Força De Um Amor escrita por MayLiam


Capítulo 26
Perdido


Notas iniciais do capítulo

Primeiro agradeço a LyanSalvatore pelas belas palavras na recomendação que me fez. Obrigada!
Após ameaças de morte e pedidos desesperados eu agotaria de avisar que eu não sou suicida e nem malvada kkkkk Talvez um pouco do segunto,mas eu sempre recompenso na frente. Capítulo tenso... Boa leitura!



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Andie falava comigo, mas eu não ouvia nada. Minha cabeça estava viajando para muitos lugares, momentos com Elena, meus pais, Stefan, parecia que eu estava dando adeus a todos eles, ela me puxou de volta pra realidade e eu vi onde estava.



–Damon, você conhece o procedimento... - eu estava deitado de lado, já havia recebido a anestesia para a biopsia, Andie estava do meu lado e segurava a minha mão. - Sua pressão arterial está normal, fiz todas as outras checagens, não vai demorar. - ela me olhava com doçura sem soltar minha mão. - Vamos começar!



Andie foi para o outro lado da cama, ficando nas minhas costas, ela que realizaria a biopsia ajudada pelo nosso colega de equipe. Estávamos apenas os três na sala. Era um procedimento simples que eu conhecia bem, eu mesmo já o realizei várias vezes. Eles colheriam uma amostra da minha medula para análise, era rápido. Após alguns segundos eu senti uma pressão extremamente incômoda.



–Não disse que havia anestesiado? - eu resmunguei.



–É normal Damon. - a voz de Andie surgiu como mel. - Apenas uma leve pressão. - puro papo de médico isso, eu meio que sorri pensando, eu mesmo já o usei bastante, aquilo podia ser normal, mas não tinha nada de leve, pelo contrário, desconfortável demais.



–Nossa! - me queixei de novo soltando um gemido baixo.



–Shh! Já está acabando... - Andie outra vez. Mais alguns longos segundos e ou vi sua voz dizendo que estava feito. - Eu vou deixar você aí um tempinho, Carlos vai ficar aqui. Eu volto em minutos, vou levar isto pro laboratório, temos pressa. Venho verificar sua pressão ok? - ela falou agora de frente pra mim e acariciando minha testa.



–Entendi doutora. - falei soltando um riso mole. Eu estava meio atordoado. Ela sorriu como resposta e saiu.



...



Minutos depois Andie estava de volta como prometera a Damon, verificou sua pressão e então disse que ele podia ir para casa, descansar. Alaric entraria em contato com ele assim que tivesse com os resultados em mãos, eles agilizariam tudo para o mesmo dia.



Damon chegou em casa um pouco antes do almoço. A casa pra variar estava apenas habitada pelos empregados.



–Vilma onde está minha mãe? - Damon perguntou da porta da cozinha para uma gentil senhora que estava finalizando uma salada.



–Ela viajou com o senhor Salvatore logo depois que o senhor saiu. - Damon arqueou a sobrancelha.



–Ela não me falou nada. - a senhora deu de ombros.



–Bem, seu pai recebeu uma ligação e saiu feito louco, não parecia problemas, ele estava eufórico. - ela falou parecendo achar graça no final.



–Meu irmão foi pra empresa certo? - ela assentiu. - Obrigado!



–Disponha senhor.



Damon se dirigiu até o escritório pensativo e ligou pro irmão ao sentar-se no birô.



–Damon Salvatore para falar com o senhor Stefan Salvatore por favor. - falou formalmente, as coisas funcionavam assim.




–Claro senhor, um momento.



...



–Bom dia, flor do dia! - Disse Stefan meio debochado.



–Oi! - Damon foi meio seco. - Sorte sua que ainda pode dizer bom dia, são dez para às 12.- Stefan sorriu no outro lado da linha.



–O que foi? Você não é de ligar do trabalho. - perguntou curioso.



–Acho que posso deduzir que você não vem almoçar em casa pelo o horário não é?



E quando é que eu vou Damon? Até parece que você não sabe disso.– Damon bufou.



–Papai e mamãe também não vem certo? Falaram-me que eles tiveram uma viagem de emergência. Sabe do que se trata?



Papai marcando o gado dele por aí. Você sabe, um negócio novo, ele foi revistar tudo pessoalmente. Estará de volta depois de amanhã.



