licença! – ela pediu num tom irônico. Ele saiu da frente e ela viu Elena a encarar confusa. –Seu marido foi embora. – ela falou sem rodeios.

-O que? – Elena perguntou perplexa.

-Agora mesmo. Foi por ali. – Caroline apontou a direção. – E se eu fosse você eu iria atrás dele, porque ele visivelmente não está bem.

-O que ele tem?

-Não sei, mas eu encontrei não muito longe daqui e ele disse que estava te procurando pra ir embora, possivelmente ele encontrou. – ela falou olhando pra Jeremy que franziu o cenho.

-Jeremy, eu sinto muito... – Elena começou e Carol bufou.

-Ele entende não é Jeremy. – ela falou o olhando com fogo nos olhos.

-Claro. Pode ir Len. – Caroline virou para Elena.

-Anda! – ela falou e Elena não pensou em mais nada e se foi.

...

Meu coração estava acelerado, parecia que eu ia ter um enfarto, eu fui até o estacionamento e fiquei esperando o manobrista trazer meu carro, segundos pareciam horas. Eu só queria chegar em casa, todos os meus sentidos estavam falhos, absolutamente todos. Eu mal conseguia me manter de pé. Foi quando eu ouvi sua voz.

-Damon! – Elena gritou vindo quase que correndo em minha direção.

-Caroline! – bufei pra mim mesmo, antes dela se aproximar de mim.

-Você ia embora sem mim? Caroline me falou que você não se sente bem. O que foi? – ela me perguntava de braços cruzados. Eu não queria responder nada, na verdade não conseguiria nem falar direito. Maldito carro que não chega!

-Damon? – ela me chamou impaciente e eu iria gritar se o carro não tivesse enfim aparecido. O manobrista desceu e me entregou a chave do carro, ela me olhava incrédula, eu realmente a estava ignorando.

-Você vem? – perguntei a brindo a porta do carro. Ela revirou os olhos e entrou. Bati com certa força e dei a volta para finalmente entrar.

Liguei aquele motor, e acelerei ao máximo, fazendo com que o carro fizesse um barulho assustador. Eu não queria falar nada, só queria chegar em casa e me deitar, eu estava a ponto de um ataque.

-Vai devagar Damon. – Elena pediu com uma voz um tanto embargada. Eu a encarei brevemente e liguei o ar condicionado do carro, eu realmente precisava respirar, afrouxei ainda mais o nó de minha gravata pra finalmente me livrar dela, minha respiração era vacilante, eu não diminui velocidade alguma.

...

O olhar de Damon era assustador, sua feição, sua aparência. Um misto de agonia, dor, raiva. Ele estava conduzindo aquele carro com tamanho desespero. Eu demorei pra processar tudo e devagar passei o cinto ao redor de mim, ele estava sem o dele e corria como um louco, mesmo depois de eu já ter pedido pra ele diminuir.

-Damon. – meu coração palpitava. – Vai mais devagar. – pedi de novo e era como se eu não estivesse ali, o carro fez um movimento brusco quando ele foi desviar de algo na estrada e eu gritei dessa vez. – Damon! – ele olhou pra mim e freou o carro de vez. Eu estava assustada. Ele encarava a frente, sua respiração pesada, eu o olhei e foi então que ele desceu do carro. Eu estava confusa, ele deu a volta e abriu a porta do meu lado, se inclinou totalmente alterado e perguntou:

-Está muito cansada pra dirigir? – certo, isso foi muito assustador, ele estava suando, praticamente agonizava na minha frente, era como se não pudesse consigo mesmo.

-Não! – respondi quase sem voz.

-Ótimo! Minha cabeça está me matando, não consigo dirigir assim, então... – ele falou acenando pra que eu descesse, soltei o cinto devagar, certamente não era uma mera dor de cabeça, mas com Damon não dá pra contestar muito, se ele estava me pedindo pra dirigir depois de me atormentar tanto para não fazê-lo a coisa estava muito pesada. Ele me ofereceu a mão e eu desci do carro dando a volta pra assumir o seu lugar. Quando sentei ele já estava jogado no banco do carro e encarava a janela. Coloquei o cinto e comecei a dirigir.

-Só dor de cabeça mesmo? – perguntei devagar encarando a estrada.

-Na verdade meu corpo inteiro dói e estou com febre, mas acordei assim. – falou sem me encarar e quando me virei pra olhá-lo ele tinha os olhos fechados.

-Posso ligar o aquecedor? Está frio? – perguntei a ele que assentiu com a cabeça.

