Doce Amargo escrita por WaalPomps


Capítulo 8
Cap. 7 – Novas realidades


Notas iniciais do capítulo

Heeeello people
Emocionante o ultimo cap né? A vida é cheia de surpresas...
Nesse capítulo, teremos mais algumas. Até lá embaixo...



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E novamente o tempo passou e logo o outono virou inverno com seus dias curtos e frios e o chão cheio de neve.

_ Vaaaai mãe, por favor! – implorava Peter, enquanto a irmã ria.

_ Não Pete, já disse que hoje não vamos ao Rockfeller Center esquiar. – sentenciou Quinn, entregando as canecas dos filhos – Está quase 2°C meu bem, é frio demais.

_ Você só quer ficar em casa pra ficar enfurnada no escritório com a Beth. – reclamou o menino e a mãe suspirou.

_ Vamos fazer assim: tia Rachel e tio Finn chegam amanhã com as crianças. Assim que eles desfizerem as malas, levamos vocês cinco patinar, não importa a temperatura. Que tal? – propôs ela. O garoto pareceu animado e ela agradeceu internamente. A previsão do dia seguinte era temperatura mais alta, ou seja, menos chance deles adoecerem.

_ O Nathan vai ficar aqui em casa mesmo? – perguntou Belle corando instantaneamente.

_ Isabelle ta afim do Nathan, lerô lerô lerô. – cantarolou Peter, recebendo um olhar assassino da mais velha.

_ E você ta afim da Ann. – disse travessa.

_ Mentira! – o garoto estava vermelho como um pimentão.

_ Parou os dois. – mandou a mãe rindo – Peter é muito novo pra isso, não seja como seu pai. E você meu bem, Nate é um bom garoto. Se vocês algum dia quiserem ficar juntos, tem meu apoio total.

_ MAMÃE! – a menina enrubesceu mais ainda, fazendo o irmão voltar a rir.

Mais tarde no escritório, Quinn e Beth reviravam a internet.

_ Nada, de novo. – frustrou-se a jovem – Shelly Danten não existe em lugar algum, além de em minhas memórias e em Gosberton, porque no resto do mundo, nada.

_ Se acalme Srta. Ansiosa. – riu Quinn fechando o computador – Vamos ao plano B: nos focar unicamente em lembranças. Ian já tinha um pouco de mais de cinco anos quando você foi morar com eles não? Será que ele não lembra de nada?

_ Ian não sabe que eu sou adotada. – admitiu Beth envergonhada.

_ Como não? – exasperou-se Quinn – Vocês estão juntos há o que? Uns oito anos? E ele não sabe disso?

_ Eu só descobri aos dez... – contou Beth – Um dia perguntei pra minha mãe porque não havia fotos minhas quando bebê pela casa, assim como haviam de Ian e dos gêmeos. Ela disse que não tinha essas fotos, pois me adotou em um orfanato aos três anos. Ela disse que meus pais me largaram lá e ela era voluntária. Ela se apegou a mim e me adotou. Mas acho que isso não é verdade.

_ E Ian não desconfia? – questionou Quinn.

_ Creio que não... Mamãe sempre disse a todos que eu era a cara de meu pai. Eu mesma acreditava nisso. E Ian nunca foi muito reparador sabe?

_ Nesse caso, acho que é um bom momento para se abrir o jogo com ele. – disse Quinn – Se tem alguém pode ajudar, é ele. Alguma lembrança, por menor que seja, pode ser o suficiente para guiar-nos até seus pais.

_ Depois das festas. – prometeu Beth – Não quero começar o ano com brigas.

_ Melhor mesmo. – aconselhou Quinn – E o Natal, vão passar aqui não?

_ Claro que sim. – confirmou a menina sorrindo – Ian está louco da vida atrás do presente das crianças. Há anos não temos com quem passar as festas. Éramos sempre nós dois e o vovô.

A mais velha sorriu ternamente, abraçando as costas da jovem.

_ Agora vocês tem uma família com quem passar. Porque somos todos, uma grande família. Meio desajustados, complicados e estranhos, mas somos uma família.

_ Quinn, faz dias que eu quero te perguntar... – disse a jovem, algum tempo depois – Você não fazia artes cênicas? Como virou jornalista?

