Subi e fui logo pro banheiro. Liguei o chuveiro, e o vapor da água me sufocava, entrei embaixo daquela água morna, tava tão boa aquela sensação, por um momento parecia que meu desejo era ficar em baixo daquela água caindo pelo meu corpo todo, eternamente. Mas por outro, eu estava contando os segundos pra irmos pro Hotel Fazenda, como eu disse, lá era meu mundo.

Aquele momento embaixo do chuveiro, com os olhos fechados, ouvindo o barulho da água cair no chão, só me lembrava a cena do corredor hoje de manhã. Abri os olhos, peguei o shampoo e fiquei massageando meu cabelo por alguns minutos, em seguida enxaguei o shampoo, e passei o condicionador. Fiz o mesmo, e em seguida enxaguei, passei o sabonete pelo corpo e logo em seguida enxaguei. Desliguei o chuveiro, peguei a toalha e comecei a me secar. Aquele vapor me sufocava, tentei me secar o mais rápido possível pra sair daquele lugar.

Abri a porta do banheiro e sai de lá. Fui pro quarto por uma roupa, mal entrei no quarto e ouvi o barulho do chuveiro do quarto dos meus pais, ligado. Acho que era minha mãe. Fechei a porta do quarto, coloquei minha calça jeans, uma camiseta branca, uma blusa xadrez de manga comprida, por que sei que quando chegarmos lá, vai estar escuro, então pra prevenir o frio, e coloquei minha bota. Penteei meu cabelo, e guardei a escova na mala. Logo em seguida ouvi alguém subindo a escada, abri a porta, era meu pai, sempre lindo com aquela roupa de cheff de cozinha, awn. “Ooooi paai” eu disse, “oiii filhotaa, ta pronta?”, eu disse sorrindo “claro né papito” ele sorriu e disse “Como ta linda, parece que vai pra uma festa” eu ri e disse “ai pai, para né” ele riu, e disse “vou tomar um banho amorzinho, a Rosário já esta pronta?” eu disse “ta sim, ela vai ficar no mesmo quarto que eu certo?” ele disse “eu ia deixar ela com um só pra ela, mas se você quer assim” eu disse “capaz, deixa ela no meu, aliás eu vou mostrar o lugar pra ela né” ele sorriu e disse “certo” me deu um beijo na testa e foi pro quarto. Assim que ele abriu a porta do quarto, o chuveiro desligou.

Terminei de escovar meu cabelo, levei a escova até a mala, coloquei-a la dentro e fechei o ziper, olhei pra ver se não estava esquecendo nada e pensei, “carregador, pc, celular, aaaah o fone de ouvido” corri até a escrivaninha, peguei o fone de ouvido, e conectei no celular já. Deixei meu iphone carregando a tarde toda, porque sabia que iria ir o caminho todo ouvindo músicas. Peguei minha mala, fechei a janela do quarto, tranquei tudo la em cima, e desci. Deixei a mala la na sala, ao lado do sofá, onde estavam as coisas dos meus pais e da Rosário. Olhei no celular, era exatamente 15:45.

Fui até a cozinha, peguei uma maça, sentei no sofá, liguei a TV no canal do Bob Esponja, e fiquei esperando meus pais descerem. Minha mãe desceu, toda linda e perfumada, tava vestindo um casaco de couro branco lindo, um batom vermelho que destacava seus lábios, e a bolsa vermelha linda, que combinava com a cor do batom. Eu disse “WOW, onde você vai?” ela riu e disse “ta muito exagerado?” eu disse “capaz mãe, ta linda, mais do que já é” ela sorriu e disse “aw, você também ta muito linda!” eu sorri, logo em seguida meu pai desceu, estava todo cheiroso também, aquela colônia que ele usa, cara é incrível. Minha mãe usava botas marrom de salto, lindas. Combinamos.

Logo meu pai disse “vamos?” eu bem ansiosa “claaaaaaro”, minha mãe olhou pra mim e abriu aquele sorriso, logo em seguida a Rosário veio em direção da cozinha dizendo “estou pronta, já esta tudinho fechado, só a porta da frente que ta aberta”. Pegamos nossas malas, colocamos tudo no porta malas do carro, desliguei a TV, peguei meu celular com o fone, que estavam em cima do sofá, e subi no carro, meu pai fechou a porta da casa, e quando todos estavam no carro, saímos.

