Força De Um Amor escrita por MayLiam


Capítulo 28
Juntos


Notas iniciais do capítulo

Voltei!!!
Primeiro: desculpem a demora...
Segundo: eu não estou estou mais marcando as falas das personagens, como vocês já devem ter notado, então, se ficar confuso demais avisem, eu estou esperando vocês assimilarem de quem se trata sem marcar. Acho melhor!
Terceiro: As coisas vão começar a ficar ruins e boas, serão momentos muito fortes e bastante emocionais, o relacionamento dos pombinhos vai amadurecer muiito, ambos pra mim ainda são um tanto infantis.
NO mais espero que gostem, boa leitura!



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Eu acordei bem cedo e encontrei Elena ao meu lado, ela ainda dormia. Linda! Tomei um banho demorado e ao voltar pra cama a encontrei já sentada e me encarando. Eu me ofereci para levá-la em casa, mas ela disse que Stefan faria isso, eu não questionei, já estava atrasado para chegar ao hospital, Alaric me esperava para os exames.

–Te vejo mais tarde então. – eu falei dando um beijo em sua testa.

–Até mais tarde! – ela sorriu quando eu a encarei.

A caminho do hospital eu só pensava na conversa que mais cedo ou mais tarde eu teria que ter com toda a minha família, com Elena. Eu não sabia direito como fazer, eu estava extremamente assustado, com medo mesmo. A única coisa que eu tinha em mente agora era descobrir uma forma de ficar bem e poder voltar a ter uma vida normal, ser feliz com ela. Elena.

...

Já no hospital, fiquei bem mais agitado ao ver Andie e Alaric já me esperando em minha sala.

–Bom dia doutor Salvatore. – ela falou assim que me ouviu entrando na sala, sem nem sequer virar na minha direção, ela estava sentada de
costas pra porta. Alaric estava na minha cadeira.

–Bom dia Andie. Alaric...

–Vamos lá amigo, vamos ver os estragos. – Ric falou num tom de piada bem negro... Já se levantando.

–Nossa! Vocês estão mesmo me priorizando não?

Eles me encararam afirmativos, o dia seria longo, havia um perfil clínico para ser feito aqui. O meu. Como eu deveria me tratar, qual a forma mais adequada. Ao final deste dia esperávamos já ter pelo menos uma diretriz estabelecida. O dia seria longo pra mim e muito cansativo.

...

Depois de me deixar em casa eu fiquei de encontrar com Stefan na hora do almoço. Cheguei ao escritório e pedi para me anunciarem, minutos depois ele veio ao meu encontro e saímos para almoçar juntos. Chegamos ao restaurante, pedimos uma bebida para conversar e depois faríamos o pedido.

–Como foi ontem com o senhor estresse? – Stefan me perguntou me encarando enquanto bebia o seu vinho.

–Tenso. Ele está muito agitado Stefan. Tem algo muito sério acontecendo e ele me pediu tempo pra me contar.

Stefan me encarava sem nada dizer.

–Teve uma hora que ele, totalmente irritado, gritou que não era para você ter me chamado porque não havia nada que eu ou qualquer pessoa pudesse fazer por ele.

Stefan colocou a taça de volta na mesa meio cabisbaixo e falou:

–Meus pais voltam amanhã, talvez ele consiga falar pra minha mãe. – eu encarei Stefan duvidando, ambos sabíamos que Damon com certeza
não falaria algo pra sua mãe sem nem conseguir falar pra ele antes. Stefan era o confidente de Damon e vice versa.

–Está certo, ele não vai falar. – eu assenti, ele entendeu meu olhar descrente. – Mas então só nos resta esperar e torcer que não seja algo assim tão grave. – ele falou com calma encarando a mesa e eu o fuzilei outra vez. – Tá Elena, é grave, ele pirou ontem e me assustou.

–Temos que tentar descobrir isso Stefan. Amanhã eu vou convidar a Andie para almoçar. – ele me olhou confuso.

–Andie?

–É. Se é mesmo algo no trabalho dele com certeza ela sabe o que é, não desgruda dele. – Stefan riu agora, eu estava fazendo uma cara de “eu odeio isso!”

