Acampamento Pós-guerra escrita por Histórias do Seu Sátiro


Capítulo 13
Capítulo 13- Nico


Notas iniciais do capítulo

Depois de um loongo tempo sem postar



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-Vamos ter que adiar a missão- disse Luana, abraçando Aaron enquanto Summer estancava o sangramento da perna esquerda.

-Não, eu vou ir assim- Disse Aaron se apoiando, Summer já tinha estancado o sangramento da perna e estava tentando fazer alguma espécie de pele para garantir.

-Não você vai- Disse Luana empurrando ele, devagar pela testa, de novo para se deitar- Você está inconsciente, perdeu muito sangue, deita e descansa que nós vamos te levar para o acampamento.

-Eu estou entendendo, meu pai é deus da profecia, eu havia me esquecido disso mas agora está claro- Disse Summer não tirando os olhos da perna em processo de cura- Zeus queria Aaron morto, ele mandou Aaron junto para parecer um acidente, ele sabia que algo ia acontecer. E uma missão de quatro pessoas, é raro voltarem todas, uma costuma morrer ou desaparecer.

-Eu já sabia- Disse Aaron- O filho de Zeus terá de entender as condições, algo assim que falava na profecia; entendi na hora, por isso vim, para proteger vocês, eu não podia negar uma missão do senhor dos deuses.

-Como assim você sabia?- disse Luana balançando o ombro de Aaron e fazendo-o cair- Você sabia que ia morrer e ainda veio? Você está louco.

-O Topete atrapalhou para pensar Aaron?- Perguntei.

-Se eu não viesse vocês ainda passariam por tudo que passaram, vim para proteger vocês, se não viesse meu pai ia me castigar eternamente, e os deuses conhecem uns castigos legais.

-Aaron, não faça mais isso! Você perdeu sua perna!- Disse Luana, com raiva.

-Tive sorte! Poderia ter morrido!

-Você é louco!

-Desculpa! Eu só vim para te proteger, você não entende, não sabe pelo que passei- Disse Aaron, todas ficamos em silêncio, ele finalmente ia contar o que aconteceu com ele- Eu nasci no meio da guerra Luana, 2014, o segundo ano de guerra, cresci no acampamento, ajudando os campistas. No último ano de guerra; meu pai não sabe se me mata ou não então chega um sátiro avisando que todos os meus amigos que estavam em batalha morreram! Exceto por você! Que estava sob a guarda de Dioniso e por alguns que ainda eram simples bebês ou estavam no exército de Gaia! Percy e Annabeth cuidaram de mim, me treinaram, eram como meus pais! Sabe o que foi achar eles mortos? Queimados, sem o braço, agarrados, as lágrimas ainda no rosto da Annabeth!- Ele parou de falar, estava vermelho de raiva, deu uma fungada e se virou.

Luana foi falar com ele, mas eu a parei segurando-a pelo ombro.

-Dá um tempo para ele se acalmar- Disse.

-Perder a perna é difícil, e você ainda briga com ele por causa disso- Disse Summer, que já havia acabado com a perna dele e estava afiando uma faca.

As chamas haviam se apagado, estava quase de manhã, decidimos que seria melhor partirmos.

Voltamos até a porta daquela sala de espera e nos sentamos lá para decidir o que fazer.

-Acho que devíamos deixar Aaron no acampamento, assim ele não vai poder lutar- Eu disse.

Aaron continuou quieto, na garupa do MayDay.

-Acho que vai ser melhor para ele- concordou Summer.

-Você é a namorada- eu disse olhando para Luana- o que você acha que devemos fazer?

-Ah- disse Luana, olhando para Aaron que continuava quieto- vamos deixar ele no acampamento, vai ser melhor para ele- ela pegou um pedaço de papel do que havíamos conseguido salvar do incêndio e uma caneta e começou a escrever uma carta.

-MayDay, entregue isso ao meu pai- disse ela terminando de assinar e entregando a carta para MayDay pegar com os dentes- Ele vai saber o que fazer- ela olhou para nós, entendemos pelo olhar que ela queria um tempo com o Aaron,  então fizemos de conta que queríamos ir ao banheiro e fomos voando procurar um lugar para usar.

Ficamos observando do telhado, o banheiro era uma distração, não queríamos perder nenhum momento do romance deles, menos uns beijos exagerados, eles se beijavam demais.

Ela tirou o Aaron da garupa do MayDay, que deve ter dito que ia sair também e ficou espionando, logo que nos viu se uniu a nós.

-Não estou satisfeita com o nome de ship deles- comentou Summer, não respondi, mas Aaron sugeriu colocarmos “Laaron”, eu disse que para mim tanto faz e aceitamos esse nome.

Eles haviam pego a carta, Aaron leu e Luana explicou, eles também mandaram uma mensagem de Íris, não entendi porque não mandávamos Aaron pelo portal para o acampamento, talvez ficasse muito caro, ou fosse um esquema de Hermes.

Eles se abraçaram e se beijaram (sério, eles não paravam de se beijar), então Aaron assoviou para MayDay (“Ciao, mutchachas. A aventura me espera! ”) e os dois foram como um raio -literalmente, porque Aaron é um unicórnio dado à Aaron por Zeus, que devido a isso pode voar como um raio- para o acampamento.

Luana subiu, diretamente para nós, ela já devia saber que estávamos ali, mas ainda assim parecia irritada, ou prestes a chorar. Eu e Summer demos um sorriso forçado e acenamos(“Sorria e acene, sorria e acene”) mas não colou.

