Força De Um Amor escrita por MayLiam


Capítulo 57
A partir de agora...


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora... Estou com um problema no meu teclado, foi uma guerra aqui, mas consegui postar.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/232162/chapter/57

Elena acordou com Damon ao seu lado, ela descansava a cabeça em seu peito, ele respirava sereno, lhe passando tranquilidade. Ela levantou devagar, tentando não acordá-lo. Foi direto pro banheiro, tomar um banho, para depois descer e tomar um lanche antes do jantar. Encontrou-se com Caroline, que estava na sala conversando com a senhora Salvatore. Ela agradeceu secretamente, por não encontrar-se com Rose.

            -Querida, espero que o jeito de minha hóspede não a tenha deixado constrangida. – Comentou Maria, tocando no assunto que Elena evitara até então, Caroline ficou quieta enquanto tomava o seu chá, estavam apenas a três na sala. – Rose é muito atenta a tudo que diz respeito ao tratamento de Damon, essas semanas que ela passou aqui fizeram muita diferença. Damon estava indócil depois que rompeu com você, mas Rose conseguiu domá-lo e desde então lhe dei carta branca para esses assuntos. Como diria minha mãe: Ela é um mal necessário.

            -Não vejo problema algum em ter ela ajudando a cuidar do Damon, tenho certeza que ela sabe o que faz. Seus métodos requerem um pouco de limite, só isso. Creio que Damon saberá se resolver com ela. – Elena falou num tom calmo, mas a rispidez foi muito nítida. Ela não escondia a ninguém o quanto detestava tudo aquilo.

-Tenho certeza que sim. – Maria falou sorrindo fraco, Caroline resolveu abrir a boca.

-Sabe o que eu estava pensando?! – Elena e Maria a encararam. – Que seria uma ótima ideia se, hoje a noite, nós sentássemos para ver o vídeo do casamento.

Elena arregalou os olhos sorrindo. Era verdade, não haveria ocasião mais perfeita, ela estava curiosa para ver como tinha ficado tudo. Maria se mostrou tão empolgada quanto ela.

-Ótima ideia Carol. Havia esquecido do vídeo. – Elena falou sorrindo largamente.

Neste instante Rose cruza a sala, roupas de malhação, suada. Ela parecia ter acabado de participar de uma maratona puxada. Ela cumprimentou as três mulheres na sala tomando chá de uma maneira cortês e subiu as escadas. Elena inevitavelmente fechava a cara ao ver aquela mulher. Ela acompanhou os movimentos de Rose escada a cima até que seus olhos quase petrificam com a cena que viu. Damon vinha descendo a escada distraído com o celular e Rose encarando o chão enquanto subia, quase que correndo, acabou esbarrando em Damon, se desequilibrando, forçando ele a agarrar sua cintura evitando que ela rolasse escada à baixo. Elena tremeu no sofá, desejando por um segundo que o abraço de Damon não fosse assim tão preciso, não seria muito desagradável ver Rose ganhar alguns arranhões.

-Nossa! Desculpa! – Rose falou toda sem jeito, enquanto Damon a largava devagar.

-Não, está tudo bem, eu estava distraído. – Damon falou rolando os olhos pelo corpo de Rose, meio distraído. – Você sempre correndo ou malhando, nunca cansa? – perguntou sorrindo e Rose saiu de sua frente, ficando ao seu lado na escada.

-Deveria fazer o mesmo, aliás, acho melhor voltarmos aos exercícios matinais, você andou relaxando. – ela falou voltando a subir as escadas, desta vez sem correr. Damon soltou um sorriso descontraído e voltou seu olhar pro centro da sala, avistando sua mãe, mulher e amiga tomando chá juntas.

-O famoso chá da tarde inglês. – ele disse descendo o restante das escadas, como se não tivesse ocorrido nada, sentou-se ao lado de Elena, lhe dando um beijo no rosto e a entrelaçando pelo ombro, logo depois voltou a mexer no celular.

-Você descansou? – perguntou Elena, Damon estava atento ao seu aparelho. Depois de uns poucos segundos ele o colocou no bolso e respondeu sorrindo.

-Sim, descansei. Acordei meio assustado, por não te ver comigo, mas eu supero. – ele falou beijando topo da cabeça de Elena.

-Agora você sabe por que me sinto mal e não gosto quando você não está ao meu lado quando acordo. – ela falou convencida se aninhando no peito do marido.

-Sim, é terrível. Um sentimento de perda. – Damon disse apertando o abraço. – Vocês três aqui na sala, tomando chá... O que estão aprontando? – perguntou olhando para a sua mãe e Carol, Elena abafou um riso.

-Estávamos fazendo planos pro jantar de hoje. – respondeu Maria.

-Hummm. Que tipo de planos? – Damon perguntou olhando pra esposa, Elena o soltou ficando de frente pra ele empolgada.

-Vamos ver o vídeo do casamento após o jantar. – ela falou se sacudindo diante de Damon.

-Sério?! – Damon não pereceu tão empolgado.

-O que foi? – perguntou Elena meio confusa.

-Ah... Não gosto muito da minha cara em vídeos. – as três mulheres sorriram largamente. – Não tem graça, eu saio meio... Estranho.

-Tenho certeza que estará lindo. Será muito divertido. – falou Elena.

-Com certeza será. Terei o Stefan e o meu pai, além do seu rindo da minha cara, no close que certamente me deram quanto você estava indo em direção a mim no altar.

