A campainha tocou e nós duas descemos.

-O que vocês tão fazendo aqui? - perguntei aos seres espalhados pela minha varanda.

-Tu não vai fazer o que tu ta pensando em fazer, pelo menos não sozinha! - disse Gabe.

-E o que exatamente eu to pensando em fazer? - perguntei sem saber do que ele falava.

-Ir falar com aquela coisa!

-Engoli em seco e disse:

-Isso não tem nada ver com vocês.

-Tem sim, nós somos os teus melhores amigos e não vamos deixar tu fazer isso!

-Do que eles estão falando filha? - minha querida mãe resolveu se manifestar em uma péssima.

-Sobe.

-O que? - ela perguntou sem entender.

-Sobe agora! - falei tencionando o maxilar.

Não esperei uma resposta, saí e fechei a porta.

-Então agora tu pode nos explicar por que mentiu?- Gabe voltou a falar.

-Eu não menti, só omiti alguns fatos. - disse com um sorriso irônico no rosto.

-E estes fatos teriam alguma coisa haver com o que aconteceu ontem?

-E se tiver?

-Eu só acho que seria bom tu nos contar.

-Eu não sei o que aconteceu. - passei por eles e me sentei na escadinha da varanda. - Eu fiquei com muita raiva, não percebi o que tava fazendo e quando me dei conta. Uma luz branca envolvia o meu corpo. E o Scott me disse umas coisas estranhas antes disso acontecer.

-O que ele disse? - perguntou um pouco mais sério.

-Que eu sou mais forte do que vocês e que por isso me querem morta.

-Como assim mais forte? Claro que os nossos poderes são diferentes e se destacam em algumas áreas, mas ser mais forte? Isso não acontece.

-Por isso que eu vou falar com tu sabe quem. Eu preciso saber o que ta acontecendo e não posso arriscar a vida de vocês.

-Quando tu vai?

-Agora. - falei me levantando e me virando pra eles.

-Boa sorte.

-Cuida bem delas.- disse apontando pras meninas que já choravam. - E tira a minha mãe daqui.

-Pode deixar.

Entrei em casa peguei minha mochila e saí sem me despedir, subi na minha moto e comecei a ir por um caminho que não ia a muito tempo.

Demorei alguns dias pra chegar no meu destino, mas antes de chegar parei em uma floricultura e comprei três rosas vermelhas, uma rosa preta e uma tulipa também vermelha.

Parei na frente de um antigo cemitério, é parece que eu cheguei, entrei e parei na frente de cinco túmulos, depositei uma flor em cada um, nós três primeiros as rosas vermelhas, no quarto a rosa preta, chegando ao ultimo, parei e me ajoelhei, as lágrima começaram a cair enquanto eu colocava a tulipa em cima do meu próprio tumulo.

Deixa eu explicar essa história, é que quando nós “descemos” dos céus , fizemos esses túmulos para... hã... tipo pra esquecer do nosso passado, como se tivéssemos renascido, só que depois de um tempo nó meio que fomos proibidos de entrar aqui pelo ser que eu vim ver.

-Eu achei que tinha deixado bem claro que se algum de vocês entrasse aqui de novo morreria! - disse braba.

-Calma Morte, eu só voltei porque to precisando da tua ajuda. - falei me levantando.

-O que? Hahahaha a senhora perfeição precisa de ajuda? Hahahaha – se recuperou do ataque de riso e falou séria- Conta outra!

-É sério. - disse quase que em um sussurro.

-O que houve? - a Morte podia ser uma chata e viver nos ameaçando, mas sempre tava lá quando se precisava.

-O Ian morreu, eu matei o Scott e uma coisa estranha aconteceu.

-E qual dessas três coisas é o teu problema?

-A última.

-O que era essa tal coisa estranha?

-Uma luz branca que me envolveu enquanto eu lutava com o Scott.

-Sinceramente eu não esperava que isso acontecesse tão rápido, mas já que aconteceu...

-DE QUE PORRA TU TA FALANDO?

-Calma, quando eu te vi pela primeira vez sabia que eras diferente então pesquisei um pouco, falei com alguns seres e acabei descobrindo que tu era mais forte, a mas forte entre qualquer todos os seres.

-Que legal!- falei ironicamente e joguei a cabeça para trás enquanto ria sem graça – Agora eu tenho mais uma coisa com que me preocupar.

-Calma guria! Eu te ajudo a controlar esse grande poder, tu só vai ter que me ajudar com uma coisinha. - falou com um sorriso, de dar medo, nos lábios.

-Não sei porque, mas acho que não é uma coisa boa.

-Me ajuda a sair daqui.

-E como eu vou fazer isso, que eu me lembre tu ta presa a esse lugar.

-Se vocês ganharem essa guerra eu vou poder ter a minha liberdade.

-E se nós não ganharmos?

-A tua vida já ta de bom tamanho.

-Quer dizer que se nó perdermos a guerra eu morro?

-Exato! Então vamos começar?

-E eu tenho escolha?