–Então tá. – ele continuava com um risinho cínico.

–O que é? – eu meio que gritei, eu sabia o que era, mas isso me irritava.

–Você é muito ciumenta. – franzi a testa semicerrando os olhos pra ele.

–Há, há, há! Engraçadinho.

Continuamos conversando de tudo um pouco, falamos até dele e de Rebekah e eu me divertia ouvindo ele reclamar, eu acho que Stefan nunca vai casar, mas se fizer não será com ela. Depois começamos a falar sobre
Carol e Klaus e percebi que não era só Damon que não se agradava do pintor, apenas ele era o único que demonstrava. Almoçamos muito bem e depois eu lhe deixei no escritório.

...

Ao voltar para casa eu encontrei Jeremy conversando com minha mãe na sala.

–Querida! Olhe quem veio lhe visitar... – mamãe falou bem animada.

–Olá Jeremy, como tem passado? – eu me dirigi a ele sorrindo.

–Oi Elena!

Juntei-me aos dois e continuamos uma conversa tarde adentro.

...

Eu realmente tive um dia longo, fizemos exames e mais exames. Ao final do dia Alaric me falou o que eu já sabia, o câncer tinha atingindo meu sistema nervoso central e isto explicava as dores de cabeça, enjoos e desmaios, meu sistema linfático também estava abalado terrivelmente e eu teria que me submeter à quimioterapia, primeiramente um processo de indução para me livrar das células cancerígenas e depois o de consolidação, para ter certeza de que não havia mais existência delas em meu sangue. Seriam sessões num período de quatro meses e depois de tudo uma de consolidação. No entanto, se as de indução não surtissem efeito, meu quadro pioraria e talvez nem um transplante de medula resolvesse mais. Seria o meu limite, o fim da linha literalmente. Não aconteceria. Não mesmo.

Eu estava em casa agora, esperando Stefan chegar do trabalho, nossos pais só estariam em casa amanhã. Eu estava o tempo todo pensando em como eu ia contar algo tão horrível para minha família, eu resolvi contar tudo pra Stefan primeiro, sempre foi assim entre nós dois, não seria diferente agora. Estava na sala bebendo, eu não costumava beber, muito menos no meio da semana, mas era pra me dar mais coragem. Eu ouvi o carro dele chegar, segundos depois ele entrou na sala pra me encarar confuso.

–Bebendo a esta hora e no meio da semana?! Quem é você e o que fez com meu irmão? – perguntou arqueando uma sobrancelha eu apontei o sofá a minha frente, para que ele se sentasse, ele obedeceu retirando o terno que usava pra ficar mais a vontade.

–Se junte a mim irmãozinho, temos que conversar. – Stefan me encarava totalmente na defensiva, ele me observou encher um copo com
uma dose de whisky para ele e logo depois veio e pegou da minha mão.

–Certo, você está me deixando nervoso. – ele falou voltando a se sentar e me encarando impaciente. – O que é?

–Lembra do tombo que você tomou do cavalo do papai? – Stefan afirmou com a cabeça, ainda confuso, ele não sabia onde eu queria chegar. – Você ficou apavorado e embora estivesse bem aparentemente, se recusava a ficar de pé. Eu fui até você e te perguntei: “Qual o problema? Levanta!”, você me olhou envergonhado, não havia sido um tombo muito sério, mas papai estava vendo se você enfim sabia montar direito e ao falhar você simplesmente ficou sem forças de levantar. Eu lembro que você me olhou e disse: “É difícil levantar sozinho depois de um tombo desses.”

Stefan me encarava agora, ele soltou um riso como se a recordação lhe trouxesse algo bom.

–Eu me lembro disso sim. Lembro também da promessa que você me fez depois disso. – ele falou me encarando ainda rindo e continuou. –
“Eu te prometo que de hoje em diante sempre que você cair eu vou estar lá te ajudando a levantar.” – foi minha vez de sorrir agora - Você tem cumprido bem isto sabia? – ficamos ali sorrindo mais um pouco com essas memórias e depois de notar que meu riso se foi Stefan voltou a falar. – Porque está falando disso agora? Porque esta conversa está começando assim? – eu respirei fundo.

