Eu acordei com o despertador tocando que nem um doido, olhei para o lado e vi o Patch dormindo. Como nós não iriamos de ônibus eu o deixei dormir e fui para a cozinha comer alguma coisa.

Quando cheguei lá vi que tinha recebido uma mensagem do Ian.

“ A gente precisa conversar,

no nosso café as 7 da manhã.

Ian ”

-Vou tomar um banho.

-Depois de ter respondido a mensagem, ter saído do banho, de me arrumar e de ter pego as minhas coisas, eu fui acordar o Patch.

-Ei, acorda! - disse enquanto o balançava – Vamos Patch!

-Não to afim! Vem deita aqui do meu lado. - ele tentou me puxar para a cama, mas eu consegui escapar.

-Se tu quiser ficar dormindo fica!

-Tá bem, já to levantando! Por um acaso tá de mau humor?

-E se eu tiver qual é o problema? - disse elevando o tom de voz – Eu não vou na primeira aula, faz um favor e entrega o trabalho. Tchau!

Eu saí do quarto e desci as escadas correndo, quando eu estava abrindo a portada frente, ouvi os passos dele no fim da escada e sua voz chamando o meu nome, mas não dei bola e saí correndo pela rua.

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Eu cheguei no café antes do Ian, sentei na mesa de sempre e pedi uma água.

Enquanto esperava as lembranças da primeira vez que estive lá voltaram a minha mente.

Eu tinha dormido com o Ian, tinha sido a minha primeira vez, e ele me acordou de manhã bem cedo, disse que ia me levar a um lugar especial. Quando nós chegamos nos sentamos na mesma mesa que eu estou sentada agora e ele disse que esse seria o nosso lugar secreto e me fez prometer que só viria aqui com ele, promessa que eu cumpro até hoje.

-Pensando na noite que teve com aquele guri, minha pequena? -ele disse interrompendo os meus pensamentos.

-Oi Ian. E não, eu não estava pensando na noite que eu tive.

-Então, estavas pensando no que minha pequena?

-Na primeira vez que tive aqui.

Ele deu um sorriso, meu Deus e que sorriso lindo.

-Tu lembra disso pequena?

-Claro, também me lembro que tu me fez prometer que só viria aqui contigo.

-Tu ainda cumpri essa promessa?

-Sim, e tu?

-Cumpro. Posso te pergunta uma coisa ?

-Pergunta.

-Tu tá doente?

-Não, por que?

-Simples, até agora tu não brigou comigo por te chamar de pequena!

-Pode me chanar de pequena o quanto tu quiser.

-Tem certeza que tu não tá doente?

-Tenho, eu só não to afim de briga contigo hoje. Agora da pra fala o motivo que tu me chamou aqui?

-Eu quero trégua por uma semana

-Posso perguntar o por que?

-A minha mãe resolveu me transferir pra tua escola, para ser mais exato, pra ser mais exato pra tua sala.

Quando ele disse isso eu fiquei sem reação, eu teria que aguenta-lo todos os dias mais as vezes que ele tenta me matar. Eu vou enlouquecer!

-Eu tenho que ir pra aula, a gente se ve lá. - disse quase sem voz.

-Espera! - ele disse enquanto corria pra me acompanhar – Eu te dou uma carona.

-Ia ficar estranho se nós chegássemos juntos.

-Se eu parar na esquina ninguém vai perceber.

-Tá bem.

-Sabe essa é a primeira vez que eu ganho de ti em alguma coisa.

-Idiota.

-Eu até posso ser idiota, mas eu sou o teu idiota.

-Então anda logo meu idiota, que eu não to afim de me atrasa mais ainda pra aula!

Enquanto nós caminhávamos na direção do carro dele eu percebi como eu sentia falta desses momentos alegres e às vezes idiotas, dos sorrisos, dos olhares, dos beijos que nós trocávamos, como eu sentia falta do meu idiota. Mas eu tinha que esquecer, mesmo que não quisesse.

Durante o caminho nós ficamos falando sobre a escola, contamos piadas e relembramos de alguns momentos engraçados e quando eu fui ver nós já estávamos na esquina do colégio e foi aí que o clima ficou meio tenso.

-Eu sinto falta de conversar contigo – ele disse sem tirar os olhos do volante.

-É mesmo? - perguntei com um sorriso no rosto.