Eu ficava revezando o meu olhar na estrada e sobre ele. Damon estava com o olhar distante. Perecia que estava preso em um outro universo, ele suspirava, por vezes gemia, o que me deixava mais agoniada, eu comecei a dirigir um tanto mais rápido do que tinha costume, ele não pareceu se importar. Talvez quisesse chegar logo tanto quanto eu. Eu comecei a pensar no que mais o deixaria neste estado, sim, pois, sentisse o que sentisse, Damon não era de perder o controle ou se render como estava, ele se fazia de durão, mas parece que agora nada disso fazia sentido pra ele, senti meu coração apertar quando notei lágrimas verterem sua face, ele logo as limpou, deixando a mão repousar em seu queixo. E foi quando me veio na mente as palavras de Caroline na festa. Ela sugeriu que Damon havia me visto dançar com Jeremy e não ter ficado muito contente com o que viu, isso explicaria muito mais toda sua atitude, não fosse o mal estar havia o bicho do ciúme o corroendo por dentro. Eu suspirei.

-Damon... – eu o chamei o olhando e ele não me encarou. – Damon sobre o Jeremy, eu...

-Não quero falar disso agora. – ele me cortou balançando a cabeça em negativa. Eu não insisti. Certamente seria pior.

Ficamos o resto do caminho em silêncio absoluto, eu apenas o ouvia gemer e se encolher no banco do carro, mal chegamos em casa e ele disparou para dentro quase que desesperadamente. Eu o segui na medida do possível, a verdade era que meus pés doíam pelo salto e minha coluna também, mesmo assim não o perdi de vista e o vi entrar no banheiro mais próximo, o da cozinha. Ele estava inclinado no vaso. Eu fui até a pia e molhei uma toalha, me inclinei ficando de joelhos ao seu lado e coloquei em sua nuca.

-Calma Damon, respire! – ele gemia e queixava-se, voltando a vomitar, eu não sabia identificar o que ele estava pondo pra fora. Não parecia nada, apenas água.

-Ai! – ele gemeu em meio a tossidas e eu já estava a beira que um ataque.

-Damon, apenas tente respirar. – eu tocava a sua testa, com a toalha agora e esfregava as suas costas, o pior era Samuel agitado em meu ventre.

Depois de mais alguns segundos agonizantes Damon se jogou na parede do banheiro, extremamente pálido e trêmulo.

-O chão está frio Elena.  Não devia estar no chão. – Incrível! Quando ele finalmente consegue falar alguma coisa é para me repreender.

-Então vamos levantar. – eu falei meio que o puxando.

Eu levantei e estendi minha mão, ele a ignorou e levantou com certa dificuldade, foi até a pia com respiração vacilante e limpou o rosto. Jogou água na nuca e se encarou no espelho, eu estava bem atrás dele.

-Damon? – o chamei e ele se virou pra me encarar, pálido. Ele suspirou.

-Preciso mesmo descansar.

-Você comeu bem hoje? – perguntei e ele deu de ombros. Eu revirei os olhos, sabia a resposta. Ele foi em direção a porta do banheiro.

-Você vem? – ele me perguntou e eu suspirei.

Subimos as escadas devagar, eu pelo cansaço, ele pelo mal estar.

-Vou tomar um banho. – eu falei e ele assentiu.

-Eu também. Amanhã eu saio depois do almoço, preciso mesmo dormir. – a voz dele era fraca, com gemidos ensurdecidos.

Fomos para os nossos quartos. Eu encarei o relógio, eram vinte três horas e quinze minutos. Eu ainda tinha uma coisa a fazer antes de dormir, afinal era aniversário de Damon. Tomei meu banho rapidamente e desci até a cozinha. Preparei um chá bem forte para ele, pois com certeza ele precisava. Eu sabia que ele não tinha comido direito também, arrumei uma bandeja com salada de fruta, um suco de morango, mesmo que Damon não gostasse muito de sucos, esse era o que ele mais tomava. Alguns biscoitos e então eu subi. Eu corri um pouco, falta pouco pra meia-noite.

...

Eu cheguei no meu quarto e todo o meu corpo doía, minha garganta queimava, meu peito me matava a cada tosse. Tomei um banho bem rápido e me enfiei nas cobertas, liguei a TV, mas não estava prestando atenção. Apenas deixei a mente vagar. Embora eu tentasse me esquivar da lembrança, a cena na festa insistia em me assombrar. Quando dei por mim senti algo quente escorrer por minha face. Eu estava chorando outra vez e não achava que seria capaz de parar. Com certeza a pior noite de toda a minha vida, eu só queria que ela acabasse.