–Stefan eu estou doente! – eu falei de vez e ele levantou a sobrancelha confuso.

–Tá passando mal de novo? Quer que eu te leve pro hospital?- eu fiz uma negativa com a cabeça, ele não estava entendendo. Respira Damon!

–Não Stefan, eu estou doente mesmo, tenho leucemia. – Stefan paralisou na minha frente, branco, ele abriu a boca por uns segundos, ele ia falar alguma coisa, mas a respiração dele foi suspendida, vendo que ele estava em choque eu continuei. – Eu descobri esta semana, eu não andava me sentindo bem há um tempo, dores de cabeça e cansaço excessivo, eu realmente suspeitava de algo mais sério, mas tenho que admitir que foi um choque. – eu falei soltando um riso torto meio desconcertado e bebendo outro gole de meu whisky. Stefan encostou-se largadamente do sofá e como se acordasse de um pesadelo ou voltasse respirar depois de horas submerso falou:

–Meu Deus! Damon... – ele me olhou incrédulo e eu continuei.

–Eu recebi o diagnóstico final hoje, Alaric falou que eu sou jovem e forte o suficiente pra reverter isto rápido, então está tudo bem. – eu tentei suavizar o choque, meu irmão tinha os olhos marejados agora.

–O que terá que fazer pra reverter isto? – ele me perguntou antes de engolir de vez a sua dose de whisky.

–Quimioterapia, por uns meses. – ele levantou vindo colocar outra dose para ele e se sentando do meu lado desta vez.

–Suas chances? – me perguntou encarando e apreensivo.

–Bem grandes, eu descobri no início, então... – eu não estava mentindo pra ele, mas não seria tão simples assim.- Olhe Stefan eu te
contei primeiro porque você é meu irmão e eu sempre estive ao seu lado e você do meu, sempre fomos cúmplices em tudo e eu quero que saiba que mais do que nunca eu vou manter aquela promessa, estarei sempre aqui, pra te levantar, mas na verdade, neste momento, quero poder contar que você me ajude nessa minha queda, vamos trocar um pouco de papéis, pode ser?

Stefan tinha os olhos dentro dos meus, lágrimas escorriam deles agora, ele apenas em puxou pra um abraço forte.

–Conte sempre comigo Damon, eu estarei aqui com você. Ora meu irmão, sua queda pode ter sido um pouco mais séria que a minha, mas eu
já cresci desde a minha queda, sou um homem agora e devo isso em parte a você. Estarei com você, sempre.

Estávamos parecendo dois meninos agora, não dois homens, abraçados daquela forma tão vulnerável, mas eu estava aliviado, menos
um, faltavam três, meus pais e Elena, com certeza o pior seria Elena.

–Elena está pirando irmão. – Stefan me falou nos afastando do abraço. – Você tem que contar pra ela rápido, ela até falou que ia conversar com a Andie amanhã. – eu o encarei confuso.

–Amanhã? Com Andie?

–É. Ela não vai se acalmar, você conhece ela melhor do que eu e sabe como ela é quando coloca uma coisa na cabeça.

Stefan tinha razão, Elena mesmo tendo me prometido esperar iria correr atrás de respostas, ela era terrivelmente teimosa.

–Amanhã eu vou falar com ela bem cedo, prometo. – disse o encarando e sorrindo. Ele me seguiu com um riso fraco e me falou:

–Isso é grave Damon e eu sei que é mais difícil do que você quer me dizer, mas quero que coloque na sua cabeça que não está sozinho nessa, estaremos todos juntos com você, então, senhor teimoso, não nos exclua
de nada, nem tente suavizar pra mim, muito menos dizer sim quando for não. Pra dar certo você tem que contar tudo sempre. Cada progresso ou regressão, sem medo. É muito importante. Vai sair desta Damon. Eu sei que vai.

Ficamos na sala conversando mais sobre tudo, sobre a doença, sobre a conversa com Elena e meus pais, falar a Stefan me causou o bem
que eu esperava, ele sempre foi o melhor em me ouvir. Foi bom estar junto ao meu irmão esta noite.

...

