Droga! Pensei enquanto olhava pela oitava vez meu relógio do pluto, incrivelmente infantil para uma garota de 17 anos, mas com um incrível valor sentimental. Voltei a encostar-me no banco do táxi que cheirava a perfume barato e tabaco. Nunca vou chegar a tempo no escritório de mamãe! O Transito de Londres no horário de almoço era insuportável, mas eu sempre insistia em resolver as coisas nesse horário. Depois de alguns minutos presa ao transito, finalmente cheguei ao meu destino. O aeroporto Heathrow.

- Chegamos – O Senhor, com um bigode ridículo, anunciou parando na porta de desembarque. Pelo jeito a única acessível no momento.

Paguei o bigodudo e entrei correndo pela porta automática. Mil vezes droga! Chequei meu celular e continuei andando apressada entre as pessoas que estavam aguardando passageiros chegarem. 10 ligações perdidas. É hoje que vou morrer. Cheguei ao balcão de informações da área de desembarque ofegando. Precisava entrar em uma academia urgente.

- Oi – Sorri para o cara vestido de azul e com uma plaquinha “ No que podemos ajudar?” presa em seu peito - Eu preciso buscar uma mala que extraviou de um voo da AirFrance.

- Só seguir esse corredor – Ele apontou para direita – E chegar a área de desembarque D. Vai ter o balcão de bagagens reclamadas.

- Valeu.

Sai correndo mais uma vez. O aeroporto de Heathrow era extremamente confuso, e para quem estava em Londres somente a 2 anos, era fácil de se perder. E infelizmente foi o que acabou de acontecer. Fiquei parada igual uma idiota procurando o desembarque D. Tinha o alfabeto inteiro de desembarques, menos o D! Dei mais alguns passos e bufei irritada. Quanto mais pressa, pior as coisas ficam. Voltei novamente para o começo do corredor.

- Vamos fazer as coisas devagar – Disse pra mim mesma, olhando as plaquinhas passarem.

Desembarque A

Desembarque B

Desembarque C

Desembarque C/A

Desembarque D

Me virei com tudo e PLOF! Dor. Era isso que eu sentia. Mas não era pouca dor. ERA MUITA.

- Ai meu Deus – Ouvi a voz de um cara falando apresado.

Abri meus olhos. Eu estava enxergando tudo embaçado por conta da dor que eu sentia no meu ombro. Havia varias pessoas em volta de mim com o olhar preocupado. Eu estava jogada no chão e havia malas em minha volta.

- Você está Bem?! – Um menino aproximou-se mim e um cara, mais parecido com um armário, também.

- NÃO! Você acabou de me atropelar com o seu carrinho de malas. Eu-eu acho que quebrei meu ombro... – Eu disse ainda deitada no chão e coloquei a mão no ombro, mas doeu como o inferno. Me sentei.

- Me Desculpe! Me Desculpe! – Desse o garoto. Ele ameaçou a me ajudar, mas o armário, vulgo segurança dele, entrou em sua frente e me levantou pela cintura.

Gemi de dor, já que o carrinho havia me acertado em cheio, e eles estavam empurrando aquilo bem rápido.

- Senhor Styles, acho que deveria cumprir seus compromissos. Eu cuido da garota.

Eu me segurei, juro. Eu estava machucada, com um possível ombro quebrado, e o cara ainda se acha mais importante do que me ajudar. Olhei para o engomadinho, sentindo meus olhos ferverem de raiva. Ele usava uma touca preta escondendo seus cabelos, uma calça jeans preta, casaco, par de tênis e usava óculos escuros wayfarer pretos. Ele era bonito, não vou negar, e aparentava a minha idade, ou um pouco mais velho. Mas, estava com dor o suficiente pra dar um soco naquele rostinho bonito, e supostamente caro, já que o cara tem um segurança-armário em seu encalço.

- Não Paul, eu vou junto, afinal foi culpa minha  – Ele deu um sorriso sem graça. Não deixei de reparar nas covinhas fofas que se formaram. OK Natalie! Não é hora de paquerar- Não é melhor chamar uma ambulância? E se foi muito grave?

- Ela provavelmente só deslocou o ombro, se tivesse quebrado ela não estaria nem se mexendo agora – Era muito legal ver eles falando de mim como se eu não estivesse lá.

- Se vocês não se incomodam. EU ESTOU MORRENDO DE DOR! – Eu disse e os dois olharam para mim.

Rapidamente o segurando me passou para o “senhor styles” e começou a recolher as malas no chão, repondo no carrinho. Logo estávamos saindo apressadamente do aeroporto. O Styles me ajudou a caminhar até o carro preto e insufilmado que aguardava ele no lado de fora, mas, não se permitia olhar nem para os lados, como se estivesse com medo de alguém descobrir ele lá. Eu estava achando estranho isso e o fato de alguns paparizzis tirando fotos dele e de MIM. 

- Ta de brincadeira, né? – Eu perguntei já dentro do carro para o cara do meu lado. O Segurança sentou no banco do carona na frente, onde falou algo para o motorista que começou a dirigir apressado.

- O que foi? – Ele tirou os óculos revelando seus olhos verdes-azulados.

- Você tem paparazzis te seguindo, quem é você?

Acho que ele não esperava por essa, por que ele me olhou extremamente estranho. Sou obrigada a saber todos os famosos do mundo agora! Ele continuou a me olhar estranho esperando que eu fosse lembrar do seu nome ou sei lá o que.

- Você não sabe quem sou eu? – Egocêntrico!

O motorista passou em uma lombada e meu ombro machucado bateu no do cara. Eu gritei de dor assustando todo mundo dentro do carro. Porque nunca ninguém avisou que uma simples mala podia fazer todo esse estrago?

- Não, querido. Não sei. – Resolvi me afastar do cara pra não ter uma próxima experiência de ele tocar no meu ombro.

- Hm, interessante. Eu sou Harry. Harry Styles.