Got My Heart In Your Hands escrita por Julia


Capítulo 161
Para que ninguém veja minhas lágrimas


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura (:



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Pierre’s POV: ON

– David, estou indo.

– Já vai?

– Sim, preciso ajudar meu avô lá na fazenda dele.

– Tá bem.

Eu me dirigi até ele que estava sentado na cama lendo algum livro, que eu não parei para reparar no nome, e dei um selinho nele. Peguei uma mala que eu levaria e saí de casa.

Entrei no carro e coloquei a mala no banco de trás. Não havia necessidade de abrir o porta-malas apenas para uma mala pequena... Chamei Delilah e ela entrou no carro se sentando no banco do passageiro.

Comecei a dirigir para o interior do Canadá, onde não havia nada além de extensas fazendas e neve. Fazia muito tempo que eu não via meu avô Dan, quando eu digo muito tempo, não estou exagerando, eu chuto pelo menos uns 2 anos. Ele nem mora tão longe assim, não sei por que eu nunca o visito, mas agora eu vou vê-lo. Ele pediu que eu passasse alguns dias com ele, ajudando na fazenda, vai ser divertido.

Ele era um homem solitário, pois minha vó morreu há alguns anos e ele digamos que se fechou para o mundo. Eu acho isso muito triste, mas acho que finalmente ele está se recuperando. Jay e Jonathan também iriam vir, mas tiveram outros compromissos.

Eu conseguia me lembrar de vir em alguns finais de semanas e feriados na fazenda dele, quando minha avó ainda era viva, é estranho pensar isso. Chuck já veio aqui comigo, nós brincávamos o dia todo, sem preocupação, sem dever de casa pra fazer, apenas brincávamos e comíamos o tanto que nós aguentávamos, e depois dormir, dormir muito por sinal.

“Infância? Hoje em dia não existe. É triste ver que hoje em dia crianças fazem coisas de adultos. Sorte a minha ter tido infância, não me envergonho de falar que gostava de brincar de bonecas e com barbies, de ter acreditado em papai Noel, de ter assistido novelas infanto-juvenis, e de se apaixonar pela primeira vez e escrever sobre isso emum diário com chave, não me envergonho porque isso se chama infância, onde havia muitos sonhos, e se sonhava alto. Ser adulto e fazer coisas de adultos não é uma tarefa muito fácil. Há muitos problemas com que se preocupar e há pessoas muito falsas se fazendo de amigo só pra tirar algum proveito de você. E na infância haviainocência. Coisa que hoje não existe muito. Sou feliz por ter tido minha infância. Pois tenho minhas histórias pra contar e relembrar quando tudo estiver difícil nesse tempo adulto demais. “

Dirigi por mais alguns quilômetros e finalmente cheguei à fazenda, estava exatamente do mesmo jeito, nada mudou. Desci do carro e senti uma sensação muito boa, uma sensação de estar confortável, estar em casa.

Peguei Delilah no colo, pois ele tinha alguns cães maiores que ela, e bem, eu não iria correr o risco. Fui andando até a casa e logo vi o velho vovô Dan sentado na varanda lendo jornal, não era só a fazenda que continuava a mesma coisa, ele também, a não ser por estar com menos cabelos do que dá última vez. Lembrei de Jeff e ri sozinho.

Ele logo me avistou:

– Bouvier!

– Fala vovô. - Eu disse acenando.

Logo cheguei à velha casa, me sentei ao lado dele na varanda e deixei Delilah explorar a área toda contente.

– Quanto tempo... - Eu disse contemplando o sol se pondo.

– Sim, como você está Pierre?

– Bem, vovô, e o senhor?

– Estou bem.

Eu estava com uma camiseta, do tipo que eu uso normalmente nos shows, gosto de me sentir confortável e infelizmente não percebi que as cicatrizes dos meus braços estavam aparecendo.

– O que é isso? - Ele disse colocando os dedos por cima das cicatrizes.

– Ah, são só... - Eu hesitei ao falar. – problemas. - Completei escondendo meu braço.

– Pierre, você nunca foi de fazer essas coisas. - Ele disse olhando nos meus olhos.

– Eu sei vovô, e te prometo que nunca mais vou fazer isso. - Eu disse sorrindo.

– Promete?

– Sim.

– Pierre... - Ele me olhou com um ar de desconfiança.

– Vamos lá, eu sou um Bouvier também!

– Sei disso, vou confiar em você.

– Tá bem.

– Agora que tal tomarmos café?

– Hum, comida, agora o senhor falou minha língua. - Eu disse me animando e levantando.

– Você continua o mesmo. - Ele riu.

Fiquei um pouco corado, não sei o porquê, mas aquilo foi engraçado. Entramos, e Delilah também veio. Minha única preocupação era se aqueles gatos que viviam lá ainda existiam. Enquanto nós nos dirigíamos para a cozinha eu fui reparando de que nenhum dos móveis mudou de lugar.

– Vovô, o senhor nunca teve vontade de dar uma mudada aqui?

– Mudar? Ah, não, não, quero deixar as coisas como sua avó deixou.

