Acampamento Pós-guerra escrita por Histórias do Seu Sátiro


Capítulo 12
Capítulo 12- Mais Incêndios




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Obviamente, Aaron, que nunca falha, nos arranjou o fantásticobuloso emprego de limpar o chão do shopping por um dia, com aquelas vassouras com bolinhas de tênis na ponta, para ganhar dezesseis dólares cada um, e 60% de desconto em para usar em qualquer uma das lojas.

Não sei no que a névoa transformou MayDay e a Sra. O’Leary, mas eles também conseguiram um emprego, que não foi muito útil para a mulher que nos contratou, ela recebeu de volta um cabo de vassoura todo mordido e uma bolinha de tênis babada, um cabo de vassoura escrito ”Propriedade do MayDay”, que ele escreveu com um canivete no meio dos dentes.

No final do expediente havíamos conseguido noventa e seis dólares e tínhamos sessenta por cento de desconto em qualquer loja, compramos um terno italiano logo antes da loja fechar, por noventa e quatro dólares e cinquenta centavos de dólar, com o desconto.

-Acho que temos direito a uma noite de descanso, amanhã levamos o terno e entramos no submundo- Sugeriu Aaron.

E, novamente, com aqueles olhos azuis angelicais, Aaron conseguiu para ele e para a Luana o emprego de vigias noturnos, ganhando vinte e cinco dólares por noite cada um.

Logo depois que todos saíram do shopping os dois abriram as portas e nós entramos, Aaron ficou vigiando o local para nos acordar caso algum monstro aparecesse, depois iriamos trocar de turno.

Entramos em uma hamburgueria, Luana foi direto a maquina de sorvete, e pediu que eu apertasse a alavanca, ela saiu dali pelo menos um quilo mais gorda.

Quando saímos da maquina de sorvetes Aaron já estava fazendo nossos sanduiches, enquanto Sra. O’Leary comia carne crua.

MayDay estava colocando a casca do sorvete no chifre, como se fosse um chapéu, coube direitinho.

-Queimem algumas coisas, precisamos fazer oferendas, se vamos para o submundo, seria legal ter os deuses ao nosso favor.

-O que a mulher do shopping vai pensar quando chegar?- Perguntou Summer

-Vamos fugir antes de ela entrar, ela pagou adiantado- Disse Aaron, mostrando o dinheiro, cinquenta dólares e cinquenta centavos de dólar, estávamos indo bem.

Aaron jogou oito sanduíches em uma bandeja, para nós cinco, uma montanha de bacon, ketchup e batata-fritas, MayDay pegou seu sanduiche com as duas patas dianteiras e olhou com desprezo para a Sra. O’Leary.

-Eu sou um amigo melhor que ela não é Aaron?- MayDay perguntou- Ugh! Olha como ela come, parece um cachorro!

-É um cachorro MayDay, você é um amigo muito legal sim, agora come- Disse Aaron sem paciência.

Comemos em silêncio, depois acendemos a fogueira e queimamos um hambúrguer cada um.

Luana, Summer, MayDay, O’leary e eu fomos para a loja de colchões, Aaron ficou fazendo a rota de vigia anti-monstros no shopping.

Cada uma pegou uma cama e Sra. O’leary foi para o depósito, onde havia colchões suficientes para ela dormir, ainda que um pouco apertado.

Deitamos-nos e dormimos, MayDay relutou um pouco porque ia desmanchar o topete dele e ele não tinha trazido o gel (“Vai que tem umas fantasminhas da hora lá?”), mas ele acabou cedendo ao sono.

Eu devo ter sido a ultima a dormir, Luana falava enquanto dormia, e Summer ria enquanto dormia; então eu tive alguns problemas tentando entender sobre o que Luana estava falando.

-Batata-frita por um galeão, Aaron gosta de balão, diga não ao mamão- Ele repetia, acho que os sonhos semideuses dela não eram tão reais.

Já a Summer que estava numa cama ao lado da minha, ele se deitava e parecia que algo fazia cócegas nela, ela ficava se contorcendo e rindo.

MayDay dormiu com a cabeça para fora da cama, e Sra. O’leary gemia enquanto dormia, dava para ouvir do quarto, e ela também se mexia muito nos colchões.

A noite foi silenciosa e calma como um elefante numa loja de cristais, sarcasticamente falando.