Eu não estava conseguindo dormir, minha mente não parava, o dia inteiro eu fiquei pensando em Damon, no que podia estar acontecendo com ele. Eu estava na cama me revirando de um lado pro outro até que ouvi meu celular tocar. Na tela apareceu o nome dele. Damon. Eu quase cai da cama para me sentar e atender.

Alô! Damon?!

Oi Elena! Tudo bem?

Eu te liguei o dia inteiro e caia direto na caixa postal.

–O celular estava desligado, coisas do trabalho. –eu revirei os olhos, era sempre isto.

–Você está bem?

–Sim, estou ligando pra te avisar que amanhã eu irei ai pra conversar com você. Meus pais chegam pela manhã, eu preciso falar com eles antes então depois do almoço eu vou na sua casa. Pode ser?

–Claro que sim, estarei te esperando.

–Outra coisa, eu fiquei sabendo do seu plano de falar com Andie amanhã. – Eu vou matar Stefan. – Então pode esquecer isto, me espere ai na sua casa!

–Tudo bem meu amor, mas eu espero que você me fale de fato o que está acontecendo, se eu suspeitar que me esconde algo eu juro, eu falo com ela ou com quem for necessário pra descobrir e ...

–Elena não será necessário falar com ninguém, não confia em mim? – ele me interrompeu irritado.

–Amanhã, depois do almoço. Entendi!

Tenha uma boa noite! Te amo!

Também te amo. Boa noite!

Ele desligou a chamada e eu relaxei nos meus travesseiros, ouvir a voz dele depois desse dia de escuridão foi reconfortante. Eu conseguiria dormir agora e esperaria ansiosa por ele amanhã.

...

Damon tinha um grande desfio no dia de hoje. Ele teria com seus pais umas das conversas mais difíceis que um dia já imaginou ter, sem
falar depois, com Elena, ele realmente não fazia ideia de como fazer tudo isso. Ele encarava o teto do seu quarto, meio indisposto a levantar-se, estava pensativo. Alguém abriu a porta de seu quarto o puxando pra realidade.

–Levanta ow! Nossos pais acabam de chegar! – disse Stefan encarando o irmão meio preocupado. – Tudo bem? - perguntou receoso.

Damon encarou o irmão com um riso irônico, Stefan se tornaria um irmão enfermeiro hiper cuidados agora?

–Tudo bem, apenas tomando coragem... – Stefan estendeu a mão para Damon, para que ele levantasse, ele tinha na fase um riso convidativo.

–Vamos lá cara. Estarei com você!

Então Damon levantou e minutos depois eles desceram.

–Olhe só, meus homens todos em casa. Fazia tempos que eu não tomava um café da manhã tão bem acompanhada. – disse Maria sorridente. Stefan se aproximou dela e lhe deu um beijo.

–Que bom que chegaram bem mamãe. Papai...

–Filho... – Joseph respondeu sem olhar para Stefan, ele lia o jornal atentamente.

–O meu médico favorito?! Não deveria já estar no hospital? – ela falou olhando para Damon e estendendo seus braços para ele. Damon que até então estava parado na entrada da sala de jantar, foi em direção
à mãe e a abraçou.

–Senti saudades, a casa sem a senhora fica muito deserta! – ele falou se soltando do abraço e se sentando a mesa.

–Bom dia pra você também Damon... –Disse Joseph, encarando o filho por cima da folha do jornal.

–Bom dia pai! Fez boa viagem?

–Sim, muito obrigado!

No decorrer do café da manhã Stefan encarava Damon a todo instante, era como se ele estivesse exigindo que ele falasse algo com um
olhar. Damon o repreendia com seus olhos, ele estava conseguindo deixá--lo ainda mais nervoso. No meio de uma dessas trocas de olhares Joseph falou:

–Damon preciso que você ajude Stefan em um trabalho. – Os irmãos se encararam confusos e até Maria olhou diretamente para Joseph neste
momento.

–Não entendi pai. Não é como se eu pudesse fazer muito, o Stefan tem mais experiência que eu, eu atrapalharia ao invés de ajudá-lo. – Damon falou e todos na mesa pareceram concordar com acenos na cabeça. Todos menos Joseph.

