Além do Crepúsculo - VERSÃO ANTIGA escrita por Maiah Oliveira


Capítulo 7
Capítulo 6 - Uma nova amiga Parte II




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POV Edward

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O sol já tinha abandonado o horizonte, fazia quase meia hora quando eu finalmente acordei. E como eu sabia disso? Assim como eu, todos os vampiros possuíam esse pequeno radar interno que sempre nos dizia quando a noite chega e finalmente podíamos acordar. Jasper já havia acordado há algum tempo e isso só mostrava o quão perto da escuridão eu me encontrava.

Vampiros descontrolados, não suportavam ficar expostos à luz do dia, nem mesmo as manhãs mais amenas e nubladas como as de Forks, tão pouco conseguiam acordar enquanto o sol estivesse no céu e sempre demoravam mais do que os outros vampiros a acordar. Eles só conseguiam viver na mais completa escuridão. Logo, eu farei parte disso também.

Conforme o tempo passava, eu acordava mais e mais tarde, o que apenas constatava o fato de como estava perto do fim. Em pouco tempo eu sabia que as manhãs aborrecidas, assistindo aulas em uma escola secundaria, também acabariam. Mas era perda de tempo eu me aprofundar nesses pensamentos, nada mudaria isso. E eu sabia disso melhor que ninguém. Senti uma onda de calma vir de Jasper e resolvi deixar esses pensamentos definitivamente de lado.

Saí debaixo da cama, isso mesmo, quando não estávamos em casa éramos obrigados a recorrer a esse tipo de tática patética. Normalmente eu teria dormido no meu quarto que ficava logo abaixo da casa assim como todos os quartos dos meus irmãos e dos meus pais. Era muito mais confortável e recomendável para vampiros dormirem, bem longe do sol e mesmo uma cidade como Forks tinha seus momentos de sol. Por isso todas as nossas outras casas espalhadas no mundo tinham sua área subterrânea, onde ficavam nossos verdadeiros quartos. Aliás, muitos vampiros usavam desse mesmo artifício.

– Eu vou seguir Jordan, tenho certeza de que hoje ele sai da toca – disse Jasper me fazendo voltar à realidade – Você vai ficar bem? – indagou seriamente.

– Pode ir atrás dele tranquilo Jasper, eu vou revistar cada canto da casa dele, tenho certeza que ele guarda os seus pequenos troféus lá – Jordan Simpson não apenas matava suas vítimas, jovens enfermeiras, com requintes de crueldade, como também gostava de guardar lembranças delas, normalmente algo físico, desde uma mecha de cabelo a um dedo – Quando o pegarmos vamos precisar de provas que o incriminem para não haver nenhuma possibilidade dele sair impune. Se eu realmente souber onde todas as provas estão escondidas vai ser bem mais fácil da polícia achar, com uma pequena dica anônima.

– Você está certo – ele sorriu aprovando a ideia - Cuide disso então – ele estava abrindo a porta quando pareceu se lembrar de algo – Ah, dê uma olhada nas outras propriedades relacionadas a ele também.

Com a ajuda de um contato, nós tínhamos conseguido a localização de todas as propriedades que pertenciam a Jordan e qualquer conhecido ou parente dele.

– Eu já estou com a relação de todas elas, não se preocupe.

– Está certo então, mais tarde a gente se encontra e se achar alguma coisa me ligue.

– O mesmo vale pra você, caso ele dê problemas – ele apenas acenou afirmativamente e saiu.

Antes de irmos dormir Jasper tinha me convencido a não participar, da caçada à Jordan, ele tinha alegado que minhas emoções estavam muito instáveis e que ele não queria se preocupar comigo tentado rasgar a jugular daquele cretino e em manter nosso segredo a salvo. Infelizmente eu tive que dar razão a ele, Jasper precisava de concentração pra lidar com um tipo como ele e eu acabaria o distraindo.

Enquanto saía do quarto em direção a primeira casa da lista, não consegui deixar de lembrar que mais uma vez havia sonhado com ela, a garota misteriosa, contudo dessa vez o sonho pareceu de certa forma mais... forte, quase como se fosse real, tão real que eu tive a sensação de que poderia tocá-la.

E como eu desejei tocá-la!