Capítulo 3 : Feriadão no Hotel Fazenda

Saímos de casa, fiquei a viajem toda ouvindo música no fone de ouvido, olhando pra fora da janela. Rosário foi dormindo o caminho inteiro, efeito remédio, porque se ela não toma remédio, ela fica enjoada. 2 horas depois, chegamos. Era em torno das 18:30, quando descarregamos todas as malas nos quartos, e fomos comer alguma coisa, eu tava morta de fome. Rosário ficou encantada com o lugar, eu fui lá pedir minha coxinha de frango, e tomar meu suco de maracujá, enquanto ela ficava vidrada nos garçons, eu ri.

Logo depois meu pai me encontrou, e me chamou pra ele me apresentar pro pessoal do restaurante. Eu quase nunca ia pro restaurante, e não conhecia quase ninguém de lá. Fui seguindo ele até o Hall de entrada, era um lugar bem decorado, mais machista, sei lá porque. Fomos chegando e eu disse “tem muita gente pai?” ele disse “é o pessoal do restaurante filha” eu “ta né”, fomos chegando perto e o pessoal já começou a falar “chegou o nosso cheff de cozinha, baaah” meu pai riu, e eu abaixei a cabeça quando vi aquele monte de homens reunidos lá. Abaixei a cabeça, respirei fundo e fui. “Vem filha”, chamou meu pai, cheguei ao lado dele, e falei “boa noite” eles retribuíram dizendo “bah, que menina bonita, vai dar trabalho pro pai essa eim” eu sorri, e meu pai disse “essa é a minha filha Milena, ela estuda no Lyceum, na mesma escola que seu filho né André?” André era o novo dono do restaurante, que eu nem conhecia. André sorriu e disse, sim sim, meu filho estuda no Lyceum também, ele deve estar no quarto deixando a mala lá, quando eu encontrar ele, eu te apresento, achoque vocês vão gostar de se conhecer” eu sorri meio falso, e disse “tudo bem”, meu pai disse “tem o filho do Arthur também né?” Arthur era um dos ajudantes na cozinha também, ele sorriu olhando pra mim e disse “Tem sim, ele deve estar deixando as malas no quarto também”, eu sorri e disse “Ta, só vai ter eu de menina? é isso mesmo?” eles riram alto e o Rodrigo disse “tem a minha filha, de 4 anos, ma garanto que você não vai querer brincar de boneca com ela” eu ri alto e disse “não, prefiro ser a única menina ainda, minha fase já passou” todos riram, e eu continuei a frase “bom, vou pra lá, té mais” e todos, tchau..

Fui me afastando, e percebi que eles estavam falando de mim ainda, voltei ao restaurante pra procurar a Rosário, mas não achei-a. Já devia ser umas 19:00. Fui no banheiro do restaurante mesmo, só pra ver como meu cabelo estava. Eu bem cara de pau, cheguei no banheiro, olhei no espelho, ajeitei meu cabelo, e sai andando. Pesei enquanto estava saindo, “e agora? o que eu faço?” na hora me veio na cabeça de ir lá fora, naquele lugar de sempre, deitar na grama, esquecer tudo e olhar pras estrelas “meu mundo”, mas pensei que tava muito cedo ainda, isso vou fazer só depois das 21:00! Fui até a estrebaria, ver se o Estrela (sim, era um macho, e eu dei o nome dele de estrela, por que eu amo as estrelas, e ele combina com estrela), estava bem, porque fazia um mês que eu não via ele, então. O Estrela era meu, meu pai tinha comprado ele, e deixou la no Hotel Fazenda, porque não tinha outro lugar pra deixa-lo. Fui caçando os nomes nas portinhas que tinha, quando li “Estrela”, fui chegando perto.

Cara, o Estrela tava lindo, o pelo dele tava todo brilhoso, quando ele me viu, sentiu que era eu ali, eu percebi que os olhos dele brilhava, entrei na portinha, fui chegando perto, falando com ele, passando a mão na crina dele. ele deu uma relinchada forte, confesso que fiquei com medo, mas eu sentia que perto dele eu estava protegida, fui passando a mão no pelo dele, ele estava bem “encorpado” nem tão magro, nem tão gordo, uma forma ideal pra um cavalo.