Ficaram os quatro conversando descontraidamente na sala. Logo a noite chegaria, cheia de expectativas.

...

-Ele te beijou? – eu quase gritei incrédula, Caroline arregalou os olhos em pânico.

-Shh! Não grita! – me pediu.

Estávamos no meu novo quarto na mansão Salvatore. – quarto do Damon – E Carol me contava tudo o que aconteceu na sua primeira noite aqui na mansão, enquanto Damon trabalhava no escritório da casa. Estávamos nos preparando pro jantar.

-Como eu posso não gritar? Ele te beijou. Sério?

-Eu não sei o que acontece quando ele chega perto de mim, com aquele olhar intenso. Eu simplesmente perco a noção de tudo. Esqueço que ele tem namorada.

-Percebi. Me fala o que ele te disse depois do beijo. Ele falou que precisava conversar certo?

...

Na noite seguinte. (Caroline)

-Você só pode ter perdido o juízo. – eu praticamente gritei após empurrar Stefan. Ele é maluco.

-Eu sei que pedir desculpa não basta, mas... Caroline não posso evitar.

-Sua namorada saiu daqui faz menos de duas horas Stefan. Entende como isso é perturbador pra mim?

-Pra mim também é. – ele me falava agitado, com as mãos na cabeça. – Olha, é complicado demais pra mim. Eu não quero te ferir, sério. Não quero brincar com você. – ele me encarou aflito e eu bufei, ele veio em minha direção e colocou as mãos em meu rosto, prendendo nossos olhares. – O que eu sinto pela Rebekah, é difícil de entender, ela me prende sim, é sagaz, bonita, atenciosa, dedicada, gosta de mim. – Eu tentava me soltar de seu toque. Sério que ele estava me falando sobre o que sentia pela Rebekah? – Escuta! Eu sinto por ela o mesmo carinho que pela Elena, mas com você... É tudo diferente. Eu consigo me sentir livre, me sentir eu mesmo, como nunca consegui com nenhuma outra, quanto mais estou perto de você mais quero me aproximar, você me prende, me chama, é inevitável.

-O que quer dizer com tudo isto Stefan? Pra que veio aqui? – perguntei séria, finalmente me livrando de suas mãos e me afastando dele, com os braços cruzados.

-Eu não sei o que isso tudo significa, só quero que saiba que eu me importo muito com você e não quero te ferir, mas eu queria que escutasse como me sinto perto de você, o que você me causa. Não sei onde isso nos leva. Só queria...

-Eu entendi. Bem, você já falou, eu já ouvi. Agora por favor, você não deveria estar aqui, então... – apontei a porta do quarto, ele suspirou, baixou a cabeça, olhou pro lado rendido e voltou a me encarar.

-Tudo bem, me desculpa... Por invadir seu quarto assim, sua privacidade, pelo beijo. Não quis te ofender.

            -Boa noite Stefan! – falei passando por ele e indo até a porta, abri-a e ele veio até perto de mim. Ficamos próximos outra vez, eu evitava encará-lo, aqueles olhos verdes me queimavam a face, ele se inclinou pra me beijar no rosto, mas eu desviei muito séria. Eu não sabia o que eu sentia pelo Stefan, eu jamais me envolveria com alguém como ele, ainda mais comprometido, mas assim como ele havia descrito, era algo inevitável, como imã. Eu sabia que era errado, mas era difícil se afastar. Ele baixou a cabeça e saiu do quarto.

            -Boa noite! – disse quase em sussurro e me deu as costas. Eu bati a porta e levei minha mão até meu peito, ofegante. Estar perto dele me causava uma ansiedade que eu não entendia e que me sufocava, eu sentia necessidade de estar próxima, exatamente como ele descreveu. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, mas eu não queria tentar descobrir, Stefan Salvatore não é pra mim.

...

Caroline me contou toda a conversa, eu nem sabia o que dizer. Eu havia passado quase pela mesma coisa, todos estes anos, gostando do Damon, mas tentando calar o sentimento dentro de mim. Eles não entendiam o que sentiam um pelo outro, eu com certeza não saberia dizer, só o tempo talvez. Rebekah era com certeza uma complicação, mas Stefan era quem estava mais confuso. Algum momento ele teria que se decidir.

Terminamos a nossa conversa e agora, com toda certeza, eu podia afirmar que estes dois meses aqui na mansão Salvatore não seriam calmos. Por um lado tinha a aranha da Rose e por outro o drama da Carol. Sem falar na fase final do tratamento do Damon e minha gravidez. Muita coisa!

Depois que Carol e eu decidimos as roupas pro jantar, ela me falou que iria ajudar com as coisas na cozinha, uma coisa sobre a Carol, é que ela não consegue ficar parada. Acho que ela tem medo dos próprios pensamentos. Eu decidi descer e fazer um lanche, talvez só uma fruta, eu estava gulosa mesmo. Talvez depois eu fosse fazer companhia ao meu marido no escritório.

...

-Vilma, se certifique de que tudo está esterilizado como sempre. Damon andou viajando, comendo fora. Quero fortificar o organismo dele, não quero correr risco de infecções ou viroses.

Eu ouvi a voz de Rose e instantaneamente parei antes de entrar na cozinha, segurei Carol, ficamos escutando tudo discretamente.

-Frutas bem lavadas e, por favor, nada de alimentos com muito ácido.