Entendi. – Damon disse meio cabisbaixo.



–Você está em casa? – Stefan falou entendendo agora.



–É eu estou, e sinceramente não queria comer sozinho.



Vai almoçar com sua namorada. Garanto que ela aceitará sorrindo. Stefan sorriu e Damon meio que perdeu o humor. Ele estava pensando em tantas coisas e até então estava evitando pensar mais na Elena.



–Está muito em cima já. Eu como sozinho. Vai demorar a chegar hoje?



Infelizmente e pra variar sim, depois daqui tenho que pegar a Rebekah , ela está passando o dia no salão. –Damon revirou os olhos.Temos um casamento de uma amiga dela pra ir eu provavelmente só chegarei na hora de me arrumar e correndo. Apenas por voltas das 21 eu acho.






–Tudo bem, te vejo mais tarde então irmãozinho...



Não vai chorar sem mim,vai?

–Vou tentar.



Até mais tarde!



Até!



Damon desligou o telefone e se pôs a pensar, na vida, na família em Elena, ele cada vez mais ficava desesperado pensando em como lidar com tudo aquilo que suspeitava se realmente fosse confirmado. Ele estava sufocado de angústia. Passou a tarde preso no escritório, remoendo sua preocupação, não foi almoçar, estava aflito demais para isto, o cômodo aos poucos foi ficando escuro. Ele estava viajando fora dali, seu olhar estava distante, uma vez ou outra uma lágrima teimosa escorria por seu rosto, ele estava com medo. Muito medo.



Um barulho interrompeu sua viagem dentro de si mesmo. Era seu celular. Ele encarou o nome na tela, tremeu e respirou fundo ele espera aquele telefonema, mas não sabia se queria atender, se pelo menos pudesse prever o que ouviria, seria melhor.



...



Eu encarei a tela do meu celular. Alaric Saltzman. Respire fundo Damon, estará tudo certo.



–Ric!



–Damon...



–Direto ao ponto Ric, eu estou sufocando aqui.



–Andie acabou de me passar seu exame ainda selado. Vou abrir agora.



Eu perdi a respiração, céus que angústia. Ele ficou em silêncio por uns segundos que pareceram horas. O que ele queria? Me matar?



–Alaric! – eu gritei para lembrá-lo de que eu ainda estava esperando.



Ah... É...



–Pelo amor de Deus Ric, seja profissional agora! – eu falei desesperado, ele iria me matar.



–Damon, eu sinto muito por isso, mas... Seus exames estão constatando LMA*. Isso é realmente muito grave.



Eu já estava sentado, ok! Mas... Meu Deus me diz que eu ouvi coisas.



Damon? – Ele insistiu do outro lado da linha.



–Ouvi! – finalmente soltei após reencontrar o ar em meus pulmões.



–Quero você amanhã aqui bem cedo Damon, para exames mais específicos sobre. Sabe que tempo é algo crucial pra você. Escute-me bem amigo, não importa o que você está pensando agora. Eu vou ajudar você, todos nós vamos e você vai sair dessa. Está me ouvindo?



Eu sei respirar! Eu sei respirar! O nó na minha garganta estava me privando dessa ideia e as lágrimas embaçavam minha vista e minha mente. Não acredito nisso! Porque isso comigo?



Damon...??? – ouvi Alaric mais uma vez, sua voz estava um pouco mais grave que o normal, ele pigarreou ao falar meu nome.



–Amanhã bem cedo no hospital. Entendi! Até amanhã.



Eu desliguei de vez. Na cara dele. Eu não estava raciocinando direito, na minha mente só vinha Elena, a imagem dela sorrindo, tão linda. Meu peito estava tão apertado, eu não conseguia respirar. Não queria respirar. É horrível, não pode ser. Um mistura de medo, aflição e raiva me abateram. Como eu deixei isso acontecer? Como não notei logo?



...



Eu cheguei em casa meio que correndo. Encontrei a empregada no meio da casa de frente pra porta do escritório. Ela me olhou assustada e meio que aliviada, foi uma mistura estranha.



–Senhor Salvatore, garças a Deus.



–O que foi? – eu estava especulativo, ela estava respirando descompassada.



