You Are Not Alone escrita por Debby Poynter Malik
Quando chegámos ao colégio, era enorme, e pude logo ver um monte de freiras e de alunas todas vestidas com uma farda ridícula.
Saímos do carro e fomos lá para dentro.
- Bom dia, gostaria de falar com a Irmã Jade. – pediu o meu pai a uma das irmãs .
- Bom dia, o senhor é o Josh Rebocho? – perguntou a irmã.
- Sou sim, e estas são a minha esposa Alice e a minha filha Débora.
- Muito prazer, sou a Irmã Catarina. A irmã Jade está no gabinete dela À vossa espera, façam o favor de me acompanhar. Fomos até ao gabinete.
- Entre. – disse a irmã Jade quando ouviu bater à porta do seu gabinete.
- Irmã, é o senhor Josh Rebocho. – disse Irmã Catarina assim que entrámos.
- Ah sim, estava mesmo à sua espera. Pode ir irmã Catarina. – disse ela – então, esta é a nossa nova aluna? – perguntou olhando para mim.
- É sim, chama-se Débora e tem 14 anos. – disse o meu pai.
- Muito bem Débora, vou chamar uma rapariga que será a tua companheira de quarto, e que te mostrará os cantos da casa. – disse, e depois pegou no telefone e mandou chamar a tal rapariga.
- Ok. – respondi.
- Posso entrar? – perguntou a rapariga do lado de fora.
- Podes sim, entra minha querida. – disse a irmã para ela – Bem, Débora, esta é a Jennifer, mais conhecida por Jenny, e é a tua companheira de quarto. Jenny, é a Debora, a tua nova colega.
- Bom dia, Muito prazer. – disse ela estendo-me a mão para que eu a aperta-se.
- Bom dia. – respondi, e para não parecer antipática apertei-lhe a mão.
- Jenny, fazes o favor de acompanhar a Débora até ao vosso quarto para por as suas coisas e depois mostrar-lhe o colégio? – perguntou a irmã.
- Claro que sim. – respondeu ela. Saímos as duas, enquanto os meus pais ficaram no gabinete da irmã Jade a tratar de alguns assuntos.
Depois, a Jenny levou-me até ao quarto para eu poder colocar lá as minhas coisas, e depois como tinha prometido à irmã, levara-me a ver o colégio.
- Bem, chegámos ao refeitório. Aqui é onde tomamos todas as refeições, excluindo os lanches, isso já é no bar que é mais ali adiante. – disse ela.
- Hum…interessante. – disse sem um mínimo interesse.
- Posso fazer-te uma pergunta, assim um pouco pessoal? – perguntou ela.
- Chuta ai.
- Porque é que estás aqui? Ou seja, o que eu quero dizer é se vieste por vontade próprio ou se obrigada.
- Ah…não sei quem é que no seu perfeito juízo viria para aqui por vontade própria.
- Eu…mas pela tua resposta, já vi que vieste obrigada.
- Pois…- vieram-me as lágrimas aos olhos.
- É assim tão mau para ti estares aqui?
- Nem imaginas…
- Não precisas de falar, se não quiseres.
- Não, acho que me vai fazer bem desabafar, e vou ficar aliviada com certeza.
- Hum…ok.
- Afastaram-me das pessoas que eu mais amo, aliás, uma das pessoas que eu mais amo afastou-me dessas outras pessoas. Eu não percebo como é que ele foi capaz de me fazer isto, a sério que não… Não só destruiu o meu maior sonho, como destruiu a minha vida, o meu presente, o meu futuro…agora penso que mais valia não ter pai.
- Ai, não digas isso, que Deus castiga-te…
- Ah, já percebi porque estás aqui.
- Pois. E eu já percebi que foi o teu pai quem te pôs aqui. Mas, o que tu fizeste foi assim tão grave?
- Não, aliás, eu estava apenas a tentar ser feliz, mas ele chega e dá nisto.
- Não estou a perceber.
- Eu explico… - disse e contei-lhe a história toda, desde Portugal até aqui, e claro, as lágrimas não puderam deixar de existir.
- WOW, que mau, realmente tu e ele tem uma diferença de idades um pouco grande, mas o teu pai está a ser super injusto.
- Pois. Ele podia apenas ter-me afastado do Dougie, mas não, decidiu pôr-me aqui e acabar com todos os meus sonhos, com a minha vida.
- Aww, espera, tu disses-te Dougie, Dougie quê?
- Dougie Poynter.
- Awww, Dougie Poynter, dos Mcfly?!
- Sim, ele mesmo. – comecei a chorar ainda mais.
- Tu, o Dougie, o Dougie e tu? O Dougie é um dos meus ídolos.
- Pois…
- Mas espera, ele não andava com a Frankie? Pelo menos foi o que li na net.
- Sim… mas ele já nem gostava dela, e uma vez apanhou-a com outro, e então acabou com ela, e quando eu apareci…
- Oh, que sorte.
- Sorte? Chamas a isto sorte?