Vilma assentia a tudo calada. Eu sempre tomei todos estes cuidados com Damon, Alaric nos advertiu muito bem sobre todos estes cuidados na alimentação, prevenção, enfim, ele precisava aumentar sua imunidade que sempre insistia em baixar por conta da doença e tinha que comer muito bem pra fortalecer o organismo e reagir bem a terapia. Sempre foi difícil fazer ele seguir tudo, mesmo sendo médico e compreendendo que era necessário, a teimosia de Damon era impressionante.

-O que está fazendo Edite?! – Carol e eu quase pulamos pelo susto que o grito de Rose nos causou. – Você ia colocar pimenta ai? Está louca?!

-Desculpe senhorita, eu esqueci, de verdade.

-Edite querida, entenda. Damon não pode comer comida muito temperada, nada de muito cuminho e muito menos pimenta. Além do mais agora a esposa dele, senhora Elena está grávida e também não pode comer nada picante, pode agitar o bebê e tirar dela uma boa noite de sono. – Eu encarei Caroline perplexa. Era isso mesmo? Ela estava preocupando-se com meu bem estar agora? – Pimenta está fora de qualquer refeição nesta casa. Além do mais eu sou alérgica, tire isso como um terceiro motivo. – Eu encarei Caroline, com olhos brilhantes e ela me olhou meio confusa a princípio, até que eu soltei um riso malicioso e ela entendeu.

-Não mesmo Elena. – ela sussurrou.

-Ela bem que merece um sustinho. – falei ainda sorrindo e Caroline revirou os olhos.

-Não acredito que vai fazer isso.

-Eu não gosto dela Carol, muito menos depois de hoje no almoço. Quero que aos poucos ela se ponha no seu lugar. Aqui ela não é nada, não manda nada. Além do mais, seria engraçado a ver engasgar, posso alegar que ela mordeu a própria língua. – falei divertida voltando a prestar atenção nas pessoas na cozinha e Caroline me encarava assustada.

-Você põe medo Elena. – falou balançando a cabeça incrédula.

-Só com quem merece e ninguém morre de crise alérgica. Imagina ela toda vermelha, se coçando.

Esperamos mais um pouco e entramos na cozinha. Rose baixou a bola depois que me viu entrar, ela não falava com tanto autoritarismo, Carol se divertia discretamente com os foras educados que eu dava nela. Pude enfim respirar quando ela saiu dali. Combinei com Carol nosso pequeno susto da noite. Eu tinha um novo plano, fazer aquela aranha ir embora dali o quanto antes, atormentando ela o máximo possível, mostrando quem era a mulher de Damon, ela iria correr daquela casa. Ah, se ia!

...

Eu subi pro meu quarto e não encontrei Elena, certamente ela estava perambulando pela casa junto com Caroline. Fui tomar um banho e me vestir pro jantar. Saindo do banheiro encontrei Elena entrando no quarto.

-Eu achei que ainda estava trabalhando, fui ao escritório e não te vi lá. – ela falou vindo até mim e me dando um beijo.

-Eu acabei cedo e resolvi subir. Achei que estaria aqui. Onde estava?

-Na cozinha com Carol, vendo algumas coisas pro jantar. Além de meus pais vêm mais alguém jantar conosco?

-Acredito que Rebekah venha com Stefan, mas não tenho certeza.

-Falando nisso amor. – ela falou se sentando na cama enquanto eu ia em direção ao nosso closet. – Estou meio preocupada com Caroline e seu irmão.

-O que quer dizer? – perguntei saindo do closet, com minha roupa em mãos. Elena estava meio hesitante.

-Stefan beijou a Carol ontem.

-De novo? – perguntei quase que aborrecido.

-Pois é... – ela falou num suspiro. – Eu gosto do seu irmão, mas a Carol é como uma irmã pra mim. Não quero que ela sofra, nunca quis. Então não sei se tudo isso entre eles dois é algo bom. Ela falou que ele se declarou confuso, está dividido, não sei. – eu franzi a testa e comecei a me vestir.

-Também não gosto disso. Stefan é meio imaturo com relacionamentos. Eu também gosto muito de Caroline e não quero ele brincando com ela. Já bastou o idiota do Mikaelson. Eu vou conversar com ele. – falei terminando de vestir a calça e pegando a camisa, me sentei ao lado de Elena, que me olhava atenta, porém sua expressão estava pesada. – O que foi? – perguntei procurando seu olhar, ela ergueu a cabeça devagar e me encarou com uma expressão de dor.

-Mais cólicas, estão ficando mais insistentes. – eu franzi o cenho, não gostava de como aquilo soava.

-Amanhã vamos ao hospital. Eu tenho exames a fazer, talvez terapia e você tem a consulta com a Jenna. Conversamos com ela. Tenho certeza que ela terá algo para te deixar mais confortável. – falei sorrindo e lhe dando um beijo. Ela me olhou manhosa.

-Agora acho que o que me deixaria confortável seria uma massagem. – ela sorriu fraco, pidona. Eu balancei a cabeça sorrindo, tão linda!

-Quantas você quiser Elena. – falei lhe dando outro beijo, desta vez no rosto.

-Por que ainda me chama assim? – ela me perguntou com uma expressão meio brava quando voltei a encará-la.

-Assim como? – perguntei confuso.

-Elena! – ela falou com uma voz debochada um tanto cômica, eu quase ri. – E, por favor, não me diga nada do tipo: “Mas é o seu nome não?” – ela falava tentando imitar minha voz, extremamente irritada. Eu me segurava pra não sorrir. – Lembro que quando namorávamos, o que agora parece anos luz atrás, você me chamava de linda, minha linda e agora é sempre Elena e raramente, como que se de puro relance, amor, ou meu amor.