A única coisa que me impediu de realizar aquele desejo foi saber a total insanidade que era a atitude - quase tanto quanto essa necessidade premente de querer tocá-la - e que se realizasse tal feito mesmo em sonhos, isso só serviria para alimentar esses pensamentos e necessidades, tão adversos a mim, principalmente em relação a uma total desconhecida. E eu francamente já sentia falta de ser eu mesmo e voltar a minha normalidade ou pelo menos tão normal quanto um vampiro poderia ser.

E em toda essa história o que realmente me intrigava era sentir que essa completa estranha, essa total desconhecida, não me era tão estranha quanto deveria ser. Toda vez que pensava ou sonhava com a visão de Alice, eu não conseguia deixar de experimentar essa sensação de conhecimento. Eu sentia que a conhecia, em um nível muito elementar. Algo profundamente enterrado dentro de mim a reconhecia como algo... Algo que eu sequer saberia nomear.

E que sinceramente temia ter que um dia fazê-lo.

E hoje tinha sido tão real, tão próximo como se ela estivesse por perto. Como se ela fosse mesmo real. Toda vez que sonhava ou pensava naquela visão gostava de imaginar que aquela garota não era real, que era apenas um sonho ou um delírio, simplesmente porque pensar o contrário me deixava extremamente perturbado.

E quanto mais meus pensamentos se voltavam à misteriosa estranha mais a certeza de que ela era real se firmava em minha mente e meu estúpido desejo de que tudo isso fosse apenas um sonho se esmaecia como uma miragem. E na minha certeza de que ela era real, ainda mais firme depois daquele último sonho, me sentia extremamente tentado a abandonar minha missão de vasculhar as propriedades de Simpson e correr de volta a Forks na esperança de encontrá-la.

O meu desejo de vê-la era tão forte, tão profundo que eu precisei parar por um segundo e respirar fundo, para buscar novamente o meu controle e foi com um esforço literalmente sobre-humano que consegui me controlar novamente.

Isso estava se tornando uma completa...

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POV Bella

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Loucura.

Eu só podia estar ficando louca!!!

Era a única explicação racional que me ocorria no momento. Embora se eu estivesse ficando louca não deveria pensar de maneira racional ou seria o contrário?! Não consegui me aprofundar naquele pensamento estúpido por muito tempo, já que novamente a garota na minha frente se pronunciou.

– Na verdade é Alice, muito prazer! – se apresentou num sorriso radiante, estendendo a mão para mim, aquele gesto, juntamente com o som da sua voz e seu lindo sorriso me fizeram finalmente despertar e muito consciente da minha boca que parecia estar ridiculamente aberta e imóvel – Tudo bem?! – ela indagou num tom novamente preocupado como o de antes, à minha evidente falta de reação.

Segurei a mão ainda estendida pra mim, mais para ter a total certeza de que ela era real, do que por uma questão de educação. Ela, Alice, se eu tinha escutado bem, me puxou me pegando desprevenida com a força de alguém tão pequena.

E agora que finalmente estava de pé e podia encarar melhor aquele rosto me senti ainda mais abalada. Consegui ouvir claramente na minha cabeça, a voz de Bella Swan...

“A outra garota era mais baixa e parecia uma fadinha. Bem magra, com feições pequenas. O cabelo dela era totalmente preto, cortado curtinho e apontando para todas as direções.”

Excerto do Livro Crepúsculo

Capítulo 1. À primeira vista

– Eu... Não pode ser – balbuciei de forma incoerente. Sem acreditar que Anne Connors, estava bem na minha frente.

Não, claro que não era ela! Não podia ser. Balancei a cabeça como se para afastar a ideia ridícula que surgia na minha mente e segurei com a mão livre uma das minhas têmporas, depois de sentir uma pontada na cabeça causada pelo gesto brusco.

– Desculpa, acho que puxei muito forte – ela se desculpou num tom que ia do preocupado ao envergonhado agora, provavelmente julgando mal meu gesto.

– Não precisa se desculpar – respondi com um tímido sorriso, ainda um pouco atordoada, mas já tomando o controle de mim mesma. Alice retribuiu meu sorriso com outro.

É claro que ela não era Anne, só era muito parecida com ela. Afinal muitas garotas poderiam se encaixar nessa descrição. Embora eu não pudesse negar que Alice era quase sobrenaturalmente linda, ela mais se parecia a uma pintura renascentista na verdade. Alegria, vida e inocência irradiavam de seu semblante com uma pequena centelha de perigo em seus olhos. E mesmo aquela pequena centelha de perigo, naqueles olhos tão azuis, não conseguiram me afastar, pelo contrário...

