-O que? Tá maluca? -Zayn perguntou assustado.

-Vou voltar para o Brasil com meu filho, vou ficar na casa da minha vó, você sabe aonde é - falei devagar para tentar me convencer de que seria que coisa certa.

-Você não pode...-ele botou a mão na cabeça, parecia preocupado.

-Vou precisar da sua ajuda- interrompi-o.

- Em que pequena?

- Não quero que conte para ninguém para onde eu vou tá?- o olhei- promete?

-Mas Harry vai desconfiar de que vocês vão estar no Brasil.

-Mas o Brasil é muito grande para ele me achar, me promete que não vai contar?- fiz bico.

-Isso é loucura - ele riu consigo mesmo ao pensar em como era mesmo loucura.

-Só promete e promete que ira me visitar quando puder- dei um sorriso.

-Tá bom chata, mesmo não concordando com isso.

-Obrigada- pulei em cima dele e o abracei - Agora eu tenho que ir.

-Não quer que eu vá com você? Eu posso te proteger.

-Não precisa Zayn, deixa que eu enfrento a fera sozinha - dei um beijo na bochecha dele e sai.

Sai o mais devagar que pude com medo do que poderia estar me esperando em casa, abri a porta e não tinha ninguém, olhei o Dylan e ele estava bem, estava quieto, eu estava com medo do Harry aparecer mas não havia nenhum sinal dele em casa, então fui deitar e descansar um pouco. 

Já era de manha e fui acordada pelo choro do Dylan e tive uma surpresa ao abri os olhos, Caroline estava lá.

- O que esta fazendo aqui? -falei me levantando da cama.

- Você não sabe com quem esta se metendo- ele dizia com um olhar de raiva.

-Sei sim, não tenho medo de você- a olhei nos olhos.

-Garota, você ira ter uma surpresa se continuar aqui e garanto para você que você não ira gostar. 

-Eu vou embora- suspirei baixo.

-Oque?- ele deu uma risada- Eu ganhei? É assim?

-Isso não é uma batalha, não tem vencedores- dei uma pausa- mais se você quer interpretar assim, tudo bem.

-Então o que esta esperando para ir logo?

-As passagens, mas isso eu consigo hoje mesmo, vou arrumar as malas e a noite já estou indo, não se preocupe.

-Que noticia boa- ela riu- obrigada mesmo- ela disse chegando mais perto querendo me dar um beijo no rosto, mas desvie.

-Agora da para sair do meu quarto?- apontei para porta com raiva.

-Claro- ela saiu pulando igual a uma gazela de tanta felicidade.

Sentei na cama e botei a mão na cabeça, algumas lagrimas caíram mais eu as sequei, não queria que ninguém me visse chorando.

-Mariana- olhei e vi Harry na porta- Posso sair com nosso filho hoje?- ele perguntou calmo.

-Pode- sabia que ele não iria fazer nada com ele, Harry o amava demais.

Ele pegou nosso filho e saiu, fiquei pensando no que ele estava fazendo que não estava em casa quando cheguei, fiquei pensando também em como tudo isso aconteceu e em como ela destruiu nossa vidas assim tão rápido, quando me dei conta acabei me perdendo em meus pensamentos.

HARRY POV.

-E ai filhão, quer ir ao parque com o papai? - vi um sorriso brotar no rosto de Dylan - isso para mim é um sim- ri comigo mesmo.

Chegamos lá e fiquei o dia todo brincando naquele parquinho. 

-Olha a bola de futebol que o papai comprou- disse o fazendo dar risada- vai filhão, juta - ele chutou a bola todo sem jeito e com pouca força- isso garoto, goooooooool- gritava o fazendo rir muito e todos do parque nos olharem e rirem também.

-Agora  que tal descer nesse escorrega enorme?- fiz careta e o peguei no colo o botando no escorrega- Papai vai te pegar, pode confiar- fiquei no final do escorrega o esperando- Não fica com medo não Dylan- ele desceu e ria enquanto descia o escorrega- viu papai te pegou- o botei no cangote e brinquei com ele mais um pouco.

Depois que conheci Mariana eu achava que não seria possível amar alguém como eu a amo, mas desde que ele nasceu, eu sentir um amor que não sei nem como explicar, eu ficava bobo perto dele, já estava tarde então tivemos que voltar para casa.

MARIANA POV.

Harry ficou fora o dia todo, então Zayn me ajudou com as malas e as passagens, partiria ainda hoje, ouvi um barulho lá embaixo e desci.

-Gostou de hoje, filho? -consegui ouvir a voz de Harry- eu adorei.

Adorava quando Harry conversava com ele assim, eles tinham uma ligação forte demais, jamais saberia explicar. Voltei para o quarto.. era agora que eu dava a noticia que estava indo.

Ouvi uma batida na porta, e Harry entrou o botando no berço, lagrimas caíram pelo meu rosto.

-Mari, esquece a Caroline, ela não fez nada, não tem motivo para chorar- ele disse ao ver as lagrimas.