- O que eu quero dizer é, que sorte teres um rapaz como o Dougie a gostar de ti.
- Pois…
- E conheceram?
- Então, foi a história que te contei.
- Ah pois… ainda não estou em mim…caramba, tu conheces o Dougie Poynter, que sonho!
- É! Que sonho arruinado…
- Desculpa…
- Não tens culpa de nada…então e tu, estás aqui por vontade própria certo?
- É sim.
- Queres ser freira?
- Querer estar aqui não significa que queira ser freira. Eu estou aqui porque acredito muito nestas coisas de Deus, e venero isso. Talvez queira seguir a profissão de catequista.
- Ah…então, boa sorte nisso, alguém que consiga realizar os seus sonhos.
- Obrigada. E vais ver que a vida te vai pregar uma grande surpresa, e das boas.
- Pois, duvido muito. – depois ela mostrou-me o resto do colégio.
- Bem, aquela sala ali ao fundo, é a Sala onde guardam alguns instrumentos musicais, mas nunca nos deixam lá ir.
- E sabes que instrumentos têm?
- Não sei todos, mas sei que têm algumas guitarras acústicas e um piano de cauda.
- Um piano?
- Sim, mas só as irmãs é que podem tocar.
- Eu tenho de lá entrar.
- Não podes.
- Ninguém precisará de saber. Eu preciso apenas de ver o piano. Preciso de ver alguma coisa que me faça recordar o que perdi.
- Hum…podes contar com a minha ajuda.
- Sério?
- Sério.
- Muito obrigada. – a Jenny estava a demonstrar ser uma boa amiga.
Depois fomos até ao quarto.
Alguém bateu à porta.
- Entre. – dissemos as duas em coro. Eram os meus pais, vinham despedir-se de mim.
- Viemos despedir-nos. – disse o meu pai que me ia a dar um beijo no rosto, mas eu desviei-me e ele recuou.
- Adeus Mãe, Adoro-te. – disse eu para a minha mãe e abracei-a muito forte.
- Cuida-te. – disseram os dois.
- Em breve voltaremos cá para te ver. – disse o meu pai. A minha mãe já tinha lágrimas a caírem-lhe pelo rosto, e eu também. Saíram.
Eu e a Jenny voltámos a ficar a sós no quarto.
- Agora estava aqui a pensar, que há bocado quando te vi reconheci a tua cara de algum lado, e agora é que me apercebi, que és a rapariga que vem aqui na revista com o Dougie…mas aqui diz que vocês negaram que namoravam…- disse Jenny.
- Ah, mas isso foi antes, nós só nos apercebemos que gostávamos um do outro no dia seguinte…
- Ah…e desculpa estar a tocar na ferida.
- Não faz mal…
- Hum, então e tu, conta mais coisas à cerca de ti. – mudei de assunto.
- Bem, não há nada de especial para contar, a não ser que tenho 15 anos, um irmão com 17 anos, faz 18 este ano.
- Eu também faço 15 este ano. Ai tens um irmão com 17 anos, e o que é que ele faz?
- Bem, anda no 12º ano, e trabalha no stand de motos do meu pai…às vezes participar naquelas corridas ilegais…
- Sério?! Bem, eu sempre adorei motos, e pedia aos meus pais para me deixarem tirar a carta de moto quando tiver 16 anos, mas eles dizem sempre: “ Sim sim…” ironicamente, acham que é perigoso… mas agora quando tiver 16 anos vou mesmo tirar a carta de moto. Mas, essa cena de corridas ilegais, ele nunca foi apanhado?
- Até agora não, felizmente.
- Pois…
- Ele ganha algumas vezes, principalmente quando sabe que me tem ali para apoiá-lo. O meu irmão, é o melhor amigo, é uma pessoa super amável, tem o seu lado rebelde, e bastante rebelde até, mas como todos temos, ele é um rapaz muito especial.
- Aww, ouvindo falares dele assim, gostaria de o conhecer, deve de ser mesmo uma simpatia.
- Claro que o hás de conhecer, aliás, ele vem cá esta semana.
- Boa. E como se chama ele?
- Jake.
- Que giro.
- Bem, vamos almoçar?
- Bora nisso. – fomos almoçar.
Durante o almoço no refeitório:
- Débora, esta é a Filipa, Filipa é a Débora, que tal como tu é de Portugal. – disse Jenny a uma rapariga que se sentara na mesma mesa que nós.
- Muito prazer. – disse ela.
- Igualmente. E podem tratar-me por Debby. – respondi com um sorriso, já estava um pouco melhor, mas ainda assim mal.
- Então e estás cá há muito tempo, em Londres? – perguntou Filipa.
- Não, uma semana e tu?
- Eu, já cá moro desde os meus 8 anos.
- Sério? E tens que idade?
- Sério. Eu tenho 16 e tu?
- 14.
- Hum…e então, estás aqui porquê? – perguntou… e eu não sei porquê, mas não me senti à vontade para lhe contar a minha história, por isso menti.