–Eu sei o que seu irmão sabe fazer Damon, e eu não estou equivocado. Stefan já adquiriu muita experiência sim, mas eu reconheço
que se tratando de investimentos e instinto, nesta casa só um Salvatore é tão bem sucedido quanto eu, e não é o seu irmão. Preciso de vocês dois juntos, você tem a ideia e Stefan a prática, é perfeito.

Damon olhou pra o irmão receoso, Stefan tinha no rosto uma feição de ofensa e Maria seguia calada, ela não se metia nestes assuntos.

–Pai, eu não acho que é uma ideia muito boa, e também eu ando muito ocupado no hospital e...

–Então saia fora por uns tempos, todos nesta casa sabem que você não precisa trabalhar lá.

–Assim como também sabem que se trabalho é porque preferi isso a trabalhar com o senhor nas empresas. Pai aquilo não é pra mim.

–Não concordo, você é um excelente empresário Damon, seus investimentos são bem rentáveis. Você tem uma fortuna sozinho, passou anos apostando em empresas que vingaram. Tem instinto eu preciso que ajude seu irmão neste trabalho e não quero que decline, é mais que um pedido, é uma ordem.

Stefan então jogou o guardanapo na mesa e perguntou irritado:

–Certo papai, e o que seria este negócio tão importante que o senhor não confia apenas em mim para administrar?

–Trata-se de sua própria empresa. – Damon e Stefan se encararam confusos e Maria meio que se engasgou.

–Como é que é? – Stefan perguntou confuso.

–Você ouviu. –Joseph continuava lendo o jornal agora e volta e meia soltava olhares pros filhos, mas só quando necessário. – Seu irmão tem um patrimônio e construiu isto muito bem sozinho, eu adoraria ver você
fazer o mesmo e então poder me aposentar tranquilo.

Todos na mesa estavam perplexos com a fala.

–Espera aí pai, o senhor o quê? – Damon perguntou cerrando e abrindo os olhos.

–Vocês todos ouviram, é um teste final pro seu irmão e estou ajudando muito ao dizer que você vai orientá-lo. Se Stefan passar por isto, eu largo as empresas e enfim desfruto meus anos restantes com sua mãe.

Stefan encarava Damon com um riso irônico terrível, ele não acreditava no que ouvia, ninguém na mesa parecia acreditar. Damon então percebeu que seu pai nunca iria se decidir por Stefan como chefe das empresas, que no fundo ele ainda queria o levar pra aquele mundo, ele com certeza estava forçando a barra agora, porém isto fez Damon se desesperar, pois o fato de seu pai esperar tanto dele era algo horrível agora. Principalmente porque corria o risco de Stefan ser seu único herdeiro, ele teria que aprender a confiar mais em seu caçula, afinal ele já dera muitas provas de que era bom no que fazia. Negociar.

A frustração no olhar de Stefan era visível e Damon tomou fôlego e decidiu por um ponto final na conversa de uma maneira bem drástica.

–Pai, eu sei que o senhor ainda sonha comigo assumindo a Salvatore’s, mas eu sinceramente não posso me envolver nisto agora, eu sinto muito. – Stefan olhou pro irmão apreensivo, ele sabia o que Damon estava prestes a contar.

–Damon eu não acho... – Stefan tentou impedir o irmão de continuar, mas Damon fez um sinal com as mãos o parando. Maria olhou para os
filhos seguida por Joseph.

–O que está acontecendo aqui? – a senhora Salvatore perguntou um tanto agoniada. – Damon...?!

Damon respirou fundo.

–Olha eu adoraria ajudar meu irmão neste trabalho, não duvide pai, mas infelizmente eu temo não ser de tão boa valia por um tempo. – Damon estava deixando seus pais confusos, ele encarava o irmão, Stefan tinha os olhos vidrados nele e meio marejados.

–O que você quer dizer Damon? O que está acontecendo? Vai embora outra vez? – O senhor Salvatore perguntou um pouco exaltado.

–Não pai, não é bem isso, digamos apenas que eu não estarei em condições. – Estava ficando tudo muito pior, Maria se inquietou na cadeira e fuzilou o filho com o olhar.