-Sempre te chamei pelo nome. E digamos que eu não sou muito de apelidos fofos, é como você falou, vem naturalmente. – tentei explicar e parecia estar ficando pior.

-Acho que você era doce com apelidos pra me conquistar, agora que sou sua mulher vai negligenciar nos carinhos. – eu gargalhei dessa vez e ela me fuzilou.

-Elena, por favor, não seja tola. Apenas não sou dado a esses costumes. Não é negligência sentimental. É meu jeito.

-Tudo bem então Damon. Entendi. - falou se levantando da cama. – Vou trocar de roupa.

Ela se afastou indo até o closet e saiu de lá bem rápido, já com a roupa em mãos, certamente havia escolhido antes, caso contrário teria demorado bem mais lá dentro. Ela jogou a roupa na cama, emburrada. Eu levantei, vesti a minha camisa e fui até ela a abraçando por trás, acariciava a sua barriga, que crescia cada dia mais e beijava o seu ombro e pescoço. Ela arrumava a roupa em cima da cama, eu imitava os seus movimentos, sem desgrudar dela.

-Damon, me solta! Mal consigo me mexer. – ela disse tentando se livrar do meu abraço.

-Pensei que estivesse precisando de uma massagem. – falei soltando ela, que virou pra me encarar.

-Precisava, me sinto bem melhor agora. – falou bicuda e voltou a arrumar a roupa me ignorando. Devagar eu voltei a entrelaçar sua cintura, quando finalmente a tinha presa em meus braços, ela tentou relutar, mas eu sussurrei em seu ouvido:

-Querida. Vou chamar você assim. – falei beijando sua orelha devagar e depois seu pescoço. Acariciei sua cintura devagar, sem parar de beijar seu pescoço, fui subindo com as mãos, com movimentos delicados, aos poucos ela foi cedendo as minhas carícias. Foi amolecendo em meus braços, jogou a cabeça pra trás, a descansando em meu ombro, foi aí que a virei e lhe dei um beijo caloroso.

Elena entrelaçou suas mãos em minha nuca, urgente, ofegante, gemendo baixo e me deixando cada vez mais louco. Eu a deitei na cama devagar, ignorando suas roupas jogadas lá. Minhas mãos percorriam cada curva de seu corpo, seu perfume estava me deixando maluco, no meio de todo esse alvoroço de sensações, Elena me afastou de seu corpo.

-Tenho que me vestir pro jantar. – falou tentando recuperar o fôlego. Eu fechei os olhos frustrado e sai de cima dela, porém, antes dela se erguer da cama, voltei a deitar em cima dela, ela arregalou seus olhos confusa.

-Só mais uma coisa, querida. – falei e ela sorriu com o novo apelido. – A forma como eu te chamo não pode nunca te servir de medida ou referência para o que sinto por você. Meu amor não pode ser medido ou avaliado, você só tem que sentir. Sente que te amo? – perguntei olhando ela firme nos olhos.

-Sim. – ela respondeu me encarando focada.

-Então não precisa de apelidos, só basta sentir. – ela nada mais disse, apenas assentiu. – Eu vou me esforçar, já que te faz mais feliz, porém não pense coisas erradas se ouvir seu nome ao invés de docinho ou sereia ou bebê. – ela sorriu meio sem jeito.

-Tudo bem. – falou risonha, porém com uma ruga a testa.

-Ainda posso fazer sua massagem? – perguntei.

-Cinco minutos. Eu realmente preciso. – assenti, lhe dei um beijo e comecei a fazer a massagem nela. Pouco tempo depois ela já me pareceu estar mais confortável. Esperei ela terminar de se vestir e descemos juntos para esperar por seus pais.

...

Os pais de Elena haviam acabado de chegar, todos agora só aguardavam Stefan, ele havia ido buscar Rebekah após o trabalho. Não de morou muito e os dois chegaram e todos enfim estavam reunidos.

-Damon querido, tenho impressão de que está mais magro. – Falou Miranda no meio de algumas conversas paralelas na mesa.

-Devo ter emagrecido sim, as últimas semanas foram intensas.

-Filha terá que ficar de olho nisso, seu pai também, só pensa no trabalho, se eu negligenciasse ele acabaria morrendo de fome.

-Não se preocupe mamãe, tenho certeza de que Damon é uma pessoa consciente. – Elena olhou pra Damon, bastante sugestiva. Ele abafou um riso.

-Assim espero. – falou Miranda encerrando este assunto.

O prato principal foi servido, Elena e Caroline se entreolharam, o susto pra Rose estava cada vez mais próximo.

-Senhora Salvatore, poderia, por favor, convencer o seu filho a me acompanhar numa viagem no próximo fim de semana? –pediu Rebekah, chamando a atenção de todos a mesa.

-Sério Bekah? Este assunto outra vez? – a moça deu de ombros.

-Tenho que pedir reforços, você só quer saber de trabalho! – ela disse num tom convencido.

-Talvez seja uma boa ideia viajar Stefan. – falou Damon, olhando firme pro irmão, um olhar que só os dois entendiam. – Você anda trabalhando demais, um fim de semana não é nada, e, eu posso ajudar o papai nas empresas na sua ausência.