Espere, aí?! Olhos azuis me aproximei mais um pouco tentando ser discreta e constatei que seus olhos eram realmente azuis, não negros, nem dourados e muito menos vermelhos, mas sim de um límpido e caloroso azul. O que me fez relaxar imediatamente, deixando o pequeno resquício de tensão que eu ainda mantinha – e sequer tinha notado - de lado. E foi só nesse momento que eu notei que ainda segurava sua mão.

– Bella – disse simplesmente como forma de cumprimento, para logo depois soltar sua mão.

– É um bonito nome, mas acho que seria melhor continuarmos essa conversa num lugar mais seco, o que acha? – perguntou rindo um pouco. – Além do mais se continuarmos aqui você vai acabar doente – disso num tom mais sério e preocupado. Me fazendo finalmente perceber que o seu guarda-chuva me cobria também, algo inútil agora, devido ao meu estado totalmente ensopado.

– Er... – fiquei sem saber o que dizer, não queria voltar pra casa. Podia sentir meu rosto afogueado, apesar do frio e podia ter certeza que meu nariz devia estar vermelho como um tomate e nem conseguia pensar no estado que estava o restante do meu rosto, obviamente assim que chegasse em casa todo mundo notaria que eu tinha chorado como uma condenada.

– Podemos ir para a minha casa é aqui perto – Alice anunciou de repente como se tivesse lido a minha mente ou mais provavelmente notado minha apreensão.

Ela mais uma vez estendeu a mão pra mim e mais uma vez eu a segurei. Eu decididamente não queria voltar pra casa com aquela cara pra lá de inchada e Alice parecia realmente amigável. Porque não?!

Eu a seguia de perto, sem questionar, sabia que era uma loucura seguir uma desconhecida, mas havia algo em Alice que me fazia confiar nela cegamente. E a forma como ela me olhava... parecia que já nos conhecíamos há anos. Durante todo o caminho eu percebi que ela me olhava dessa forma muito curiosa, entre o preocupado e o extremamente feliz. Como se eu fosse uma grande e velha amiga que ela não via há anos e que encontrava nas piores condições possíveis.

E como eu sabia disso? Minha avó tinha me ensinado desde pequena que as pessoas diziam muito mais com um olhar ou um gesto do que com mil palavras e eu tinha aprendido a lê-los muito bem, na maioria das vezes pelo menos.

Após o impacto que o aparecimento de Alice e a semelhança dela com Anne terem passado. E graças à repentina lembrança da minha avó, se tornou impossível não me lembrar de casa, da minha verdadeira casa no Brasil e de todos que ficaram para trás. Me fazendo sentir novamente aquele melancolia que tinha me feito companhia durante todo aquele dia. Um arrepio tomou meu corpo e eu sabia que esse frio não tinha nada a ver com o clima e tudo a ver com o que eu sentia. Abracei a mim mesma numa tentativa inútil de me aquecer, de aquecer meu coração.

Alice se aproximou de mim repentinamente ou não tão repentinamente estava muito distraída em mim mesma para notar algo tão banal como a noção de tempo e espaço. Só sabia agora que ela segurava meu ombro com um braço a modo de proteção e o estranho é que de alguma forma o gesto me confortou e quase me aqueceu por dentro, quase...

Podia ser só carência, mas Alice fez eu me sentir um pouco melhor. Talvez eu realmente devesse confiar nela ou talvez eu só tivesse perdido qualquer noção de bom senso. Não importava de qualquer forma, naquele momento poucas coisas realmente importavam e eu não queria pensar em nenhuma delas.

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Notas finais do capítulo

N/A: Girls MUITO obrigada pelo apoio e incentivo, os comentários de vocês são muito importantes pra mim, me animam sempre a continuar escrevendo. Como disse a vocês vou demorar para a próxima atualização porque essa semana vai ser muito cheia pra mim, então assim que der atualizo. Quero saber o que vocês acharam desse encontro com a Alice e mais um pouco de Pov Edward, então gostaram? Aliás, eu ainda não terminei de responder as reviews, porque ainda não tive muito tempo, mas estarei respondendo a elas aos poucos, ainda mais porque adoro conversar com vocês, então podem esperar que vou responder a todas e tirar todas as dúvidas que puder. Até logo!!!