Parei de falar com ele, e ele parou de relinchar, peguei uma escova que estava ali no chão, e comecei a escovar o pelo dele. Quando me virei pra portinha, vi meu pai parado e dois meninos ao lado dele, O QUE? ERA O JOSÉ, COMO ASSIM O JOSÉ?, meu pai acabou com o silêncio dizendo “Quanto amor pelo estrela” eu ri, olhei pro Estrela e falei voltando olhar pro meu pai “você sabe como ele é importante pra mim”, ele riu e disse, enfim vim aqui pra te apresentar eles (e nisso apontos pros meninos). “Esses dois, são filhos de dois homens dos que eu te apresentei antes lembra?” fiz sinal com a cabeça, e ele não parou a frase continuando ao mesmo tom de voz “o José, que é filho do André, lembra?” Eu sorri e disse “sim, o novo dono do restaurante!” ele sorriu e disse “grava fácil as coisas eim” eu olhei pro José rapidamente, e pro outro menino, que eu ainda não sabia o nome, e voltei o olhar fixo pro meu pai, que continuou falando “e ele” apontou pro outro garoto, “é o Tiago, o filho do Arthur, lembra?” eu disse sorrindo “lembro sim, ele queria que eu brincasse de boneca com a filha de 4 anos, dele certo?” José e Tiago riram alto, “tirando uma comigo” e meu pai riu alto também, falando em seguida “sim, sim, esse mesmo. José e Tiago, essa é minha filha Milena, ela estuda no Lyceum também, não sei se vocês se conhecem, vou deixar vocês conversarem e vou lá com o pai de vocês” Tiago já desintimidado falou “tudo bem, acho que agente vai se dar bem” eu continuava olhar fixo pro meu pai, mas estava suando frio, meu pai disse “ok, mas nada de se assanhar pra cima da minha filha” eles riram alto novamente, eu abaixei a cabeça, olhei pro chão, e ri silenciosamente, e falei voltando olhar pro meu pai “paaaaaaai, menos né?” ele riu e disse “fui” eu disse logo em seguida ”qualquer coisa liga”.

Eu fiquei ali parada, parecia que eu tava pasmada, e os dois ficaram me olhando. José quebrou o silêncio falando “então é Milena o nome da menina que eu esbarrei hoje no corredor, hm” eu olhei pro chão novamente, estava suando mais frio, e com vergonha, continuava em silêncio, não tive coragem de falar nada. Tiago deu de ombros e falou “Hm, ja estão nos pega vocês?” José riu e disse “cara, eu só esbarrei nela sem querer no corredor hoje, lá no colégio” quebrei o meu silêncio falando “nada mais que um descuido”, continuei a frase rapidamente olhando pro Estrela, “e vocês vão ficar aí me olhando?”, Tiago levou a mal falando “vamos embora José, ela está nos expulsando” eu olhei fixamente pro Tiago e disse “não é isso, nada ver, é que não é legal dois meninos ficarem te olhando entende?” Tiago deu de ombros e disse “pow, que sem graça, vamos fazer alguma coisa?” José disse logo em seguida “alguma coisa tipo?”, eu continuava calada, os dois me olharam com cara de “alguma idéia?”, na hora o Estrela deu uma relinchada não tão alta, mas doeu o ouvido, e eu disse “calma, calma, eu não vou ir embora” ele parou, e eu fiquei acariciando a crina dele.

Larguei aquela escova no chão, vi se o Estrela tinha água e comida, tudo certo, ele tinha. Tinha uma pia ali dentro mesmo, e eu lavei as mãos, sequei em uma toalha meio suja que tinha ao lado, e os dois continuavam me observando. Olhai pro relógio, era 20:00, quando falei “poxa, eu disse, eu fico sem graça quando ficam me olhando, poxa” Tiago ficou me zuando “poxa, poxa, eu fico muito sem graça viu José, poxa” eu olhei brava pra ele, e o José riu alto. Eu disse “isso não teve graça”. Meu celular começou a tocar, era minha mãe, atendi “alô, mãe?” “Ooi filha, vem aqui no restaurante, o pessoal do trabalho do seu pai, e a galera, estão tudo aqui, pedimos pizza, venha jantar, chama os meninos também” ela disse, logo em seguida eu respondi “ok, já estamos indo”, desliguei o celular, e em seguida disse “estão nos esperando pra jantar. Tiago falou “aff, eu nem to com fome”, e José emendou a frase dizendo “cala boca, eu to morto de fome”, eu disse “eu também to com fome, eu fui comer quando cheguei, mas meu pai não deixou”, fui saindo pela portinha e disse “vamos” e eles vieram.