Ainda mergulhado em minhas próprias mágoas, ouvi a porta bater me sobressaltei na cama me sentando. – Entra! – eu pedi limpando as lágrimas e Elena apareceu, camisola branca, e uma bandeja na mão. A olhei meio confuso, mas é claro que ela viria. O problema era que eu não queria falar com ela.

-Acho que se você comer um pouco e tomar o chá que eu preparei se sentirá melhor. – ela falou sorrindo enquanto sentava na ponta da cama e colocava a bandeja diante de mim.

-Era pra você estar descansando também. – ela deu de ombros. Passou a mão na nuca e colocou as mãos na base da coluna, parecia sentir um incômodo por lá.

-Tudo bem? – perguntei a observando com cautela e ela sorriu.

-Eu andei de salto por muito tempo. – revirei os olhos. É, dançou também! – Meus pés e coluna estão me matando.

-Sei. – respondi seco. – Obrigada! – ela sorriu e ficou olhando pra bandeja diante de mim,como se quisesse que eu notasse algo, acompanhei seu olhar e encontrei uma caixa retangular preta. – ergui meu olhar e encontrei o dela. Ela sorriu.

-Bem, ainda não é meia-noite então... Tecnicamente não estou atrasada. – eu sorri sem jeito. – Eu pensei nisso bem diferente mas... – ela parou de falar – Enfim... Eu espero que você goste! Feliz aniversário! – eu baixei a cabeça e encarei a caixa.

-Obrigada! – ela ficou me olhando ansiosa.

-Abre logo! – ela falou acenando pra caixa. – Antes que dê meia-noite! – eu sorri e peguei a caixa. Quando eu abri era uma caneta, toda em ouro, ela era linda, mas o mais especial era que havia nossos nomes gravados nela, meu, de Elena e de Samuel, estavam unidos pelo símbolo do infinito e se repetiam em espiral por toda a extensão da caneta. – Mandei fazer assim que descobrimos o sexo dele. – Ela falou enquanto eu tirava a caneta da caixa pra olhar melhor.

-É muito bonita. – falei sorrindo.

-Pra você ter a gente por perto de você até quando estiver trabalhando, ou resolvendo seus assuntos de negócios. – ela explicou. – Você coloca ela no bolso das camisas e pode ter sempre a gente perto do seu coração. – mal ela terminou de falar e eu senti uma lágrima escorrer por minha face, desviei o olhar do dela, a limpei meio sem jeito.

-Obrigada Elena! Significa muito. – ela assentiu.

-Agora você pode comer certo. – eu hesitei.

-Não me leva a mal, eu realmente estou bem agradecido, pela comida e o presente, mas... – eu parei.

-Mas...? – ele esperava.

-Mas eu estou bem enjoado, meu corpo inteiro dói. Não vou comer. A única coisa que eu quero é dormir. – falei bem sincero e ela ergueu as sobrancelhas e começou a servir um pouco do suco.

-Acontece senhor Salvatore, que tenho certeza que não comeu nada o dia todo e isso com certeza contribuiu e muito para o seu mal estar. E a menos que me mostre uma melhora e coma, não vai a lugar algum amanhã. - Ela olhou pro relógio perto da minha cama e se corrigiu. – Hoje!

-Elena é sério, estou cansado. – falei me jogando na cama e me cobrindo com os lençóis, estava muito frio e meu corpo inteiro me massacrava.

-Eu também, estou muito cansada, por isso eu tenho uma novidade. – eu a olhei confuso. – Termine logo com esse lanche, pois esta bandeja está ocupando o meu espaço na cama. – eu franzi o cenho.

-Como?

-Isso que você ouviu. Tenho que me certificar de que você vai ter uma boa noite de sono e que vai estar bem melhor amanhã, do contrário não viaja e pra isso... Vou dormir aqui. – Eu gargalhei.

-Não mesmo. – falei me virando pra encarar o teto.

-Posso saber porque não? – Eu a olhei incrédulo.

-Primeiro porque você está nessa de não dormir comigo. Segundo porque você está bem cansada e não vai ficar bancando minha babá, precisa dormir tanto quanto eu e terceiro, eu não... – eu travei.

-Você não o que?

Ela me olhava com ansiedade, eu estava mesmo travado. Que droga! Dane-se!

-Eu não consigo dormir com você aqui do meu lado e não... – eu travei outra vez e ela sorriu.