–Damon, me fale o que está acontecendo, que conversa estranha de sem condições é esta? – ela falou e se virou para Joseph como que se implorasse para que ele também pressionasse o filho a falar.

–Vamos Damon, olhe sua mãe. Se explique! – Joseph quase gritou para o filho mais velho. Damon não hesitou mais.

–Eu estou doente pai e temo que não serei muito útil para o Stefan assim.

O silêncio na mesa era uma mistura de confusão, susto, medo e frustração.

–Ora pelo amor de Deus, você é médico, se está doente, cure-se. Que espécie de desculpa é esta? – Joseph falou irritado e confuso.

Stefan encarava a mesa agora, quieto e Maria olhando para a expressão dos dois filhos começou a passar mal.

–Ai meu Deus! – ela meio que gritou. - Damon... o que você tem meu lindo?... Ai! Joseph... – ela estava massageando o peito a chorando, Damon levantou-se na hora e foi até a sua mãe.

–Calma mãe, respira, eu estou aqui! – Stefan seguiu o irmão segurando a mão da sua mãe enquanto Damon esfregava suas costas. Joseph olhava a cena atordoado e sentado sem reação.

–Damon, olhe o estado de sua mãe, Maria se acalme! O que diabos está acontecendo aqui? – Joseph gritava, em meio a toda a agitação Maria soltou entre soluços.

–Joseph... é algo grave, não vê? Não é uma simples gripe ou algo do tipo, veja nos olhos dos dois! – ela falava aos prantos.

–Mamãe se acalme por favor... – Pedia Stefan desesperado.

–O que você tem meu lindo? Por favor fale pra sua mãe – ela falava pra Damon.

–Falarei mamãe, mas tente ficar calma, por favor, preciso que fique calma. – Damon foi até a jarra com água na mesa e pôs um pouco num copo e deu a sua mãe. – Respire!

Alguns minutos depois, já mais calma Maria esperava a fala de Damon assim como seu pai, Stefan estava ainda ao lado da mãe. O pior
estava por vir.

–Damon... – Joseph exigia a fala do filho.

–Esta semana eu descobri que tenho leucemia. – Damon falou encarando a mesa. Sua mãe congelou junto a Stefan e Joseph suspendeu a respiração. Um novo silêncio se apossou do lugar. – Eu começarei com o tratamento no final da próxima semana. – Damon concluiu.

–Meu Deus! – foi só o que Maria falou, Stefan a abraçou forte, ela estava paralisada.

–Você... Quer dizer... Como?... – Joseph tentava falar, mas não saia nada completo.

–Eu andava me sentindo mal ultimamente, eu comecei a suspeitar de uns novos sintomas que foram surgindo, fiz exames mais específicos
e acabei por descobrir.

Joseph se levantou da mesa, sem nada dizer e foi em direção ao escritório. Damon olhou para a mãe que tinha lágrimas escorrendo pelo rosto, sem nada dizer, paralisada nos braços de Stefan.

–Mãe... – Damon falou junto a ela, segurando sua mão. – Mãe eu...

–Vá falar com seu pai. – ela interrompeu séria, depois o olhou docemente. –Estou bem, vá falar com seu pai. – Ela sorriu no final, Damon olhou pra Stefan que entendeu o que ele queria dizer.

–Vai, vou ficar aqui! – ele disse e Damon assentiu.

Damon foi até o escritório e ao entrar encontrou seu pai sentado e encarando a vista que ele tinha da janela do local. Damon fechou a porta atrás de si e foi se sentar. Ele sabia bem como era seu pai, durão, meio frio, mas que no fundo ele estava tão ou mais desesperado que sua mãe.

–Você está morrendo é isso? – Joseph falou encarando o nada, ele estava de costas pra entrada e pra Damon.

–Não pai, claro que não! – neste momento Joseph ficou de frente pro filho.

–Leucemia Damon... – ele engoliu um suspiro e soltou uma lágrima.

–Eu sei pai, mas tem cura e eu descobri no início o que aumentam as minhas chances...

–Me dê números, eu lido com números não com palavras.

–Quarenta e oito por cento. – Damon falou isso hesitante e seu pai bufou.