Os olhos de Joseph brilharam, ter Damon ao seu lado nas empresas era um sonho antigo. Stefan olhou para irmão como se fosse matá-lo. Damon ignorou o olhar bebendo seu suco.

-Eu vou pensar no assunto. – Stefan falou encarando Rebekah, já era uma evolução, pois ele tinha rejeitado de cara.

-Pense mesmo filho, seu irmão tem razão, - disse Maria. – você precisa de um tempo de tudo aquilo, mal me lembro da última vez que teve uma folga dessas. – ela falou olhando pra Joseph com acusação nos olhos, ele deu de ombros.

-Tem carta branca filho. – ele disse.

O jantar seguiu com conversas paralelas, Miranda falando com Elena e Caroline, Rebekah com Rose, Stefan e Damon com seu pai e Grayson, Maria vez ou outra conversava com Damon ao seu lado. Depois do jantar, todos foram até a sala de vídeo, onde foram servidas algumas bebidas. Todos estavam muito bem acomodados, Damon ao lado de Elena bem ao centro, cercados por seus pais, Stefan numa ponta com Rebekah e Caroline e Rose na outra.

-Estava tudo lindo amor. – Elena falou ao pé do ouvido de Damon.

-Sim estava.

-Olha a sua cara no altar esperando e Len. – disse Stefan já sorrindo com Rebekah. – Estava achando que ela iria fugir irmão?

-Fica calado Stefan. – Damon disse com voz firme arremessando uma almofada.

-Oh filha! Você estava tão linda. – Miranda observou na hora que Elena estava indo pro altar.

-A cara do Damon não tem preço. – falou novamente Stefan, todos sorriram, Damon o encarou com olhar de ameaça, mas nada fez. Rebekah se divertia.

-Você estava chorando ali Damon? – perguntou Rebekah, falando sobre a hora do juramento.

            -Claro que não! – ele quase a matou no grito. – Aquilo é suor.

             -Que pena, provaria que você não é tão tosco quanto aparenta. – Todos sorriram, menos Rose, ela estava calada durante toda a noite.

            A parte da cerimônia foi encerrada e logo veio a dos discursos e todos gargalhavam demais com eles, Caroline chorou novamente ao ouvir o seu e Damon revirou os olhos notando que Elena também chorava, com o da amiga e com o dos seus pais. A hora do bouquet, da dança, Elena ficou tensa ao ver Damon dançando com Rose e foi ali que ela lembrou de olhar para ela, que estava quieta demais.

            - Eu já ia dizer que você não estava no meu casamento Rose. – disse Damon sorridente. – Se não fosse essa hora da dança, você havia passado imperceptível. - ele falou pra amiga, que apenas deu um riso forçado e nada falou, Damon a encarou confuso e especulativo, a cara dela não era muito boa.

Após o vídeo todos voltaram para sala, Rose foi até a cozinha e na volta sentou-se junto a Rebekah, parecia que elas se davam bem, pelo menos conversavam bastante. Damon estava ao lado de seu sogro, pai e irmão, bem perto das duas, enquanto Elena estava mais afastada, junto de Caroline, sua mãe e sua sogra.

            No meio de uma conversa com Rebekah Rose começou a suar demais, ela meio que coçava a garganta com tossidas e pigarros, ela estava bastante vermelha. Damon que estava perto notou o desconforto da amiga e Rebekah tinha os olhos arregalados quando viu Rose trêmula, levar até a boca um copo com água, esperançosa para se livrar do incômodo que sentia. Damon se aproximou das duas, ninguém mais na sala parecia ter notado.

            -Rose?! Tudo bem? – ele falou sentando ao lado da amiga, que estava suada e meio ofegante.

            -Não sei, eu não estou me sentindo bem. – falou soltando uma tossida entre a respiração arrastada.

-Ela está assim a um tempo Damon. – disse Rebekah, olhando Rose com cautela.

-Você está muito vermelha. – disse Damon, já meio assustado, tocando a testa de Rose, que arfou o corpo pra frente sufocando.

-Da- mon... eu  .... Ah, não... consigo.... respirar. – ela falou com extrema dificuldade. Damon arregalou os olhos.

-Rose? – Damon quase gritou e de repente todos estavam olhando pros dois, Damon e Rose. – Rose o quê... Como assim não consegue repirar? – ele falava aflito, braços em volta dela, Caroline e Elena se entreolhavam bastante assustadas, elas teriam ido longe demais?

-Mi-nha. Glo-te... - outra tosse, Rose mal conseguia falar, estava vermelha e suada demais.

-Sua glote? – Damon perguntava cada vez mais confuso, tentando entender.

-Damon ela está sufocando! – Rebekah gritou o obvio assustada, vendo Rose arfar cada vez mais.

-Santo Deus! – disse Miranda vendo a cena, os demais apenas estavam estáticos e atordoados.

-Da- mon... – Rose falou revirando os olhos.

-Stefan, me dá a chave do seu carro. – Damon pediu levantando Rose no seu colo. A cena perturbou a todos.

-O que está acontecendo meu filho? – perguntou Maria atônita.

-Acho que é uma crise alérgica bem agressiva. Devia haver algo na comida, as pessoas na casa ainda não conhecem bem a Rose. - Ele dizia indo em direção a saída, algumas pessoas o seguiram, incluindo Rebekah e sua mãe, Elena, Miranda e Caroline ficaram na sala com Joseph e Grayson.