~*~

Era seu primeiro dia de aula. A manhã estava fresca para verão, mas acreditava ser também pelo fato de estar nua. Ouviu seu celular mas não tinha a menor vontade de atender, então deixou a cargo da secretária.

“Hei, aqui é a Q. Já sabe o que fazer então biiiip”

“Oi meu bem, é a mamãe. Só queria lhe desejar boa sorte nesse primeiro dia e dizer que estou com saudades. Ruth pediu para mandar um grande beijo ao Noah, já que não os vemos desde que foram para NY passar uma semana com Beth. Estamos pensando em ir para ai no fim de semana, o que acha? Me ligue. Um beijo.”

Sorriu contra o travesseiro, abrindo os olhos preguiçosamente. O pequeno apartamento que morava agora tinha uma banheiro completo, cozinha, uma pequena sala, um quarto e um ‘escritório’, que seria adaptado como quarto de Beth quando fosse visitá-los.

A sua volta, enfeitando paredes e estantes, inúmeras fotos, grande parte delas das últimas semanas. Sorriu para a na cabeceira de sua cama. Ela e Puck abraçados, com seu pequeno anjo loiro entre eles. Elizabeth. Sua Beth.

_ Boooom dia universitária! – cantarolou o namorado entrando no quarto com a bandeja de café da manhã.

_ Desse jeito acostumo mal. – riu a loira, sentando-se. O rapaz sentou a frente dela, só de cueca e deu-lhe um selinho.

_ Pode acostumar que, se depender de mim, vai receber muitos cafés da manhã na cama. – respondeu ele, enquanto comiam.

Uma hora mais tarde, ela cruzava os portões de Yale com um sorriso no rosto. Estava tranquila e confiante. Até a primeira aula. Ou a segunda. Ou todas as outras do dia. Perto da hora do almoço se perguntava: que diabos eu faço aqui?

_ Hei Q, como vai o primeiro dia? – perguntou Rachel, assim que a amiga ligou.                                  

_ Uma bosta, no melhor termo que eu encontro. – suspirou a loira – Rach, isso não tem nada a ver comigo!

_ Calma Q, é só o primeiro dia. – se espantou a outra – Você vai ver que logo você se ajeita.

Mas não foi assim. Passou-se a primeira semana. Passou-se o primeiro mês. E nada. A cada dia, Quinn ficava menos a vontade. Até que um dia, sentada nos jardins da faculdade, se deparou com uma jovem escrevendo. A moça tinha cabelos negros compridos e franjinha, olhos sorridentes e parecia estar numa paz.

_ É bom ver alguém fazer o que gosta. – comentou a loira e a menina a olhou, sorrindo.

_ Primeiro semestre difícil? – perguntou e Q confirmou.

_ Você nem imagina quanto. – resmungou e a outra riu.

_ Caroline.

_ Quinn. Então Caroline, o que você está fazendo?

_ Uma matéria para a aula de jornalismo informativo. – suspirou a morena – Na teoria, lead, pirâmide invertida, linha fina e tudo o mais que uma matéria precisa são fáceis. Agora na prática, ai o bicho pega.

_ Qual é a situação? - perguntou a loira e Caroline lhe entregou a proposta. Logo, estavam sentadas juntas, conversando e montando todos os itens com base no que a morena explicava – Viu, foi divertido.

_ Você é boa nisso Quinn, realmente é. – ressaltou a jovem, recolhendo seus materiais – Deveria analisar uma troca de curso se o atual não lhe agrada.

Naquele dia a noite, quando chegou ao apartamento, Puck estava na sala lendo Jogos Vorazes, absorto demais, até que ela sentou-se em seu  colo.

_ Você fica tão sexy lendo. – sussurrou ela, beijando-o.

_ Sou sexy de qualquer maneira. Até de vestido. – comentou ele e ela gargalhou.

_ Não posso concordar totalmente com isso, mas enfim... Mudei meu curso!

_ Como? – perguntou ele surpreso e ela sorriu confirmando. Logo, ela já havia narrado todo seu dia.

_ Acabei de sair da administração. A partir de amanhã, estou oficialmente cursando jornalismo, com opção na parte investigativa. – comemorou ela e ele riu.