–Você só pode estar de brincadeira...

–Mas sou jovem e forte e isso também aumenta, pra talvez sessenta e dois por cento.

–Talvez! Isto é sério?

–Pai...

Joseph se levantou extremamente irritado, levando as mãos aos cabelos e rosto e esfregando os dois com desespero.

–Você está me dizendo que está com uma doença que mais parece uma praga se alastrando dentro de você e depois me diz que tem um percentual médio de cura e quer que eu fique como?

–Pai, por favor, escuta eu...

–O quanto isto já te prejudicou Damon? Quero dizer, o quanto já se alastrou?

Damon respirou fundo, ele estava sentado, não era como se tivesse forças pra ficar de pé.

–Eu sei que posso fazer isto pai. – Ele falou como um sussurro.

–Não me respondeu.

–Posso fazer isto pai.

–VOCÊ NÃO ME RESPONDEU! – Joseph gritou agora indo pra cima de Damon e se colocando de joelhos diante do filho que permanecia sentado e agora com lágrimas nos olhos. – RESPODE DAMON!

–Tá acabando com minhas forças, destruindo a minha imunidade. Atingiu meu sistema nervoso central. – Damon falou entre meios soluços e Joseph se sentou no chão. Damon encarava o pai naquela posição e agora chorava desesperadamente. –Por favor pai, eu sei que posso fazer isto. Por favor... Olha pra mim... Pai olha pra mim! – Joseph estava paralisado e encarava o chão. – PAI! – foi a vez de Damon gritar. – Neste momento Joseph encarou o filho e o vendo chorar foi como se uma força o puxasse, ele só queria proteger o seu garoto, nada nem ninguém poderia fazer mal a ele, sem pensar mais ele abraçou o filho.

–Shh! Que é isso campeão? É claro que pode, você pode tudo o que quiser. É meu orgulho. Shh! Desculpe filho, estou aqui! – ele acalentava Damon que chorava compulsivamente. Ele puxou o filho da cadeira e agora estavam os dois abraçados no chão.

–Me desculpa, me desculpa. – Damon soltava entre o choro. – Eu sei eu prometi ser forte, eu sei, tem o Stefan, tme a mamãe, pai o senhor sempre contou comigo. Desculpa pai.

–Shh! Damon... está tudo bem, você vai passar dessa, você disse e eu sei. É forte campeão. É forte!

–Eu to com medo pai. Tem a Elena, tem vocês, tem o Stefan, eu disse ao senhor que ia cuidar dele sempre.

–E você cuida Damon, mas do que eu pude imaginar, se tornou um homem forte, você sempre foi meu orgulho. Quando tudo isto acabar. Olhe para mim!- ele falou fazendo o seu filho encará-lo. – Quando tudo isto acabar, vamos olhar para trás e esta será mais uma história pra eu contar pros meus netos e você pros seus filhos. Entendeu-me? - ele falava firme. – Você entende?

Damon assentiu, ele estava muito assustado com tudo e ter o apoio de seu pai significava tanto... Neste instante Stefan e Maria entram na sala, Stefan se assusta com a cena, não é como se ele visse o senhor
Salvatore chorando e abraçando um de seus filhos daquele jeito com frequência. Na verdade ele não se lembrava do dia que ele viu algo assim. Maria foi em direção aos dois e o abraço se tornou triplo.

–Meu anjo lindo... estamos com você meu amor, vai ficar tudo bem. – ela falava enquanto acalentava a cabeça de Damon e fez sinal pra Stefan se juntar a eles, Stefan foi. – Estamos com você meu amor, todos juntos. Vamos passar por isto, mamãe acredita em você. Shh! Vai ficar tudo bem... Estamos juntos!

Stefan se colocou ao lado de Damon, esfregando seu braço esquerdo. Joseph ainda tinha o filho nos braços e Maria acariciava os cabelos dele. Tempos ruins estão por vir, mas pelo menos Damon pode estar certo de que se ele tombar, terá mais que quatro braços para segurá-lo. Talvez até mais que seis.


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Notas finais do capítulo

... Medo ... próximo amanhã!
Beijos o desde já obrigada, por lerem...