-E não o que? – certo, ela estava brincando comigo. Debochando mesmo.

-E não te agarrar. Não depois de tanto tempo. – falei sugestivo e ela gargalhou.

-Vamos fazer um acordo – a encarei cauteloso. – Você come o lanche e eu deixo você me tocar. – eu arregalei os olhos e ela sorriu. - Mas... – é claro, tem o mais. – Vai ser pra fazer aquela massagem que só você sabe. – ela falou manhosa e eu sorri incrédulo. – Acho que não conseguirei dormir hoje sem ela então...

-Agora está explicado. – falei e ela me olhou confusa.

-Como assim?

-Elena se queria uma massagem não precisava vir aqui com lanche e presente. – falei rindo torto. – Era só pedir. – ela me deu um tapa no ombro e ambos sorrimos.

-Deixa de ser palhaço! Você acaba de completar trinta anos de idade. – eu franzi o cenho. – Não combina mais com você. – eu bufei.

-Que preconceito é esse agora senhora Salvatore? Nunca a imaginei assim. – falei fazendo bico. – Saiba que eu estou no auge. - Ela revirou os olhos e eu gargalhei.

-Temos um acordo? – ela perguntou estendendo a mão pra mim. Eu suspirei e me rendi.

-Temos um acordo. – apertei sua mão.

-Ótimo! Agora senta e come. – ela falou com autoridade, eu realmente não queria fazer isso agora, meu estômago ainda estava revirado, mas eu podia tentar empurrar alguma coisa.

Comecei a comer a salada de fruta, fiz muita careta e ela sempre em repreendia, quando eu tentei parar ela tomou da minha mão e me empurrou o resto. Depois ainda me fez comer alguns biscoitos e terminei com o chá. Me recusei tomar o suco, ela acabou tomando. Depois ela se livrou da bandeja e parecia que tinha chegado a minha vez, ela se livrou do roby, deixando seus ombros a mostra, ficou sentada na cama e eu me posicionei atrás dela e comecei a massagear seu ombro, ela jogava a cabeça pra trás e gemia prazerosa.

-Se vamos fazer mesmo isso você tem que para de gemer. – ela abafou um riso.

-Desculpe! – falou risonha e eu balancei a cabeça em negação.  – Suas mãos são milagrosas. – eu sorri. Depois eu sai de trás das costas dela e a fiz deitar, para então massagear seus pés, eles estavam bem inchados. – Em breve nada de saltos. – falei num tom sério.

-Eu sei. – falou em sussurro se deleitando com meus toques. Eu comecei a subir as mãos por sua perna e quando cheguei em sua coxa ela gemeu baixo e a senti vibrar.

-Elena! – a repreendi e ela gemeu em protesto. Eu sorri.

Continuei massageando o corpo dela e aquilo foi a melhor coisa em dias, eu senti falta de tocá-la, sentir a maciez de sua pele. Do nada ela parou a massagem e sentou-se diante de mim.

-Que foi? – perguntei com as mãos erguidas.

-Quero falar com você. – ela disse simplesmente se ajeitando nas almofadas, eu dei de ombros.

-Fale!

-Primeiro... – ela respirou fundo. – É sobre o Jeremy. – revirei os olhos.

-Elena... – ela ergueu a mão.

-Deixa eu falar. - bufei me jogando na cama e encarando o teto.

-Fala! – disse num tom forte.

-Eu não sei o que foi que você pensa que viu hoje, mas seja o que for, não é isso. – eu a olhei e ela me encarava ainda sentada em ao meu lado.

-Eu vi você e Jeremy, dançando e sorrindo. – comecei a falar e voltei a olhar pro teto. – Vi você bem, como não via a dias. Vi ele acariciar sua barriga como a dias não pude fazer. Só isso. – eu estava falando demais, ela pereceu nem se mexer. – Eu já não estava bem de qualquer forma. – finalizei pigarreando.

-Damon. – ela chamou e eu a olhei. – Estamos passando por um momento bem ruim. Eu não sei se eu consigo perdoar o que você fez e você continua não confiando em mim. – me sentei neste instante, ficando ao seu lado, acomodado nas almofadas.

-Essa viagem de hoje nos fará bem. Você precisa pensar no que quer. Se esse casamento ainda faz algum sentido. Você tem total liberdade pra decidir o que quer que seja, mas eu realmente não quero mais viver um quase com você. – eu não a encarava, mas senti ela me olhar.

-Como é? – ela me perguntou e eu a encarei.