– O seu irmão senhor, está trancado no escritório desde que chegou hoje cedo, eu o chamei para comer, ele não veio nem pro almoço e nem pra janta e agora pouco ouvi barulhos, parece que ele estava quebrando o lugar.



Eu me assustei com a fala desesperada dela e fui em direção à porta do escritório.



–Eu falo com ele Vilma. Pode ir e obrigado! – ela pereceu hesitar, mas assentiu e foi em direção à cozinha. – Damon? – eu bati na porta e não obtive resposta. Repeti o gesto e a fala mais umas vezes. – Ora abre essa porta logo Damon, não tenho a noite toda!



Ele surgiu então na minha frente, me encarando duramente e se afastando da porta eu entrei no local e entendi o que a empregada me disse, havia livros do chão, objetos quebrados por toda a parte.



–Mas o que diabos você... Está maluco? O que foi isso? – Damon se sentou no sofá todo largado e respondeu com secura:



–Problemas no trabalho!



–Certo, dai você para de comer e quebra a casa? Isso tudo foi pelo que? Alguém apareceu grávida dizendo que você é o pai? – eu tentei ironizar uma piada, mas ele me encarou fuzilando-me. Certo..Ele estava me assustando. – Qual é Damon? O que houve? – ele se levantou indo em direção a saída e esbarrando em mim no caminho. – O que diabos ele tinha? Eu o segui.



–Hey! Perguntei o que houve com você. Por que está assim? – eu falei segurando seu braço assim que o alcancei, ele estava nos pés da escada.



–Eu já respondi! – ele falou me encarando furioso e se livrando de minha mão eu finalmente percebi, ele não só estava pirando e mal humorado como também havia chorado e muito.



–Damon, pelo amor de Deus... O que aconteceu com você meu irmão?



–Você não têm uma festa pra ir? – ele me encarou e então me deu as costas. Que se dane a festa. Se ele estava com problemas óbvio que eu ia ajudar, ele não fez sempre isso por mim?



–Não faz isso... sabe que pode contar comigo sempre, me fala! - eu dei alguns passos o seguindo escada acima.



–Não estou precisando de nada que você possa me dar. A menos é claro que você agora entenda de medicina, eu achei que só havia um médico na família. – ele estava muito irritado o que só me fazia pensar que era grave o que o afligia e isso me inquietava ainda mais. Eu conhecia bem o meu irmão, eu sabia que ele não iria abrir a guarda pra eu saber o que era, talvez depois, com mais calma. Eu cedi.



–Certo então, quando quiser falar estou aqui e você sabe. – ele assentiu indo em direção ao quarto dele sem virar para me encarar.



Eu não via o Damon assim desde que a Katherine morreu, levando junto meu sobrinho, ele estava realmente tão ou mais perturbado que na época. Eu tremi com isso, ele não estava bem, eu respeitaria o tempo dele, mas eu iria agilizar as coisas. Eu sabia o que eu tinha que fazer agora, eu estaria fora de casa a noite toda e Damon não podia ficar sozinho assim, mesmo que depois ele me odiasse eu tomei uma decisão, eu precisava de ajuda com ele, ele precisava de ajuda. Peguei meu celular e disquei o número da única pessoa que eu julguei que poderia fazer mais por ele do que eu conseguiria.



–Alô!



–Elena?!



...



Eu desabei na minha cama. Eu estava com muito medo, medo do que viria daqui pra frente, tudo era muito horrível. O medo se juntou com a raiva, isso não era justo, logo agora, eu tinha tantos planos, eu tinha Elena. Que droga! Porque comigo isso? Eu não estava pensando, estava me afundando. Já tinha sido um estúpido com meu irmão e foi algo tão involuntário. Eu não conseguia me imaginar falando o que eu mesmo não conseguia aceitar. Eu estava me matando, eu me sentia quebrando por dentro, ficando oco, minha respiração fugia de mim, o sangue que bombeava em minhas veias era ácido. Tudo estava doendo, até meus pensamentos faziam minha cabeça girar com a dor que me causavam, eu conseguia imaginar tudo e não conseguia prever nada, eu estava perdido.



*LMA – Leucemia mieloide aguda.


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Notas finais do capítulo

Se vocês não quierem me matar posto mais mais tarde... Está sendo difícil descrever estes moenttos e o próximo então... Enfim, não me deixem no escuro e opinem. Beijos!