Speechless escrita por Paulinha Almeida


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Enjoy



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POV Gina

Segundos depois o clique da porta se abrindo e o Rony mais barulhento que eu já vi se manifestou ao encontrar o até então tímido irmão da minha melhor amiga. Eu continuei na cozinha escutando aquele típico cumprimento de homens que não varia muito do “e ai, cara!” e do “você continua feio pra caralho” (foi Harry quem disse isso), seguido da resposta de Ron: “e sua irmã continua gostosa”. Eles riram mais um pouco e eu ouvi a pergunta que fez meu coração disparar:

—Cadê sua irmãzinha? - Harry perguntou sarcástico.

Depois disso eu só ouvi a risada de Hermione, seguido do já conhecido “oi amor”. Fiquei mais um tempo encostada no balcão, respirei fundo, tirei a pipoca de dentro do microondas e despejei em uma vasilha grande, entrei na sala anunciando minha presença.

—Oi Mi - Ela riu pra mim. - Oi Harry.

—Oi Gina. - Ele respondeu sorrindo e eu sorri de volta. - Acho que essa parte é sua.

Reparei com os olhos brilhando a sacola que ele trazia nas mãos, e que estava cheia de coisas.

—OMG, meus perfumes! - A peguei rapidamente e todos riram. - Obrigada. - Falei já indo até meu quarto guardá-los.

Quando voltei para a sala vi Hermione sentada onde eu estava até então, junto com Rony, e só me sobrou o sofá de dois lugares onde Harry estava sentado nesse momento e aparentemente muito confortável. Entreguei a pipoca para Ron, que não me agradeceu, e me sentei ao lado daquele homem lindo que neste momento estava enfeitando a minha sala.

—Meu, sua casa não mudou nada. - Ele disse olhando todos os cantos. - O que essas duas mulheres fazem aqui que não mudam sua decoração?

Ron riu antes de responder.

—Gina não faz nada, só enche o saco, e Hermione tem coisas mais interessantes pra fazer do que decorar meu apartamento.

Todos nós rimos e eles continuaram a conversar, eu não participei muito, estava estranhamente quieta hoje, só ria de vez em quando. Por mais estranho que seja eu não estava pensando em nada, só estava curtindo o momento. Quando era quase nove da noite pedimos pizza e comemos na sala mesmo, do jeito que estávamos: Rony e Hermione no sofá maior, ele sentado e ela entre suas pernas, Harry sentado em uma poltrona do sofá menor e eu ao seu lado com os pés em cima do assento.

Já se passava da meia noite quando Harry e Hermione decidiram que iriam dormir aqui mesmo, estava tarde para irem para casa. Óbvio que isso contou com um pouco da insistência de Rony, alegando que ele e Mione mal se viram essa semana. Já era mais de duas da manhã quando fomos nos deitar, eu em meu quarto, Ron e Mione no quarto dele e Harry disse que dormiria na sala mesmo, apenas pediu um short emprestado ao meu irmão.

Escovei os dentes, fui para o meu quarto, coloquei meu pijama de sempre e me deitei. Não demorei a dormir e estranhamente eu estava me sentido feliz. O último pensamento que tive antes de adormecer foi: “Gina, você nem o conhece!”

POV Hermione

Deixei Gina em casa e alguns minutos depois já estava entrando em meu apartamento. Estacionei o carro e subi, assim que entrei encontrei Harry só com uma calça jeans e sem camisa, ainda com o cabelo molhado e descalço.

—Mas não aprende nunca mesmo, não é? Está frio, Harry, você vai ficar doente. - Disse me sentando no sofá ao seu lado e já colocando meus pés em cima de suas pernas.

—Já eu me visto, Mi, você sabe que eu gosto de ficar assim. - Falou já começando a massagear meus pés, ele sabe que eu sempre gostei disso.

—Você está mais magro. - Eu disse e ele riu. - Não andou se alimentando bem lá, não é?