-Elena, não estamos casados, nem divorciados e essa situação está me fazendo mal, tenho certeza que faz isso com você também. Nós precisamos nos afastar um dos outro por um tempo. Você vai pensar melhor sobre o que quer e quem sabe tudo isso tenha um ponto final. Não me importo com o que decida se isso significar ser o melhor pra você e pro Samuel.

-O melhor pro Samuel é o pai e a mãe dele juntos. – eu suspirei. – Por isso chego a outro ponto dessa conversa.

-Que ponto?

-Vou com você na viagem. – a olhei confuso.

-Como é que é?

-Você não quer que eu fique aqui sozinha, eu não quero ficar nos meus pais. A solução é você me levar junto. Como eu disse, isso é o melhor pro nosso filho.

-Quer viajar comigo?

-Quero!

Eu dei de ombros e me deitei outra vez.

-Bem, já que você vai dormir aqui hoje. Tenho uma última condição. –ela me olhou confusa.

-Eu estou ouvindo...

-Vai ter que pegar o travesseiro e colocar ele entre nós. A não ser que... Bem, você sabe.

-Não, eu não sei. – ela estava sorrindo outra vez.

-Esquece Elena. De qualquer forma eu vou dormir. – me virei.

-Certo. Boa noite então senhor.

-Boa noite! – respondi sem me virar e senti ela se acomodar ao meu lado, meu coração disparou e um frio passou por minha espinha. Eu ainda estava febril e muito.

...

Eu estava cansada sim, meu corpo doía e eu precisava descansar. Me deitei ao lado dele e fiquei prestando atenção na TV diante de nós, ele ficou virado de costas pra mim. Eu o observava e como eu queria me agarrar com ele. Estava refletindo sobre o que ele me disse,Sobre viver um quase. Não foi pra isto que casei com Damon, eu o amava demais. O problema era que eu não conseguia conviver com o jeito dele de não confiar em minha força, na força do que eu sentia por ele, por não confiar qualquer preocupação a mim. Ele tinha que ver em mim alguém mais que uma pessoa para cuidar. Depois de tudo, tinha que ver em mim alguém com quem contar para tudo e não me esconder nada jamais.

Estava afogada em pensamentos e me deixei afundar na inconsciência, depois de um tempo que não lembro bem. Entrei em uma espécie de sonho eu acho, eu ouvia a voz de Damon chamar por mim. Me sobressaltei depois de perceber que era sua voz de verdade. Ele estava se contorcendo na cama, tendo um pesadelo, eu acho.

-Não Elena.Não! Pare, por favor! Elena!- eu o olhei confusa e comecei a tocar nele,tentando o acordar,me apoiei no meu cotovelo.

-Damon acorde! – eu pedi segurando os seus braços, aparentemente a febre dele havia ido embora, ele estava muito frio. – Amor acorde!

Ele movia a cabeça desconfortavelmente. – Elena!Meu amor, não. – ele pedia quase chorando e meu coração se apertou.

-Amor acorde. – pedi batendo em sua face. – Estou aqui. Damon! – ele abriu os olhos bruscamente,olhou em volta confuso e após me encarar, afundou a cabeça nos travesseiros outra vez.

-Me desculpe! Eu te acordei. – ele falou passando a mão no rosto para se livrar do suor.

-Tudo bem. – disse me acomodando ao seu lado o encarando,virada pra ele enquanto ele tinha os olhos fechados e estava virado para o teto. – Pesadelo?

-Sempre! – ele disse frustrado. Faz uma semana que nãosonho outra coisa. Todas as noites.

-Me conta! –pedi e ele suspirou.

-Não acho que seja uma boa ideia. Minha mãe sempre me falou que não se deve contar os sonhos. Principalmente os ruins.

-Bobagem Damon. Você vai sentir melhor. –ele virou e me encarou, ficamos de frente um pro outro na cama. –Me conta!

-Sempre começa com a Katherine. –eu engoli seco, ainda os sonhos com ela. – Ela fica conversando comigo e é como se ela ainda estivesse aqui. Ela começa a me dar uns conselhos daí depois ela some e eu me vejo em outro lugar. Você sempre aparece nessa hora e está sendo machucada por alguém, mas eu não consigo te ver, apenas te escuto e você grita tanto de dor e chama por mim. –ele falava sem me olhar, encarando o colchão. – Eu não consigo te alcançar, não consigo te achar. No final você para de gritar e eu finalmente te encontro,mas você nãome responde mais.Está ferida. –ele hesitou e olhou pro teto outra vez, respirou fundo esse sentou na cama eu acompanhei seu movimento. –É como se eu não pudesse te ajudar, você está machucada e sangrando. Não acorda. Eu não consigo ajudar você e nem nosso filho. É quasecomo se ela estivesse me dizendo que eu vou fracassar com vocês dois. Como foi com ela e minha Maria... – ele baixou a cabeça e sua respiração estava acelerada, eu comecei a esfregar suas costas.