– Tá bem... E o Bóris e o Fênix, eles estão vivos ainda?

– Sim, esses gatos pulguentos e velhos me acompanham por todo o lado, eles devem estar dormindo agora.

Eu apenas olhei para Delilah que vinha atrás de nós toda contente e ri. Espero que os gatos sejam ágeis.

Nós tomamos café, e depois ficamos na biblioteca por algum tempo, vendo alguns livros antigos. Ele me contou algumas histórias, vimos algumas fotos, até achei a que estávamos Chuck, meus primos e eu. Coloquei em um porta-retratos e depois levei até a mesa de centro da sala.

– Vamos Pierre, está na hora de dormir.

– Tá bem, vovô.

Eu sorri e subi para o quarto, o antigo quarto de meu pai, eu sempre ficava lá, era um quarto normal, na verdade, eu amava ele. Tomei um banho e fui deitar, Delilah dormiu nos meus pés, ela adorava fazer isso.

...

No meio da noite acordei assustado, eu havia sonhado com Marcela, não me lembrava exatamente o quê, mas fiquei apavorado. Levantei, desci as escadas e fui até a cozinha para tomar copo de água, quando passei pela sala senti uma sensação de calafrios, comecei a ouvir a voz de Marcela, mas eu olhava para todos os cantos e nada. Tomei água, olhei no relógio, eram três da manhã, subi ao meu quarto de novo e liguei para o David:

– David?

– Pierre? - Ele disse com voz de sono.

– Me desculpa por ter te acordado...

– Tudo bem, como você está?

– Com medo.

– Do que?

– Tive um pesadelo com Marcela, levantei pra beber água e ouvi a voz dela, me chamando, sei lá, agora parou.

– Fica calmo, isso é só coisa da sua cabeça, relaxa, tá tudo bem, ouviu?

– Sim, obrigado David. - Ouvir a voz dele e aquelas palavras sempre me traziam tranqüilidade, não importando a situação.

– A Lennon e a Melanie estão sentindo sua falta.

– Eu também estou sentindo.

– Pierre, vou voltar a dormir, amanhã tem uma reunião da banda, aí depois eu ligo pra você, ok?

– Sim, pode descansar, obrigado por me acalmar.

– Que isso, eu sempre vou estar aqui.

– Boa noite, eu te amo.

– Eu também te amo, se cuida.

– Beijos.

Assim que desliguei o celular, ouvi gritos do meu avô, Delilah começou a latir, levantei depressa e fui até o quarto dele. Chegando lá me deparei com uma cena horrível, ele estava com ambas as mãos na cabeça, parecia que estava lutando contra algo.

– Pierre, lembra de mim? - Aquele jeito, era...

– Marcela?

– Eu mesma.

– Porque está no corpo do meu avô?

– Pra te fazer sofrer, é claro.

– Deixa ele em paz!

Ela riu, e sem que eu pudesse ter tempo de impedir, pegou uma espingarda que estava encostada no canto da parede e deu um tiro em seu próprio peito, quero dizer, no peito de meu avô.

Entrei em pânico, peguei uma toalha e coloquei em cima do ferimento, logo depois percebi que Marcela havia ido embora, pois a sensação ruim tinha sumido. Coloquei meu avô no banco de trás do carro e segui para o hospital mais próximo.

Demorei 40 minutos para chegar até lá, as enfermeiras levaram-no para a sala de cirurgias rapidamente e tudo o que eu pude fazer foi esperar. Pensei em ligar para David, mas era de madrugada e não queria preocupá-lo, ele tinha compromissos no dia seguinte. Eu não conseguia parar de chorar, fui até o banheiro para lavar meu rosto, depois que fiz isso acabei caindo sobre os meus joelhos lá mesmo. Eu estava desesperado, a culpa era minha, eu não conseguia me imaginar perdendo meu avô, eu só queria que tudo ficasse bem.

Avistei uma garrafa quebrada no chão, estiquei o braço e peguei um caco de vidro, pressionei sobre minha pele, mas de repente algo me fez parar, eu me lembrei da promessa que fiz a ele, ao vovô Dan.

– O que é isso? - Ele disse colocando os dedos por cima das cicatrizes.

– Ah, são só. - Eu hesitei ao falar. – problemas. - Eu disse escondendo meu braço.

– Pierre, você nunca foi de fazer essas coisas. - Ele disse olhando nos meus olhos.

– Eu sei vovô, e te prometo que nunca mais vou fazer isso. - Eu disse sorrindo.

– Promete?

– Sim.

– Pierre... - Ele me olhou com um ar de desconfiança.

– Vamos lá, eu sou um Bouvier também!

– Sei disso, vou confiar em você.

– Tá bem.

– Não vou quebrar a promessa vovô. - Eu disse sorrindo e largando o caco de vidro.


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Notas finais do capítulo

Reviews?
Ah gente,me desculpem,eu tinha que dar um pouco de emoção para a fic >.
Ah,pessoal,eu não sei o verdadeiro nome do avô do Pierre,mas coloquei Dan.



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