—Mione, eu engordei, você que desacostumou a me ver. - Ele respondeu calmamente.

—Claro, você não veio mais me ver. - Falei fazendo manha.

—Não deu, Mi. - Falou olhando suas mãos em meus pés. - E se eu viesse acho que não teria coragem de voltar, eu tinha que terminar meu curso.

—Eu sei, entendo você.

—E no trabalho, como está? - Me perguntou.

—Tudo bem, como sempre. - Respondi relaxando no sofá. - Lá não tem muitas emoções, eu sou boa no que faço e pronto, isso que importa pra eles.

—Minha irmã nerd de sempre. - Ele disse rindo e pareceu se lembrar de algo. - Aliás, por que você me apresentou como o nerd para a irmã do Rony?

Eu gargalhei ao me lembrar.

—Porque desde que eu falei que você ia voltar ela estava morrendo de ciúmes, porque antes eu e Ron dávamos total atenção a ela e agora tem você. - Me mexi um pouco para me arrumar no sofá. - E quando eu disse que você era economista e estava fazendo pós em finanças internacionais ela disse que você devia ser um nerd, com uns óculos enormes e remelento, não quis quebrar a expectativa dela.

Nós dois rimos.

—Fala a verdade, ela babou um pouco no seu irmãozinho aqui, não babou? - Me perguntou presunçoso.

—Descubra você mesmo, gatinho. - Eu pisquei pra ele. - Mas você está todo assanhadinho para o lado dela, não está?

Ele riu antes de responder.

—Aaah, vai me dizer que ela não é gostosa? - Me perguntou sorrindo.

—Ela não é só isso, Harry, ela é uma pessoa incrível também. Apesar de ser nova ainda é super madura, sabe o que quer, mas tem aquele jeito peculiar de ser.

—Quantos anos ela tem?

—Dezenove, vai fazer vinte em breve.

—E que jeito peculiar?

—Extremamente tagarela e desastrada. - Nós dois rimos.

—Ela é muito bonita, muito mesmo. - Ele me falou pensativo. - Deve ter muito cara atrás dela, não tem?

—Você não imagina o quanto. - Respondi exagerando um pouco. - Rony não pode ouvir falar de um tal de Dino Tomaz.

—Ele continua ciumento? - Falou rindo. - Lembro que ele me falava de vez em quanto que a irmãzinha dele isso, a irmãzinha aquilo. Eu sinceramente achei que fosse uma criança e não... não aquilo tudo.

Nós rimos.

—Sim, continua ciumento, mas já melhorou bastante. - Falei me mexendo de novo, chegando mais perto dele e deitando minha cabeça em seu ombro. - Mas me fala de você agora, como era aquela tal de Cho?

—Ela era especial, Mi. Pelo menos foi há um tempo.

—Como assim? - Perguntei mais interessada.

—Você sabe, eu sempre te falava. - Ele disse suspirando. - Eu era louco por ela, mas eu acho que ela não merecia tudo que eu oferecia, entende?

—Entendo. E ninguém agüenta um relacionamento assim. Mas por que vocês terminaram?

—Quando eu decidi vir embora a chamei para vir comigo, ela não quis, disse que preferia ficar lá sozinha. Ela é estilista e fala que aqui não tem espaço pra ela crescer, que eu só estava pensando em mim, essas coisas.

—E você achou melhor vir embora mesmo sozinho?

—E continuo achando! - Falou rapidamente. - Fazia uns dias já que estávamos mais afastados, não nos víamos com tanta freqüência, o sexo já não era mais aquelas coisas e eu estava com saudade de casa, com saudade de você. Então terminei de vez e falei que estava vindo e pronto, ela nem questionou, não falou nada, só tchau.

—E agora você está triste? - Perguntei fazendo carinho em uma de suas mãos.