- Bem, estou aqui porque, os meus pais são muito coisos, não sei explicar, e então quiseram-me pôr-me aqui. – Jenny percebera que não me sentia a vontade para lhe contar a verdade.
- Ah ok… - riu-se.
- E tu?
- Ahah, nem lhe perguntes. – disse Jenny rindo.
- Então? – perguntei.
- Bem, fazia asneira atrás de asneira, e então os meus pais colocaram-me aqui de castigo, e já cá estou há um ano…- respondiu.
- LOL, e que tipo de asneiras? – perguntei.
- Punha alfinetes nas cadeiras dos colegas, e quando estes se iam a sentar aleijavam-se, fazia grafitis nas paredes das salas de aulas…- Jenny respondeu por ela.
- Ahah, sério? E agora, estás diferente? – perguntei.
- Mudei um pouco, pelo menos o castigo deu resultado, já não sou tão traquina como era. – respondeu.
- Pois, mas fuma, e sabe perfeitamente que aqui não pode fumar. – disse Jenny.
- A sério? – perguntei incrédula.
- Sim, mas é só de vez enquanto, e também, não me dêem sermão, pois a mais velha aqui sou eu. – rimos.
- Bem, visto que já acabámos de almoçar, que me dizem de irmos dar para os PC da biblioteca? – perguntou Jenny.
- Ok. – respondemos em coro.
- Vão lá, que eu já vou lá ter, vou só ao quarto buscar uma coisa. – disse eu. Tinha de ir ver como estava a Snake, e se ainda estava dentro da caixa.
- Queres que vá contigo? – perguntou Jenny.
- Não, não é preciso, eu depois sei ir ter ao Biblioteca, já me fizeste a visita guiada ao colégio todo.
- Ok.
Quando cheguei ao quarto, verifiquei que Snake estava bem, e que não precisava de nada. Depois pequei no telemóvel, e quando olhei para o ecrã tinha 5 chamadas não atendidas. De quem seria?
Fui ver, e eram todas de Thais. Decidi ligar-lhe.
- Estou? Mana? – perguntou ela.
- Olá mana… - comecei a chorar com a emoção de querer estar perto dela e dos restantes.
- Ai, como estás? Estás bem? Isso é muito duro? – perguntou falando muito rápido que quase nem percebia o que ela dissera.
- Estou bem mana, isto não é assim tão duro, mas nada é melhor do que estar ai com vocês, poder abraçar-te e …
- Bem mana, eu não vou aguentar tanto tempo sem te ver, nem eu, nem ninguém aqui, principalmente o Dougie.
- Eu sei… e também te tenho a dizer que podemos receber visitas.
- A sério?! Que BOM!
- Sim, mas o pai não sabe que se pode receber visitas, se não nunca me mandaria para aqui…porque o que ele quer é pôr-me longe vocês, mas isso ele nunca há de conseguir.
- Claro mana.
- Por isso, sempre que cá vierem, tenham cuidado e vejam se ele não está por perto, se não vos anda a espiar ou assim, já sabes como é o pai…
- Pois, mas com os negócios dele…
- Sim, tens razão, mas mais vale prevenir que remediar.
- Claro. E, podemos ir ai agora?
- Podem, eles já se foram embora.
- Que bom… qual é o colégio?
- Colégio de Santa Catarina.
- Ok, vamos já para ai.
- Ok mana, vou esperar-vos ansiosamente. – desliguei o telefone, e tinha um sorriso parvo.
- Então, nunca mais vens ter connosco… - disse Jenny que entrara no quarto.
- Ah, desculpa, estava ao telefone com a minha irmã, e adivinha.
- O quê?
- Eles vêem ai agora visitar-me. – pulei de alegria.
- A sério?
- Sim.
- Espera, esse “eles” inclui os Mcfly? – perguntou eufórica.
- Obvio.
- YEH!!!!!! – pulou para cima de mim, parecia uma doida.
- Vá, vamos para o portão do colégio para os esperar-mos. – disse-lhe.
- Bora. Nem acredito, eu, eu vou conhecer os Mcfly?
- Sim…
Dirigimo-nos até ao portão, e ela claro sempre aos pulinhos e as outras alunas do colégio, quando ela passava, começavam a olhar para ela como se estivesse maluca…
Dougie Pov:
Quando Thais desligou o telefone, disse que tinha uma novidade para nos dar.
- O quê? – perguntou Danny agarrando-lhe pela cintura.
- Vamos sair todos agora. – disse ela – bora.
- Mas onde? – perguntou Lara.
- Surpresa, venham e logo vêem.
- Ah, não, dispenso. – disse eu, pois não tinha cabeça para sair de casa.
- O QUÊ? Tu Dougie, tu é que tens mesmo de vir, vais amar. – disse ela vindo em minha direcção e puxando o meu braço até à porta, e todos saímos, contrariados por ela não nos dizer onde íamos, mas fomos.
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