-Mãe, preciso que, o quanto antes, amanhã, pergunte na cozinha se alguém usou pimenta na comida, não importa a quantidade que seja, é muito importante cortar a pimenta, Rose é alérgica! – Damon falou colocando ela no caro de Stefan com a ajuda dele.

-Acho que exagerei na pimenta. – falou Elena para Caroline ainda na sala da mansão.

-Ah! Você acha? – Caroline quase gritou chamando a atenção de Miranda pra conversa.

-O que ela teve tadinha? – disse Miranda na inocência.

-Elena a envenenou com pimenta. – falou Caroline de vez e Elena arregalou os olhos.

-Elena? – Miranda falou perplexa.

-Calma mãe, foi só um susto!

-Elena , você ficou maluca? Com isso não se brinca e se acontece algo mais sério.

-Eu não coloquei tanta pimenta assim, ouvi hoje cedo que ela era alérgica e coloquei uma pitada de pimenta do reino no prato principal do jantar, nem deu pra notar a pimenta, isso explica por que ela comeu. – Miranda olhava pra filha perplexa. – Eu não gosto dela mãe, quis dar um susto.

-Reze pra essa sua brincadeira não se tornar algo pior.

Maria, Stefan e Rebekah voltaram, dizendo a todos que Damon levou Rose pro hospital.

-Ele foi sozinho? – Elena perguntou incrédula.

-O carro do Stefan é esportivo, só cabem dois. – Rebekah falou num tom esnobe.

-Eu perguntei se ele queria que eu fosse no dele, mas ele falou que ligaria pra avisar. – explicou Stefan. – Ao que ele me disse foi uma crise alérgica, alguém na cozinha deve ter posto pimenta na comida.

Caroline olhou pra Elena quase gritando, Elena estava mais impressionada pelo fato deles saberem exatamente o que deixou Rose assim.

-Ela é alérgica a pimenta? – perguntou em tom curioso.

-Pelo que Damon nos falou sim, ele está suspeitando que foi isso. – Rebekah explicou. – Ele deve conhecer ela muito bem. – o tom de Rebekah escoava veneno, Elena ignorou e Caroline revirou os olhos, Stefan notando isso ficou sem jeito.

-Bem Bekah, vou te levar pra casa. Damon liga pra cá mãe, pra dizer qualquer coisa.

-Sim vamos amor, estou cansada. Tenham uma boa noite! – falou Rebekah soltando um cumprimento para todos os presentes.

Depois de um tempo os pais de Elena também foram embora. Até que no final da noite só estavam Caroline e Elena na sala, Stefan chegou e logo perguntou se havia notícias, Elena explicou que não, já passava de meia-noite, Stefan resolveu ficar na sala e fazer companhia as duas, já que Elena decidiu esperar Damon e Caroline não iria deixá-la sozinha nisso.

Stefan estava bebendo no bar, Caroline e Elena sentadas no sofá jogando xadrez, o relógio marcava duas e meia da manhã quando ouviram o carro de Stefan estacionar diante da mansão.

-Chegaram. – Elena falou se sobressaltando. Stefan correu até a porta e Damon entrou com Rose no colo, ao que parecia, ela estava desacordada. Ver aquela cena foi bem forte pra Elena, Damon estava aflito, um pouco menos de que quando saiu, mas ainda sim aflito. Ele passou por todos na sala, sem nada dizer, apenas acenando com a cabeça pra Stefan para que o seguisse. Stefan subiu com ele, Elena e Caroline ficaram na sala, esperando eles voltarem, Elena pensou em subir, mas preferiu ficar. Depois de uns minutos a mais Damon e Stefan desceram. Damon sentou-se ao lado de Elena e Stefan ficou de pé atrás do sofá.

-Está tudo bem? – Elena perguntou ao marido que tinha uma expressão abatida.

-Foi uma crise de alergia mesmo, como eu suspeitei. Os empregados da casa não são acostumados com Rose direito, acho que ela não teve tempo ou não lembrou de contar que era alérgica a pimenta. – ele falava suspirando, parecia cansado. – mais tarde eu falo com a Vilma sobre isso, para evitar outro susto desses.

-Ela está bem? – perguntou Caroline culpada.

-Sim, ela está melhor. Tomou um anti alérgico, ficou um tempo em observação e eu a trouxe pra casa. Ela acordará melhor amanhã, está sedada. Vamos subir, temos que ir ao hospital ainda hoje, daqui a poucas horas na verdade, estou cansado. – ele falou olhando para Elena que assentiu. Ela estava se sentindo horrível, foi uma travessura de menina.

-Sim. – ela falou em suspiro.

-Vamos todos dormir, amanhã eu trabalho. – falou Stefan. Os quatro subiram para seus respectivos quartos.

-Não precisava ter me esperado, você tinha que dormir cedo. – falou Damon já deitado com Elena, acariciando os cabelos dela.

-Não iria conseguir dormir sem você. – ela flou já serena, o carinho de Damon a acalmava.

-Então durma, saímos cedo.

...

Eu levantei bem cedo, nem dormi, estava agitado, Elena estava dormindo tranquila no meu colo, o relógio marcava seis da manhã, só teríamos que sair de oito, mas eu não conseguia mais ficar na cama. Levantei com cuidado, pra não acordá-la e desci, fui direto até a cozinha, eu precisava de um café e também conversar com as empregadas e entender o que aconteceu na noite passada.

-Bom dia senhor! – falou Vilma, estranhando minha presença ali tão cedo.