—Não triste, estou me sentindo usado. - Nós dois rimos. - Eu passei mais de um ano com ela, Mione. Praticamente desde que cheguei lá ela estava comigo, é difícil esquecer logo de cara, né. Enquanto eu estava lá, na semana que passei sozinho foi mais difícil, aqui acho que será mais fácil. Não daríamos certo de qualquer forma, ela era muito centrada no mundo dela, nas coisas dela, eu não era o primeiro plano nunca. Isso não me incomodava até então, mas eu quero mais agora, entende? Vou fazer vinte e quatro anos, Mione, eu quero uma coisa mais fundamentada, digamos assim, mais certa.

—Entendo sim, e acho que você está certo.

—Se a sua cunhadinha quiser me ajudar... - Falou já rindo.

—Cachorro! - Dei um tapa no ombro dele. - Quer almoçar?

—Quero!

Me levantei puxando-o pela mão e me dirigi à cozinha. Ele ficou encostado em uma parede enquanto eu arrumava algo para comermos.

—Já viu seu quarto?

—Já, obrigado. Ficou ótimo.

—De nada, pode mudar o que quiser, caso não tenha gostado de algo. - Falei enquanto mexia em algumas panelas.

—Você não colocou nenhum super herói, já está ótimo para começar! - Nós dois rimos.

Conversamos a tarde toda sobre a vida dele nos EUA e sobre como havia sido a minha vida nesse tempo em Londres, contamos todas as novidades e por volta das cinco da tarde perguntei se ele queria ver o Rony hoje ou amanhã.

—Vamos hoje, to com saudade daquele filho da mãe também.

Nós rimos mais um pouco juntos, nos trocamos e saímos de casa. Eram quase seis da tarde quando entramos no prédio onde meu namorado e Gina moravam, o porteiro não me anunciava mais, então subimos. Resolvi não usar minha chave, já que minha cunhada tinha a péssima mania de nunca se vestir decentemente quando estava em casa. Segundos depois a porta se abriu e meu amor apareceu.

Os dois se cumprimentaram muito escandalosamente, e passada a fase de irritação mútua meu irmão descarado pergunta:

—Cadê sua irmãzinha? -Com uma piscadela para Ron.

Ron baixou a voz antes de responder:

—Minha irmãzinha está na cozinha fazendo pipoca - Informou e acrescentou - Irmão gostoso da Hermione! - Fez uma péssima imitação da voz dela.

Eu ri escandalosamente depois disso e entramos. Um tempo depois Gina voltou e ficamos conversando animadamente. Já era bem tarde, então aceitamos não ir para casa e dormir por aqui mesmo hoje. Assim que demos boa noite uns para os outros e Ron emprestou um short para que Harry dormisse no sofá, eu e meu namorado entramos em seu quarto e mal havíamos fechamos a porta quando ele me agarrou.

—Nossa, que namorada cheirosa essa minha. - Falou com o rosto enfiado em meu pescoço e me segurando fortemente pela cintura. - Estava com saudades, gostosa. - Falou descendo a mão e apertando minha bunda.

Eu gemi e ele mordeu meu lábio inferior.

—Tem que ficar quietinha hoje amor, a gente tem visita. - Falou rindo contra meus lábios.

—Então sem maltratar . - Respondi já levantando sua camiseta.

—Mas você gosta de ser maltratada, minha safada. - Falou enquanto me virava de costas para ele, colando seu corpo em mim e baixando as mãos para os botões da minha calça jeans, abrindo-os.

—Mas eu não vou conseguir ficar quietinha assim. - Respondi me esfregando nele.

—Consegue sim, bebe. - Disse me virando para ele e já me arrastando para sua cama.

É sempre difícil não fazer barulho quando Ron está dentro de mim, mas ele sempre dava um jeito de me calar com seus beijos. Nossa noite foi intensa, como sempre era quando eu estava com ele.

Dormimos como todas as vezes: sem roupa, embolados um no outro e cobertos com um edredom grosso que ele tinha há anos e havia trazido da casa de seus pais.


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Notas finais do capítulo

Mais um!
E eu só tenho a agradecer pelos reviews incentivadores!
Espero que goste.
Beijinhos.