-É – ele olhou pra mim com os olhos brilhando

Ele foi se aproximando de mim e eu fui me aproximando dele, quando os nossos lábios estavam a alguns centímetros, um barulho estridente invadiu os nossos os nossos ouvidos, o que nos fez rir que nem duas crianças.

-Eu acho que isso foi o sinal pro segundo período – disse me recuperando do taque de riso.

-É mesmo.

-Isso quer dizer que só vamos poder entrar no próximo período – eu abri a porta do carro e saí – O que tu acha de ir tomar o melhor o sorvete da cidade?

-Eu acho uma ótima ideia.

Nós fomos e voltamos correndo pra não perder mais nenhuma aula, mas antes de entra o Ian me puxou pra perto dele e perguntou:

-Aquela hora no carro, nós teríamos nos beijado se o sinal não tivesse tocado?

-Sim, nós teríamos.

-Tu queria?

-Muito.

-Então eu posso te beijar?

-Sim.

Beijar o Ian foi tão bom, mesmo sabendo que provavelmente no final dessa semana de trégua ele tentaria me matar mais uma vez, foi bom estar nos braços dele de novo

-É tão bom de ter nos meus braços, minha pequena.

-É ótimo estar nos teus braços, meu idiota.

-Me mostra onde é a diretoria?

-Claro.

Depois de acompanhar o Ian eu fui direto pra minha classe e quando cheguei lá a fui bombardeada de perguntas pela Vee.

-Onde tu Tava? O que houve? Tu tá bem? - ela não parou nem para respirar.

-Resolvendo um problema, nada de mais, sim.

-Qual é a dessa história de tu ter dormido com o Patch?

-Como tu soube?

-Eu tava tentando te ligar de manhã e ele disse pra mim desistir que ele já tinha tentado falar contigo depois de tu ter saído correndo de manhã mas não tinha conseguido, aí eu perguntei como ele sabia que tu tinha saído correndo de manhã e ele disse que vocês tinham dormido juntos e que de manhã tu tinha saído correndo sem dizer pra onde ia.

-É, eu fiz isso.

-Por que tu fez isso?

-O meu ex me mandou uma mensagem.

-E o que dizia?

-Que ele queria falar comigo.

-E foi por isso que tu saiu correndo?

-Foi.

-Tu ama esse guri?

-Eu acho que sim.

-Tu sabe que vai ter que falar com o Patch?

-Sei. Falando nisso, aonde ele tá?

-Tá entrando junto com o professor.

Ele passou por mim para ir se sentar, mas não olhou na minha cara, o que era de se esperar. Uns 5 minutos depois disso a diretora bateu na porta e apresentou o aluno novo a classe, que pro meu azar ou pra minha sorte sentou bem atrás de mim.

A Vee deve ter percebido o sorriso que eu dei quando ele passou por mim, porque logo depois dele ter passado ela me enviou uma mensagem.

Vee diz:

Por um acaso tu conhece esse aluno novo?

Nora diz:

Advinha.

Vee diz:

Fala logo!!!

Nora diz:

Ele é o meu ex. :/

Vee diz:

Da pra entender pq tu teve uma recaída!

Nora diz:

Vee!!!!!!

Depois dessa conversa emocionante eu comecei a pensar no que iria dizer ao Patch, se ele falasse comigo.

No fim da aula o Ian me mandou uma mensagem perguntando se eu queria carona, eu respondi que tinha que resolver uma coisa e que depois falava com ele.

Quando todos saíram da sala e eu e o Patch ficamos sozinhos, eu fui andando na sua direção e disse:

-A gente precisa conversar.

-Tu não precisa me dizer nada, eu vi como tu olhou pra ele aqui e quando ele te atacou. Eu sabia que alguma hora tu teria uma recaída, eu só achei que iria demorar mais.

-Desculpa?

-Eu não preciso te desculpar, então amigos?

-Claro, a gente se ve amanhã. Tchau.

-Tchau.

Eu saí em direção ao estacionamento e quando cheguei lá vi o Ian parado na frente do carro e dei um sorriso que ele retribuiu enquanto eu ia em sua direção.

-Resolveu as coisas com aquele guri?

-Sim. - disse enquanto colocava as mãos em sua nuca.

-Então, aonde a gente vai? - disse depois de ter colocado as mãos na minha cintura.

-To por ti.

Depois de um longo beijo nós entramos do carro e fomos embora.