-Bom dia Vilma!

-Café? – ela me perguntou sorrindo.

-Sim, obrigado!

Ela me servia sorrindo, eu avistei a outra empregada, Edite, entrar na cozinha com algumas frutas e verduras, elas eram as responsáveis pela comida na casa. Achei que era a hora certa de perguntar.

-Vilma, ontem a senhorita Rose sentiu-se muito mal após o jantar. – eu comecei e ela me encarou confusa. – Ela sofreu uma crise de alergia grave. Eu não estou querendo acusar nenhuma de vocês. – falei olhando para Edite, que agora me olhava tão confusa quanto Vilma. – Mas, alguma chance de vocês terem colocado pimenta na comida de ontem? Sei que vocês possivelmente não sabiam que Rose era alérgica, mas colocaram?

-Claro que não senhor. – disse Vilma firme. – Principalmente porque sabíamos que ela era alérgica. Ela nos contou ontem mesmo, falou que pimenta estava proibida nesta casa, pois além dela ser alérgica seria algo ruim para o senhor e a senhora Elena, já que não podem comer algo muito temperado. – Damon encarou Vilma confuso, Edite assentiu a tudo o que ela dizia.

-Mas então, como a pimenta foi parar na comida? Vocês podem ter se distraído, ou confundido. Podem admitir não farei...

-Entenda senhor. Não colocamos pimenta em nada. Nos livramos de toda a pimenta da casa ainda ontem mesmo, só ficou um pote de pimenta do reino, porque sua mãe gosta de colocar em certos alimentos, mas separamos para ela apenas. – Vilma me explicava meio aflita, eu percebi que era tudo verdade, pois ela sempre foi de confiança e isso nunca aconteceu antes, ela era muito atenta e certamente se livrou da pimenta.

-Alguma chance de mais alguém ter tocado na comida, não sei, um outro empregado. Não é possível, como a pimenta foi parar na comida?

-Apenas nós cozinhamos senhor. Ninguém mais mexe na comida além de Edite e eu. – Vilma falou convicta e foi nesse momento que os olhos de Edite se arregalaram.

-A senhora Elena. – Edite falou do nada e eu a olhei confuso.

-O que tem ela? – perguntei.

-Ela veio aqui, algumas horas antes do jantar, com a senhorita Caroline. – Vilma assentiu. – Ela perguntou se poderia provar um pouco da comida, pois estava com desejo. Eu e a Vilma a deixamos sozinha aqui, ela perguntou onde tinha pimenta, pois seu desejo pedia que ela comesse algo com muita pimenta, eu e a Vilma mostramos onde estava a pimenta do reino da sua mãe e a deixamos sozinha aqui na cozinha. Fomos até a sala de jantar ver como estava tudo, arrumar a mesa.

-Ela pode ter colocado sem querer senhor. Acredito que ela não sabia. A senhorita Rose só nos contou hoje. – Falou Vilma pra mim. Eu ouvi a tudo e minha cabeça girou, eu conhecia Elena desde que ela era uma menininha e se tinha uma coisa que ela certamente jamais poria na boca era pimenta. Ela simplesmente tinha pavor. Eu entendo que grávidas às vezes comem coisas que antes detestavam, mas pimenta e Elena nunca combinariam.

-Sim, pode ter sido isso. Eu vou perguntar a ela. Me desculpem se ofendi vocês. Apenas queria entender o que ouve e alertá-las caso ainda não soubessem. – elas assentiram sorridentes e um pouco mais aliviadas. – Só mais uma pergunta. – eu falei e elas concordaram. – Alguma chance de minha esposa ter ouvido Rose dizer que não deveriam usar pimenta na comida? – Elas se entreolharam pensativas.

-Talvez senhor, mas não temos certeza. Ela entrou na cozinha um pouco depois que a senhorita Rose nos contou, a própria senhorita Rose ainda estava aqui e depois saiu. Depois sua esposa também se foi, voltando minutos depois dizendo estar com desejo. – respondeu Edite, eu assenti e me despedi das duas e subi de volta pro meu quarto, me sentei e esperei Elena acordar.

Depois de quase mais uma hora, já eram sete e trinta da manhã, Elena despertou, meio sobressaltada já me procurando, eu estava sentado na poltrona ao lado de nossa cama.

-Bom dia! – falei fazendo ela me olhar e sentar na cama um pouco tonta de sono ainda.

-Bom dia! – ela falou esfregando os olhos. - Já de pé?

-Acordei cedo, estava esperando você acordar. Quero te perguntar uma coisa. – Elena me olhou com cautela.

-Pergunte.

-Por que você não me contou que havia colocado pimenta na comida de ontem? – minha pergunta foi direta e ela arregalou os olhos.

-O que? – me perguntou com um tom de medo.

-Você me ouviu ontem. Eu falei que a crise da Rose foi por conta da pimenta que tinha na comida de ontem. Eu fui até a cozinha e as empregadas me garantiram que não colocaram pimenta na comida, pois Rose já havia as alertado e bem, falaram também do seu desejo por comida com pimenta. – eu falei sério e ela me olhava engolindo seco.

-Damon, não estou entendendo. – ela me disse um pouco retraída.

-Você está me entendendo, mas eu quero refazer a pergunta. Esse seu desejo surgiu devido a gravidez mesmo? Ou ele surgiu dado ao fato de você ouvir que Rose era alérgica a pimenta? – ela perecia não saber o que me responder, abriu a boca e fechou algumas vezes, mas nada saia. Sinais de nervosismo, principalmente vindos da Elena.