-Sabe Harry, eu guardo as coisas, até mesmo aquelas coisas que não se deveria guardar, eu guardo muitas e muitas coisas, que uma hora explode e acaba derramando. Eu guardo tantas coisas pra mim mesmo, que uma hora isso tudo tem que sair. Quando escorre uma lágrima minha significa que as coisas foram longe demais e que eu preciso me livrar de todo o “peso” que tem dentro mim, e esse peso ultimamente tem sido ela. Na verdade, é assim que eu enxergo as lágrimas, como uma forma de liberar toda a tristeza, angústia e até mesmo a raiva guardada aqui e chorar até que é bom, alivia. Então me deixa Harry.

-Não vou te deixar, você não sabe o quanto é ruim ver você assim - ele disse enquanto tentava se aproximar mas eu me afastei.

-Se fosse ruim você faria algo para mudar.

-Mariana, isso é coisa da sua cabeça.

- Sabe quando apenas uma palavra resume tudo? Pois é, a palavra que anda resumindo meus dias é “Cansei”, Harry eu cansei de ficar com medo, cansei de falar e você não dar a mínima e sempre dizer que estou errada, eu não vou deixar algo mais serio acontecer com meu filho para que você possa ver o que eu vejo.

- O que quer dizer com isso?

- Harry a vida nos obriga a se acostumar com as despedidas, pois aprendemos da pior forma que elas são inevitáveis, você não sabe como isso dói, e como dói. A vida também nos ensina que tropeços nos levam para frente, mesmo que doa, e aprendi que corações partidos continuam batendo. Foi duro, mas aprendi.. Aprendi que por mais que doa, cada erro nos trás uma lição.

- Do que você esta falando? - ele perguntava tentando entender o que eu queria dizer então achei melhor dizer tudo de uma vez logo.

-Eu to indo em bora, eu não posso ficar aqui com meu filho correndo risco.

-Ele é meu filho também.

- Eu sei, mas você não vai fazer nada para tirar aquela vaca daqui, então eu vou sair e vou levar ele. Harry, eu te amo acima de qualquer coisa, te amo mesmo você não me entendendo e me chamando de louca e eu sempre vou te amar.

-Por favor, não vai embora. Ninguém nunca ficou comigo por muito tempo antes. Eu só me lembro de coisas boas que aconteceram com a gente. Quando eu olho para você eu estou em casa, eu me sinto em casa. Por favor, eu não quero que vá embora. Eu não quero esquecer.

- Você acha mesmo que eu quero isso? Você é minha vida e fazendo isso eu estou desistindo dela, mas eu não posso pensar só em mim, eu tenho outra pessoa em quem pensar e você sabe que se acontecesse alguma coisa com ele eu nunca, NUNCA me perdoaria.

-No fundo eu sabia que uma hora ou outra, você iria se cansar. Que tudo o que houve entre nós dois, pra você seria algo passageiro. Que assim como todas, mais cedo ou mais tarde você iria embora, que desistiria de tudo assim de uma hora pra outra. No fundo eu já sabia que tudo o que está acontecendo, iria acontecer. Eu só não estava preparado para guardar tantas lembranças, sentir tanta falta, me sentir sozinho, perder a vontade de tudo.

-Harry eu não vou permiti que você fale esse monte de merda. Eu não te amei? Você acha mesmo isso? Eu te amei com todas, TODAS as minhas forças, até quando eu não tinha força alguma, eu daria minha vida por você e você sabe disso, agora vem me dizer isso? Eu acho que não mereço. Me faz um favor? Toma essa carta e dá para os meninos- falei em quanto pegava as malas.

-Você já arrumou tudo?

- Você estava tão ocupado com sua amiga que nem percebeu que eu estava me afastando, Harry você faz suas escolhas e suas escolhas fazem você, foi isso... você escolheu ela, agora pode ir lá, esta livre.

Quando sai vi lágrimas no olho dele quando me deu aquele adeus. Porém eu já não havia mais nada a se fazer, nosso amor já não estava totalmente sobre o nosso controle.  Fui fria, eu sei, naquele momento era como se todas as minhas emoções estivem trancadas, agora se você olhar nos meus olhos, você verá dor, sim, porque por mais que eu soubesse que havia tomado à decisão certa, no fundo aquilo não era certo, para mim. Ele sempre foi meu refúgio, era atrás do sorriso dele que eu ia todos os dias, sonhava em tê-lo, e acordava enroscada em seus braços. Uma pena que tenhamos encontrado a má sorte no meio do caminho. Mas meu sorriso era tão sincero, ele me fazia tão feliz. Porém agora já é tarde. Como uma montanha russa, eu tive altos e baixos. Mas eu o amei com todas as forças, ele era meu ponto de apoio, minha segurança. Quando o amor é a única coisa que pode te fazer feliz, como recusa-lo? Porém também falhei, talvez não o tenha preenchido como prometi, como prometemos um ao outro, não foi como pensamos, não tínhamos um ao outro, tínhamos uma barreira no meio que impedia o nosso final feliz, e essa barreira tem nome e sobrenome se chama Caroline Flack