_ Minha fofoqueirinha.

_ Hei, isso ofende tá? – perguntou fazendo bico e fingindo-se de brava. Ele apenas riu, e beijou-a.

~*~

Ela adorava Natais, sempre adorara desde pequena. O cheiro do pinheiro, o sabor das comidas, o cheiro de biscoitos. De fato, Elizabeth amava o Natal.

A casa escandalosamente grande de Quinn e Puck estava consideravelmente cheia. Ambas as mães estavam ali com seus maridos. Sara, irmãzinha de Noah, estava sem o marido, que viajava a trabalho, mas a filha de três anos e a grande barriga de seis meses a acompanhavam.

Além deles, estavam Brittany e Santana com os dois filhos e seus pais. Kurt e Blaine também estavam com os filhos. O pai de Kurt e a esposa, mãe de Finn, estavam sentados no centro da sala, com as crianças a volta, contando divertidos contos de Natal. O próprio Finn estava ali, com a esposa e as três crianças. A esposa, Rachel, parecia estremamente familiar a Beth, de uma maneira estranha.

Ian parecia alegrissimo com tanta gente e estava numa animada conversa com Santana, sr. Lopez, o marido de Ruth e Blaine. Enquanto isso, Beth se mantinha na sala, ouvindo uma história sobre um boneco de neve gigante e uma arvore trapalhona.

_ Burt é sempre um palhaço. – comentou Noah, sentando ao lado dela – Biscoitos?

_ Aceito. – respondeu pegando um Papai Noel de polvilho – Ian está parecendo uma criança, de tão feliz.

_ Não tá sendo fácil, depois que os pais de vocês morreram né? – perguntou Noah e ela negou.

_ Ian nunca superou a perda dos pais, muito menos dos irmãos... Eles eram da idade da Drizzle quando morreram. – comentou ela, enquanto olhavam a loirinha no colo da avó paterna.

_ Nunca é fácil, nem justo. – comentou Puck, suspirando resignado – Bom, logo o jantar vai ser servido. Precisa de algo?

_ Não, vou ver se querem minha ajuda na cozinha. – respondeu a menina sorrindo, indo para a cozinha, enquanto Puck ia para junto das crianças afastar Belle e Nathan. Eles estavam perto demais pro gosto do homem.

_ Beth, ainda bem que você chegou! – comemorou Britt – Leva os pratos para a Rachel, por favor?

_ Claro. – apressou-se a jovem, apanhando a grande pilha. Enquanto atravessava o curto corredor, ouviu um som que há anos não ouvia.

Don’t tell me not to fly, I simple got to…”

Aquela música… Sua mãe cantava para ela dormir quando era pequena. E era aquela mesma voz...

No susto, se desequilibrou, e um dos pratos caiu no chão. Logo, Quinn e Rachel vieram de direções opostas.

_ Ai meu Deus, me desculpa. – envergonhou-se a jovem, enquanto Rachel a ajudava com a pilha.

_ Tudo bem, tenho outros. – tranquilizou-a Quinn sorrindo – Agora vão arrumando a mesa, que logo levo outro pra substituir.

~*~

_ Mamãe... - choramingou a pequena loirinha, abraçada a seu ursinho e com o rosto sob as cobertas. A porta se abriu pouco depois, e Shelly adentrou sonolenta.

_ O que foi Elizabeth? - suspirou a mulher, sentando-se ao pé da cama.

_ Pesadelo. - sussurrou a pequena e a mãe coçou os olhos.

_ Então eu vou cantar para você dormir, pode ser? - a menina confirmou e a mãe deu a volta na cama, deitando-se junto dela e a abraçando - Que tal... Don’t Rain on My Parade?

_ Pode ser... - concordou a pequena sem animo. Não partilhava do amor da mãe pelos musicais, preferia cultura pop no quesito musical e filmes de grandes sagas literárias.

A mãe começou a cantar baixinho do ouvido dela e logo, estava adormecida.

_ Boa noite pequena Rachel... - sussurrou a mãe, antes de se levantar.