-Você não está querendo me acusar de ter colocado pimenta de propósito na comida, só pra fazer ela passar mal? Está? – pronto, outro sinal, de confissão. Pelo menos pra mim. Eu fechei os olhos e suspirei.

-Foi você que acabou de dizer. – falei olhando pra ela firme.

-Apenas estou mostrando o quanto estou indignada por você pensar isto assim, sem quase ter provas.

-Não estou pensando nada, apenas te fiz uma pergunta. – falei sério e ela bufou. -Me olha nos olhos então. - eu falei sentando na cama e ficando frente a frente com ela.  – Olha aqui nos meus olhos, olhos do seu marido, pai de seu filho, me olha e diz que não foi isso o que aconteceu. Por que eu sei que foi você que pediu pimenta ontem e sei que você detesta pimenta. Esse desejo foi real?

-Damon...

-Elena, foi real? – eu insisti olhando fundo pros seus olhos. – ela suspirou e fugiu do meu olhar. Não precisava dizer mais nada. – Pelos céus Elena! O que tem na cabeça? – perguntei levanto a ao a testa, cansado e perplexo demais pra acreditar, eu odiava ter que me frustrar quanto a maturidade de Elena, ela era volúvel. Tinha vislumbres de uma maturidade incrível e no dia seguinte uma total criança mimada e imatura, impulsiva e inconsequente.

-Eu apenas quis dar um susto, não coloquei tanta pimenta assim. Eu... Foi uma brincadeira.

-Brincadeira? – me levantei da cama em um grito. – Ela podia ter morrido Elena.

-Damon, não era minha intenção. – eu balançava a cabeça me negando a escutar qualquer coisa que ela falasse pra mim.

-Escuta! – eu falei num tom de ira, quase colando nossas faces ao voltar a sentar diante dela, meu dedo estava a centímetros de seu rosto, apontando pra ela, que estava trêmula e com olhos marejados e assustados. – Eu vou ligar pra Jenna e cancelar sua consulta de hoje. – ela me olhou franzindo o cenho, certamente iria relutar. – Eu vou até o hospital, farei os meus exames, verei se posso me submeter a terapia e você vai ficar aqui, bem aqui onde está agora Elena. Não vai sair da casa. Você me ouviu?

-Não vou faltar a consulta de hoje. Ficamos de saber o sexo de nosso filho, eu estou ansiosa e você sabe, não pode...

-Adiamos pra semana que vem. Considere seu castigo, pela travessura de criança que fez. Você não vai sair daqui. – ela balançava a cabeça, debochando.

-Até parece que não Damon. - ela fez menção pra levantar e eu segurei o seu braço com muita força, eu estava ficando fora de controle. – Ai! Damon, me solta, você está me machucando.

-Não me force a te prender no quarto. Você não vai sair, não vai a consulta, não vai a lugar algum Elena. Vai me esperar aqui e quando eu voltar nós conversaremos. Você está passando dos limites quanto ao assunto Rose. Coloque uma coisa na sua cabeça, você é minha esposa e ninguém pode mudar isso. Rose é minha amiga, e estou ajudando ela e ela a mim. Você tem que começar a aceitar isto, porque a partir de hoje é assim que vai ser. Rose fará exatamente tudo o que vem fazendo, não vou falar pra ela mudar em nada. Você vai mudar Elena. Pare de querer controlar o que eu devo fazer. Não vai funcionar assim. Você não manda em mim. Ninguém manda. Você está entendendo? – ela me olhava firme, respirando pesado, olhos marejados, porém expressão dura. – Você me entendeu? – eu sacudi ela e uma lágrima escapou de seu olhar, ela respirou e falou firme.

-Eu entendi. – sua expressão era dura, eu quase pude ver ódio nos olhos dela.

-Ótimo! – falei a soltando e fui me trocar pra sair pro hospital, ela continuou na cama, estava chorando, mas eu não liguei pro choro, Elena era mimada e isso tinha que acabar. Ela não é minha dona, ninguém é. Minha esposa não vai me dizer o que eu devo fazer. Se ela pensa assim, que me chantagear ou manipular para o seu agrado, só porque ela está grávida, vai me fazer recuar, está bem enganada.

Terminei de me arrumar e saí do quarto sem falar mais nada, bati a porta com força. Nunca me imaginei com tanta raiva dela assim.

...

Eu chorava de raiva, meu corpo vibrava e eu mal podia controlar. Damon nunca havia falado comigo daquela forma e tudo por causa do que? Eu não sabia se aquela briga havia sido uma discussão sobre minha maturidade ou ele apenas sendo um idiota, defendendo a sua amiguinha e arrumando a desculpa perfeita pra fazer exatamente o que ele queria desde o começo: continuar sendo cuidado e monitorado pela Rose. Bem, se Damon quer assim, que seja. Eu não vou me meter, não vou tentar reivindicar mais nada. Eu sou sua esposa e isso ninguém vai mudar. Palavras dele. Mas tem só uma coisa que ele deixou de lado, uma coisa que pode mudar este fato. Se chama divórcio. Eu não iria dar este gosto a Rose com certeza, eu nunca gostei dela, eu faria ela perder a máscara de boa moça que tinha certeza que ela não era. E bem, neste dia, quando tudo for esclarecido e Damon vier até mim, veremos quem sai chorando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até o próximo... Beijo!