Quando finalmente consegui dormir faltava menos de uma hora para o meu turno, eu não ia estar bem no submundo.

Aaron veio até a loja de colchões, e disse que só havia visto um basilisco no meio de algumas folhas no jardim do shopping, mas ele devia ter ido embora.

Fiquei no telhado do shopping, tinha forma circular e uma plataforma no topo para a antena.

Fiquei do lado da antena, um pouco longe por precaução.

Dei uma olhada voando pelos arredores do shopping, nenhum monstro, ninguém suspeito; então decidi dar uma descansada ao lado da antena.

Deuses, eu não devia ter feito isso.

Acordei com os latidos da Sra. O’leary vindo da loja de colchões, depois os gritos dos semideuses, neste momento vi que tinha feito besteira; então fui correndo ao encontro deles.

Havia vários basiliscos, pelo menos cinco, e eles haviam incendiado a loja.

O colchão queimava rápido, ninguém sabia como vencer um basilisco, Sra.O’leary parecia não sentir nada quando pisava neles, mas isso só os atrasava por alguns segundos.

Pela quantidade de armas derretidas supûs que já houvessem descoberto que lâminas não adiantavam contra tal monstro.

Luana e Summer estavam em cima da placa do logo da loja, Sra.O’leary estava brincando com um basilisco, eu não via MayDay ou Aaron.

-Sabrina, Aaron foi te procurar, acha ele, a gente aguenta mais um pouco- disse Luana ao me avistar, ela estava bem queimada, eu não tinha como chegar até ela, era difícil de respirar entre as chamas, e para completar as minhas asas estavam ensopadas de fuligem e gordura.

Peguei uma mascara de procedimentos cirúrgicos que achei na hamburgueria, daquelas que usam para fazer hambúrgueres e corri para procurar Aaron.

A situação dele não estava muito melhor, dois basiliscos, um de cada lado, encurralavam-no, pelo menos ele ainda podia voar, mas parecia muito cansado para tal.

-Aaron- gritei.

E um pedaço do teto caiu, bem acima dele, os basiliscos subiram no monte de gesso sobre Aaron.

Aaron estava pegando fogo, literalmente.

Quebrei o vidro dos equipamentos de emergência, em poucos segundos arrumei a mangueira e apaguei o fogo do monte de gesso que cobria Aaron, e, quando me dei conta, os basiliscos haviam apagado, se tornado cobras comuns.

Deslizei minha espada ao longo do corpo das cobras, que se dissolveram, não em pó dourado, como de costume, mas em chamas.

Aaron controlou o ar para que os blocos de gesso saíssem de cima dele, ele parecia fraco e acabado.

-Não estou mais em perigo, vá salvar Luana, MayDay virá me buscar.

Embainhei minha espada, segurei firme a mangueira de incêndio e corri de volta para Luana, Sra.O’leary e Summer.

Cheguei a tempo de ver Sra.O’leary desmaiar no meio da fuligem, Luana e Summer usavam as máscaras cirúrgicas.

Concentrei o jato nos basiliscos que estavam perto da Sra. O’Leary, logo quando eles se tornaram cobras comuns cortei a garganta das tais, então apaguei as chamas que consumiam o logo da loja de colchões onde as garotas estavam se segurando.

Luana caiu desmaiada na hora, por sorte o logo não estava muito alto e ela não se machucou, Summer pulou para examiná-la.

-Precisamos de ambrosia, Sra. O’leary é resistente, vai se curar- Disse Summer, checando a pressão de Luana.

Joguei um pedaço de ambrosia para ela e fui cuidar da Sra.O’leary.

Abri a mangueira num nível baixo para ela beber água enquanto eu checava sua pressão.

E nesse momento MayDay cruzou os destroços do incêndio, com Aaron caído em suas costas.

Luana havia acordado, foi correndo ao encontro dos dois, ainda tossindo.

Dei mais um pouco de água para a Sra. O’leary e fui lá.

Luana estava abraçada a Aaron, chorando, Summer havia trazido ambrosia e esparadrapos, ele estava perdendo muito sangue.

Ele havia perdido uma perna, a partir do joelho, a perna esquerda.


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Notas finais do capítulo

Desculpa Luana
Tudo culpa minha
Eu sou uma bostona preguiçosa