~*~

As crianças estavam no andar de cima. Belle, Nathan e Carol reclamaram de ter que participar da brincadeira do Papai Noel, mas os pais foram firmes e eles aceitaram: tudo pelas crianças.

Burt calçou grandes botas e fez as pegadas do bom velhinho, enquanto Finn comia os biscoitos e as mulheres foravam a arvore com os presentes.

_ É a tradição do Papai Noel. - explicou Kurt à Beth e Ian - Perto da meia noite as crianças sobem para esperar os presentes. Quando dá o horário, tocamos o sininho do “Papai Noel” e eles vem pegar os presentes.

Brittany estava com eles, já que Logan tinha apenas dois meses e meio. Ela impediria que algum deles espionasse, e os mais velhos ajudariam. Depois da 12ª badalada do relógio, Puck tocou o sino e rapidamente o escondeu, pois logo depois, as crianças se atiravam escada abaixo.

_ Hey, hey, hey... Calma mi nina! - cantarolou Santana apanhando Nicole, que gargalhou. Peter, Drizzle e Nate estavam sobre os presentes, lendo as etiquetas apressadamente. Blaine levava a pequena Ann até seus presentes. Os três mais velhos se fizeram de difíceis, mas logo estavam sobre os embrulhos, rasgando os papeis avidamente.

_ UMA CASA DE BARBIES! - gritou Drizzle - OBRIGADO PAPAI NOEL!

_ MANEIRO! UM MINI JIPE! - comemorou Peter e Quinn lançou um olhar fuzilante ao marido. Nunca mais deixaria que ele comprasse os presentes.

Logo, todos trocavam presentes e a sala parecia um pandemônio, com papeis para todos os lados e gritos de alegria. Quinn puxou o marido pela mão escada acima e entrou no quarto. Ele deu um sorriso safado, enquanto ela revirava o criado-mudo.

_ Minha loira, ta bom que eu quero muito comemorar com você, mas a casa ainda ta bem cheia e movimentada. - comentou ele se aproximando. Ela virou-se para ele, um sorriso emocionado no rosto e lhe estendeu uma caixa branca.

Ele a olhou confuso, medindo a caixa e chacoalhando-a. Ela apenas sinalizou que ele a abrisse. Ele soltou o laço de fita e retirou a tampa, chocando-se. Ali dentro, envolto em cetim, havia um par de sapatinhos de crochê branco.

_ Você ta falando sério? - sussurrou ele, as lágrimas escorrendo pelos dois lados do rosto. Ela confirmou, também chorando e pegou a mão dele, colocando sobre o ventre ainda liso.

_ Ele ou ela vai estar aqui com a gente, daqui a sete meses. - confirmou ela e ele se abaixou, beijando a barriga dele inúmeras vezes, antes de se levantar e beijá-la.

_ Eu te amo Quinnie.

_ Eu te amo Puck.

_ A gente tem que contar a novidade. - disse ele, puxando-a pela mão. Quando chegaram ao topo da escada, ele gritou - AE GALERA! - todos os presentes os olharam intrigados - VEM MAIS UM FILHOTINHO DE PUCKSSAURO POR AI!

_ A Q ta grávida? - perguntou Finn e ambos concordaram - AE SIM HEIN PUCKERMAN!

Os primeiros que alcançaram o casal e os abraçaram foram os dois filhos. Eles se atiraram sobre a mãe, sendo envolvidos pelo pai, e Quinn se pôs a chorar novamente.

_ Espero que seja um menino... - disse Peter - Já pensou mais uma mulher de TPM nessa casa papai?

_ Mais pra frente a gente pensa nisso campeão. - respondeu o pai - Por hora, vamos apenas celebrar a chegada do bebê, está bem?

_ Vamos sair da bolha de felicidade família P? - irritou-se Santana - Todos queremos parabenizar os papais.

Os quatro desceram rindo e o casal recebeu os cumprimentos dos amigos. Apenas uma pessoa parecia alheia ao que acontecia. Elizabeth encarava Rachel e forçava seu cérebro.

“Boa noite pequena Rachel...”


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Notas finais do capítulo

Então gente, to na última semana da facul, então sem tempo pra escrever. Provável que só poste sexta de novo :s Mas comentem o que acharam ok? Beijinhos ;@