Acordei de manha com um beijo do Harry, mas ele estava diferente.

- O que houve? – me ajeitei na cama.

- Eu te amo – ele deu uma pausa – mas eu não sei como te contar isso, é que... sua mãe ontem ela estava bêbada e sofreu um acidente de carro, recebi o telefonema agora de manha, ela está em um hospital aqui perto.

- O que? – lagrimas caíram pelo meu rosto – Como? – falei me exaltando.

-Ela estava em um bar e tomou mais do que deveria, ela estava sozinha e já estava escuro, pegou o carro e não viu quando um caminhão apareceu e á acertou...

Ele me abraçou tentando me acalmar.

- Não pode! – gritei.- Eu tenho que ir lá agora- entrei no closet e peguei a primeira roupa que vi pela frente http://weheartit.com/entry/32156490

- Me leva lá? – perguntei pegando minha bolsa.

- Claro – Harry se levantou da cama e me acompanhou.

Entrei naquele hospital e não aguentei, estava aos prantos nos braços de Harry. Como as coisas aconteceram assim da noite para o dia?

-O estado dela é grave – uma médica disse.

- Eu preciso entrar aqui – gritei.

- Sinto muito, mas não dá – a médica disse tentando me acalmar.

Não dei à mínima, eu iria ver minha mãe de qualquer jeito nem que eu quebrasse aquele hospital todo.

Abri as portas que via pela frente, até que a vi deitada na cama, ela estava acordada, mas eu sabia que não estava nada bem.

- A senhora não pode ficar aqui – a médica disse.

- Ah qual é, deixa, é a mãe dela, por favor. – ouvi Harry dizer.

A mulher nada respondeu apenas me deixaram lá sozinha com ela.

- Mãe... – falei me aproximando da cama.

- Porque está chorando querida? – ela falou com uma voz bem falha.

- É que... – gaguejei, não conseguira falar, meu choro e minha dor estavam forte demais para sair qualquer palavra.

- Eu fui uma péssima mãe.

- Nunca repita isso, você foi a melhor mãe que eu pude ter – falei fazendo- a soltar um sorriso sem vida.

- Queria que oque você estivesse falando fosse verdade, mas eu sei que não fui... eu tentei me enganar com isso por muito tempo, mas não dá mais.

- Você foi e sempre será a melhor mãe, você fez o impossível e o possível por mim.

- Eu não impedi com que seu pai fizesse o que ele fez, eu devia ter feito algo, como eu nunca percebi nada? Eu sou uma idiota. Mari, isso vem me perturbando durante esse tempo e eu perdi a cabeça, eu me sinto culpada pelo o que aconteceu, eu fiz você sofrer.  Desculpe-me filha, por favor, me desculpe.

- Mãe, quando eu era pequena você me fazia sorrir quando ninguém mais conseguia, eu admiro você, você me criou sozinha, você é uma verdadeira guerreia, uma inspiração, você nunca vai poder se sentir culpada pelo o que aquele nojento fez e além do mais eu não tenho nada para eu te desculpar – sentei ao lado da cama, segurando sua mão.

- Mari, eu não queria te deixar assim.

- Deixar? Você ainda está aqui – mais lagrimas caíram pelo meu rosto - Não fale bobagens, você vai continuar forte.

- Olhe para mim – a olhei – Eu me destruí e isso acabou indo para o seu lado e eu não quero mais nada disso para nenhuma das duas.

- Você é forte mãe, eu sei que você vai superar isso, mas eu quero que você me prometa que quando você se sentir perdida e cansada que você vai deixar meu amor falar mais alto, porque eu volto para você para tudo que precisar, estarei aqui para sempre - falei.

- Não vou superar, me desculpe por isso também, só não dá mais para aguentar, minha vida está acabando, mas eu quero que saiba que eu sinto muito orgulho de você, muito mesmo.  – ela me deu um beijo na testa.

- Não me deixa mãe, não se vai assim, não agora – implorei.

Um silêncio brotou pela sala e o aparelho começou a apitar.

- Mãe? –gritei – Mãe? Por favor, não me deixa.

Sua mão estava gelada, e não segurava, mas a minha com a mesma força de antes.

- Um médico – sai gritando pelo hospital – Eu preciso de um médico agora, é urgente, por favor!

Vários homens entraram pela sala e eu via tudo pela janela do quarto.

- Vai ficar tudo bem – Harry me abraçou.

Afundei a cabeça em seu braço, o molhando com minhas lagrimas.

– Não vai, eu sinto, ela não tá mais aqui comigo.

HARRY POV.

Ela estava tão mal e eu queria fazer ela se sentir melhor.

- Mari, eu sei que é inevitável não sofrer com a partida de alguém, tantas pessoas vem e se vão de nossas vidas, sentimos uma saudade que chega a doer e perfurar por dentro, desejamos que apenas voltem, voltem para nós, porque sentimos uma saudade tão grande, que parece que não cabe aqui dentro. Queira ou não você sempre sente falta de algo ou de alguém, mas as lembranças com essas pessoas vão ser eternas, eu sei que é duro carregar a dor de uma partida, mas faz parte não é? Temos que continuar fortes por mais difícil que seja – disse fazendo ela se acalmar um pouco.

MARIANA POV.

Querem saber o final disso? Eu queria poder dizer que o final é que ela se recuperou ou que foi apenas um susto, que o coração dela ainda pulsava na mesma intensidade que o de antes, mas não foi bem assim, minha mãe já não estava mais presente, ela tinha ido, virado um pedaço do céu azul e agora eu tinha que continuar a vida, eu vou continuar, porque eu sei que a tenho em todos os cantos e partes de mim. A carrego não somente em meus pensamentos e sorrisos mas também em meu coração para sempre, pois eu sei que Deus vai estar cuidando dela. Eu acho que nunca vou entender o porquê dela ter ido assim, não naquele momento, foi repentino, mas tudo na vida acontece num piscar de olhos mesmo. Acho que não tem explicação, a morte é só a morte, ninguém entende mesmo, mas eu sei que um dia agente vai se encontrar de novo.