-Está tudo bem amor. É apenas sonho.

-Não posso perder vocês Elena, eu não sobreviveria. –ele me olhou e lágrimas saltaram de seus olhos. – Não conseguiria... – ele começou a chorar descontroladamente e meu coração se apertou,instintivamente eu o abracei, ele parceria um menino assustado,era muito raro ver o Damon assim,na verdade eu nunca havia visto assim.

-Calma amor. Eu estou aqui. Estamos aqui com você. Vai ficar tudo bem. – ele se agarrava a mim.- Não vai nos perder nunca. Eu te amo Damon. – ele se afastou de meu abraço e me olhou fundo nos olhos, seus belos olhos azuis que agora eram manchados port0ns de vermelho, devido ao choro.

-Me chamou de amor. – ele falou quase soluçando. Eu franzi o cenho, me afastei um pouco dele.

-Eu vou pegar água pra você. – falei indo pra mais longe dele, chegando na beira da cama. – Você precisa tomar um pouco pra se aclamar. – ele bufou e se moveu rapidamente pra cima de mim segurou meu rosto com suas mãos trêmulas.

- Não preciso de água. Eu preciso de você. – ele falou me olhando nos olhos e então se curvou pra me beijar, eu desviei.

-Damon... – eu relutei.

-Eu não aguento mais Elena. – eu fugia de seu olhar - Eu te amo demais. Sei que você me ama também, você falou a pouco. – eu o encarei agora.

-Nunca disse o contrário. – falei firme.

-Eu sei que eu te magoei meu amor. Sei que eu sou muito estúpido as vezes, mas eu faço pensando sempre no melhor pra você.

-Damon o melhor pra mim é estar com você sempre. Compartilhar todos os seus momentos, bons ou ruins. Quero que confie em mim que me diga tudo. Mas você querendo me proteger acaba se equivocando. – eu me soltei de suas mãos e fiquei de pé de costas pra cama, ele se pôs de joelhos em cima da cama e me abraçou por trás.

-Eu errei com você. Eu sei disso. Já admiti. Não sei mais o que fazer. Eu apenas não consigo mais ficar sem você. – ele sussurrou no meu ouvido e me fez tremer, senti seus lábios em meu ombro, e lágrimas que escorriam de sua face. –Te ver todos os dias e não poder te tocar como agora, te sentir como agora. – sentia minhas pernas bombearem. Ele me beijou outra vez, afastou meu cabelo e deixou aquela região mais exposta, começando a distribuir mais beijos, arrancando de mim gemidos. –Me deixe te mostrar o quanto te quero e senti sua falta. – sua voz era grave e inebriava meus sentidos, sua respiração em meu pescoço, me deixava tonta, minhas pernas queriam me trair. –Me deixa provar o quanto eu te amo Elena.- eu não resisti mais, não tinha porque, eu amava Damon mais do que a mim mesma, e por vezes este pensamento me fazia pirar, porque não se pode amar desta forma, se sofre mais, porém era assim que eu o amava. Mais que a mim, mais que minha própria razão e vontade.

 Eu me virei e agarrei sua nuca, como se eu não o fosse soltar jamais. Damon prendeu minha cintura me dando um beijo mais que apaixonado, havia fogo, desejo, saudade, carinho, ânsia, satisfação, todo um emaranhado de sensações e sentimentos que eu não me permitia sentir a dias, mas que eu necessitava mais que o ar. Me deixei guiar pelos seus braços fortes, que me apertavam delicada e precisamente, me guiando de volta pra cama ao seu lado. Eu não precisava de mais nada. Me entreguei aquele beijo como se ele fosse uma boia arremessada a mim em alto mar, depois de horas lutando contra uma correnteza. Essa correnteza era o olhar e suplicas daquele homem que eu tanto amava. Eu já deveria ter me acostumado e perceber que contra ele eu não poderia lutar por muito tempo, uma hora eu sempre iria me render.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

*---* Beijos!!!!
p.s.: Queria muito que algumas de vocês me amassem mais agora kkkkkkkkkkk