Descemos até aquela salinha de espera cheia de almas, esperamos durante alguns minutos- minutos nada legais ao lado de uma velha fantasma cega que falava sobre como as bonecas de pano eram melhores que os humanos, e do outro lado um bêbado, com um volante preso no pescoço, afirmando que não bebeu- então aquele homem alto com sua pose de segurança chegou, e nós fomos falar com ele.

-Ah! Vocês de novo? Meu terno pelo menos?

Luana entregou o terno, com uma carranca.

-Cara feia não ajuda a ir para o submundo, mas ainda assim, muitos tentam, e temo que você não possa mudar de cara.

-Desculpe senhor, meu namorado acabou de perder a perna em um incêndio, não estou muito alegre no momento- Disse ela, fingindo uma cara feliz e num tom irônico.

-Entrem- Disse ele abrindo uma espécie de elevador, entramos e ele anunciou o nome de alguns mortos, que entraram correndo, eles deviam ter esperado por um bom tempo, não que isso importe muito para eles, eles têm uma eternidade para gastar.

Quando chegamos tivemos de nos desviar do caminho dos mortos, não que fossem muito diferentes, estalactites, lava, caveiras, almas perdidas, baús do tesouro, formigas, e essas coisas do tipo; eu já tinha uma leve ideia de como seria o submundo porque Aaron fez um resumo na cartilha que ele me dera quando nos conhecemos na carruagem de Dioniso.

  -Vamos pela esquerda- Disse Luana, quando um leve terremoto começou

-Isso não é muito esperto, certo? Ele é o neto do deus do submundo, estamos no território dele- Eu disse, me espreitando na parede junto à Summer e a Luana.

-Se tudo ocorrer conforme o planejado, teremos uma ajudinha- Disse ela, voltando-se para trás para encarar a mim e a Summer- Summer, pode tomar a dianteira? Quando chegarmos ao fim deste corredor vamos nos colocar em formato de “V”, Sabrina, tente usar seus sentidos de direção, seu pai é bom nisso, entenderam?

-Sim- dissemos em coro, ninguém havia elegido Luana à líder da missão, mas achei muito justo, ela era uns cinco anos mais velha que eu e uns três a mais que a Summer, provavelmente já havia treinado, já que sobreviveu a guerra devido a não estar batalhando, e sabia muito sobre estratégia de batalha.

Eu não fazia ideia de para onde Luana queria nos levar, não tivemos tempo de discutir o plano, mas ainda assim o caminho era mais do que claro para mim, nem sequer parava para pensar, sabia onde haviam monstros, onde poderíamos morrer, onde espíritos tentariam possuir nossos corpos, e onde precisávamos ir.

Depois de em média dez minutos andando, chegamos a uma espécie de rua sem saída.

-Ótimo, sem saída- Disse Luana, enraisvecida, batendo na parede

-Tem certeza que é por aqui?- Perguntou-me Summer

-Sim, tem alguma coisa aqui- Eu disse, passando a mão na parede, encostei meu ouvido contra a rocha, e ela se abri.

No meio da poeira, a rocha foi se quebrando e se abrindo, lá dentro havia uma sala, sem nenhum móvel, só uma sala vazia, com uma rocha, e um garoto sentado lá, cabisbaixo, ele parecia muito mais velho que Haiden, mas não hesitei em atacar, porém, ele me prendeu no meio da rocha.

-Nico Di Angelo, filho de Hades, precisamos de sua ajuda- Disse Luana, fazendo uma reverência, eu teria feito o mesmo naquela altura, mas estava presa na rocha, pelo menos Summer teve o bom senso de fazer o mesmo.

-Filho de Hades, é estranho como isso soa, prefiro Rei dos Fantasmas, Garota do Vinho.

Ele me soltou da rocha, fiz uma reverência.

Quando me levantei pude ver melhor a aparência dele, ele devia estar morto, mas seu corpo era um pouco mais denso do que o das outras almas, e ele parecia mais consciente, tinha cabelos escuros, como carvão, que iam até a linha do queixo, era muito pálido, provavelmente pela falta de luz solar ali no submundo, ou porque estava morto.

-Eu sei de tudo que está acontecendo, meu filho, Gaia; Aaron, perna; acredite, mesmo aqui nós mantemos um pouco de contato com o mundo.

-Você é filho de Hades, não esta necessariamente morto, porque não volta, treina conosco- Sugeriu Summer.

Ele foi como uma sombra até ela, meio deslizando.

-Você não sabe como a morte dói, não quero conhecer pessoas novas, que vão morrer e morrer, você tem de pensar, que meus únicos amigos morreram Srta. Raio de Sol.

-Me desculpe- Disse ela baixando a cabeça.

-Bem- Ele subiu, ao seu tamanho e forma normais, agora parecia tão vivo quanto um mortal comum, e usava um casaco de couro, calças jeans e uma camiseta preta desbotada- Vejo que vocês têm certo respeito pelo filho de Hades, um dos mais poderosos, por sinal- Ele deu um leve riso torto e irônico enquanto andava pela sala- espero que não pensem que me uni a Gaia, sabe? Crianças de Hades têm essa fama, traidores do Olimpo. Bem- Disse ele com um leve suspiro se sentando com as costas arquadas na rocha- Falem.

-Precisamos de ajuda para batalhar contra seu filho- Disse Luana levantando a cabeça.


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Notas finais do capítulo

Não acabou em nenhuma parte com suspense ou algo do tipo, mas eu tô com sono então tchau